América del Sur/Brasil/26-07-2020/Autor(a) y Fuente: spanish.xinhuanet.com
El regreso a las clases presenciales en Brasil pone en riesgo a más de 9 millones de adultos y ancianos de contagiarse de la enfermedad del nuevo coronavirus (COVID-19) por su contacto directo con los estudiantes, según un estudio de la estatal Fundación Oswaldo Cruz (Fiocruz) difundido hoy.
«El regreso de las clases puede representar un peligro añadido para cerca de 9,3 millones de brasileños (el 4,4 por ciento de la población total), que son ancianos o adultos con problemas crónicos de salud y que pertenecen a grupos de riesgo de la COVID-19», alertó la Fiocruz.
«Esto porque viven en la misma casa que niños y adolescentes en edad escolar (de 3 a 17 años)», señaló la institución.
Para hacer los cálculos, la Fiocruz tuvo en cuenta la Investigación Nacional de Salud de 2013, realizada por el Instituto Brasileño de Geografía y Estadística, junto al Laboratorio de Información en Salud de la Fiocruz.
Brasil debate desde hace semanas el regreso a las clases presenciales, tanto en escuelas como en institutos y universidades, tras la paralización decretada por la COVID-19.
Varios estados y municipios han anunciado de forma gradual un plan para el regreso de las clases.
La ciudad de Manaos, capital del estado de Amazonas (norte), fue la primera capital del país en autorizar el regreso a clases en la red privada de educación y con fuertes medidas de seguridad y distancia entre alumnos.
Al menos nueve estados y el Distrito Federal anunciaron en los últimos días sus planes para el regreso a clases presenciales en la red regional de educación hasta septiembre.
No obstante, el regreso a clases cuenta con la oposición de médicos y sindicatos de profesores, que exigen garantías sanitarias para no infectarse por la COVID-19.
Fuente e Imagen: http://spanish.xinhuanet.com/2020-07/23/c_139233065.htm
No litoral cearense, há alunos do ensino médio que já não conseguem mais acompanhar as aulas online, porque têm de trabalhar durante o dia inteiro. No interior do Piauí, educadores recorrem a visitas domésticas e vídeos motivadores para tentar atrair os estudantes que não têm aparecido nos encontros virtuais. Em São Paulo, alunos de baixa renda atendidos por uma organização sem fins lucrativos temiam «voltar para a estaca zero» nos estudos em meio à pandemia.
Em todos esses lugares, são vários os relatos de estudantes sem equipamentos ou conexão à internet, famílias em situação econômica cada vez mais frágil, professores com crescentes dificuldades em manter os alunos engajados nas aulas remotas e pais tanto ansiosos quanto temerosos pela perspectiva da volta às aulas presenciais — marcada, em alguns Estados, para agosto ou setembro.
O resultado dessa combinação é que cresce o temor, entre educadores e pesquisadores, de que as circunstâncias impostas pela pandemia façam com que mais estudantes simplesmente desistam da escola neste ano, engordando as estatísticas de evasão escolar no Brasil.
«Em uma turma do 1° ano (do ensino médio), dos 40 alunos, só uns 15 têm participado» das aulas remotas, diz à BBC News Brasil a professora de biologia Joseline Souza Nascimento, que dá aulas na rede estadual na cidade de Cascavel, na costa do Ceará.
A equipe da escola chamou psicólogos para darem palestras aos estudantes e fez apostilas aos alunos que não têm internet ou celular, mas teme que alguns percam a motivação ou as condições de voltarem à escola.
Direito de imagemMARCOS SANTOS/USP IMAGENSImage captionProfessores ouvidos pela BBC News Brasil dizem que alunos estão cada vez menos motivados com aulas remotas
Pais e mães dos alunos, diz ela, também manifestaram receio de mandar os filhos de volta à escola quando for hora de reabrir, por temer o contágio pelo coronavírus.
Para completar, «na escola temos uma sala de EJA (educação para jovens e adultos). De 20 alunos, só três ficaram. Muitos acham que o ano está perdido e não sabem se vão voltar.»
