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Quinze anos de Reforma Psiquiátrica (I)

Em 6 de abril de 2001, país começava a desativar seus tristes manicômios. Ao resgatar histórias de pacientes com transtornos mentais, nossas matérias ensaiam um balanço desta transformação

Por Lígia Morais

Atenção em Preto e Branco

Pitico não consegue sonhar, acha que é por causa da medicação que tomava antes. Ele passou 13 anos entre os muros de um hospital e hoje mora numa residência terapêutica em Sorocaba. Um amigo o leva na garupa para andar de moto, Pitico usa o capacete e um blusão de couro para rodar pelo centro da cidade. “É uma liberdade que não tem preço”, diz sorrindo. Wilson Abramusviz “Pitico” sabe ler, escrever, conversar, entrar, sair, só não consegue sonhar. O documentário “A chave da nossa casa”, lançado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo em 2015, trata da desinstitucionalização de pacientes psiquiátricos, isto é, da mudança dos hospitais para modelos que promovem a reintegração social, como é o caso das residências terapêuticas. Em vídeo, também é contada a história de Valdeci.

Depois de 26 anos morando num hospital, é ela mesma quem decide o horário em que vai dormir: à meia-noite. Valdeci de Carvalho mora com mais sete pessoas numa residência em Santo Amaro, todos ex-internos de hospitais psiquiátricos. Ela os chama de família, vão à praia, ao sítio, ao shopping. “A gente se distrai muito, se diverte muito, a gente curte muito a vida”, ela conta. No documentário, faz um apelo, pede para que tirem todos os outros pacientes de hospitais o mais rápido possível, para que possam melhorar e poder sentir o que é liberdade – “Quem estiver ouvindo essa gravação, o ministro da saúde, o governador, que abra residência pra poder morar, porque não tem como morar num hospital; hospital não foi feito pra morar não”. Ela termina: “Esse é meu recado, Valdeci Elias de Carvalho. Obrigado”.

Em 2008, eram 6.349 pacientes internados em hospitais psiquiátricos no estado paulista, a maioria já possuía condições de começar o processo de ressocialização. Ainda assim, a falta de uma rede alternativa consolidada os impedia de continuar o tratamento fora das instituições. Seis anos depois, o Censo Psicossocial de 2014 mostrou que 4.439 pessoas ainda estavam morando em hospitais. “Esse número atual de moradores já sinaliza as resistências e dificuldades em cumprir o que está assegurado por lei desde 2001 e preconizado pela política de saúde mental com a sua implantação”, está escrito no relatório. Aponta-se a falta de investimentos nos serviços extra-hospitalares de base comunitária e a resistência ainda grande da sociedade em incluir os doentes mentais nas cidades.

Mantiveram-se 53 hospitais psiquiátricos no estado de São Paulo. “Se a lei se consolidou e se legitimou, através da implantação real de boa parte dos seus mandamentos, o embate ideológico e de modelos de atenção persiste e a agenda política de defesa dos princípios da lei permanece atual”, comenta Pedro Delgado em artigo publicado em 2011, na efeméride dos dez anos da Lei 10.216. Pedro, do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, é irmão do deputado Paulo Delgado, que propusera o projeto legislativo da Reforma Psiquiátrica no final da década de 1980.

“130 leitos do passado”

Em Franco da Rocha, os corredores vazios e prédios interditados do Juquery nem parecem já ter abrigado mais de 14 mil pacientes. Entre 1995 e 2003, muitos deles passaram pelo processo de desinternação. Pouco antes da aprovação da Lei 10.216, que institucionaliza a reforma psiquiátrica, 2.500 pessoas ainda moravam nas colônias do hospital centenário. Pier Paolo Pizzolato, Diretor Técnico 1 do Complexo Hospitalar do Juquery, explica que a desinstitucionalização foi demorada pois foi necessária a revisão dos prontuários de todos os pacientes. Também se prolongou por muitos deles não possuírem documentos de registro, o que dificultava a reativação do vínculo familiar. Em 2015, eram 130 leitos ocupados.

“O paciente crônico que está aqui ainda é paciente que não tem família, que não tem referência do Estado, que não tem capacidade suficiente para estar numa residência terapêutica”, comenta Paolo. Eles têm uma internação média de mais de 40 anos e, por isso, o tratamento hoje é mais ligado a doenças causadas pela velhice do que aos próprios problemas psiquiátricos. Raramente eles têm algum surto, mas tratam da diabetes, dos problemas do coração, dos de locomoção. Quando um desses pacientes vem a falecer, o leito é extinto e não pode mais haver internações.

