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II Congresso Mundial contra o neoliberalismo educacional: alternativas pedagógicas e resistência sindical (Portugués)

Panamá, 5 a 9 de junho de 2023

 

Aprovado com sugestões em primeira discussão em 7 de junho de 2023, no Domo Universitário, Cidade do Panamá. Aprovado em segunda discussão na cidade de Veraguas, Panamá, para divulgação em massa, em 9 de junho de 2023.

 

De onde viemos?

 

Os sindicatos e organizações gremiais de trabalhadores em educação, coletivos pedagógicos e de educação popular, pesquisadores e acadêmicos reunidos no Panamá, compartilham um compromisso inabalável em defesa do direito à educação pública para todas e todos que permitiu nos encontrar por distintos caminhos.

Assim, fomos construindo um importante tecido social de resistência, plural, democrático, diverso que nos fez coincidir em posições, cenários e perspectivas.

Décadas de conhecimento e reconhecimento nas resistências sindicais possibilitaram a importante convergência educacional ocorrida em 2020, quando decidimos realizar o I Congresso Mundial contra o Neoliberalismo Educacional. O encontro, realizado virtualmente, reuniu quase 12 mil ativistas sociais do magistério para denunciar os velhos e novos modelos de privatização educacional, desterritorialização, estratificação escolar, despedagogização, padronização e mercantilização educacional.

Em setembro de 2020, decidimos nos reunir novamente presencialmente, para continuar pensando em como enfrentar a ofensiva neoliberal na educação. Reunir-se para pensar, articular, propor e acordar convergências em lutas comuns. Este II Congresso Mundial contra o Neoliberalismo educacional é a continuidade do diálogo e do encontro, focado nessa oportunidade de explorar as convergências sobre alternativas pedagógicas, resistência sindical.

 

Uma situação complexa para a educação pública

Vivemos uma situação extraordinária, em que se manifestam múltiplas e variadas formas de ataque à educação pública presencial. Nesse ataque contra o público convergem interesses nacionais e internacionais que buscam transformar a educação em mercadoria. Portanto, dando continuidade ao trabalho que cada organização, coletiva e individualidade, realiza nacionalmente, parece-nos importante pavimentar caminhos para a construção de um horizonte compartilhado, no âmbito da diversidade. Este esforço baseia-se no diagnóstico de:

  1. Que a educação pública presencial é um direito humano fundamental, uma obrigação inabalável dos Estados, que possibilita reduzir as desigualdades sociais derivadas da origem social de classe;
  2. Portanto, o desenvolvimento científico-tecnológico dos últimos tempos deve ser visto como um complemento ao trabalho pedagógico presencial e nunca como um substituto. Além de proporcionar conhecimento e saberes, as instituições de ensino presenciais constituem o espaço privilegiado para aprender a viver, compartilhar, criar e desenvolver justiça social;
  3. A simbiose entre plataformas digitais e sistemas meritocráticos, constitui um modelo de gestão individualista da aprendizagem, despersonalizado e autoritário, onde qualquer possibilidade de melhoria nas condições de trabalho e aperfeiçoamento profissional do professor, é substituída pelo único direito de competir em condições de desigualdade territorial e tecnológica;
  4. Apoiamos as demandas por uma transformação radical dos sistemas escolares para colocá-los em sintonia com as expectativas das maiorias cidadãs e das diversidades historicamente situadas, não do grande capital e seus interesses;
  5. Essas demandas implicam na revisão das condições de trabalho docente, salários e vencimentos, previdência social e direito a uma aposentadoria digna;
  6. Bem como entender que as lutas dos trabalhadores da educação se inserem em um quadro mais amplo de disputas contra os donos do capital que submetem à classe trabalhadora a condições cada vez maior de miséria e precariedade. Isso afeta as possibilidades reais de inclusão e permanência educacional dos filhos e filhas daqueles que vivem do trabalho;
  7. Os estudantes são outro setor duramente atingido pelo neoliberalismo educacional. Sãos considerados apenas como matéria-prima ou produto que faz parte do aparato produtivo, desprovido de direitos, sem voz perante as políticas educacionais. Uma juventude atacada, que desejam sem pensar, subjugada, mas que apesar disso se levanta, se expressa também por uma nova educação e uma sociedade superior à que enfrentam;
  8. A pandemia da COVID-19 desencadeou as piores ofensivas de privatizações com a máscara do virtual, o que fez com que famílias, alunos e professores fossem os únicos a arcar com a transição para o digital, enquanto os Estados Nacionais, em sua maioria, ignoravam sua obrigação de garantir as mínimas condições de aprendizagem. Soma-se a isso, a estratificação escolar determinada por diferenças no acesso à conexão à internet e equipes virtuais de trabalho, bem como a desterritorialização gerada pela tentativa de apresentar “soluções educativas” semelhantes para territórios altamente diferenciados;
  9. Além disso, o contexto de isolamento preventivo derivado da pandemia aumentou a precarização do trabalho, impactando fortemente as mulheres. As trabalhadoras em educação regressaram ao interior das suas casas, para se encarregarem dos cuidados relacionados com o âmbito doméstico (alimentação, vestuário, limpeza, cuidados de familiares doentes, cuidados de crianças), incluindo o acompanhamento escolar em contextos virtuais de filhos e filhas. Aumentaram as horas de trabalho, em detrimento das horas de descanso e do próprio trabalho e crescimento profissional;
  10. Infelizmente, a progressiva virada neoliberal da UNESCO a que assistimos nas últimas três décadas não só enfraqueceu as referências alternativas, mas também construiu uma nova teia de discursos e imaginários que buscam colocar a educação a serviço dos interesses do mercado;
  11. Isso é possível graças às dificuldades que temos do pensamento educacional crítico para valorizar e compreender em profundidade as diversas formas e expressões atuais da ofensiva neoliberal contra a educação pública presencial;
  12. Nesse contexto, consideramos que a mobilização social é uma forma fundamental para denunciar o neoliberalismo educacional e construir consensos;
  13. Por isso, fazemos um chamado para multiplicar desde os sindicatos de trabalhadores em educação, coletivos pedagógicos, organizações de educadores populares e pedagogias críticas, os espaços de formação, debate plural e encontro, que possibilite a coordenação de inciativas socialmente referenciadas, para frear em todos os territórios a ofensiva global contra a educação pública que as empresas de tecnologia, bancos de desenvolvimento, multilateralismo, filantropia empresarial e corsários que pretendem assaltar as organizações da sociedade civil;

