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Brasil: Docentes da Ufsm relatam como o trabalho tem invadido a vida pessoal por meio do celular

A linha que separa o trabalho da vida pessoal fica cada vez mais tênue com o avanço dos dispositivos móveis. O telefone celular, inicialmente pensado para facilitar a comunicação, tem se tornado um dos principais responsáveis por afetar o equilíbrio entre as esferas profissional e pessoal. Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm), no Rio Grande do Sul, relatam que o trabalho frequentemente invade seu espaço pessoal, especialmente por meio do dispositivo.

“Muitas vezes, acabo usando o espaço de tempo pessoal para responder mensagens, porque há uma pressão para que seja feito de imediato. Infelizmente, se a pessoa demora um ou dois dias para responder, já é considerado um atraso. Tudo tem que ser resolvido na mesma hora”, afirma Andrea Cezne, professora do departamento de Direito da Ufsm.

Cezne conta ainda que a situação se agrava para quem ocupa cargos de gestão, pois o assédio institucional dificulta a separação entre trabalho e vida pessoal. “Dificilmente alguém tem coragem realmente de separar as duas esferas usando, por exemplo, um número de WhatsApp para o trabalho e outro pessoal. As pessoas que não aguentam esse tipo de intervenção, entre outras coisas, e saem de grupos do trabalho, etc, são vistas como problemáticas. E quem está na gestão e não suporta mais esses processos, acaba saindo dos cargos. Isso faz com que as questões nunca sejam realmente discutidas”, contou.

Liliana Ferreira, professora do departamento de Fundamentos da Educação da Ufsm, compartilha uma experiência similar. “Parece que é um contínuo dia de trabalho, porque, muitas vezes, domingo à noite, estou recebendo demandas. Durante a pandemia, os estudantes enviavam mensagens de madrugada, pedindo para conversar ou mesmo enviando tarefas. Com o tempo, você vai educando isso”, disse. A docente acrescenta que as mensagens de trabalho ocupam um grande espaço na sua hora de lazer. “Fim de semana, feriados, férias, parece que eles já não existem”, lamenta.

Os depoimentos das docentes mostram como dispositivos eletrônicos, especialmente os smartphones, abriram as portas das casas das professoras e dos professores para as demandas de trabalho. Essa invasão se intensificou com a popularização dos celulares, a sobrecarga de trabalho e os cortes de investimentos em infraestrutura e pessoal nas universidades. As fronteiras entre a vida profissional e pessoal, que já estavam se tornando difusas, foram praticamente eliminadas.

A ideia de que “quem está conectado à internet está em condições de trabalhar” se tornou predominante. Mesmo na ausência de supervisão direta, as e os docentes sentem a necessidade de responder rapidamente a e-mails ou mensagens nos aplicativos de mensagens instantâneas recebidas em horários impróprios. Esse cenário exige um exercício constante de autodisciplina para separar o tempo de trabalho do lazer e do convívio social.

Quando esse autogerenciamento falha, as consequências podem ser graves. O professor do departamento de Neuropsiquiatria da Ufsm, Maurício Hoffmann, alerta sobre o risco da Síndrome de Burnout. “O celular realmente invade o espaço pessoal, pois as pessoas podem te encontrar a qualquer momento, em qualquer lugar. Te mandam um e-mail ou um WhatsApp, e acham que você deve resolver na hora, e isso gera pressão. Dependendo do contexto, algumas pessoas podem desenvolver Burnout por causa disso”, explicou.

Pandemia
Embora as aulas presenciais na Ufsm tenham sido retomadas há mais de dois anos, após a interrupção causada pela pandemia de Covid-19, ainda persistem resquícios desse período que parecem ter se consolidado de maneira definitiva na prática docente.

Andrea Cezne conta que, durante a suspensão das aulas presenciais, existiu pressão para que as e os docentes rapidamente se adequassem ao uso das telas. “No meu caso, isso teve efeitos físicos e mentais na minha saúde, o que provocou uma situação que necessitou de um afastamento de 60 dias para ser resolvido. Mas pior ainda ficaram os colegas na coordenação, por exemplo. Porque além de terem que resolver sozinhos várias questões no sistema, ainda recebiam as demandas dos alunos e a pressão dos superiores”, relata a docente.