Os diálogos sobre a criação de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) na cidade começaram há pouco e, na região de Franco da Rocha, também não há residências terapêuticas. “É um gargalo físico”, aponta Pizolatto, “não é todo mundo que quer ter um CAPS dentro do próprio município”. Ele é arquiteto de formação e foi um dos responsáveis pelo projeto de transformar o antigo asilo de crônicos em um hospital de retaguarda. Ele vê como futuro para o complexo a vocação de reabilitação psíquica e física. “Enquanto isso não acontece, o Juquery fica nessa situação onde já tem alguns serviços de ponta e ainda convive com 130 leitos do passado, que a gente vai aos poucos fechando”, comenta.

Em 2014, houve licitação para a reforma e o restauro de parte do conjunto do hospital, mas uma questão burocrática entre as empresas concorrentes fez com que o processo parasse. No ano seguinte, o financiamento foi recolhido e, com a crise econômica, o projeto terá que ser alterado para se adequar ao novo orçamento. Serão construídos, num projeto piloto, 40 leitos – que futuramente pretende-se expandir para 105. Paolo ainda não fala de prazos, mas afirma que existe tanto a vontade técnica como a vontade política, duas questões essenciais para que se aconteçam as mudanças.

“Lutei por uma pátria livre”

O lema no brasão da cidade de Sorocaba está fixado sob a mesa dos vereadores. Celso Sanches não pôde comparecer à Câmara Municipal na tarde do dia 28 de novembro de 2015. Lá seria realizado um debatesobre saúde mental, direitos humanos e o processo de desinstitucionalização em Sorocaba. Mandou uma carta, então, para ser lida por um representante do Movimento Antimanicomial “Loucos pelo Mundo”, do qual também participa ao lado do filho Denis. Celso escreve que o filho esteve internado no hospital Teixeira Lima, no Vera Cruz e no Jardim das Acácias. “Ele sofreu nesses hospitais todo tipo de violência, principalmente no Teixeira Lima e no Vera Cruz; Denis Roberto Sanches foi agredido pelos enfermeiros, foi abusado sexualmente e foi ameaçado de morte, se ele falasse para o pai”, conta. Pelas ameaças psicológicas e físicas, Celso pede aos políticos que tomem providências.

Denis também quer que se investiguem os casos de violência. Em pausas longas, se emociona ao falar que tinha medo das ameaças. Lembra que o amarravam no Vera Cruz, pelos braços e pernas. Faz um apelo: “Eu acho que eu não sou louco; que não precisa de hospital nenhum pra internar, tem que fechar o hospital”.

Entre 2004 e julho de 2011, ocorreram 825 mortes de pacientes do SUS nos hospitais da região de Sorocaba, o que corresponderia a uma morte a cada três dias. A concentração de leitos de longa permanência e as denúncias de maus tratos nos hospitais levaram à formalização de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em 2012, que previa a desinternação de pacientes de sete instituições psiquiátricas e a sua transferência para residências terapêuticas (RTs) ou CAPS. Em 2008, a região compunha o maior polo manicomial do país, com mais de dois mil pacientes. Em 2014, do total de 4.439 moradores de hospitais psiquiátricos no estado, 1.600 estavam em Sorocaba.

A assinatura de Jefferson Aparecido Dias é a primeira que aparece no documento do TAC de Sorocaba. Foi designado pela Procuradoria Geral da República para tratar do caso. “O TAC tem a finalidade de fortalecer e consolidar a rede protetiva aos pacientes e garantir tratamento mais humano e eficaz”, ele explica. Foram criadas equipes multidisciplinares, com profissionais do município, do estado e da União. Em até três anos – com possibilidade de se estender por mais um; então, até 2016 – todos os pacientes atendidos pelos hospitais devem ser transferidos para a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). “O problema é que apesar da lei, a RAPS não foi criada, razão pela qual não existem estabelecimentos aptos a receberem os usuários da saúde mental”, aponta Jefferson. Os pacientes são então mantidos nos hospitais psiquiátricos.

Denúncias e luta

“Categoria enfrentamento à tortura: recebe o prêmio o Fórum da Luta Antimanicomial de Sorocaba – FLAMAS“. No Palácio do Planalto, aplausos seguem o anúncio do Prêmio Direitos Humanos, em 2011, e não se escuta mais o que diz o apresentador no microfone. A Presidenta da República cumprimenta um dos representantes do FLAMAS, movimento que fora criado dois anos antes e responsável por denúncias de hospitais psiquiátricos na cidade do interior do estado de São Paulo.

Em audiência pública, na manhã do dia 28 de novembro de 2015, Francisco Fernandes, secretário de Saúde de Sorocaba, levanta os números da desinstitucionalização. De 2010 a 2015, o número de leitos SUS em Sorocaba e na região caiu de 2.778 para 1.853. Três das quatro instituições psiquiátricas da cidade foram fechadas. O Vera Cruz, porém, continuou funcionando, como espaço para receber egressos de outros hospitais do estado. Em novembro de 2015, 470 pacientes ainda estavam internados no Hospital, quase a sua capacidade máxima – que é de 512 pessoas. Entre 2010 e 2015, foram fechados 42 leitos do Vera Cruz. Apesar da aprovação do TAC em 2012, o FLAMAS não vê perspectiva de cumprimento do termo pela Prefeitura de Sorocaba no prazo estabelecido.

