Page 196 of 203
1 194 195 196 197 198 203

Unesco: Se incrementa matrícula en escuelas privadas en América Latina.

www.etcetera.com.mx/14-04-2016/

En trece años, la matrícula escolar en centros educativos privados de preescolar, primaria y secundaria se incrementó en toda América Latina y el Caribe, advierte la Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (Unesco).

En el documento “Declaración de Lima. Balances y Desafíos para la Agenda Educativa Regional 2015-2030”, suscrito por los ministros de educación latinoamericanos, se destaca que en el periodo comprendido entre 2000 y 2013 el número de alumnos que acudieron a escuelas particulares pasó de 23.9 a 24.5% en preescolar, de 14 a 18.1% en primaria y de 17.6 a 19% en secundaria.

En el texto se manifiesta que los gobiernos de la región se comprometen a “fortalecer la educación pública como garantía para la construcción de la democracia y el derecho a la educación”. No obstante, se señala que deberá prestarse mayor atención a la “diversificación de fuentes de financiamiento”.

Los ministros de Educación suscribieron una recomendación para que, de acuerdo a las posibilidades fiscales de los países, se alcance gradualmente la referencia internacional de invertir el 6 por ciento del Producto Interno Bruto (PIB) y destinar el 20 por ciento del presupuesto público total a la educación, a fin de avanzar hacia un incremento de estos porcentajes para el año 2030.

Según datos de la Unesco, actualmente el promedio de gasto público destinado a la educación como porcentaje del PIB en la región, es de 4.9 por ciento, mientras que el gasto del gobierno destinado a este sector alcanza sólo el 14.1 por ciento.

La Declaración de Lima destaca diversos temas en los que aún se enfrentan rezagos en la región, como el que 7.7 por ciento de las personas mayores de 15 años en América y el Caribe no están alfabetizados, y que al menos 6.5 por ciento de los niños en edad escolar están fuera de la escuela en la región, cifra que se incrementó en uno por ciento en comparación con el año 2000.

(Con información de La Jornada)

Comparte este contenido:

Amor e política em tempos difíceis

“Em 2010, apenas 10% dos adultos jovens usavam mensagens para propor um primeiro encontro, mas em 2013 já eram 32%. Assim, um número cada vez maior de nós volta e meia se vê sozinho, olhando para a tela de um telefone enquanto é tomado pelas mais variadas emoções”. Os números estão no livro “Romance moderno”, co-autoria entre o humorista Aziz Ansari  e o sociólogo Eric Klinenberg, que contribuiu para o projeto com uma extensa pesquisa sobre como as pessoas de diversas partes do mundo se sentem quando trocam afetos diante de uma tela de celular. Há tempos considero as mensagens de texto inadequadas para relações afetivas. Não apenas romances, mas amizades ou relações familiares mais perdem do que ganham na lógica do whatsapp, corruptela de “what is up?”, ou “o que está rolando?”, pergunta banal que pode levar a respostas ainda mais banais.

Lembro de ter resistido até onde pude a não aderir ao whatsapp, em grande parte porque me parecia o fim de uma conversa em que, do outro lado do aparelho, seu interlocutor pode escrever duas palavras e enviar. As frases completas, com suas pontuações, pausas, argumentações, começaram a desaparecer. Claro que ainda há quem, como eu, redija textos de seis linhas, sobretudo depois que aderi ao whatsapp na web, mas na tela do celular, na velocidade e frieza dos textos curtos, soluçantes, fragmentados, a comunicação é mera ilusão, e a ferramenta mais serve para afastar do que para aproximar, mais produz mal entendidos do que diálogos.

Quando se trata de relações amorosas, existe alguma possibilidade de troca afetuosa em mensagens de áudio, onde a voz do ser amado chega carregada de todos os tons e semi-tons da delicadeza. Ainda assim, estranho quando um casal prefere trocar mensagens de voz a falar sincronicamente no bom e velho telefonema de casal. Seguindo o argumento do filósofo italiano Giorgio Agamben, os dispositivos de comunicação podem produzir dessubjetivações, argumento que contraria grande parte dos estudos que buscam identificar novas formas de subjetivação nessas novas formas de conversa.