A pandemia funcionou como um agente normalizador do trabalho docente mediado por tecnologias digitais, principalmente devido ao baixo custo orçamentário. Essa hipótese é levantada pela docente Liliana Ferreira, que argumenta que a tecnologia se tornou uma forma econômica de gerenciar o trabalho docente. Atualmente, ela tem avançado para áreas que antes eram essencialmente presenciais, como as atividades em instituições de fomento à pesquisa, como FAPERGS, CNPq e Capes, além da participação na avaliação de instituições e cursos pelo Inep.

“A pandemia causou um grande estrago no modo de a gente viver […] Então, para além de todo o sofrimento que causou, das perdas que nós tivemos, tivemos também essa descoberta de que é muito mais fácil fazer um controle do nosso trabalho pela tecnologia do que propriamente gerando novos e bem aparelhados espaços presenciais de trabalho. Assim, a maior parte do nosso trabalho tem acontecido pela internet. Hoje, nós temos as aulas presenciais novamente, o que é um ganho, mas por outro lado também temos todo o atendimento feito à distância […] Então, com certeza a descoberta de que é muito mais viável, é vantajoso manter os professores em casa, na frente de uma tela para a realização desse trabalho, acabou onerando o nosso tempo”, analisa Liliana.

Mas e além do trabalho?
O aumento das jornadas de trabalho das professoras e dos professores, incitado pelo envio de demandas a celulares e e-mails e pela expectativa de respostas mesmo em momentos de lazer, tem contribuído para problemas de saúde na categoria docente. Paralelamente, especialmente em setembro, mês dedicado à promoção da saúde mental, surge um debate sobre a relação entre o aumento do uso de telas para fins recreativos e o crescimento dos transtornos psíquicos. Essa discussão abrange não apenas smartphones e tablets, mas também notebooks e TVs conectadas à internet. Diante do tempo já elevado que as e os docentes passam em frente a dispositivos digitais, surge a questão: quanto tempo sobra para o convívio social e quem realmente tem conquistado essa atenção?

Maurício Hoffmann, que também atende como psiquiatra, conta que suas e seus pacientes ficam 8 ou até 12 horas no celular. E então, ao chegarem ao consultório, acreditam ter déficit de atenção ou outro tipo de transtorno, mas, na verdade, o problema deles é o uso excessivo de telas.

“Tem gente que fica assim por questões de trabalho, mas alguns pacientes não. Então, essas pessoas que acabam se atrapalhando nesse momento de usar a tela, acabam desenvolvendo um tipo de transtorno aditivo. E parece, às vezes, que têm um déficit de atenção, parece que, às vezes, têm outra coisa, mas não. É só a pessoa realmente estar muito adita à tela, então a gente tem que fazer alguma intervenção”, pondera Hoffmann.

Ele reflete que hoje, com a tecnologia, gasta-se menos tempo lavando roupa, cozinhando e realizando outras tarefas de manutenção do ambiente doméstico. E o tempo livre que sobra, resultado de uma maior automatização do cotidiano, pode ser preenchido pelo uso do celular.

“E realmente […] esses dispositivos são feitos para manter a atenção da pessoa ali, para a gente poder consumir os produtos que estão vendendo, a propaganda, enfim. Então, isso é feito dessa forma. Mas as pessoas, normalmente, têm um mecanismo de autorregulação que elas cansam daquilo ali e vão fazer outra coisa. Algumas pessoas não, como qualquer questão aditiva que sempre teve”, explica.

Segundo Maurício Hoffmann, é possível estabelecer limites para reduzir o impacto negativo das telas em nosso cotidiano. Algumas dessas orientações incluem: bloquear determinados aplicativos durante o horário de trabalho; manter perfis separados no WhatsApp, um para uso profissional e outro pessoal; solicitar a ajuda do parceiro ou da parceira para se envolver na tarefa de diminuir o tempo de tela ou evitá-la em momentos específicos do dia; desligar o máximo possível de notificações, utilizando o celular apenas quando realmente necessário; e evitar o uso de qualquer tela de uma a duas horas antes de dormir, além de cuidar com o uso de luzes intensas, mesmo para leitura. Acesse a matéria completa aqui

Enquete Saúde Docente
O ANDES-SN iniciou, em setembro, a segunda etapa da Enquete Nacional “Condições de Trabalho e Saúde Docente”, voltada para docentes, na ativa, aposentadas e aposentados, do ensino superior e do ensino básico, técnico e tecnológico, que atuam nas universidades federais, estaduais e municipais, nos institutos federais e Cefets.