O preço que o Brasil paga pela evasão
A evasão escolar é um problema crônico, com altos custos humanos, sociais e econômicos para o Brasil.
Dos quase 50 milhões de brasileiros entre 14 e 29 anos, mais de 20% — ou seja, 10,1 milhões de jovens — não completaram alguma das etapas da educação básica (que engloba os ensinos fundamental e médio), segundo a pesquisa Pnad Contínua 2019, divulgada na última quarta-feira (15) pelo IBGE.
As principais causas apontadas para o abandono escolar foram necessidade de trabalhar, desinteresse pelas aulas e gravidez. A ampla maioria (71,7%) desse contingente de jovens é negra ou parda.
Por cada jovem que abandona a escola, o Brasil perde R$ 372 mil reais por ano, apontam cálculos de Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna, em estudo feito neste mês em parceria do Insper com a Fundação Roberto Marinho.
No total, o custo anual da evasão escolar é de R$ 214 bilhões, ou 3% do PIB (Produto Interno Bruto), com base na redução das possibilidades de emprego, renda e retorno para a sociedade das pessoas que não concluem a educação básica.
«Isso porque os jovens que têm a educação básica completa passam, em média, mais tempo de sua vida produtiva ocupados e em empregos formais, com maior remuneração; têm maior expectativa de vida com qualidade — estima-se que cada jovem com educação básica viverá quatro anos de vida a mais que um jovem que não terminou a escolaridade — e tendem a ter um menor envolvimento em atividades violentas, como homicídios», diz o estudo.
Direito de imagemGABRIEL JABUR/AG BRASILIAImage captionTaxas de abandono haviam sido reduzidas na última década, mas problema é ainda crônico no Brasil
«O cálculo é de que a evasão representa uma perda de 26% do valor da vida de um jovem.»
A despeito desse enorme contingente de jovens que abandonaram a escola, o Brasil havia conseguido alguns avanços positivos na última década: a taxa de abandono do ensino médio na rede pública de ensino havia caído 7 pontos percentuais, de 13,7% em 2008 para 6,7% em 2018, segundo dados oficiais compilados pelo Observatório de Educação do Instituto Unibanco.
A taxa de jovens de 15 a 17 anos fora da escola, embora alta (8,8% em 2018), também vinha em queda.
Agora, porém, existe o temor de que alguns desses ganhos possam ser perdidos no pós-pandemia, diante de uma confluência de pressões negativas.
‘Depois que ele sai, é difícil trazê-lo de volta’
«Muitos jovens têm pais que são trabalhadores informais e tiveram uma queda abrupta na renda. Então eles próprios podem ser os únicos capazes de gerar renda para a família», explica à BBC News Brasil Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco.
Considerando o histórico brasileiro de índices baixos de aprendizado nos anos finais do ensino fundamental e ao longo do ensino médio, além de um cenário de desinteresse dos jovens pelas aulas, «este longo tempo longe da escola pode acabar sendo o empurrão final (para a evasão), para a sensação de que ‘já não estava interessante, então não vale a pena’ prosseguir na escola», agrega Henriques.
«E depois que o aluno sai, é muito maior o esforço para trazê-lo de volta.»
Em algumas regiões pobres do Brasil, como áreas do Nordeste, Henriques teme por um outro impacto da covid-19: muitos dos idosos vítimas da doença eram (por meio de suas pensões) responsáveis por prover grande parte da renda da família. Isso também deve aumentar a pressão sobre jovens para que migrem ao mercado de trabalho.
Essa entrada precoce no ambiente profissional, em um momento particularmente ruim da economia, pode cobrar seu preço ao longo das décadas seguintes da vida desse jovem: sem a escolaridade, ficará mais difícil conseguir empregos qualificados.
«O prêmio pela educação ainda é alto no Brasil, mesmo se essa educação for ruim. Completar o ensino médio brasileiro define uma trajetória de vida muito mais positiva do que não completá-lo, quanto a mobilidade de vida», diz Henriques.