 

Para onde vamos?

Uma coisa é o que o capital tenta implementar na educação e outra coisa é o que o povo pensa e permite. Este II Congresso Mundial contra o Neoliberalismo Educacional é pensado a partir da lógica da resistência e construção do ensino popular.

Para o capitalismo, tudo o que se faz na sociedade é para virar negócio e eles consideram a educação uma mercadoria. Para nós, a educação tem como função central a convivência e o desenvolvimento integral social da personalidade, com uma perspectiva emancipadora;

O capitalismo quer mais virtualidade e menos presencialidade para reduzir o investimento social e transferir o que se economiza para as grandes corporações tecnológicas, enquanto dizemos alfabetização em algoritmos, o virtual-digital como complemento, não como centralidade do fato educacional e mais investimento em infraestrutura, dotação e treinamento para a educação presencial emancipatória do século XXI.

O capitalismo destrói a profissão docente precarizando o trabalho em sala de aula, tornando os profissionais docentes sobreviventes do desastre econômico neoliberal. Dizemos que é urgente dignificar a profissão docente, social e laboralmente, reivindicando o nosso direito de livre organização, luta sindical, estabilidade, contratos coletivos e condições dignas de trabalho.

O capitalismo quer obscurecer a identidade dos trabalhadores da educação. Nós professores dizemos nossa identidade, a construímos de forma compartilhada na mobilização social e no encontro de grupos pedagógicos.

O capitalismo nos quer trancados em nossas salas de aula, abrimos as janelas para respirar o ar da mudança e escancaramos as portas para nos encontrarmos com nossos colegas e o povo de todos os territórios, com os movimentos populares, a juventude, os povos indígenas, as populações em resistência, o movimento feminista popular, a defesa da negritude;

Estamos construindo um tecido social compartilhado com um horizonte comum em defesa da educação pública popular, democrática, científica, atualizada, emancipadora, baseada no conhecimento e no saber rebelde, antipatriarcal e por uma sociedade de justiça social;

 

Por um plano de ação compartilhado

Este II Congresso Mundial contra o neoliberalismo educacional: alternativas pedagógicas, sindicatos e resistências sindicais, é uma continuidade de esforços e um ponto de partida que tenta construir caminhos para seguir tecendo uma resistência compartilhada que nos permita:

  1. Assumir a identidade de Congresso Mundial contra o Neoliberalismo Educacional para a assinatura de documentos, declarações e outras contribuições consensuais;
  2. Fortalecer e ampliar o Grupo de Contato Internacional (GCI) como um espaço para se conhecer, se reconhecer, se encontrar e caminhar juntos;
  3. Construir a partir de agora uma rota interativa para elaborar agendas compartilhadas comuns contra o neoliberalismo educacional;
  4. Realizar encontros nacionais multiplicadores desta iniciativa durante 2023 e 2024, privilegiando os espaços regionais;
  5. Realizar a Segunda Escola Sindical Internacional (virtual), no final de 2023, baseada nas metodologias e conteúdos trabalhados durante a primeira experiencia realizada no ano de 2022, impulsionada por Outras Vozes em Educação;
  6. Realizar uma reunião de trabalho, em janeiro de 2024, em Morelia, Michoacán-México, para trabalhar no documento conceitual que permita consensuar categorias, termos, práticas e políticas neoliberais em educação. Para tanto, será estabelecido um roteiro de trabalho a partir deste segundo Congresso Mundial;
  7. Impulsionar nossa primeira Escola presencial de educadores populares e pedagogias críticas, em perspectiva de gênero, em Ibagué Tolima, em junho de 2024.
  8. Unir esforços para realizar nosso III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo Educacional no Rio de Janeiro, Brasil, em outubro de 2024, como um espaço para pensar, dialogar e construir juntos;
  9. Explorar a possibilidade de converter o dia 5 de outubro de cada ano, a partir de 2024, em um dia global de mobilização e luta dos trabalhadores da educação, coordenando internacionalmente a defesa da educação pública presencial, da profissão e do trabalho docente. Para isso iremos estabelecer uma rota de contatos e acordos entre as organizações presentes.

 

Estamos a caminho, seguimos somando vontades para ajudar o nascimento de uma sociedade que tem como centro a educação e a justiça social.

 

Panamá, junho de 2023.

 

 

 

 

 

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Violencia y trabajo infantil en la Montaña

Por: Tlachinollan

 

El trabajo de niñas y niños en México se ha extendido entre las familias pobres, cuyos padres y madres no cuentan con un ingreso seguro y con lo poco que ganan sería imposible atender las necesidades más apremiantes de sus hijos. Además de que la canasta básica se ha tornado inalcanzable para millones de familias pobres, los niños y niñas no asisten a la escuela por onerosa que se ha vuelto la educación pública y porque tienen que dedicar parte del día a realizar algún trabajo que les dé la oportunidad de obtener un ingreso.