Isso que se passa no amor também acomete outra paixão, a política. O pathos do debate político – em que pese a inexorável e necessária democratização da informação via redes sociais – é inflamado, e nessa conversa tudo importa: o tom de voz, as argumentações de parte a parte, as interrupções, as pausas, os silêncios, as exasperações. Nada disso é coerente com ambientes como o do Facebook ou do Twitter, onde as polarizações muitas vezes são resultado de dois extremos: ou falta conversa ou há excesso de troca de mensagens, sem que ninguém se entenda.

A intenção dessas reflexões não é nem nostálgica – ah, como era bom quando discutíamos política no bar ou quando namorar à distância era só falar ao telefone – nem é de repúdio aos debates nas redes, o que seria de todo inútil ou vazio. A ideia é pensar que as formas de relação afetivas, assim como as formas de debate político, estão ainda mais marcadas por mecanismos de desentendimento que, embora se apresentem como facilitadores, mas não necessariamente o são, por exigirem dos sujeitos outras habilidades diferentes daquelas que caracterizavam a conversa por voz. Lembro que por muito tempo acreditamos que a voz – como produção de som com sentido –foi aquilo que distinguiu os humanos dos não-humanos. Observo que o vazamento de áudios de conversas telefônicas mobilizam não apenas pelo seu conteúdo, mas pelo poder da voz em transmitir aquilo que vai além do texto.

Seja no amor intermediado por mensagens de texto, como tão bem discutem os autores de “Romance moderno”, seja na política via internet, como se vê todos os dias em ambientes cada vez mais inflamados por polarizações, há ganhos e perdas. Em tempos de crise de representação, a fala direta dos sujeitos políticos, via redes sociais, tem valor de contestação do modelo de democracia representativa, só capaz de representar a si mesma e a seus interesses particulares. Ao mesmo tempo, como num velho ditado popular, por vezes o Facebook parece aquela “casa em que falta pão, todo mundo grita e ninguém tem razão”.

Em tempos de crise nas relações amorosas, a troca de mensagens de texto pode indicar o desengajamento dos sujeitos em suas parcerias afetivas, ou pode simplesmente aumentar a ansiedade envolvida nessas trocas, como também identificam os autores e “Romance moderno”. Se há mais ganhos do que perdas, ou vice-versa, impossível contabilizar. Pensar nas transformações, no entanto, talvez seja uma forma de não se deixar levar ingenuamente pelo que muda. Ou, um modo de resistir a não me tornar muda.

Comparte este contenido:

Brasil: Universidade sem Tecnologia?

Burocratizadas e inertes, instituições entregam a Google e Microsoft serviços pedagógicos e comunicacionais estratégicos. Na era da Economia do Conhecimento, país pode conformar-se à submissão

 