No final da audiência, Mirsa Dellosi, coordenadora de Saúde Mental da cidade, pede a palavra para comentar um dos dados levantados pelo secretário. Ela se diz emocionada por, nos últimos três anos, o número de altas de pacientes para a família ou residência terapêutica ser três vezes maior que o número de óbitos – o que seria um momento histórico, já que o número de óbitos de hospitais psiquiátricos costuma ser maior que o de altas. Apesar de alguns avanços, representantes do Fórum de Luta Antimanicomial ainda veem problemas no processo de desinstitucionalização – comentam na audiência que a assinatura do TAC, por exemplo, não contemplou a Defensoria Pública, o Conselho Regional de Psicologia e os movimentos sociais da região.

O processo de desinstitucionalização em Sorocaba, segundo o FLAMAS, tem se transformado num processo de desinternação. Dizem os representantes: “para a Prefeitura, o cumprimento do TAC seria retirar as pessoas dos hospitais psiquiátricos, sem levar em consideração o reestabelecimento social dessas pessoas, sem trabalhar autonomia ou questões que possam facilitar a integração na sociedade”. Entra, além dessa, a questão dos administradores dos novos modelos de assistência. O FLAMAS aponta que são os mesmo que gerenciavam os espaços de asilamento e hipermedicalização dos antigos hospitais psiquiátricos. A RAPS de Sorocaba, por ser formada por organizações sociais e CAPS ligados aos mesmos grupos denunciados pelos militantes, acaba reproduzindo práticas manicomiais.

Afirmam ainda que a atenção básica da cidade não tem capacidade para realizar um atendimento cotidiano e que a assistência 24h dos CAPS e os leitos em hospitais gerais não são suficientes. “A Rede de Atenção Psicossocial em Sorocaba não atende às necessidades e à complexidade do cuidado com pessoas que saíram de manicômios depois de anos ou décadas de internação, negligência e maus-tratos”, dizem.

Em 2014, o processo de desinternação havia se intensificado com a contratação de trabalhadores comprometidos com a Reforma Psiquiátrica, mas com a subsequente demissão em massa desses funcionários, o processo voltou à lentidão. Com as mudanças na gestão do processo de desinstitucionalização, os militantes da luta antimanicomial de Sorocaba não têm mais acesso ao Vera Cruz. “Sem transparência, fica mais complicado acompanhar e fiscalizar o que acontece, para cumprir o papel do movimento social: tencionar por uma ampliação sempre maior e mais inclusiva dos Direitos Humanos e denunciar abusos e violações de direitos”, comentam.

Os integrantes do FLAMAS sofrem ameaças constantes de criminalização e perseguição por causa das denúncias que fazem. Com a transparência que falta agora ao processo, “o FLAMAS enfrenta o desafio de continuar atuando contra uma estrutura manicomial que se reforçou após as demissões dos profissionais mais críticos e dos gestores mais alinhados com a Reforma Psiquiátrica”, afirmam. Também preocupam as nomeações de Marcelo Castro e Valencius Wurch para cargos de coordenação no Ministério da Saúde. Em 2016, os militantes de Sorocaba começaram o ano participando doLoucupaBrasília, manifestação na capital do país que pedia a exoneração de Wurch.

Problemas na alternativa

Os problemas na consolidação de modelos alternativos de assistência não são exclusivos de Sorocaba ou Franco da Rocha. No estado de São Paulo, a estimativa do Censo Psicossocial 2014 é de que seriam necessárias 555 residências terapêuticas para atender a demanda da população paulista. Hoje, elas são 158. As regiões de Araçatuba, Araraquara, Baixada Santista, Barretos, Franca, Presidente Prudente, Registro e Taubaté não apresentam nenhuma residência. Também em São Paulo, foram instalados 416 Centros de Atenção Psicossocial, mas o número de CAPS III – serviço de assistência 24h – chega a 42. No Brasil, o Ministério da Saúde levantou em 2010 a existência de de 570 residências terapêuticas e 1620 CAPS.

O Prof. Dr. Osvaldo Gradella, sentado em sua sala da Unesp de Bauru, no interior paulista, ajeita os óculos no rosto e comenta que os gestores no Brasil ainda não sabem como implantar uma forma de atenção aberta, principalmente por faltar experiência a muitos profissionais. “O modelo que temos é um serviço isolado, sendo que a ideia era ter um serviço em rede – o CAPS I para a entrada, o CAPS II mais especializado e o CAPS III que seria 24h; também era pra se ter uma articulação maior do serviço com os bairros e familiares de pacientes”, comenta. Para o professor, o atendimento acaba se tornando meramente clínico. “Essa é uma das contradições que se tem hoje na implementação: nós saímos dum modelo ‘hospitalocêntrico’ e agora vamos para um modelo ‘capscêntrico’”, ele diz.