De acuerdo con el último reporte del INEGI hay alrededor de 3.3 millones de niñas y niños involucrados en algún trabajo, lo cual representa el 11.5 por ciento de la población de entre 5 y 17 años. Un gran número de niñas y niños no sólo enfrentan el flagelo de la pobreza que por varias generaciones se ha reproducido ante la imposibilidad de romper con este círculo de la exclusión social, sino que muchas de ellas son víctimas de la violencia familiar y delincuencial.

Hemos documentado casos graves de niñas que se encuentran en total indefensión y que luchan a brazo partido para no sucumbir ante la tragedia familiar. Cinco niñas del municipio de Alpoyeca quedaron huérfanas de madre a causa de la violencia del padrastro que fue el autor del feminicidio. Ninguna autoridad las auxilió y el Ministerio Público las revictimizó. Las obligaron a declarar cuando ellas no estaban en condiciones de hacerlo. Las cuatro niñas menores se refugiaron con la hermana mayor que estudiaba el bachillerato. El mundo se les vino encima porque no encontraron redes de apoyo familiar que las cobijara y les brindara la ayuda necesaria para enfrentar esta trágica muerte de su madre. Las cinco niñas que antes habían acompañado a su mamá para trabajar como jornaleras agrícolas en el estado de Sinaloa, y que los sueldos de tres menores y la mamá les permitieron levantar su casa, se vieron obligadas vender memelas y atole. De manera esporádica las hermanas mayores han trabajado en las casas como empleadas del hogar. Han pasado cinco años del feminicidio de su madre y las cinco niñas se han sobrepuesto para sostenerse con las diferentes actividades que realizan. Las hermanas mayores ya no pudieron continuar sus estudios y decidieron trabajar para asegurar que sus dos hermanitas puedan asistirá la escuela.

Dos niñas me’phaa de Juanacatlán, municipio de Metlatónoc, no sólo vivieron la agresión sexual de su propio padre, sino que tuvieron que desplazarse del domicilio donde vivían porque los abuelos paternos las echaron de la casa. No les permitieron sacar sus cosas, ni la carcacha que habían logrado comprar de los ahorros de la mamá que vende tostadas. Tuvieron que refugiarse en una comunidad de la Montaña para evitar que algún familiar del padre las amenazara o las agrediera. Su mamá desde que tuvo conocimiento de que su esposo abusaba sexualmente de sus dos menores hijas se armó de valor para denunciarlo, asumiendo las consecuencias de lo que implicaría esta denuncia.

Fue muy difícil para la mamá de las niñas encontrar un lugar para vivir, sobre todo, rentar una casa donde pudieran rehacer su vida. Actualmente las niñas tienen que ayudar a su mamá para sobrevivir. Le ayudan a elaborar las tortillas, las ponen en el comal, después las secan al sol para que queden doradas y puedan venderlas como tostadas. Su mamá las guisa en aceite y las deja escurrir varias horas para que sus pequeñas hijas se encarguen de empaquetarlas y salir a las calles a venderlas. En un principio intentó venderlas en el mercado, sin embargo, no le convino porque la competencia era desleal y una docena la tenía que vender a 15 pesos para que los clientes se animaran a comprarla. Salía perdiendo porque no le alcanzaba para costear el aceite que utiliza. No tuvo otra opción que empezar a vender casa por casa. Desde hace dos años ha encontrado personas que le compran semanalmente 300 tostadas, sin embargo, sus ganancias son de 300 pesos al día, por eso sus hijas le ayudan con otros trabajos para completar los gastos de comida de la casa que ascienden a 600 pesos por semana. La hija mayor aprendió a elaborar pulseras de hilo y chaquira y las logra vender en la escuela Sor Juana Inés de la Cruz. Hay días que vende tres o cuatro pulseras por 35 pesos. Este dinero le alcanza para comprar un cono de huevo o dos bolsas de frijol para comer. La segunda hija le ayuda a vender bolis en la escuela Felipe Ángeles Ramírez, donde ha logrado tener varias amigas. Diariamente carga con su cubeta para llevar los bolis que ahora con el calor vende todos. Por su parte, su mamá les ha enseñado a elaborar canastitas y bolsas de palma, que logró aprender en las comunidades nahuas de Tixtla. Estas artesanías son baratas y accesibles para incrementar un poco su ingreso. El gran logro de su mamá es que animó a sus hijas a que continuaran sus estudios que a pesar de las precariedades han sabido organizarse para trabajar y estudiar. Su mayor sueño es que sus hijas no vuelvan a ser víctimas de la violencia y que encuentren en la escuela el modo más seguro para enfrentar este trauma y encontrar en la educación un camino más seguro para fortalecer su espíritu y seguir el ejemplo de su mamá para no permitir que nadie más atente contra su dignidad.

Lucino, un niño me’phaa de 12 años, que vive con su mamá y su abuela, junto con su hermano Braulio de 10 años y otro hermano menor han tenido que soportar el desprecio de su padre. Es muy común en la Montaña que los papás abandonan a sus parejas, sobre todo cuando saben que están embarazadas. La historia se repite, el papá no los quiso reconocerlos como sus hijos y dejó abandonada a su madre. La mayor desilusión de los tres hijos es ver a su padre alcoholizado negándoles cualquier apoyo con el argumento de que no tiene dinero.

Ante la irresponsabilidad del papá, Lucino empezó a trabajar como peón desde que tenía 9 años para ganar 50 pesos al día y compartir con su abuela y su mamá ese precario ingreso. Fue un ejemplo para la familia porque continuó estudiando la secundaria y con el poco dinero que gana le ayuda a su hermano Braulio para que pueda terminar la primaria.