A nova etapa do levantamento busca traçar o perfil das e dos docentes, com base em critérios como autoidentificação de cor e raça, idade, identidade de gênero, tempo de docência, entre outros. Além disso, fará um levantamento sobre as condições de trabalho, a partir de eixos como Demandas, exigências e cotidiano profissional; Tempo de trabalho; Condições estruturais e Salariais; e Relações de Trabalho e Organização Sindical. As e os interessados têm até 19 de dezembro de 2024 para participar do levantamento. Acesse aqui o formulário.

Fonte: Sedufsm SSind, com edição e inclusão de conteúdo do ANDES-SN

https://www.andes.org.br/conteudos/noticia/docentes-da-ufsm-relatam-como-o-trabalho-tem-invadido-a-vida-pessoal-por-meio-do-celular1

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Incendios en Brasil, Bolivia y Paraguay: Las llamas del agronegocio

El humo presente en una decena de provincias de Argentina tiene como responsables a los empresarios de monocultivos y ganaderos. Así lo denuncian organizaciones e investigadores de Brasil, Bolivia y Paraguay. Las consecuencias del corrimiento de la frontera agropecuaria y el rol cómplice, por acción u omisión, de los gobiernos.

Los incendios forestales en Brasil, Bolivia y Paraguay afectaron a la Amazonía y a otros biomas como el Gran Chaco, el Pantanal y el Cerrado brasileño. El denominador común es la influencia del agronegocio en las quemas. En Bolivia, se arrasaron más de cuatro millones de hectáreas en los departamentos de Pando, Beni, Santa Cruz y La Paz. Paraguay lleva ya 70.000 hectáreas consumidas por el fuego. Y, en Brasil, en un solo día, se registraron 5.132 focos de incendio. La sequía acelera la propagación del fuego en la región.

En Argentina, en tanto, se registraron incendios en Córdoba y San Luis. El Servicio Meteorológico Nacional (SMN) emitió una alerta por el humo proveniente de los países vecinos para 14 provincias. Desde Greenpeace Argentina advierten: “La degradación del Ministerio de Ambiente, la falta de política ambiental y el negacionismo sólo pueden traer la ruina de nuestros bosques nativos y con ellos agravar nuestra existencia”.

Brasil: la deforestación de la Amazonía, el Cerrado y el Pantanal

Desde hace semanas, Brasil vive una temporada de quemas que superan al llamado «Domingo de fuego» de 2019 y al «Mar de llamas» de 2004. “La ocupación acelerada de las fronteras agrícolas por parte del agronegocio, desde la época de la dictadura militar, nos ha acostumbrado a imágenes cada vez más gigantescas de bosques y otros ecosistemas devorados por las llamas a lo largo de meses”, contextualiza el economista y ambientalista brasileño Jean Marc Von der Weid, en su artículo «Queimada!», del 8 de septiembre.

Brasil enfrenta, además, una de las sequías más largas de las últimas décadas, según el Centro Nacional de Monitoreo de Desastres Naturales (Cemaden) de ese país. Esto incide en el impacto de los incendios, sobre todo en áreas como bosques primarios (vírgenes) que pierden su humedad habitual y resultan por lo tanto más fáciles de quemar.

Von der Weid explica que, por los incendios, los vientos que llevan la humedad evaporada por la selva amazónica para irrigar el centro-oeste y sureste de Brasil (los llamados «ríos voladores»), trasladaron el humo hasta los bosques menos densos del Cerrado y los campos inundables del Pantanal. Estos dos biomas permanecen secos debido a los siete meses de sequía. A esta situación se suma además la quema de campos de caña de azúcar (59.000 hectáreas) en el estado de São Paulo.

Las quemas están ligadas a la deforestación. Así lo explica Von der Weid. «Los procesos de desmonte comienzan con la remoción de madera dura, seguida de la llamada tala rasa, realizada con topadoras que arrastran grandes cadenas, dejando a los árboles en el suelo. El siguiente paso, tras un tiempo de espera a que se seque la materia vegetal, es la quema».

Sin embargo, los incendios en la Amazonía o en otros biomas no se limitan a zonas sometidas a deforestación. «Se queman pastos para estimular el crecimiento de la hierba y áreas boscosas en los bordes de los bosques vírgenes. Es menos común quemar bosques primarios, porque eliminan las ganancias de madera dura y porque por su humedad son más difíciles de quemar», aclara.