O movimento de luta antimanicomial também tem questionado as novas formas de atenção. Segundo Osvaldo, com o fim dos hospitais, os novos modelos começam a carregar em si a sua própria alienação, os seus próprios defeitos. “Tem que se pensar se o CAPS é a solução ou se temos que criar uma nova estratégia de atenção; pensar se ela não se esgotou, se cumpriu seu papel histórico num processo de transformação e se agora a gente precisa criar uma nova estratégia de atenção”, diz o professor.

Ainda assim, Osvaldo comenta que não se pode perder de vista o ataque de setores conservadores, que querem recuperar a internação nos hospitais, reforçando políticas de exclusão – por exemplo, no Congresso. “A própria implementação do discurso neoliberal, do rompimento com uma série de políticas públicas, a falta de investimento na área de saúde e educação; isso de certa forma tem favorecido principalmente a perspectiva manicomial”, afirma Gradella, que tem observado um retrocesso na luta antimanicomial e a ascensão de setores ligados à medicina privatista.

Outra questão que se coloca aos atuais desafios da reforma psiquiátrica brasileira é o tratamento do crack. O professor pontua o crescimento das comunidades terapêuticas de caráter religioso, instituições que têm ocupado o lugar dos hospitais psiquiátricos, repetindo práticas de maus tratos e de punição. O empenho dos governos no combate à droga, segundo Osvaldo, “desviou um pouco a atenção da reforma psiquiátrica, porque o crack virou um assunto de comoção nacional e grande embate entre as forças mais conservadoras, que viram na história das comunidades terapêuticas uma nova forma de ganhar dinheiro”.

Querem os hospitais de volta

A demora na implementação de uma Rede de Atenção Psicossocial eficiente tem sido acompanhada pelo crescimento de setores conservadores na sociedade brasileira. Para os militantes do FLAMAS, esses grupos que defendem a internação em hospitais psiquiátricos seguem uma ideologia de segregação e negação da diferença, do encarceramento de comportamentos que não atendem às expectativas sociais hegemônicas, seguem a crença de que a “loucura” deve ser afastada da sociedade, de que os “loucos” são perigosos, a ideologia do higienismo e da pobreza encarcerada. “O movimento antimanicomial, por sua vez, é orientado pelos valores da autonomia e solidariedade, pela noção de inclusão social, respeito à diferença, pela defesa intransigente dos Direitos Humanos”, eles afirmam.

Em resposta a Marcelo Castro, ministro da Saúde, que afirmou no final de 2015 que a luta antimanicomial era muito ideológica e pouco científica, os integrantes do Fórum de Sorocaba comentam que “a maior prova de que a Luta Antimanicomial é eficaz é a melhora entre as pessoas que são tratadas em liberdade, com equipes multiprofissionais (não apenas médicos), vivendo em sociedade, voltando a produzir arte, conhecimento, trabalho, política etc”. Mencionam também o reconhecimento internacional da ONU, em especial da Organização Mundial de Saúde, pela reforma psiquiátrica no Brasil. Ainda dizem: “essas críticas de ação ideológica da Luta Antimanicomial têm o único propósito de deslegitimá-la, mas são críticas vazias que não se comprovam quando vamos para as experiências concretas”.

“A ala em que eu morava era um pavilhão com 90 pessoas, com quartos dos dois lados do corredor. Era algo meio prisão”, assim se lembra Wilson Abramusviz “Pitico” do Hospital Vera Cruz. Em entrevista à CartaCapital, comenta que tem a chance de recomeçar sua vida, com mais autonomia e liberdade. Em 2015, foram 95 pacientes que receberam alta da instituição – 16 para morar com familiares, 67 em RTs de Sorocaba e 12 em RTS de outras regiões. A Agência Sorocaba de Notícias, órgão ligado à Prefeitura, publicou que a coordenação de Saúde Mental previa no mínimo mais cem altas no primeiro bimestre do ano seguinte. Os pacientes do Vera Cruz são, no começo de março de 2016, 456. Pitico, já longe do hospital, descreve sua casa, a residência terapêutica em Sorocaba, como “um hotel cinco estrelas”.

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Poco dinero para los más pequeños

Por cada dólar que se invierte en niños de hasta 5 años, se invierten tres en niños de entre 6 y 12 años en América Latina y el Caribe. Ese es uno de los inquietantes hallazgos contenidos en el nuevo estudio Los primeros años: El bienestar infantil y el papel de las políticas públicas, editado por Samuel Berlinski y Norbert Schady. Esta es la edición 2015 de la serie insignia del BID denominada Desarrollo en las Américas, presentada en Lima, Perú, el pasado 27 de Octubre.