Desde pequeños salieron a trabajar en el campo con su mamá. Iban a comunidades de la misma región de la Montaña. Se han alquilado para chaponear y pizcar. Salen en temporada de lluvia que es cuando logran conseguir trabajo. Poco dinero logra juntar, y sólo les alcanza para comer y comprar algunos útiles de la escuela. A veces se dan el lujo de comprarse algunos huaraches. Regularmente la gente les regala ropa porque ven que por más que trabajen los niños no mejora su situación económica. En ocasiones se levantan a las 6 de la mañana para cortar leña. Les alcanza para comer una tortilla que remojan con una taza de té. Así se van al cerro con un burro prestado y cuando no consiguen trabajo, la leña que cortan la venden en las casas para tener algún recurso extra. También van a cuidar sus cinco chivos que con mucho trabajo han criado para que cuando ocurra una enfermedad puedan venderlos. Todo el tiempo están pendientes de los trabajos que salen, por eso siempre cargan un garabato cada quien porque en cualquier momento los pueden llamar para trabajar.

Su situación empeoró porque hace unos meses a su mamá le detectaron un cáncer cérvico uterino. Hace más de un mes Braulio acompañó a su mamá al hospital de Acapulco para que le den el tratamiento que requiere. El viaje y la atención médica tienen un alto costo. Para las familias pobres de Guerrero no existen los servicios médicos gratuitos, por eso Braulio tuvo que conseguir 20 mil pesos con un familiar. Se echó a cuestas una deuda que no saben en cuánto tiempo va a cubrir, pero el amor por su madre puede más que cualquier sacrificio para luchar por su salud. En la casa materna se quedaron Lucino y su hermano el más pequeño. Ahora ellos hacen el trabajo de Braulio. En la mañana y en la tarde muelen con un molino de mano el nixtamal para hacer tortillas. En algunas ocasiones su tía visita a su abuelita que desde hace años no camina. Los nietos ya aprendieron a darle de comer y atender sus necesidades fisiológicas. Además de trabajar también son los que cuidan a su abuela.

El niño Lucino, como centenares de niños y niñas de la Montaña no sólo tiene que trabajar en el campo y en las calles para recibir un ingreso que mitigue el hambre de su familia, sino que es víctima de la violencia que se expande en las comunidades y que se reproduce en el ámbito familiar. Las autoridades de los tres niveles de gobierno se han desentendido de esta violencia y son cómplices de la tragedia que padece la niñez indígena. Los han dejado en el olvido como si se tratara de personas sin derechos. La niñez indígena es víctima del racismo institucionalizado. En este gobierno que supuestamente les da prioridad a las familias pobres, las autoridades educativas del Estado son un ejemplo claro de la demagogia en que han caído al negarles a las madres y padres de familia el derecho a tener un maestro o maestra en sus comunidades. Es inconcebible que se escuden en la falta de presupuesto y que condenen como han hecho los demás gobiernos corruptos y mestizos a la niñez indígena ser parte de la población analfabeta que padece los estragos del desempleo y del desprecio de los políticos y patrones.

El actual gobierno de Evelyn Salgado no ha emprendido acciones de gran calado para proteger a la niñez indígena, para garantizar la educación básica, para crear un entorno seguro en las comunidades donde viven.

La niñez indígena no sólo crece en la orfandad institucional, sino que padece la violencia de un gobierno racista que les niega a los niños y niñas el derecho a soñar un mundo donde reine la magia, el encanto, el juego y la felicidad tan ausente en la Montaña de Guerrero.

Fuente de la información e imagen:  Tlachinollan

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Más de 150 millones de niños trabajan en el Mundo, revela UNICEF

Por: Christian López

 El 12 de junio se conmemora el Día Mundial contra el Trabajo Infantil; el tema de este año es: “Justicia social para todos. ¡Acabemos con el trabajo infantil!”

La pandemia por la COVID-19, las crisis económicas y los conflictos en el mundo han generado que más familias estén en la pobreza y que millones de niños se integren al trabajo infantil, de acuerdo con el Fondo de las Naciones Unidas para la Infancia (UNICEF).

Más de 160 millones de niños y niñas de entre 5 y 17 años en el mundo son víctimas del trabajo infantil, según han advertido las ONG de infancia con motivo del Día Mundial contra el Trabajo Infantil, que se conmemora este lunes 12 de junio bajo el lema ‘Justicia social para todos. Poner fin al trabajo infantil’.

Cabe destacar, como se informó en La Verdad Noticias, trabajo infantil se define como toda actividad laboral que priva a niños, niñas y adolescentes de su niñez, de vivir conforme a su etapa de crecimiento, y que es perjudicial para que se desarrollen tanto física como psicológicamente.

Peores formas del trabajo infantil

Sin acceso a escuela, menores que trabajan
El trabajo infantil abarca todas las actividades económicas que realizan las y los menores de 12 años; las ligeras permitidas para aquellos de 12 a 14 años; y también abarca las peores formas de esta actividad.

Estas últimas son “un lastre y el origen de violaciones gravísimas de derechos humanos para niños, niñas y adolescentes porque atentan contra su dignidad, integridad y bienestar físico, emocional y psicológico”.

También se encuentra la mendicidad ajena, que se presenta cuando piden dinero en las calles y normalmente hay personas adultas que se benefician de ello; la servidumbre, que consiste en ocuparlos para labores de limpieza en restaurantes, negocios y para quehaceres domésticos, a cambio de condiciones mínimas de alojamiento y alimentación.