Mientras el gobierno de Lula da Silva celebra haber reducido los niveles de deforestación registrados durante la presidencia de Jair Bolsonaro, los incendios en el Amazonas aumentaron significativamente. Además, este año, la temporada de fuegos comenzó más temprano de lo habitual. Entre enero y julio la superficie quemada aumentó un 83 por ciento respecto al mismo periodo de 2023. Teniendo en cuenta el promedio de los diez años anteriores, subió un 38 por ciento, precisa el economista.

Otro aspecto significativo, subrayado por el economista, es que entre enero y marzo de 2024, las quemas en áreas de deforestación reciente fueron el nueve por ciento. En los bosques vírgenes, del 34 por ciento. En 2023, solo el cinco por ciento de los incendios se produjeron en bosques primarios y el 21 por ciento en áreas de deforestación reciente.

Para Von dei Weid, dos factores influyen en esta tendencia. Por un lado, la sequía. Por el otro, que los sistemas de control satelital del INPE sean hoy capaces de localizar en tiempo real cualquier área de bosque talada por encima de las 30 hectáreas. Y agrega que las imágenes satelitales disponibles, en relación a los incendios, muestran que el 95 por ciento de las quemas empiezan en propiedades privadas, predominando aquellas destinadas a la ganadería.

El fuego no afecta solamente a la Amazonía brasileña. Entre 2022 y 2023 se quemaron 665.000 hectáreas de vegetación nativa del Cerrado, una ecorregión ubicada en el centro del país. En este bioma ya habían ardido 500.000 hectáreas entre 2011 y 2015. Se estima que hoy cuenta con un 50 por ciento menos de su cubierta vegetal original, lo que equivale a 100 millones de hectáreas. Allí, según un informe de Ecologistas en Acción, se produce entre el 50 por ciento y el 70 por ciento de la soja producida en Brasil (solo un diez por ciento procede del Amazonas, donde prevalece la ganadería). El agronegocio en esa zona es impulsado por multinacionales como Cargill, Bunge y ADMI.

También en estas semanas se consumen hectáreas del Pantanal, considerado el mayor humedal del mundo. Esta región se ubica en el Mato Grosso del Sur y alcanza también a Bolivia y Paraguay. Su superficie quemada aumentó un 2.362 por ciento en 2024, respecto al primer semestre de 2023 y un 529 por ciento en relación a la media de los últimos cinco años.

Bolivia: financiamiento estatal al agronegocio

Las quemas en Bolivia afectaron más de cuatro millones de hectáreas, según un reporte de la Fundación Tierra. Los departamentos más perjudicados son Santa Cruz con 2,6 millones de hectáreas, Beni con 1,3 millones de hectáreas y La Paz con 18.990 hectáreas, zonas pertenecientes a la Amazonía boliviana. La organización reporta además afecciones en la salud (respiratorias, oculares y diarreicas) como consecuencia del humo.

“En estos sectores hay sitios donde se producen recurrentemente incendios. Pero también hay nuevas afectaciones a bosques primarios que requerirán entre 50 a 100 años para reponer las áreas naturales”, lamenta en el informe Efraín Tinta, investigador de la Fundación Tierra.

Durante 2023 se perdieron tres millones de hectáreas de bosque nativo, según el Movimiento Mundial por los Bosques Tropicales (WRM). Para ampliar la frontera agrícola, los empresarios agroindustriales (dedicados por ejemplo al cultivo de palma) realizan el chaqueo, la quema de ciertas áreas para luego realizar agricultura. Lo hacen indiscriminadamente y rebasan la frontera agrícola, indican desde el WRM.

Stasiek Czaplicki es economista ambiental especializado en temas agropecuarios. Consultado por Tierra Viva, explica la relación entre los incendios forestales y el agronegocio a través de datos relacionados con la tenencia de la tierra. Señala que el 16 por ciento de la tierra en Bolivia es considerada de tenencia «mediana» o «empresarial». Y el 44,9 por ciento de los incendios ocurrieron en ese tipo de propiedad.

«Uno podría pensar que esos incendios son provocados por terceros malintencionados, pero las denuncias recibidas por la Autoridad de Fiscalización y Control Social de Bosques y Tierra (ABT) de parte de los empresarios son menos de 500, sobre un total de 50.000 predios afectados en el país», dice Czaplicki.