El gasto público en la primera infancia no sólo es bajo en relación con la inversión en la infancia media, sino también con respecto al gasto en todos los otros grupos de edad. Los ancianos, en particular, reciben pensiones y otras transferencias para ayudarles a afrontar los riesgos asociados a la vejez. Esto es cierto incluso en países con muy diferentes perfiles de población. Por ejemplo, Chile, Guatemala y  Perú  todos  gastan entre siete y nueve veces más en las personas mayores de edad que en los niños de 0 a 5 años de edad, medidos con base en gasto per cápita. Cuando se trata de repartir partidas presupuestarias, los niños pequeños reciben poco más que migas.

¿Cómo  se ubican América Latina y el Caribe en comparación con otras regiones en lo que respecta al gasto en la primera infancia? No bien. Los países de la región gastan en promedio sólo el 0.4 % del PIB en sus hijos más pequeños, alrededor de la mitad del promedio de la OCDE.  Mientras que algunos países de alto desempeño gastan cerca de cuatro veces más.

La buena noticia es que, si bien el gasto público en la primera infancia es baja en términos relativos, ha ido a la alza en la última década. Por ejemplo, Chile, República Dominicana y Guatemala han aumentado el gasto entre dos y cuatro veces desde el año 2000. La mayoría de los países han inyectado más dinero en educación preescolar y en los programas de transferencias  condicionadas, mientras que los programas de cuidado infantil y crianza de los hijos han disfrutado incrementos de inversión más modestos.  Esta asignación resulta desafortunada, ya que los programas de crianza de los hijos que reciben la asignación más pequeña de los presupuestos generales, han demostrado generar el mayor retorno a la inversión.

El tacaño manejo presupuestal de los niños en la región refleja una mala decisión de inversión. El gasto en la primera infancia podría ser una de las mejores inversiones que un gobierno puede hacer. Para empezar, entre más pronto invierte el gobierno en un niño, más duraderos los beneficios que el país cosechará. Por otra parte, las inversiones realizadas en los niños pequeños magnifican los retornos a las inversiones realizadas posteriormente en la vida de un individuo. Por ejemplo, el gasto en educación universitaria o de formación para alguien que se benefició de la inversión en sus primeros años probablemente tendrá una recompensa mayor que el dinero gastado en un individuo que no disfrutó de una atención de calidad desde el principio. Por último, los beneficios de las inversiones tempranas florecen en la edad adulta. Un estudio en Jamaica reveló que los niños que se beneficiaron de una intervención en los dos primeros años de vida y se siguieron durante veinte años más tarde, tenían coeficientes intelectuales más altos, ganaban un 25% más,  tenían menor tendencia a la depresión y tenían menos probabilidades de involucrarse en actividades delictivas que los niños que no se beneficiaron de la intervención.

Por supuesto, la solución no es únicamente más dinero. Otro mensaje importante del libro es que la cantidad no puede sustituir a la calidad cuando se trata del cuidado de la primera infancia. Y la calidad se mide menos en términos de ladrillos y cemento y más en términos de los beneficios intangibles de las interacciones entre los cuidadores y los niños.

Por subestimar los cuidados a sus ciudadanos más jóvenes, los gobiernos están perdiendo la oportunidad de impactar no sólo la vida de sus hijos, sino el bienestar de sus sociedades en las próximas décadas.  Niños felices, saludables, e estimulados llegan a ser adultos productivos y participativos. Y dirigiéndose a los niños de bajos ingresos, el gasto en la primera infancia puede ser un instrumento redistributivo eficaz que puede reducir la transmisión intergeneracional de la pobreza y la desigualdad. El futuro de una nación está en las manos de sus hijos. Ellos necesitan y merecen más que centavos para asumir la tarea.

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Venezuela: Foro de Intelectuales y Artistas en Defensa de la Humanidad

 

Fuente: Correo del Orinoco/ 14-04-16.-Matías Bosh durante su participación en el Foro de Intelectuales y Artistas en Defensa de la Humanidad, “Venezuela en la Encrucijada”, donde se desarrollo el tema de la “guerra económica y organización popular” destacó la necesidad del chavismo de reconstruir mayoría política más allá de los partidos.

El invitado proveniente de República Dominicana, destacó que tomando en cuenta que el gobierno de Nicolás Maduro es producto del apoyo popular y de unas fuerzas armadas patriotas la consigna que debe manejar el chavismo para la construcción de una mayoría política debe ser “Venezuela ahora es de todos” y no de los burócratas o de las élites económicas.