Direito de imagemRAUL SANTANA/FIOCRUZImage captionPor cada jovem que abandona a escola, o Brasil perde R$ 372 mil reais por ano
Dificuldades de acesso às aulas
Com o celular quebrado e sem computador para acompanhar as aulas remotas, Sabrina Oliveira Lopes, 17, estudante do 3° ano do ensino médio na rede estadual de São Paulo, perdeu o ânimo quando as aulas passaram ao ambiente remoto por conta da pandemia e chegou perto de não conseguir acompanhar os estudos.
«Ficou meio bagunçado. Algumas lições estavam em uma rede social; outras estavam em outra. Não acho que eu teria desistido tão fácil da escola, mas a gente (alunos da turma) meio que entrou em desespero», conta à BBC News Brasil.
Sabrina acabou retomando o ímpeto com a ajuda dos professores e de um notebook doado pelo Instituto Proa, organização social onde fazia um curso extra.
«Não tem muita gente nas aulas online (da escola). Tinha no começo, mas foi baixando. Teria que chamar um por um, ligar para eles. Sei que é trabalhoso, mas vale a pena. Você se sente acolhido, sente que não é só mais um», diz ela.
Ela acabou perseverando na escola, também formou-se no curso do Proa e agora estuda com vistas para o Enem e para a faculdade — ela pensa em cursar administração de empresas.
O Proa atende jovens de baixa renda e de escolas públicas, com aulas suplementares, atividades que aumentem seu repertório cultural, apoio emocional, mentoria e, depois, ajuda para entrar no mercado de trabalho.
Tudo isso também precisou ser transportado para o ambiente virtual quando veio a pandemia, além de doações de equipamentos e cestas básicas aos alunos.
«A primeira aula online foi só para ouvi-los soltarem suas angústias», conta Rodrigo Dib, executivo-chefe do Proa. E entre essas angústias, havia frases como «meu pai perdeu o emprego»; «não mais sei o que faço da minha vida»; «não vai dar mais, vou voltar para a estaca zero».
«Tivemos que agir super-rápido e fazer com que eles continuassem acreditando. O mundo depois disto (pandemia) vai ser mais desafiador, e eles tinham que continuar, por eles próprios», diz Dib.
A centenas de quilômetros de distância dali, em Bocaina, no interior do Piauí, a professora de matemática Maura Silva vê angústias semelhantes entre seus alunos do ensino médio.
«No primeiro mês, eles tiveram participação muito ativa nas aulas online. No segundo mês, pararam de dar retorno das atividades. Alguns já desistiram das aulas remotas», lamenta Silva.
«Estamos sempre em contato com eles, pedindo calma e paciência neste período. (Mas) o atendimento remoto deixa um vazio grande, nem sempre conseguimos falar com todos de modo individual.»
A professora pediu a alguns alunos que fizessem vídeos motivacionais para os colegas, enquanto a direção da escola fez visitas domiciliares aos estudantes sem acesso à internet.
Mas o cenário é de «muita dificuldade», diz ela. «Alguns pensam em refazer o ano letivo, porque acham que este não está sendo útil.»
Uma pesquisa do Datafolha feita em junho com pais ou responsáveis de 1,5 mil estudantes da rede pública do país apontou que um índice relativamente alto deles (79%) estava recebendo atividades não presenciais de suas escolas.
Mas quase um terço dos pais temia que seus filhos desistissem da escola se não conseguissem acompanhar as aulas em casa. Quase dois terços dos responsáveis disseram que seus filhos estão ansiosos neste período e 37% deles contaram que os filhos estão tristes, aponta a pesquisa, encomendada pelas fundações Lemann, Itau Social e Imaginable Futures.
O ineditismo da pandemia atual impede a comparação com outros momentos da história, mas locais que viveram catástrofes e epidemias (como o oeste da África durante o surto de ebola entre 2013 e 2016) costumam sofrer posteriormente o aumento da evasão escolar.
Em palestra online no evento Bett Educar, no final de junho, o secretário-executivo de Educação do Estado de São Paulo, Haroldo Rocha, citou a desconexão dos alunos e o possível aumento do abandono escolar como as grandes preocupações atuais.
Como vai ser a volta à escola?
Existe, também, o receio de como vai ser a volta às aulas com as exigências sanitárias necessárias para impedir o contágio do coronavírus.