¿Cómo acabar con el trabajo infantil?

El trabajo infantil es problema complejo
Por tratarse de un problema complejo, las intervenciones más eficaces son aquellas que articulan varias dimensiones en simultáneo: la escolarización, la atención sani- taria, el acceso a la protección social, la regulación del mercado laboral, la efectiva aplicación de normativa vigente y las prácticas culturales.

Fuente de la información e imagen:  https://laverdadnoticias.com

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CII-OVE apuntes sobre el 2 Congreso Mundial contra el Neoliberalismo Educativo

Por Luz Palomino/CII-OVE 

Entre el 5 y el 9 de junio del 2023 se realizo el 2º Congreso Mundial contra el Neoliberalismo en la Educación. Con el tema “Alternativas pedagógicas y resistencias estudiantiles y sindicales”, el evento tuvo lugar en Panamá y fue organizado por la Asociación de profesores (ASOPROF) y Centro Internacional de Investigaciones Otras Voces en Educación (CII-OVE). Contó con la participación de representantes de más de 30 países como: Panama, Argentina, México, Puerto Rico, Venezuela, Colombia, Bolivia, Perú, Guatemala, Paraguay, Uruguay, chile, EEUU, Brasil, Ecuador, Francia, España, Africa entre otros.

Este importante evento internacional de tejido social y en defensa de la educación publica presencial como derecho humano fundamental,  tuvo lugar en la ciudad de Panamá y también en la ciudad de Santiago de Veraguas, permitió el contacto y la participación de sindicatos, gremios, profesor@s y maestr@s de educación superior, educación básica y movimientos sociales de diversos países. Teniendo una fuerte presencia de representantes de sindicatos, asociaciones y colectivos educativos de América Latina y el Caribe, pero también estuvieron presentes luchadores de Estados Unidos, Europa, así como se enviaron videos de saludos de compañer@s de los continentes Africano y Asiático.

Durante los cinco días del evento, se produjeron decenas de debates y paneles, además de exposiciones de libros, revistas, vídeos y presentaciones culturales, que debatieron los ataques del Capital a la Educación, la mercantilización de la enseñanza y la lucha en defensa de la educación como derecho humano.

Algunos de los temas tratados fueron:

Situación educativa internacional
Desafíos del gremialismo y sindicalismo docente
La Educación universitaria ante la mercantilización, estandarización y desterritorialización
Movimiento pedagógico, gremialismo y sindicalismo  docente
El papel de la cultura y las humanidades en la escuela y las resistencias contra la instrumentalización del pensamiento
Desafíos del sindicalismo docente ¿Cómo trabajar la construcción gremial y sindical en un mundo cada vez más digital?
La democracia en las organizaciones gremiales y sindicales del magisterio
La producción del conocimiento como resistencia a las lógicas del mercado
Informes nacionales sobre la situación educativa por país 
La Educación del siglo XXI en defensa de la educación pública presencial.
Todas las ponencias y debates las pueden ver y escuchar por nuestro canal  https://www.youtube.com/@OtrasVocesEnEducacion/streams
Algunas conclusiones finales:
  • Brasil fue elegido como sede del próximo Congreso Mundial contra el Neoliberalismo en la Educación. El tercer congreso se celebrará en la ciudad de Río de Janeiro, en el segundo semestre de 2024. ANDES-SN, SINAFESE, participarán junto con otras entidades del sector de la Educación, en la organización del evento. Donde se tiene el reto de ampliar la presencia de compañer@s de África y Asia, así como de estudiantes en general.
  • Explorar la posibilidad de convertir el 5 de octubre de cada año, a partir de 2024, en una jornada global de movilización y lucha docente coordinada internacionalmente en defensa de la educación pública presencial y la profesión docente, para ello estableceremos una ruta de contactos y acuerdos entre las organizaciones presentes.
  • Asumir la identidad de Congreso Mundial contra el Neoliberalismo Educativo para la firma de documentos, declaraciones y otros aportes consensuados;

Por último, no podemos dejar de decir que los profesores y las profesoras de Panamá nos recibieron con mucho cariño y entusiasmo. Nuestro compromiso con la educación de la clase trabajadora puede dar otro paso concreto en Panamá. Este espacio es continuidad de esfuerzos y punto de partida que intenta construir caminos para seguir tejiendo resistencias compartidas.

Estamos en el camino, seguimos sumando voluntades para ayudar a que nazca una sociedad que tenga a la educación y la justicia social en su centro.

 

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Luis Hernández Navarro: periodismo para transformar conciencias

Texto: Kau Sirenio

Foto: Programa contracorriente de Rompeviento Tv

 

La trayectoria de Luis Hernández Navarro es también la historia de las luchas democráticas del país. Por su pluma se han narrado los movimientos magisteriales, obreros, campesinos e indígenas que han buscado la transformación de México. Hoy, el periodista recibe el premio Carlos Montemayor, un reconocimiento para un hombre que ha contado y acompañado las luchas por la justicia, la democracia y la dignidad.

CIUDAD DE MÉXICO. – Sentado ante la imagen de Ricardo Flores Magón del Colegio de San Ildefonso, como un niño regañado, Luis Hernández Navarro suelta a bocajarro: “Espero que el maestro Magón no me de un zape”.

Luis Hernández está presentando su nuevo libro La pintura en la pared: Una ventana a las escuelas normales y a los normalistas rurales, un trabajo de memoria que recupera las imágenes y símbolos de lucha del magisterio democrático.

Este tipo de trabajos son los que han caracterizado a Luis Hernández Navarro durante su trayectoria como periodista. Su compromiso con la memoria y las luchas sociales que buscan transformar el país.