Cansadas dos ataques e dos constantes cortes de verba, as universidades públicas parecem não querer mais existir. Mantêm o mínimo, mas vão fazendo cortes lentos que implicam, na prática e no médio prazo, na cessão para parceiros privados de várias coisas que as definem, que historicamente fazem parte da sua missão. Com isso, vão abdicando de sua autonomia intelectual e de implementação de tecnologias orientadas de acordo com seus princípios públicos.
O exemplo mais recente e flagrante vem da área de tecnologia da informação. Google e Microsoft vêm estabelecendo parcerias com diversas universidades públicas brasileiras para oferecer “tecnologias educacionais”. Na prática, as instituições vão abrindo mão de seu parque computacional, ao mesmo tempo que promovem os produtos dos parceiros. Os alunos, funcionários e docentes recebem, com frequência, e-mails vindos dos centros de computação das universidades convidando para a adesão aos serviços. Com o convite feito de maneira institucional é fácil prever o resultado: adoção de tecnologias externas em detrimento de algo produzido e gerenciado autonomamente.
Em sua grande maioria, são aplicações que a universidade já oferece, como serviço de e-mail e ferramentas tecnológicas de acompanhamento didático. A Unicamp, uma das que estabeleceu acordos, oferece serviço de e-mail e ferramentas como o Moodle, um software livre produzido colaborativamente; e o Teleduc, ferramenta também livre mas concebida pelo Núcleo de Informática Aplicada à Educação. Agora as inciativas livres competem com a GAFE, Google Apps for Education, serviço da empresa do Vale do Silício já altamente criticado por organizações internacionais como a Electronic Frontier Foundation (EFF), que mantém a campanha “Espionando Estudantes: aparelhos educacionais e a privacidade dos estudantes”.
O discurso oficial das universidades é o da liberdade de escolha. Cada indivíduo seria livre para escolher qual tecnologia usar, pesando individualmente as eventuais facilidades contra os riscos e prejuízos. Dá até pra chamar de “falácia Microsoft”, de tanto que a empresa usou esse tipo de argumento quando combatia as políticas de incentivo ao software livre. Só que no mundo real as coisas não funcionam exatamente assim, os indivíduos não seres independentes e absolutos num vácuo de poder. O dinheiro pesa, assim como a publicidade e a interligação entre os produtos. De um lado, temos universidades pressionadas sempre a cortar custos. De outro, empresas bilionárias interessadas nos dados de navegação e nos conteúdos produzidos pelos estudantes, capazes de explorar economicamente essas informações (no mercado publicitário ou onde a imaginação delas permitir). Tudo é oferecido gratuitamente mas, se é verdade o dito neoliberal de que “não há almoço grátis”, só podemos imaginar que as empresas sabem muito bem como extrair valor dessa massa informacional.
O desfecho não é difícil de imaginar. As instituições públicas tendem a abandonar a prestação desses serviços de infraestrutura educacional, fazendo cortes e reduzindo custos, mas ao mesmo tempo abdicando de sua missão de produzir e aplicar tecnologias em seu corpo estudantil. Dá pra se imaginar também que aqueles que não se juntarem à maioria, os “chatos” que insistem em discutir e problematizar as decisões tecnológicas, vão ter que conviver com um serviço cada vez mais sucateado e abandonado. A estratégia aí se parece com a de outro gigante da tecnologia, a Monsanto, que foi produzindo um fato consumado em favor dos transgênicos, de modo a forçar a aceitação das variedades da sua soja via contaminação.
E, é claro, é preciso falar de privacidade e vigilância. Instituições federais como a UFPE e a UTFPR já usam a GAFE (a sigla tem um efeito cômico ótimo em português, registre-se) e outras, como a Unifesp, já estudam sua adoção. Porém, na esteira das revelações de Edward Snowden, há um decreto federal (8.135, de 2013) que diz, em seu artigo primeiro que “as comunicações de dados da administração pública federal direta, autárquica e fundacional deverão ser realizadas por redes de telecomunicações e serviços de tecnologia da informação fornecidos por órgãos ou entidades da administração pública federal, incluindo empresas públicas e sociedades de economia mista da União e suas subsidiárias”. Ao que tudo indica, os acordos não se conformam ao decreto, cuja preocupação efetiva era a inviolabilidade das comunicações.
As críticas da EFF, feitas no contexto dos EUA, vão nesse sentido. Ela já apresentou queixa à Comissão Federal de Comércio (Federal Trade Commission) acusando o Google de violar acordos que estabelecem a proibição da venda de informações de alunos e a necessidade de políticas transparentes sobre a coleta e uso de dados. Após as queixas, a Google desativou a coleta de dados dos estudantes para fins publicitários nos serviços do GAFE. Porém, em outras plataformas interconectadas pela mesma senha usada no GAFE valem as mesmas regras de todos os outros serviços como Drive, Blogger, YouTube e Gmail: os usuários são monitorados e vigiados eletronicamente o tempo todos, para fins de extração informações a serem usadas com objetivos publicitários, além de serem submetidos a anúncios escolhidos a partir desses dados de navegação.
O uso do e-mail é, em particular, especialmente perigoso. No caso das universidades, trata-se de uma massa especial de usuários, reunindo pesquisadores ativos na produção de conhecimento e tecnologias sensíveis. Essas informações não ficam em solo brasileiro, nem respondem às leis brasileiras. Estão na Califórnia, regidas pelas leis daquele estado norte-americano. Ao mesmo tempo que se omitem e não estimulam o uso de dados criptografados por parte de seus usuários, as universidades transferem as bases de dados para países que notoriamente abusam da vigilância, também com fins econômicos.
E há a questão da exploração econômica da base de dados em si mesma, como recurso a ser minerado para a extração de informações que vão orientar o desenvolvimento de produtos, campanhas de marketing, identificar tendências de comportamento etc. A comunidade acadêmica peca em não reconhecer o altíssimo valor econômico desses dados e, ingenuamente, parece pensar estar fazendo uma boa troca. No curto prazo, facilita a vida do administrador espremido com o encolhimento das verbas. No médio e longo prazo, ameaça os empregos do corpo técnico da universidade e a autonomia tecnológica. Terceirizada em sua estrutura — segurança, limpeza, alimentação e em certo sentido até na docência, com professores colaboradores e pós-graduandos –, esquálida, torna-se incapaz de cumprir sua função social, que vai muito além da formação de mão de obra para o mercado.
Desde o inicio dos anos 2000, nas conflituosas disputas da Organização Mundial do Comércio, os países ricos vêm tentando estabelecer regras que lhes permitam vender serviços, como pacotes educacionais, aos países pobres. Pelo visto, encontraram novas formas de lucrar com os mesmos pacotes, na era da extração de valor em cima de bases de dados e informações.
Comparte este contenido:

Brasil:UnB e ONU debatem violência contra mulher nas universidades

América del Sur/Brasil/Abril 2016/Fuente: y Autor: Nodal

Resumen: La Universidad Nacional de Brasilia y la ONU sostuvieron un encuentro para discutir propuestas entre la comunidad academica para la conscientización, prevención y penalización de la violencia hacia las mujeres en la institución.

O Decanato de Assuntos Comunitários da Universidade de Brasília (UnB) discutiu propostas da comunidade acadêmica para a conscientização, prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres na instituição.

O debate ocorre após a morte da estudante de biologia Louise Ribeiro, 20 anos, assassinada na UnB em 10 de março pelo ex-namorado e colega de curso, e em meio a relatos de machismo e violência contra mulher dentro dos campi.

A reunião e as ações propostas têm apoio da ONU Mulheres no Brasil. Segundo a decana de Assuntos Comunitários, Thérèse Hofmann, a ideia é otimizar todas ações e competências que a universidade tem e organizar uma rede para atender à comunidade acadêmica, incluindo parcerias externas.

As ações propostas hoje foram pensadas a partir de demandas das alunas, professoras e funcionárias. “Ficamos muito felizes com as novas contribuições. Partimos de uma base que poderia ser rejeitada, mas teve um bom acolhimento. Mas a Reitoria não vai fazer nada sozinha, o pressuposto da criação de uma rede é isso, agregar as competências”, disse.

Segundo a coordenadora da campanha da ONU Mulheres “Valente não é violento”, Amanda Kamanchek, a agência das Nações Unidas e a UnB assumiram o compromisso institucional de atuar para prevenir a violência contra mulheres por meio de um memorando de entendimento assinado em outubro de 2015, e algumas ações já foram desenvolvidas de lá para cá.

“Isso foi reforçado agora, com a morte da Louise, quando vimos a importância de trabalhar esse assunto e quanto os homens ainda precisam ouvir essa mensagem de que valente não é violento”, disse.

A UnB também já aderiu ao Movimento ElesPorElas (HeForShe) de Solidariedade pela Igualdade de Gênero, proposto pela ONU Mulheres, para mobilizar especialmente os homens e meninos na defesa dos direitos de mulheres e meninas.