Para Carlos Roberto Cardoso, diretor de uma escola de ensino fundamental em uma das áreas mais carentes da zona leste da capital paulista, «a pandemia só acentuou a dura realidade» vivida por famílias e escolas vulneráveis.
Entre os educadores, diz ele, há muitas dúvidas de como vai ser possível manter o distanciamento social e as regras de higiene, por exemplo na alimentação dos estudantes e na limpeza de banheiros.
Na pesquisa do Datafolha, os pais de 87% das crianças disseram que elas temem a contaminação pelo coronavírus na volta às aulas.
«Tenho três pessoas para fazer a limpeza em uma escola grande (cerca de 900 alunos)», diz Cardoso. «E como controlar (o espalhamento do vírus) em um ambiente tão fechado como são as escolas públicas? Tenho lido muitos relatos de pais, e não só os daqui da escola, inseguros com a questão sanitária. Li a postagem de um na internet dizendo ‘meu filho perde o ano, mas não volta para a escola tão cedo’.»
No Estado de São Paulo, a previsão é de que a volta às aulas presenciais comece em 8 de setembro, escalonada e sujeita às decisões individuais de cada rede municipal de ensino. Na capital paulista, a Secretaria Municipal de Educação informa que ainda está definindo as datas do retorno e o secretário, Bruno Caetano, está se reunindo virtualmente com todas as diretorias regionais de ensino para ouvir suas preocupações.
Haverá, segundo a pasta, distribuição de kits individuais com máscara, sabonete e copo, além de álcool gel, controle de temperatura e demarcação de lugares.
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionNa volta às aulas presenciais, será preciso lembrar que, mesmo que os alunos vão à escola, «mantê-los ali vai ser mais difícil do que antes», opina especialista
Sobre o tamanho das equipes de limpeza, a assessoria da secretaria diz em nota que «conforme está descrito na minuta do protocolo de retorno às aulas, os contratos de limpeza serão revistos. E as empresas precisarão também se adequar a essa nova realidade sanitária». A assessoria diz também que já estão ocorrendo reuniões entre a prestadora de serviço e a diretoria regional de ensino «para pensarem formas de adequar o protocolo seguido pela secretaria ao novo modelo de higienização que será adotada no pós pandemia» na escola de Cardoso.
Problemas antigos
Para além das questões de higiene, especialistas em educação preveem que, para conter a alta na evasão, será necessário buscar ativamente os alunos e lidar com problemas antigos e complexos do ensino brasileiro — por exemplo, reduzindo os abismos da desigualdade social do país, melhorando o ambiente escolar, acolhendo emocionalmente alunos e professores, e fazendo com que o conteúdo ensinado fique mais próximo da realidade e das necessidades dos estudantes e do mundo atual.
«A cada 100 crianças brasileiras que entram no ensino fundamental, apenas 65 concluem» os estudos, afirma Ricardo Henriques, do Instituto Unibanco. «Os que terminam, já são sobreviventes.»
Na volta às aulas presenciais, opina ele, será preciso lembrar que, mesmo que os alunos vão à escola, «mantê-los ali vai ser mais difícil do que antes».
«Os estímulos negativos para a evasão vão continuar intensificados e os alunos vão estar mais vulneráveis. Se o aluno não se sentir acolhido, se houver um clima escolar ruim, com bullying, ele pode ir embora», diz.
«E é algo duradouro, que não vai se resolver em uma semana, porque vidas inteiras de famílias vão se reconfigurar (por causa da pandemia).»
América do Sul/ Brasil/ 21.07.2020/ Por: Ricardo Corrêa/Fonte: www.otempo.com.br.
Discussões de última hora sobre o Fundeb demonstram que não há políticas de Estado para a educação no país
Nada é tão representativo acerca do descaso do Brasil com a educação do que o debate de última hora sobre o futuro do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, o popular Fundeb. Um fundo criado provisoriamente para substituir o antigo Fundef e que vigora até o dia 31 de dezembro quando, caso não seja prorrogado, deixará de existir, levando junto mais de 60% dos investimentos em educação realizados hoje no Brasil.