Los incendios son un fenómeno conexo a la deforestación. «Pero en el caso particular de Bolivia no se sobrepone», matiza. «En 2022 se quemaron cerca de cuatro millones de hectáreas y de ese total se desmontaron 60.000. Quiere decir que los incendios no tienen una finalidad productiva o de habilitación de tierras como uno podría pensar», explica.

Si las quemas ocurren en territorios pertenecientes a empresarios, pero no tienen un fin necesariamente de desmonte, ¿por qué otros motivos se están incendiando esas masas boscosas? «Por las quemas controladas que se salen de control, lo que señala una incapacidad para contener los incendios, y también porque las quemas son usadas para amedrentar a territorios indígenas«, responde.

Czaplicki es autor del libro «Las finanzas grises del agronegocio en Bolivia y su rol en la deforestación». El concepto de «finanzas grises» alude —por contraposición al financiamiento «verde»— a los fondos destinados a sustentar actividades extractivas como las quemas o la deforestación. «En Bolivia no se usa la plata de los empresarios para eso, sino los ahorros de los fondos de pensión de los bolivianos y de la banca. Las sumas ascienden a 2.500 millones de dólares», informa el investigador. El Gobierno es el encargado de orientar esos fondos para favorecer a la agroindustria, en particular a los sectores sojeros, azucareros y ganaderos.

Sin matices entre los sucesivos gobiernos, el Estado boliviano apuesta a favorecer al agronegocio como política de desarrollo económico: «El gobierno actual (de Luis Arce) sigue negociando más y más medidas a favor de la agroindustria, continuando con las políticas públicas desarrolladas por Evo Morales y por Jeanine Áñez».

En comparación, los fondos destinados a prevenir incendios son solo 1,4 millones de bolivianos, lo que equivale a 200 mil dólares. Es menos que el 1,4 por ciento del presupuesto que maneja la ABT. Los reportes del organismo reportan, por ejemplo, que en 2022 recaudaron cerca de 140 millones de bolivianos (20 millones de dólares). Pero al año siguiente, su presupuesto total para la protección de bosques fue de 50 millones de bolivianos.

«Hay una voluntad de no financiar las instituciones públicas, de no darle las herramientas correctas para poder asistir a la situación actual. En el marco de una crisis financiera y macroeconómica, las autoridades han ido implementando incentivos económicos para apoyar la expansión agropecuaria, particularmente en los bosques bolivianos», explicita Czaplicki.

Paraguay: un puñado de empresarios contra miles de hectáreas

Según el último reporte oficial, fechado el 11 de septiembre, en Paraguay existen 118 incendios en bosques nativos, 37 en áreas protegidas, 19 en palmares y tres en plantaciones forestales. Los focos más intensos se registran en el oeste del país, en la zona del Chaco Paraguayo.

Con seis millones de hectáreas deforestadas entre 2001 y 2019, Paraguay es el segundo país que más cubierta arbórea perdió en la región sudamericana, después de Brasil, según el sistema satelital Global Forest Watch. Desde 2001 hasta 2021 se perdieron 466.230 hectáreas por incendios forestales. El peor fue 2019, con 121.000 hectáreas incendiadas. El Chaco Paraguayo fue la región más deforestada de ese país durante el periodo 2001-2021. Los años con mayor pérdida de cobertura arbórea a consecuencia de los incendios fueron 2017, 2019, 2020 y 2021.

Un estudio de la organización brasileña Agro é Fogo menciona que los incendios forestales y de campo en el Chaco paraguayo ocurren entre los meses de agosto y octubre, con mayor incidencia desde mediados de agosto hasta mediados de septiembre. Y confirma que el origen de estos incendios es por la acción humana, ya que son utilizados por el sector agrícola de forma recurrente para gestionar los pastos, basándose en la práctica de “quema controlada” de campos.

Un informe de la organización Bases IS sobre la deforestación en 2023 también alude a la concentración de la tierra. «Si en el país se deforesta mucho, es porque se necesita esa tierra para pastura (de ganado) o para agricultura extensiva. El elemento a remarcar en este contexto es que dicha deforestación es realizada por un pequeño puñado de gente», advierten. En Paraguay, el 90 por ciento de la tierra está en manos de 12.000 grandes propietarios. El resto se reparte entre 280.000 pequeños y medianos propietarios.

Fuente: https://agenciatierraviva.com.ar/incendios-en-brasil-bolivia-y-paraguay-las-llamas-del-agronegocio/

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La educación en Brasil está por debajo del nivel previo a la pandemia

Paulo Saldaña/Isabela Palhares
El Ideb (Índice de Desarrollo de la Educación Básica) de 2023, el principal indicador de la calidad de la educación básica, muestra un escenario de estancamiento del sistema educativo en Brasil.