Propostas para a UnB

Segundo Thérèse Hofmann, algumas propostas já podem ser efetivadas em 2016 e devem ser continuadas e repetidas a cada semestre, quando a universidade recebe mais de quatro mil novos estudantes. As propostas recebidas da comunidade acadêmica durante o debate serão analisadas e articuladas com os demais entes da universidade.

A primeira sugestão apresentada nesta terça-feira foi a de um curso de extensão sobre masculinidade para homens, incluindo docentes e técnicos administrativos.

“A ideia é que os homens possam refletir quais são as atitudes e comportamentos que levam à violência contra as mulheres. Para que eles entendam e possam desconstruir valores machistas. É um espaço para que eles se modifiquem”, disse Amanda, da ONU Mulheres.

Outras iniciativas de formação incluem cursos de extensão sobre feminicídio; formação de professoras e professores em gênero e relações raciais; criação de disciplina sobre pensamento social brasileiro e relações de gênero; e realização de um ciclo de palestras sobre direitos das mulheres.

Entre as propostas administrativas estão a auditoria de segurança das mulheres nos campi da UnB; campanha pelo fim da violência contras as mulheres, preparadas e discutidas pelos próprios estudantes; concurso de vídeos de um minuto com o tema da campanha da ONU Mulheres; promoção de trote sem violência, racismo, sexismo e lesbohomotransfobia; e inclusão do tema diversidade na revista ParticipAção, do Decanato de Extensão.

Acolhimento

Para a professora Lourdes Bandeira, do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher, a violência contra mulher tem se acirrado não só na universidade mas na sociedade brasileira.

“E como universidade temos que contribuir para que essa violência deixe de existir, como o caso que tivemos recentemente [da morte da estudante Louise], sem contar o cotidiano que é pautado por assédios e violências simbólicas, além do estupro”, disse.

Segundo Lourdes, as atividades propostas no debate de hoje são positivas, mas devem ser articuladas para ter visibilidade e abrangência maiores. A professora sugere que a UnB tenha um centro de acolhimento, com equipe multidisciplinar, para prestar informações, alertar e atender a mulheres e homens que sofrem ou sofreram violência de gênero.

“Quando a Louise recebeu o e-mail do ex-namorado dizendo que ele queria se matar, se ela tivesse passado em um centro desse teria sido mais difícil aquilo acontecer.”

 

Fuente de la noticia:http://www.nodal.am/2016/04/brasil-universidad-y-onu-discuten-propuestas-para-erradicar-las-violencias-hacia-mujeres/

Fuente de la imagen:http://www.nodal.am/wp-content/uploads/2016/04/size_810_16_9_mulher-luta-pelos-seus-proprios-direitos-e-pela-vida.jpg

Comparte este contenido:

Vídeo: Pra que(m) serve seu conhecimento?

Este vídeo trata do tema de pesquisa do grupo PET Educação Popular da Unifesp-Baixada Santista. O tema principal suscita questionamentos acerca da função da Universidade em relação ao conhecimento que produz e reproduz. A Educação Popular freiriana é apontada como um modo de fazer diferenciado, que vai na contramão desse conhecimento, respeitando os mais variados saberes, experiências e vivências.

 

Comparte este contenido:

Miseria en la cultura: decepción y depresión

 En 1930 Sigmund Freud escribió su famoso libro El malestar en la cultura y ya en la primera línea denunciaba: «en lugar de los valores de la vida, se prefiere el poder, el éxito y la riqueza, buscados por sí mismos». Hoy día estos factores han alcanzado tal magnitud que el malestar se transformado en miseria en la cultura. La COP-15 en Copenhague nos dio la demostración más cabal: para salvar el sistema del lucro y de los intereses económicos nacionales no se ha temido poner en peligro el futuro de la vida y del equilibrio del planeta sometido ya a un calentamiento que, si no es encarado rápidamente, podrá exterminar a millones de personas y liquidar gran parte de la biodiversidad.