Para el profesor e investigador de la Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (RD): “El chavismo no debe cesar en el objetivo de las clase oprimidas por imponer un modelo de Estado pero para ello debe superar sus diferencias internas como contraposición con la visión simplista de la democracia burguesa que intenta resumir la política a la lucha entre fracciones por el poder”.

“Si no hubiese antagonismo de clases sociales no hubiese necesidad de mediador y en Venezuela, sigue habiendo clase explotadora y explotada”, que generan confrontaciones, dijo.

EDUCACIÓN LIBERADORA

El pedagogo venezolano Luis Bonilla-Molina aseguró que nuestro país es el epicentro de la lucha entre las instancias financieras y económicas globales que dirigen la agenda educativa planetaria frente a al sistema pedagógico liberador propuesto por la revolución bolivariana.

Bonilla llamó la atención sobre el riesgo que contiene para la perspectiva humanista e integral de la educación, el “apagón pedagógico mundial” que ensayan los organismos multilaterales en alianza con gobiernos de derecha y corporaciones para reducir las áreas del sistema educativo, a la enseñanza de matemática, lecto-escritura, conocimiento científico y tecnología.

Para el neoliberalismo la pedagogía liberadora puede ser un elemento subversivo de la sociedad, tomando en cuenta que genera una ciudadanía crítica y un desarrollo integral de la persona. Ante este panorama intentan imponer mediante modas tecnocráticas, una educación politécnica en las que imperan las didácticas, el gerencialismo, la formación de planificadores, la evaluación cualitativa y cuantitativa o sistemas de clasificación por currículo o ranking universitario.

Según Bonilla-Molina, en contraste con esta tendencia neoliberal “la revolución bolivariana propone mucha educación y formación para democratizar el conocimiento, no para convertirnos en élites sino para que pueblo sea el instrumento cabal y consciente de la transformación de la sociedad”.

“La revolución bolivariana trabaja de manera renovada para garantizar el derecho humano a la educación para todos y todas, la educación pública, gratuita y de calidad para todos y todas, así como la recuperación de la educación guiada por las ciencias pedagógicas y no por la lógicas del mercado”, sentenció.

El docente recordó que a la llegada de la revolución bolivariana al poder, “el Estado no tenía capacidad de responder a la enorme necesidad de democratizar el conocimiento, a lo que Chávez respondió con la creación de las misiones, en especial las educativas que permitieran al pueblo organizado apropiarse del conocimiento que le había sido negado por años para poder ser un pueblo soberano”.

OSADÍA PROGRESISTA

Héctor Díaz Polanco, ensayista, antropólogo, sociólogo e historiador mexicano, afirmó que la guerra económica del imperialismo contra Venezuela y otros países con gobiernos progresistas en la región está vinculada al “castigo” por su osadía de haber desafiado al modelo capitalista en su fase neoliberal.

“En nuestro país es el interés de lo común lo representa el Estado. Estamos en un momento histórico en que un sistema intenta desplazar lo común y minimizar el papel del Estado y como contrapartida impulsar y expandir los intereses particulares que actúan en el mercado”, explicó.

MÉXICO BOLIVARIANO

Héctor Díaz Polanco, dirigente del Movimiento de Regeneración Nacional (MORENA), comentó que en México la oposición trabaja en la construcción de una mayoría política que gane las elecciones nacionales de manera avasallante para no dar espacio al fraude electoral impuesto por el partido priista mediante el mágico proceso de aparición de más votos que los emitidos y la compra de votos.

“Las posibilidades que gane Morena en las elecciones del 2018 son muy altas. La intención no sólo es ganarle sino arrasarles como única posibilidad que la variable fraude no intervenga de nuevo” argumentó.

En cuanto a la inclusión de su país a la onda de gobiernos progresista, Díaz Polanco, enfatizó que por lo menos para él “es importante que México pueda integrarse a los países de América Latina que están haciendo los cambios a fin de consolidarlos y profundizarlos. Esa es una tarea que México podrá realizar. Imagínense a México en el escenario de cambios Latinoamericano. Digámoslo directo, la integración de México a la revolución bolivariana.

BLOQUE PROGRESISTA

Juan Manuel Karg, analista internacional argentino aseveró que lejos de estar acabado el socialismo en America Latina, estamos a las puertas que en países como Argentina, Uruguay, Paraguay, Honduras, Argentina, Brasil y hasta México se instauren gobiernos progresistas mientras en Bolivia, Ecuador, Venezuela y Nicaragua se mantengan.

El licenciado en ciencias políticas, criticó las políticas neoliberales implementados por el presidente argentino Mauricio Macri que han dejado sin empleo a miles de argentinos, y devaluado la moneda local y recomendó a los periodistas venezolanos consultarle a Lilian Tintori, esposa del dirigente político Leopoldo López, quien cumple condena por diversos delitos, si comparte estas medidas económicas tomando en cuenta los vínculos políticos que mantienen.