Percebam que não é de hoje que se sabe que o Fundeb se encerra no fim do ano e, mesmo assim, governos não se moveram para definir uma regra para o futuro. Só agora, de última hora, quando o Câmara preparava-se para aprovar uma proposta que amplia a participação da União de forma paulatina nos próximos anos é que veio uma proposta informal do governo. Horas antes da votação. E que já foi modificada de ontem para hoje.
O governo conseguiu adiar de segunda para terça-feira a votação. Alegou, entre outras coisas, que o atual ministro da educação, Milton Ribeiro, acabou de assumir e que quer participar da discussão. Ele é o terceiro ministro da Educação só neste governo. E se quer participar da discussão é a prova concreta de que não há uma política de Estado na questão. Apenas opiniões que mudam a cada governo ou, pior, a cada ministro.
No centro do debate que vinha dificultando a votação estavam dois pontos propostos pelo governo inicialmente. O primeiro empurrava para 2022 o aumento da participação da União no Fundeb. Hoje, 90% do fundo é composto por arrecadações estaduais e municipais. A União completa o bolo com apenas 10%, mesmo arrecadando muito mais. A proposta construída no Congresso amplia essa participação para 12,5% já em 2021 e ia elevando esse percentual até chegar a 20% em 2026. O governo federal, porém, queria que esse aumento ocorresse só a partir de 2022. O ano que vem ficaria no limbo. Sem Fundeb.
Havia também outro ponto de divergência. O governo federal queria tirar R$ 6 bilhões do Fundeb para criar um voucher de auxílio creche de R$ 250 dentro do Renda Brasil, o substituto do Bolsa Família. Assim, esse dinheiro seria retirado da educação pública e repassado a famílias em vulnerabilidade para que usassem os recursos para pagar mensalidades em escolas privadas.
A reação do Congresso impediu essa manobra. Com isso, houve uma costura de acordo ao longo da noite de segunda-feira e da manhã desta terça-feira. O governo recuou e aceitou ampliar sua participação no novo Fundeb já a partir do ano que vem. Além disso, em vez de fazer a transferência de dinheiro do Fundeb para o Renda Brasil, concordou apenas vincular 5% dos recursos desse fundo para o apoio à educação infantil. Além disso, topou ampliar a participação federal para 23% em 2026. Se nada mudar, há um acordo. Mas que ninguém se surpreenda se for totalmente desfeito ao longo do dia.
Seja qual for a conclusão das discussões no Congresso, certo será que a decisão tende a ser tomada de afogadilho, sem muitos estudos sobre essas mudanças de última hora. E isso, por si só, já indica que os resultados tendem a ser piores do que merece um setor que define o destino de um país.
Fonte de notícias: https://www.otempo.com.br/politica/ricardo-correa/brasil-debate-educacao-de-ultima-hora-1.2362339
Los militares brasileños reflotan la hipótesis de guerra en la región
Por Aram Aharonian y Juraima Almeida
Cónsono con las políticas de Washington, las Fuerzas Armadas de Brasil consideran que Sudamérica dejó de ser una región libre de posibles conflictos bélicos y se preparan para intervenir en la “solución” de problemas regionales, así como en la defensa de los intereses brasileños en la selva amazónica y el litoral atlántico.
La nueva Política Nacional de Defensa expresa un giro en la política de seguridad exterior de Brasil, y señala que “No se pude dejar de considerar tensiones y crisis en el entorno estratégico, con posibles desdoblamientos para Brasil, de modo que el país podrá verse motivado a contribuir a la solución de eventuales controversias o a defender sus intereses”
El renovado manual, que actualiza cada cuatro años las principales definiciones de la política de defensa, será entregado la semana próxima al Congreso. Cabe recordar que, por primera primera vez desde 1985, el Gobierno cuenta con nueve ministerios a cargo de militares.
Hoy los mandos militares entienden que la situación es muy diferente a la de años anteriores e insisten en que no están dispuestos a entregar territorios (y menos la Amazonia, sobre todo cuando la economía brasileña depende de sus exportaciones a China y de sus posibles inversiones en proyectos de infraestructura. Ya EEUU exigió a Brasil que reduzca su dependencia económica con China, su mayor socio comercial.