Por eso, Luis Hernández ahora también recibe el premio nacional Carlos Montemayor, un reconocimiento a personas que han aportado a la lucha democrática de México.

Sin duda, Luis Hrnández es merecedor de este galardón, pues es uno de los intelectuales que más arraigo tiene con las organizaciones sociales y sindicales en el país. Sus artículos de opinión en La Jornada dan prueba de ello. En ellos, se centra en contrastar el discurso oficial, hablando del magisterio, los sindicatos y las luchas indígenas.

En entrevista con Pie de Página, el director de la sección de opinión de La Jornada ahonda en torno al premio Carlos Montemayor, así como su relación con los movimientos sociales, sindicales, magisteriales y estudiantiles.

«Este premio es un honor y una responsabilidad»

–¿Qué significa para usted recibir este premio?

–Es un honor y una responsabilidad. Carlos Montemayor fue un gran intelectual, un hombre que siempre buscó contrastar el discurso de poder con la realidad de los movimientos populares, dedicó buena parte de su vida a visibilizar la lucha de sus compañeros que participaron en el Asalto a Cuartel Madera, porque la prensa los atacaba como si fueran forajidos delincuentes. Eso cimbró a Carlos. Es realmente un honor y una responsabilidad para dar continuidad con las actividades qué el realizó.

Sin soltar la conversación, Hernández Navarro discurre habla sobre su trayectoria y el inicio de su carrera como periodista. Un camino que va desde los movimientos sociales y su relación con cada uno de ellos, hasta el periodismo deportivo.

“Mi labor de periodista comenzó en una revista deportiva, ahí trabajaba como reportero de nota de color, y una de mis primeras entrevistas fue con La Cobra Muñante, cuando le acababan de romper la nariz” recuerda Hernández Navarro.

Pero después de su paso por las canchas, Navarro llega a su trabajo con los movimientos sociales. Recuerda su labor como asesor de los movimientos obreros.

“Como asesor sindical escribía artículos para un periódico que se llamaba Trabajadores en Lucha, esas vertientes de colaborar con la prensa alternativa, independiente, crítica y ganarme la vida en medios comerciales me hizo comprometerme más con la lucha social”.

 

Luis Hernández Navarro

La pluma y la militancia

Su relación con las organizaciones políticas fue generacional, dice Luis Hernández. Primero, recuerda su paso por el movimiento del 68. En ese entonces Luis Hernández tan sólo tenía 13 años.

“Otra vivencia que me llevó a tener mayor compromiso social en mi generación fue mi participación directamente el movimiento 68. Yo tenía 13 años. Ese eco del 68 me llevó con mucho otros compañeros de generación a comprometerme con las luchas sociales, primero en el movimiento obrero en el Valle de México, en la zona de Ecatepec, con los trabajares de muebles”.

Posteriormente, Hernández Navarro llega al Instituto Nacional de Antropología e Historia (INAH). Ahí, inicia su militancia sindical, en la base, y después como secretario general del sindicato. Esta posición le permitió participar en la fundación de la Coordinadora Nacional de Trabajares de la Educación (CNTE). Desde ese momento empezó a acompañar a maestros en sus compromisos con las luchas sindicales y campesinas.

Pero la actividad política de Luis Hernández no sólo fue con la Coordinadora, por ejemplo, también trabajó con organizaciones cafetaleras. Estando en el movimiento campesino Luis vivió de primera mano el surgimiento del movimiento de los 500 años, y después el zapatismo.

“Estaba acostumbrado a trabajar con los compañeros de pueblos originarios en su carácter de productores, pero hubo una transformación tremenda de conciencias, en esos procesos estuve pendiente hasta que entré a trabajar de tiempo completo en La Jornada, esto me permitió ejercer periodismo crítico, ético y ganarme la vida misma”.

Contar el magisterio

Si alguien quiere conocer la historia de las normales rurales en México, sin duda Luis Hernández Navarro es una fuente imprescindible. Su relación con el normalismo rural empezó por dos vías distintas. Luis cuenta:

“Muchos de los principales dirigentes de la CNTE de aquellos años eran egresados de normales rurales, algunos recién egresados y otros ya tenían más tiempo. Después de la plática con ellos supe de las normales rurales”.

Desde esa cercanía, Luis Hernández comenzó a sistematizar las experiencia de la Coordinadora.

“Ahí me di cuenta en la importancia de las normales rurales, así que empiezo a tener cercanía con una de ellas. Por ejemplo, cuando sale el libro sobre el magisterio en la época moderna que se llama Cero en Conducta y lo presentamos en varias normales rurales, una de ella es Ayotzinapa” dice.
Pero su trabajo no se queda ahí, sino que que empieza con el dialogo permanente.

“Una compañera investigadora, Tanalís Padilla, que trabajó un libro que está por aparecer en español, extraordinario sobre las normales rurales, ese dialogo de ida y vuelta que enriquece mucho sobre el normalismo rural” señala.

Un momento clave que retrata el compromiso que tiene Luis Hernández con los normalistas sucede con el asesinato de Jorge Alexis Herrera Pino y Gabriel Echeverría de Jesús en la Autopista del Sol, el 12 de de diciembre de 2011.

“El asesinato me impactó mucho, estuvimos cerca de ese proceso que por cierto hasta ahora no hay justicia. Luego viene el 26 de septiembre de 2014. Me avisaron los maestros de Iguala, yo estaba en el periódico, era muy confuso, hasta que nuestro compañero corresponsal en Guerrero, Sergio Ocampo Arista nos dio una idea más acabado de lo que estaba sucediendo”.

