No mundo virtual, a busca pelo sossego para aprender

Margarita Victoria Gomez

Estamos em um tempo de busca do sossego e da calma, do descanso e também da celebração por um ano difícil que termina e um novo que se iniciará, esperamos, com muitas possibilidades. Nas redes sociais, a dinâmica que ainda chama a atenção é a rapidez, a velocidade e a vertiginosidade das noticias, das imagens, das mensagens, em vídeo e áudio, que emergem trazendo o imperativo de simplesmente passearmos os olhos sobre elas na tela do dispositivo e curtir.

No mundo virtual, parece difícil achar esse momento de calma, esse lugar para a comunicação e o diálogo. A polifonia da intertextualidade da web nem sempre permite ampliar e aprofundar os vínculos sociais, pois tropeça nos limites da própria dinâmica. A semântica da linguagem hipertextual dialógica e o próprio corpo tendem a se desvanecerem na mera competência de cliques e curtidas que já fazem parte do universo virtual.

Nas práticas educacionais, o professor, ao ter que lidar e compreender este universo, depara-se com os imperativos da cibercultura e procura a relação e a participação pela conexão, utilizando-se da tecnologia, da formação de comunidades, modulando a velocidade e a vertiginosidade, para conseguir o sossego e a calma dos estudantes para aprender.

A comunidade de aprendizagem em rede, como um rizoma, abre-se em múltiplas conexões, nas heterogeneidades e nas diferenças para produzir. Em nossa atuação como educadora não queremos exercer lógicas verticais, ‘eucalípticas’ e sim lógicas de sentido rizomáticas que deixem circular os saberes e as coisas. Concordamos com Ruben Alves quando nos leva à reflexão epistemológica acerca do que realmente queremos para a educação: “É bem verdade que é possível plantar eucaliptos, essa raça sem vergonha que cresce depressa, para substituir as velhas árvores seculares que ninguém viu nascer nem plantou. Para certos gostos, fica até mais bonito: todos enfileirados, em permanente posição de sentido, preparados para o corte. E para o lucro.”

Como diz Alves, talvez seja necessário acordar o professor para instaurar novos mundos e uma maneira de fazer isso é, em tempos violentos e vertiginosos, buscar o sossego e a calma no processo educacional.

A minha sugestão hoje, é que procurem ler o livro Taiji quan, intercultura e educação, de Albert Hemsi, que poderá contribuir bastante para que educadores e estudantes se desliguem e tomem distância da lógica eucalíptica para conseguir uma aprendizagem com sentido no sossego e na calma.

Referências:
ALVES, Rubem. Sobre Jequitibás e Eucaliptos in: Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez Editora; Editora Autores Associados, 1980.
HEMSI, Albert R. Taijiquan, intercultura e educação. São Paulo: Virtus Educação, 2015.

 

Fuente del articulo: https://pedagogiadavirtualidade.wordpress.com/2015/11/30/no-mundo-virtual-a-busca-pelo-sossego-para-aprender/

Fuente de la imagen: https://pedagogiadavirtualidade.files.wordpress.com/2015/11/convite.jpg?w=300&h=155

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Margarita Victoria Gómez

Profesora y Licenciada en Ciencias de la Educación con doctorado en Educación por la Universidade de São Paulo, Brasil, Investigadora Asociada del Programa de Cultura Contemporánea (PACC) de la Universidad Federal de Rio de Janeiro. Investigadora del Grupo de Pesquisa "Formación de educadores" - U. de la Facultad de Ciencias y Educación/ y del Grupo de Investigación del Instituto Paulo Freire de la Universidad Nacional de Rosario, Argentina. Autora de los libros Educación en red: una visión emancipadora para la formación (http://recursos.udgvirtual.udg.mx/biblioteca/handle/123456789/352) ; Pedagogia da virtualidade; Cibercultura, formación y actuación docente en red: guía para profesores; Paulo Freire: la unidad en la diversidad como fuerza transformadora. Organizadora de Lecciones de Paulo Freire, cruzando fronteras: experiencias que se completan http://biblioteca.clacso.edu.ar/ar/libros/freire/freire_archivos/freire.htm