Las Fuerzas Armadas actúan como guardia pretoriana del poder imperial, y ya no disfrazan esta deshonrosa elección. Los comandantes de la» patria «naturalmente aceptan la humillación y la indignación que resulta de esta elección subyugada», escribe el columnista Jeferson Miola, quien afirma que la penetración y el dominio del gobierno de los EU sobre las instituciones estatales brasileñas es impresionante.
Añade que la operación Lava Jato fue el dispositivo clave de EU en la producción de caos, desestabilización política y corrupción del sistema de justicia para el logro de la estrategia estadounidense en el país. Los jueces, fiscales, policías federales y funcionarios públicos obedecen las órdenes y ejecutan los planes delineados por el FBI, la CIA, el Departamento de Justicia, el Departamento de Estado, las agencias y organismos de inteligencia y espionaje de los Estados Unidos
Las aspiraciones geopolítica de Brasil desde su restricción regional, estuvo siempre centrada en convertirse en satélite privilegiado de EEUU para hegemonizar Sudamérica, hasta sus devaneos globales contemporáneos, pese a los retos internos como la pobreza extrema, 14 millones de desempleados, el hambre, la desnutrición.
Brasil se ha constituido en un laboratorio mundial para un nuevo tipo de extrema derecha. No se trata sólo de una nueva hegemonía de poder sino de un proyecto de cambio de la sociedad, de una revolución cultural conservadora, donde Jair Bolsonaro representa un proyecto transitorio, con claras tendencias fascistas.
El papel de Bolsonaro en este juego de poder pareciera ser el de distractor del modelo final que se quiere imponer desde el juicio político a la expresidenta Dilma Rousseff en 2016. Brasil es hoy el único país del mundo que, en medio de la pandemia, vive una gran crisis política que puede llegar a ser una crisis del régimen político, añadía.
Por primera vez en su historia, Brasil ha insistido en un fuerte alineamiento absurdo con Estados Unidos. Ni siquiera había ocurrido cuando envió tropas a Europa a combatir contra los nazis. No debiera extrañar: sus principales cuadros han sido adoctrinados por EEUU.
Las aspiraciones geopolítica de Brasil desde su restricción regional, estuvo siempre centrada en convertirse en satélite privilegiado de EEUU para hegemonizar Sudamérica, hasta sus devaneos globales contemporáneos, pese a los retos internos como la pobreza extrema, 14 millones de desempleados, el hambre, la desnutrición.
El Libro Blanco de la Defensa define cuáles son los temas y conflictos por los que se puede ordenar la movilización de tropas, tanto dentro como fuera del país: la actual pandemia de coronavirus, que tiene a Brasil al borde de los dos millones de casos y los 75.000 muertos, y la devastación en la Amazonia por acción de la agricultura intensiva, la tala ilegal, los incendios y la minería.
El documento no cita potenciales países adversarios pero advierte que habrá “tensiones y crisis” en la región sudamericana. La excepción es Venezuela, que es señalado como el punto más crítico de la región. La hipótesis de conflicto con Venezuela resurgió en 2019 cuando Brasil participó con Colombia en un intento de ingreso forzoso de alimentos a suelo venezolano a través de zonas fronterizas, en el marco de una acción auspiciada por Estados Unidos y otros países.
Además, desde la frontera sur venezolana salieron miles de ciudadanos para instalarse en el estado brasileño de Roraima, en una operación organizada en 2018 y 2019 por el actual ministro de Salud de Bolsonaro, el general Eduardo Pazuello.
El ministro de Defensa, el general Fernando Azevedo e Silva, el primer militar en el cargo desde el fin de la dictadura en 1985, afirmó que el plan es la actualización de una política de Estado y que fue revisado por el presidente Bolsonaro.
En el escenario de pandemia, la movilización supera los 34.000 soldados brasileños, precisa el informe. Lo extraño es que la importancia que le da el Ejército a la pandemia choca con la posición personal del infectado presidente Jair Bolsonaro y su Ministerio de Salud, a cargo de Pazuello, al que un juez de la máxima corte de Brasil acusó de “asociarse al genocidio” que el Gobierno está provocando con su política sanitaria.