La charla sigue su cuso, y las anécdotas de Luis Hernández son innumerables. Desde su pluma se han narrado los movimientos magisteriales, obreros, campesinos e indígenas que han buscado la transformación de México. Su legado y aportación a la historia del país es basto, y seguirá escribiéndose.

“A la prensa escrita le dieron 15 años de vida, pero mira: aquí estamos” concluye Hernández Navarro.

Fuente de la información:  https://piedepagina.mx

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¿Qué dice la UNAM sobre el aumento de temperatura en México?

Por: Patricia Martínez

Según la UNAM, la alta presión en la troposfera provoca el aumento de temperaturas; también influyen fenómenos como El Niño o La Niña.

De acuerdo con especialistas de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), la alta presión en la troposfera provoca el aumento de temperaturas; también influyen fenómenos como El Niño o La Niña.

Paulina Ordóñez, investigadora del Centro de Ciencias de la Atmósfera de la UNAM, señala que, en el largo plazo, no es posible predecir las olas de calor, sin embargo, sí existe la oportunidad de prever las oscilaciones climáticas y los modos de variabilidad climática que propician intenso calor.

“Sabemos que estamos en una ola de calor, cuando se supera un umbral durante cinco días o hasta una semana, todo en función de la temperatura máxima de cada lugar”, precisó.

¿Qué explica la UNAM sobre las olas de calor en México?
Las olas de calor pueden afectar la salud
La científica explicó también que podría considerarse una ola de calor en la Ciudad de México, cuando se alcanza el máximo de 30ºC, mientras en Sonora sería de 50ºC.

La UNAM señala que, según diversas investigaciones, en el hemisferio norte son cada vez más frecuentes las olas de calor en las latitudes medias.

Asimismo, Paulina Ordóñez dijo que las olas de calor se pueden presentar todos los años y en cualquier época, aunque es factible que pase mucho tiempo sin que ocurran.

Los especialistas señalan que los patrones del clima están en proceso de cambio, aunque no se sabe si se debe atribuir directamente al cambio climático.

Los fenómenos de temperaturas extremas van en aumento en cuanto a frecuencia, duración y magnitud.

Como  la Verdad Noticias ha mencionado en otras notas informativas , según información de la Organización Mundial de la Salud (OMS) la exposición al calor puede causar daños en la salud, como: edema, síncope, calambres, agotamiento por calor y el golpe de calor que puede llevar a la muerte.

Por tal motivo, se recomienda a la población tomar medidas preventivas durante la temporada, como es mantenerse hidratado y evitar estar expuesto al Sol varias horas.

Fuente de la información e imagen: https://laverdadnoticias.com

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Podcast CIIOVE: Pedagogías feministas. Patriarcado y pedagogías de la crueldad

Por: Selene Kareli

Buen día, espero que todas, todos, todes, se encuentren muy bien en cualquier parte de los muchos territorios que habitan. Les habla Selene Kareli, formo parte del Centro Internacional de Investigación Otras Voces en Educación suscrito al Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales CLACSO, así como parte del Grupo de Trabajo Capitalismo Digital, Políticas Educativas y Pedagogías Críticas. En esta ocasión, damos apertura a una serie de cuatro episodios de este nuestro podcast OVE-educación, en el cual abordaremos un tema vigente y de urgencia como lo son las pedagogías feministas. Esperamos nos acompañen en esta serie de cuatro capítulos.

Hoy comenzamos hablando del patriarcado y las pedagogías de la crueldad. Tomando dos textos fundamentales como ejes: ¡A despatriarcar! de María Galindo, quien es una activista boliviana, militante del feminismo radical, escritora y comunicadora, cofundadora y líder del colectivo Mujeres Creando. Asimismo, Mujeres Creando es un movimiento feminista boliviano, nacido en 1992 que tiene la calle como escenario principal de sus actividades, utilizando sobre todo el grafiti y las performances como expresión. Por otra parte, el texto Contra-pedagogías de la crueldad de Rita Segato es clave en este episodio. Destacando que Rita Segato es una escritora, antropóloga y activista feminista argentina, quien reside en Brasilia y Tilcara. Es especialmente conocida por sus investigaciones que se han orientado a las cuestiones de género en los pueblos originarios y comunidades latinoamericanas, a la violencia de género y a las relaciones entre género, racismo y colonialidad.

Así pues, me gustaría comenzar apuntando una cita textual de María Galindo que se encuentra en ¡A despatriarcar! Quien nos dice: “El patriarcado fue intrínseco para la creación del mundo colonial: el sometimiento de la vida política no-occidental fue constituida, en parte, por el sometimiento de las mujeres. Y, como en los siglos pasados, el patriarcado está incrustado en los sometimientos de hoy. Mujeres Creando estuvo investigando este concepto crucial y devastador: si las relaciones coloniales (y las relaciones neo-coloniales) están construidas con el patriarcado como base –No se puede descolonizar sin despatriarcalizar-“. En este sentido, resulta crucial, que, aquellas investigaciones e intervenciones sociales y políticas que hablen de descolonizar tengan presente la perspectiva de género como eje transversal. De otra manera, se seguirá reproduciendo el patriarcado y esas violencias sistémicas que nos atraviesan.