La miseria en la cultura, o mejor, de la cultura, se revela por medio de dos síntomas verificables en todo el mundo: la decepción generalizada en la sociedad y una profunda depresión en las personas. Ambas tienen su razón de ser. Son consecuencia de la crisis de fe por la que está pasando el sistema mundial.

¿De qué fe se trata? Es la fe en el progreso ilimitado, en la omnipotencia de la tecnociencia, en el sistema económico-financiero, con su mercado, que actuarían como ejes estructuradores de la sociedad. La fe en estos dioses poseía sus credos, sus sumos sacerdotes, sus profetas, un ejército de acólitos y una masa inimaginable de fieles.

Hoy día esos fieles han entrado en una profunda decepción porque tales dioses se han revelado falsos. Ahora están agonizando o simplemente han muerto, y los G-20 tratan en vano de resucitar sus cadáveres. Los que profesan esta religión fetiche constatan ahora que el progreso ilimitado ha devastado peligrosamente la naturaleza y es la principal causa del calentamiento global. La tecnociencia que, por un lado, ha traído tantos beneficios, creó una máquina de muerte que sólo en el siglo XX mató a 200 millones de personas y es hoy capaz de exterminar a toda la especie humana; el sistema-económico-financiero y el mercado quebraron y si no hubiera sido por el dinero de los contribuyentes, a través del Estado, habrían provocado una catástrofe social. La decepción está estampada en los rostros perplejos de los líderes políticos, que no saben ya en quien creer y qué nuevos dioses entronizar. Existe una especie de nihilismo dulce.

Ya Max Weber y Friedrich Nietszche habían previsto tales efectos al anunciar la secularización y la muerte de Dios. No que Dios haya muerto, pues un Dios que muere no es «Dios». Nietszche es claro: Dios no murió, nosotros lo matamos. Es decir, para la sociedad secularizada Dios no cuenta ya para la vida ni para la cohesión social. En su lugar entró el panteón de dioses que hemos mencionado antes. Como son ídolos, un día van a mostrar lo que producen: decepción y muerte.

La solución no estriba simplemente en volver a Dios o a la religión, sino en rescatar lo que significan: la conexión con el todo, la percepción de que la vida y no el lucro debe ocupar el centro, y la afirmación de valores compartidos que pueden proporcionar cohesión a la sociedad.

La decepción viene acompañada por la depresión. Ésta es un fruto tardío de la revolución de los jóvenes de los años 60 del siglo XX. Allí se trataba de impugnar una sociedad de represión, especialmente sexual, y llena de máscaras sociales. Se imponía una liberalización generalizada. Se experimentó de todo. El lema era «vivir sin tiempos muertos; gozar la vida sin trabas». Eso llevó a la supresión de cualquier intervalo entre el deseo y su realización. Todo tenía que ser inmediato y rápido.

De ahí resultó la quiebra de todos los tabúes, la pérdida de la justa medida y la completa permisividad. Surgió una nueva opresión: tener que ser moderno, rebelde, sexy y tener que desnudarse por dentro y por fuera. El mayor castigo es el envejecimiento. Se concibió la salud total, y se crearon modelos de belleza, basados en la delgadez hasta la anorexia. Se abolió la muerte, convertida en un espanto.

Tal proyecto posmoderno también fracasó, pues con la vida no se puede hacer cualquier cosa. Posee una sacralidad intrínseca, y límites. Si se rompen, se instaura la depresión. Decepción y frustración son recetas para la violencia sin objeto, para el consumo elevado de ansiolíticos y hasta para el suicidio, como ocurre en muchos países.

¿Hacia donde vamos? Nadie lo sabe. Solamente sabemos que tenemos que cambiar si queremos continuar. Pero ya se notan por todas partes brotes que representan los valores perennes de la condición humana: casamiento con amor, el sexo con afecto, el cuidado de la naturaleza, el gana-gana en vez del gana-pierde, la búsqueda del «bien vivir», base para la felicidad, que es hoy fruto de la sencillez voluntaria y de querer tener menos para ser más.