El documento sugiere mayor presencia de la Marina en la costa atlántica norte, en el estado de Pará, con el doble propósito de vigilar la distribución de la producción agrícola del centro del país y controlar los delitos ambientales en la región amazónica, en el entorno de la ciudad capital de Belém.
El documento mantiene la atención militar, heredada del Gobierno del presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (2003-2010), sobre la zona que los militares brasileños llaman la Amazonia Azul, las riquezas estratégicas de los 8.000 kilómetros de costa atlántica, donde se encuentran los megayacimientos petroleros submarinos.hídricos
“La Amazonia, así como el Atlántico Sur, es un área de interés geoestratégico para Brasil. La protección de la biodiversidad, de los recursos minerales, hídricos, además de potencial energético, es prioridad para el país”, dice el documento oficial. También advierte sobre la preparación de respuestas contra “intereses extranjeros” en la selva amazónica, la mayor reserva de agua y de biodiversidad del mundo, el 60% de la cual pertenece a Brasil.
Para la protección del litoral marítimo, Brasil construye un submarino a propulsión nuclear con tecnología francesa a partir de un acuerdo realizado entre el Gobierno de Lula y Francia, en la línea trazada luego del fin de las dictaduras militares sudamericanas, cuando Brasil cambió sus hipótesis de conflicto de la región sur limítrofe con Argentina y Paraguay, al norte amazónico., en las fronteras con Coolombia, Perú y Bolivia.
A algunos analistas les llama la atención que las Fuerzas Armadas apoyen un modelo neoliberal como el de Paulo Guedes, dada la tradición desarrollista que tuvo el golpe de 1964. Hoy apenas hay un grupo de militares que insisten en preservar algunas estructuras del Estado, sobre todo las que manejan y se sirven de ellas (como Petrobras), pero no existe nada como un gran proyecto nacional ni un estratega como Golbery do Couto e Silva.
Incluso la derecha ha olvidado el proyecto de Brasil “potencia industrial”: hoy la que maneja el país no es una elite industrial sino financiera, que no tiene intenciones de ser una burguesía nacional sino insiste en ser socio muy minoritario de la burguesía global, y gendarme o capataz regional.
Aram Aharonian es periodista y comunicólogo uruguayo. Magíster en Integración. Fundador de Telesur. Preside la Fundación para la Integración Latinoamericana (FILA) y dirige el Centro Latinoamericano de Análisis Estratégico (CLAE) y susrysurtv. Juraima Almeida, es investigadora brasileña, analista asociada al Centro Latinoamericano de Análisis Estratégico (CLAE).
La designación del nuevo titular de Educación fue anunciada por el mandatario en su cuenta oficial de Facebook.
El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, nombró este viernes al profesor y pastor evangélico, Milton Ribeiro, como nuevo ministro de Educación, quien se convierte la cuarta persona en ponerse al frente de ese sector en año y medio.
La designación de Ribeiro fue anunciada por el mandatario en su cuenta oficial de la red social Facebook luego que el pasado jueves declarara que quería resolver el vacío en el Ministerio de Educación que ya tenía casi veinte días.
Ribeiro tiene un doctorado en Educación de la Universidad de Sao Paulo (USP), una maestría en Derecho de la Universidad Presbiteriana Mackenzie. Así como un título en Derecho y Teología. Desde mayo de 2019, es miembro del Comité de Ética Pública de la Presidencia brasilera.
Los más cercanos predecesores del actual ministro son Ricardo Vélez Rodríguez, quien cumplió la función durante tres meses; Abraham Weintraub, desde abril de 2019 hasta junio de 2020, y Carlos Decotelli, quien estuvo frente a la cartera de Educación solo una semana.
Medios de prensa nacionales catalogan a Ribeiro como un hombre de discurso moderado, que se aparta de la llamada «ala ideológica» del Gobierno, que defiende una «revolución conservadora» en la educación.
Uno de los retos inmediatos que tendrá el nuevo ministro de Educación de Brasil será precisamente reducir el alto grado de ideología ultraderechista promovida por Abraham Weintraub, de sus predecesores.