De igual manera, un elemento fundamental que nos comparte María Galindo es la importancia de liberar al feminismo de la jaula a la que ha sido confinado por la demanda de ‘equidad’ e ‘inclusión’, apuntando a la exigencia del reconocimiento de identidades multidimensionales, portadoras de historias y problemáticas que se intersectan, abiertas al exterior y siempre en movimiento. En este sentido, la crítica de Galindo se centra en Bolivia, pero las lecciones a ser extraídas cruzan las fronteras, donde se hace presente el reclamo de un imaginario y de un nuevo lenguaje político creativo como no lo hacemos usualmente en nuestros tiempos, asfixiadas por la literatura feminista que está entre el frecuente lenguaje pretencioso de la academia y el seco y burocrático lenguaje de las ONG’s y dependencias gubernamentales que dictan los marcos. De igual modo, señala que el colonialismo le otorgó al hombre indígena ventajas sobre la mujer indígena, ventajas de control, usufructo de su trabajo y despojo de su condición de sujeto, violentando e imponiendo su mirada del mundo sobre sociedades a las que se llegó a colonizar. Atrapando e interviniendo subjetividades de manera cruel y violenta. Generando así despojo de múltiples identidades de lo que implica el ser mujer, mujeres y hombres. Arrebatando el derecho que tenemos sobre nuestros cuerpos y nuestras identidades.

Por su parte, en este cuestionar al feminismo, o feminismos que surgen desde el patriarcado, Galindo refiere que el feminismo se entiende como el conjunto de luchas y rebeldías de las mujeres tanto individuales como colectivas para enfrentar y desobedecer los mandatos patriarcales, luchas acontecidas en todas las culturas, sociedades, regiones y tiempos. Cuando hablamos de feminismo, hablamos, por eso, de un fenómeno planetario; no hay sociedad, cultura ni región donde no haya feminismos. El feminismo por tanto tiene una multiplicidad de voces, una complejidad de visiones y una historia, o historias, que están aún pendiente de escribirse.

De este modo, despatriarcar es cuestionar esos mandatos dados que silencian nuestras emociones, nuestros saberes, para crear y dar paso a esas formas de vida que no cumplen marcos sociales establecidos por el gran capital, mismos que, incluso nos ponen en disputa con nosotras mismas, y con otras compañeras.

Siguiendo estas ideas, me gustaría dar apertura a Rita Segato con pedagogías de la crueldad, pues es este sistema patriarcal que se mete de manera sutil y violenta a nuestro inconsciente, y para poder cuestionar y transformar hay que mirar esas pedagogías de la crueldad, asumiendo y dando dirección al dolor que indudablemente surge de ese sometimiento. Pero vayamos por partes ¿qué son las pedagogías de la crueldad? Rita Segato sostiene que  los hombres deben entrar en las luchas contra el patriarcado, pero no deben hacerlo por nosotras y para protegernos del sufrimiento que la violencia de género nos inflinge, sino por ellos mismos, para liberarse del mandato de masculinidad que los lleva a la muerte prematura en muchos casos y a una dolorosa secuencia de probaciones de por vida; en este sentido, desmontar el mandato de masculinidad que se origina desde el patriarcado y que potencializa la colonización, no es otra cosa que desmontar el mandato de dueñidad de cuerpos-territorios.

Por su parte, y siguiendo las ideas de Segato, el patriarcado es la primera pedagogía de poder y expropiación de valor; así, al hablar de la pedagogía de la crueldad no podemos olvidarnos de mencionar a los medios masivos de información con su lección de rapiña, escarnio y ataque a la dignidad ejercitadas sobre los cuerpos de las mujeres. De tal manera, los medios nos deben una explicación sobre por qué no es posible retirar a la mujer de ese lugar de victima sacrificial, expuesta a rapiña en su casa, en la calle, y en la sala de televisión de cada hogar.

Tenemos, desde las ideas compartidas, que el sistema patriarcal nos educa y violenta tanto a mujeres como a hombres, por lo que se vuelve urgente crear Otras formas de ser y estar con una misma para crear comunidad que apunte al buen vivir. Es así como miles de mujeres organizadas en diversas latitudes nos hemos juntado para crear y materializar esas otras formas. Lo cual nos encamina a las pedagogías feministas; no obstante, antes de ahondar en dichas educaciones, se vuelve necesario nombrar y reconocer esas pedagogías que nos oprimen y el dolor que han ocasionado, no para sumergirse en victimización, sino para reconocer e ir hilando esas formas creativas que nos han hecho permanecer en la resistencia para crear otros mundos posibles. No se trata de victimizar ni de romantizar, sino de reconocer nuestras luchas individuales y colectivas que nos llevan a emancipaciones. En este sentido, dejo las preguntas ¿ustedes reconocen las violencias que el patriarcado ha ejercido sobre su cuerpo y7o territorios? ¿De qué maneras se organizan y activan para crear otras maneras de ser y estar? Con estas preguntas al aire cierro, o abro dialogo, de este primero episodio de nuestro Ove podcast.

En el siguiente capítulo nos adentraremos más a estas pedagogías feministas que atraviesan lo individual, lo escolar y lo comunitario. Por lo que les invitamos a seguir nuestras distintas redes sociales: Twitter, Instagram, Facebook, YouTube, Tik Tok, en todas estamos como Otras Voces en Educación, y compartir sus opiniones y perspectivas, así como para estar pendientes de la siguiente emisión. Los enlaces para descargar los textos que hoy fueron compartidos serán de libre acceso en la parte descriptiva de este podcast para que puedan consultarlos a profundidad y cuando ustedes así lo decidan.

Muchas gracias por seguirnos y escucharnos. Nos escuchamos en la próxima.

Hasta pronto.

Contra-pedagogías de la crueldad – Rita Segato:

https://drive.google.com/file/d/1PM0Us9G8RQz085KccE9GYxmCN39isMcP/view?usp=sharing

¡A despatriarcar! – María Galindo:

https://drive.google.com/file/d/1-G3F_JOGSUHKc-poHE1_i-Ho_uwGafrZ/view?usp=sharing

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