Fuente: http://www.aporrea.org/

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IV Congreso Latinoamericano y Caribeño de Ciencias Sociales. Abierto plazo de envío de propuestas de simposios.

FLACSO convoca el IV Congreso Latinoamericano y Caribeño de Ciencias Sociales que se celebrará en la sede de FLACSO España en la ciudad de Salamanca, los días 17,18 y 19 de julio de 2017. El objetivo del congreso es reflexionar sobre el estado actual de las ciencias sociales en América Latina y explorar los aportes académicos que se pueden hacer desde la región. El evento está dirigido a estudiantes, investigadores y académicos no solo de América Latina sino también otras partes del mundo, y tiene como propósito agrupar las principales y más recientes reflexiones sobre la región.

Plazo de presentación de simposios: hasta el 15 de junio de 2016.

En la página web de FLACSO España se encuentra toda la información necesaria así como el formulario para el envío de propuestas:

http://www.flacso.es/iv-congreso-latinoamericano-y-caribeno-de-ciencias-sociales/

 

Comité Organizador
IV Congreso FLACSO

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Educación contra la piratería

POR CÉSAR ANTONIO MOLINA

No nos equivoquemos una vez más. La piratería no solo se arregla con medidas punitivas sino, sobre todo y fundamentalmente, con una mejor educación y cultura. Es en los colegios y en los institutos primero y, luego, en las universidades donde hay que crear la conciencia de que eso no se debe hacer por un sinfín de motivos que podríamos resumirlos en tres. La piratería es un robo. La piratería atenta directamente contra unas actividades profesionales perfectamente regladas laboral y fiscalmente. Y, por último, la piratería destruye el tejido cultural e industrial de un país dejando de ingresar millones de euros necesarios para pagar los propios gastos y obtener medios para seguir subsistiendo. También se destruyen miles de puestos de trabajo.

A mis jóvenes alumnos de la universidad, la mayor parte de ellos militantes acérrimos de la gratuidad en la Red, les pregunto siempre por la profesión de sus padres: abogados, médicos, arquitectos y un sinfín de diversas ocupaciones, y les comento qué les parecería si les robaran sus dictámenes jurídicos, los diagnósticos, o sus planos y, además, les propusieran que trabajaran gratuitamente. De qué vivirían ellos. ¡Silencio!

Educación y cultura

 Los jóvenes deben llegar a la universidad ya concienciados no solo de lo que es la piratería, sino de lo que es la democracia, el parlamento, la Constitución, la libertad, la historia y la cultura de su país. Porque todo aquello que no se conoce no se ama. Por tanto, no solo leyes, no solo sanciones, no solo inspecciones; sino que, además de todo esto, sobre todo, educación, mucha educación y mucha cultura. Este es el verdadero, endémico, profundo y esencial problema de este país. Un país que, a diferencia de la mayoría de los de su entorno, no se quiere, no se respeta, se desconoce a sí mismo. ¿Por qué? Porque todo esto se enseña, porque todo esto se aprende en los colegios y también en la propia familia. Un pacto de estado para la educación y la cultura.

Un pacto de estado para salir de la cúpula de las listas de los países que más piratería llevan a cabo. Aquellos en los que mejor funciona su educación no padecen esta vergüenza e ignominia. Libros, películas, música, los crean miles de personas que viven de su trabajo. Respetémoslos como lo hacemos con aquellos que construyen nuestras casas, defienden nuestras leyes o se ocupan de nuestra salud. También la creación es una medicina para el espíritu.

Publicado originalmente en:http://www.abc.es/cultura/musica/abci-educacion-contra-pirateria-201604121817_noticia.html

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ODS/ Objetivo 5: Igualdad de género

Lograr la igualdad entre los géneros y empoderar a todas las mujeres y niñas

Empoderar a las mujeres y promover la igualdad de género es fundamental para acelerar el desarrollo sostenible. Poner fin a todas las formas de discriminación contra mujeres y niñas no es solo un derecho humano básico, sino que además tiene un efecto multiplicador en todas las demás áreas del desarrollo.

Desde 2000, la igualdad de género es un aspecto primordial de la labor del PNUD, sus socios de la ONU y el resto de la comunidad global, y se han registrado algunos avances extraordinarios. Más niñas asisten hoy a la escuela que hace 15 años y en la mayoría de las regiones se logró la paridad de género en educación primaria. Además, las mujeres constituyen hoy el 41% de la fuerza laboral remunerada no agrícola, en comparación con el 35% en 1990.