América del Sur/Brasil/12-07-2020/Autor(a) y Fuente: www.telesurtv.net
El relator de la ONU alentó a los poderes Legislativo y Ejecutivo en Brasil a proteger los derechos humanos en Brasil.
El relator especial de las Naciones Unidas (ONU) sobre el derecho a una vivienda adecuada, Balakrishnan Rajagopal, pidió este jueves que Brasil cese los desalojos y las mudanzas forzadas de personas en medio de la pandemia de la Covid-19.
Mediante un comunicado oficial, el funcionario de la ONU hizo la petición motivada por un informe elaborado por la organización Terra de Direitos, por Labá – Law, Space & Politics y el Laboratorio de Investigación Interinstitucional, adscrito a las universidades federales de Río de Janeiro, Paraná y Sao Paulo.
De acuerdo con el documento enviado al relator, el país suramericano no ha redactado ni implementado medidas uniformes y de validez para todo el territorio nacional que garanticen que no se realicen desalojos de familias.
«Brasil tiene el deber de proteger urgentemente a todos, especialmente a las comunidades en riesgo, de la amenaza de la Covid-19, que afectó a más de medio millón de personas en el país y mató a más de 65,000», expresó Rajagopal.
El representante de Naciones Unidos aseveró que el desalojo, en una situación de pandemia, es una violación de los derechos. «Desalojar por la fuerza a las personas de sus hogares en esta situación, independientemente del estado legal de su ubicación, es una violación de sus derechos humanos», dijo.
El documento enviado a la ONU expone que más de 8 millones de familias, alrededor del 12 por ciento de la población, no tienen hogar y 35 millones de personas no tienen acceso al suministro regular de agua en Brasil.
También, detalla que el presidente, Jair Bolsonaro, vetó la suspensión de los desalojos en el proyecto de ley que luego se transformó en la Ley 14.010 / 2020 y que si bien existen otras medidas que abogan por mejorar esa realidad, estas no han sido consideradas.
Ante esa situación, el alto funcionario de la ONU llamó a las autoridades de Brasil a proteger a las familias que pueden quedar sin una vivienda donde vivir. «Aliento a los poderes legislativo y ejecutivo en Brasil a priorizar urgentemente la protección de los derechos humanos de las comunidades en situaciones vulnerables», instó.
Fuente e Imagen: https://www.telesurtv.net/news/relator-onu-pide-cesen-desalojos-brasil-covid–20200709-0054.html
La deriva autoritaria del presidente brasileño Jair Bolsonaro está llegando a las aulas. Su flamante ministro de educación es un pastor protestante, Milton Ribeiro, de un alto perfil reaccionario y conservador. Lo que se acaba de conocer es que también es un creyente en eso de que «la letra con sangre entra». La información surgió de un video publicado por la iglesia presbiteriana que Ribeiro preside en la ciudad paulista de Santos. En el sermón, defiende el uso de «la vara de la disciplina».
La filmación es de hace cuatro años y ahora está circulando por las redes sociales de Brasil. El tema es la disciplina y el estudio de los chicos, en la familia y en la escuela. «El castigo es necesario para la cura», dice Ribeiro. «Y no se puede obtener por medios justos y métodos suaves. Sólo un porcentaje muy pequeño de chicos, precoces y superdotados, pueden entender tu argumento. Debe haver rigor severidad. Y voy a ir un paso más adelante, aunque algunas madres hasta se enojen conmigo: el chico debe sentir dolor».
Ribeiro es abogado y estudió teología presbiteriana para recibirse de pastor. En el gobierno dijeron que entre otras razones para su nombramiento estaba su «aprecio a la familia y los valores» morales. En su primera declaración como ministro, el pastor dijo que «es hora de darle una atención especial a la educación básica y a la enseñanza profesional, de reforzar la enseñanza superior y la investigación científica». Ribeiro dijo que va a trabajar con los estados de la unión y con las municipalidades para «cambiar la historia de la educación en el país» y que es hora de «tener un verdadero pacto nacional para tener una educación de calidad en todos los niveles».
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