Esto es esperanzador. En esta dirección hay que progresar.

Comparte este contenido:

Primeras lecciones de la huelga de profesores de Río de Janeiro, Brasil

Fuente: La Izquierda Diario/ 10 de Abril de 2016

Los estatales anuncian medidas de lucha. Los profesores siguen en huelga desde hace 36 días. Los estudiantes ocupan escuelas en defensa de la educación. Avanzar en la unidad para enfrentar los ajustes.

Desde hace semanas Río de Janeiro es escenario de diversas huelgas y movilizaciones. Diferentes sectores de trabajadores estatales declararon que ya están o saldrán a la huelga en los próximos días. Los profesores del Estado están de paro desde hace 36 días y ya son 13 las escuelas ocupadas por los estudiantes en apoyo a su lucha y en defensa de la educación. Todo este potencial necesita unirse y coordinarse teniendo en vista la organización de acciones combativas para enfrentar los ajustes del gobernador Pezão (PMDB), que aplica la misma receta que el gobierno federal del PT. Es necesario avanzar en las medidas de lucha, paralizar la ciudad y superar el rutinarismo de las direcciones sindicales. Los trabajadores y la juventud no debemos pagar la crisis.

Estas luchas se dan en un contexto político y económico nacional convulsionado por los intentos de la derecha de imponer un golpe institucional, que se alterna entre los intentos de impeachment y el clamor de elecciones generales y por la continuidad de los ajustes contra los trabajadores y la juventud que aplican los gobiernos estaduales y a nivel nacional.

Durante la primera semana de abril, el gobierno del PT recortó nacionalmente más 4,2 billones de reales del área de Educación. En Río de Janeiro los trabajadores del sector público continúan sin cobrar sus salarios o cobrando en cuotas. Se conoció en estos días que entre los años 2008 y 2013 fueron favorecidas empresas de diversos sectores económicos, con exenciones impositivas, que totalizan nada menos que 138 billones de reales. Mientras tanto, los trabajadores, la juventud y el pueblo sufren las consecuencias de los ajustes.

El contexto político y económico en el cual se dan estos conflictos hace que las huelgas y luchas en Río de Janeiro asuman otro nivel de importancia nacional. Podrían transformarse en un ejemplo concreto de una salida independiente de los trabajadores y la juventud contra el impeachment, las maniobras de la derecha y los ajustes del gobierno del PMDB y el PT, a ser seguido en todo el país para avanzar en imponer el no pago de la deuda pública y mayor presupuesto para educación y salud; para enfrentar a la derecha desatando un movimiento que cuestione esta democracia para ricos que además de garantizar enormes privilegios a sus políticos, asesina a negros, pobres y trabajadores a diario en los barrios de la periferia y las favelas que abra el camino para imponer una Asamblea Libre y Soberana. Pero para eso habría que superar a las direcciones de estos procesos. Hay que romper con el rutinarismo del Sepe (Sindicato Estadual de los Profesionales de la Educación de RJ), del Movimiento Unificado de los Servidores Públicos Estaduales (MUSPE) y buscar una unidad combativa que pueda dar una perspectiva distinta a estas luchas. Estamos a tiempo.

Organizarnos desde las bases

Para avanzar en ese camino, es necesario revertir la lógica con la cual la dirección del Sepe toma las decisiones y los profesores se limitan a participar de los actos. Los profesores en huelga desde hace más de un mes vienen demostrando una gran disposición de lucha. Sin embargo, a pesar de construir la huelga todos los días, no cuentan con un organismo que realmente exprese las decisiones de la base y que organice las acciones para imponer las demandas. Siguen rehenes de la política de actos rutinarios y asambleas en las que los comandos de huelga no tienen ningún peso y todas las decisiones quedan en manos de la dirección del Sepe.