Los Objetivos de Desarrollo Sostenible se apoyarán en estos logros para garantizar el fin de la discriminación a mujeres y niñas en todo el mundo. Sin embargo, en algunas regiones aún existen grandes desigualdades en el acceso a empleo remunerado entre hombres y mujeres y enormes brechas en el mercado laboral. Los obstáculos más difíciles de superar y que aún persisten son la violencia y la explotación sexual, la división desigual del trabajo no remunerado -tanto doméstico como en el cuidado de otras personas- y la discriminación en la toma de decisiones en el ámbito público.

Garantizar el acceso universal a salud reproductiva y sexual y otorgar a la mujer derechos igualitarios en el acceso a recursos económicos, como tierras y propiedades, son metas fundamentales para conseguir este objetivo. Hoy más mujeres que nunca ocupan cargos públicos, pero alentar a más mujeres para que se conviertan en líderes en todas las regiones ayudará a fortalecer las políticas y las leyes orientadas a lograr una mayor igualdad entre los géneros.

La igualdad de género es uno de los 17 Objetivos Globales de la nueva Agenda para el Desarrollo Sostenible. Un enfoque integral es crucial para avanzar en los diversos objetivos.

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Grynspan: El crecimiento incluyente de Iberoamérica pasa por el conocimiento.

www.eldia.es/14-04-2016/

Bogotá, EFE La titular de la Secretaría General Iberoamericana (Segib), Rebeca Grynspan, afirmó hoy en Bogotá que para que Iberoamérica tenga posibilidades de crecimiento económico incluyente es necesario apostar por el conocimiento, la innovación, la ciencia y la tecnología.

«Somos países que llaman de renta media, que hemos sacado 60 millones de personas de la pobreza durante los últimos quince años, 80 (millones) han entrado en clase media. Por primera vez Latinoamérica tiene menos personas en pobreza que en sectores medios», dijo Grynspan durante el XIV Pleno del Consejo Universitario regional que comenzó hoy en Bogotá.

En su opinión, la vinculación de la universidad y la educación superior con «las ideas mismas de progreso» es inevitable.

También destacó que «una de las tareas más importantes» que tiene ahora la región es lo que no hizo «en los años de bonanza», la diversificación de la matriz productiva.

«Lo vamos a tener que hacer ahora con menos recursos y solo se puede hacer con inversión en ciencia, tecnología, investigación, espacios para la creatividad de esos jóvenes que hoy están más educados y pueden dar más a la sociedad», razonó Grynspan.

Para la secretaria general de la Segib, la «complicada realidad» que atraviesa actualmente la región, que es «mucho más exigente», va a requerir el respaldo de las universidades y de instituciones de educación superior para poder enfrentar estos retos de una manera que permita un futuro promisorio.

«La cooperación universitaria es un punto muy importante», subrayó.

Grynspan señaló que la construcción del conocimiento «es una tarea colectiva», por lo que debe «estar vivo» el Espacio Iberoamericano del Conocimiento (EIC), proyecto orientado a la transformación de la educación superior, y articulado en torno a la investigación, el desarrollo y la innovación.

Asimismo, se refirió a la Alianza por la Movilidad Académica en Iberoamérica, que tiene un carácter similar al programa Erasmus de la Unión Europea (UE) y en el que avanzarán durante la reunión que concluye mañana.

En este sentido, dijo que al compararse con el resto de continentes se puede observar cómo en Asia un 7 % de los estudiantes universitarios estudia en un país que no es el propio, mientras que en América Latina es menos del 1 %.

«Esa posibilidad de movilidad académica va a estar disponible para los muchachos que tienen mejores condiciones económicas, eso va a sesgar sus posibilidades de inserción en el mercado laboral», comentó.

La costarricense aseguró que al preguntar a los empresarios qué habilidades necesitan en sus empleados, estos responden «que necesitan personal que sepa trabajar en equipo, en ambientes diversos y multiculturales».

Eso requiere de una experiencia educativa internacional para las dos terceras partes de los estudiantes universitarios iberoamericanos que son los primeros en su familia en acceder a la educación superior.

«Por eso nos empeñamos en las 200.000 movilidades en 2020, para poder dar una posibilidad a ese contingente universitario que tenga una experiencia educativa mas allá de su país», agregó.

El programa de intercambio, que todavía no cuenta con un nombre oficial para su lanzamiento, supone para Grynspan «una posibilidad de darles esa oportunidad» a los nuevos universitarios y «tiene que ver con los temas de acreditación, de calidad y políticas públicas», entre otros.

«Muchas veces se ha planteado un ‘Erasmus Iberoamericano’, lo que uno se pregunta no es si nadie lo ha planteado antes, sino por qué no se hizo antes», señaló.

Entre los principales obstáculos con los que ha contado en opinión de Grynspan es que la UE tiene un presupuesto comunitario e Iberoamérica no.

Durante los dos días de reuniones está prevista la adhesión de Andorra a la Alianza por la Movilidad Académica en Iberoamérica.

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