En las asambleas las intervenciones se realizan por sorteo, sin considerar si hay representantes de sectores movilizados, si se habla en nombre de un comando de huelga y con mandatos. Del mismo modo, los comandos de huelga tal como existen no están al servicio de masificar la lucha y expresar la autoorganización de las bases. Todos los representantes, incluidos los de la dirección del sindicato como cualquier otro miembro, deben ser controlados por la base, siendo electos en las escuelas y revocables en caso de no llevar adelante las resoluciones. Organizar los comandos de esta manera no es solo un cuestión de más democracia en la decisiones, lo que ya de por sí es fundamental, es una cuestión central para avanzar en la masividad de la lucha, pues cuanto más los comandos y las asambleas expresen lo que sucede en las escuelas, la adhesión a la huelga será más activa y participativa.

Además, en las asambleas generales las propuestas planteadas por los representantes de los comandos y las resoluciones de las asambleas deben ser debatidas y puestas a votación. No puede ser que en las asambleas generales los profesores se limiten a debatir la fecha de la próxima asamblea. No se discute quiénes participarán de las negociaciones y la pauta que se aceptará o no. No se discute seriamente cómo se encuentra la movilización en las diferentes regiones. No se debate seriamente cuáles acciones deben ser llevadas adelante para fortalecer la unidad con otros sectores en lucha, como los estudiantes que están ocupando las escuelas.

Superar el rutinarismo y organizar un plan de lucha combativo

En las últimas asambleas llevamos la propuesta de: “realizar cortes de ruta, que paralicen la ciudad, como hicieron los taxistas recientemente. Una acción de este tipo, construida en unidad con los estudiantes de las escuelas, universidades y otros sectores en lucha podría romper el cerco mediático actual que la red Globo y otros medios imponen a los conflictos en curso. Podría demostrar la fuerza que tienen los trabajadores y la juventud cuando se unifican. Y ser un ejemplo para otros sectores que están padeciendo los ataques”. Sin embargo la dirección del Sepe, que dirige las asambleas, mencionó la propuesta en forma incompleta, buscando impedir que fuera aprobada.

Marta Moraes dirigente del conflicto y del Sepe, abre deliberadamente ilusiones en el gobierno del Estado. Luego de la reunión con el gobernador en ejercicio, Francisco Dorneles y el secretario de Gobierno Affonso Monnerat, la conclusión de la dirigente es que los representantes del gobierno del Estado, el mismo que paga los salarios en cuotas o simplemente no los paga mientras garantiza billones a los empresarios, “creen que la lucha de los trabajadores es justa y harían lo mismo si estuvieran en nuestro lugar”, según sus declaraciones a la red Globo. Estas declaraciones debilitan nuestra lucha porque abren ilusiones en el mismo gobierno que nos ataca. Esto conduce a otro problema. Mucho se ha dicho sobre la unidad de las luchas. Pero la unidad debe servir para obtener conquistas. Y en una situación como la de Rio de Janeiro en que la deuda pública casi supera los 2 trillones de reales en 2016, mientras el país sigue inmerso en una crisis económica cada vez mayor, hay que saber que la unidad debe tomar la forma de un plan de lucha y acciones combativas para imponer los reclamos. De poco sirve seguir esperando, como apuestan los dirigentes, a que el gobernador nos conceda nuestras demandas porque las considera un “reclamo justo”.

Es necesario avanzar en acciones que enfrenten al gobierno. Una unidad que se construya en acciones combativas, cortes de rutas y de las principales avenidas de la ciudad. Que avance en la unidad, desde las bases, con el conjunto de los trabajadores del Estado que están sufriendo los ajustes, superando la política de las direcciones para avanzar en la coordinación y tomar en nuestras manos el rumbo de la huelga. Que muestre que la ciudad “maravillosa” solo está siéndolo para los patrones y gobiernos porque a los trabajadores nos falta de todo. Los verdaderos aliados de los trabajadores no son los dirigentes sindicales acomodados que desde hace décadas viven sin trabajar, sino los estudiantes que actualmente están ocupando las escuelas en apoyo a los profesores en huelga y por una educación publica, gratuita y de calidad para todos.

Comparte este contenido:
Page 196 of 203
1 194 195 196 197 198 203