Hubo un leve aumento en los índices de los primeros años de la enseñanza primaria y secundaria, y una leve caída en los últimos años.

Los niveles de aprendizaje de la educación básica brasileña avanzaron con respecto a 2021, pero están por debajo de los niveles previos a la pandemia de Covid.

Esto ocurre con las calificaciones en portugués y matemáticas en las tres etapas evaluadas: primeros años (5º año) y últimos años (9º año) de la enseñanza primaria y la secundaria.

El indicador se calcula a partir de dos componentes: la tasa de aprobación de las escuelas y los promedios de desempeño de los estudiantes en una evaluación de matemáticas y portugués.

El Instituto Nacional de Estudios e Investigaciones Educativas, organismo vinculado al Ministerio de Educación, es el responsable del trabajo

https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/brasil/2024/08/la-educacion-en-brasil-esta-por-debajo-del-nivel-previo-a-la-pandemia.shtml

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Catástrofe climática en Brasil | El 5% de la población de Rio Grande do Sul tuvo que ser evacuada

Enchentes desalojaram uma a cada 20 pessoas no RS; 77.405 estão em abrigos

Matheus Alleoni e Hygino Vasconcellos

As enchentes no Rio Grande do Sul já desalojaram uma a cada 20 pessoas no estado, conforme dados da Defesa Civil estadual.

O que aconteceu

538.245 estão desalojadas no Rio Grande do Sul, segundo último balanço da Defesa Civil. Número corresponde a aproximadamente 5% da população do estado, que é de 10.882.965 conforme o último Censo do IBGE.

Os desalojados não necessariamente perderam suas casas, diferentemente dos desabrigados. O grupo é composto por pessoas que saíram de suas casas e, em muitos casos, estão na residência de parentes.

Número de desalojados deu salto e passou de 500 mil na noite de sábado (11). Antes, o total de pessoas nessas situações era de 339.925.

Quase 80 mil pessoas estão em abrigos. Em um deles, em Novo Hamburgo, uma grávida deu à luz. Já em outro, um filhote de porco está vivendo entre as pessoas.

No domingo (12), prefeitos pediram para moradores de áreas atingidas não retornassem para casa. O prefeito de Canoas (RS), Jairo Jorge (PSD) explicou que chuvas intensas podem provocar uma elevação de 5,5 metros no nível dos rios. O alerta também foi dado em outras regiões, como o Vale do Taquari. O prefeito Jonas Calvi (PSDB), de Encantado, disse que «há muita água para chegar». Já o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo (PP), ressalta que os moradores devem se manter nos abrigos.

Dos 497 municípios do RS, 450 foram afetados pelas enchentes causadas pelas fortes chuvas, conforme o último boletim.

Algumas cidades foram completamente alagadas. Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, foi tomada pela água e virou um «cemitério de carros». O município tem cerca de 40 mil habitantes. Na terça-feira passada (7), quando começou a evacuação da cidade, municípios das redondezas ofereceram abrigo. Em Eldorado do Sul, mãe e filha conseguiram sair de uma região alagada após escreverem um pedido de socorro em batom.

Cidades planejam mudar de lugar. Os prefeitos de Muçum e Roca Sales, no Vale do Taquari, entendem que não adianta reconstruir prédios públicos e partes dos bairros residenciais no mesmo lugar de antes, como mostrou a Folha de S.Paulo. Em Roca Sales, 50% da cidade deve ser reconstruída em outro lugar, enquanto em Muçum são ao menos 30% das áreas.

Em Roca Sales, quatro integrantes de uma mesma família foram encontrados abraçados sob a terra. A casa em que estavam foi atingida por um deslizamento e ficou completamente soterrada. Um parente disse que eles eram «muito unidos».

Reconstrução das áreas afetadas deve levar pelo menos um ano. O alerta é da Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV).

Famílias buscaram refúgio no litoral do Rio Grande do Sul. Além dos alagamentos, moradores da região metropolitana de Porto Alegre passaram a enfrentar falta de água e luz. Muitos decidiram «migrar» para o litoral, que não foi tão atingido.

Número de mortos já supera total de óbitos por desastres de 1991 a 2022. No período, foram registrados 101 mortos. Agora, em menos de um mês, as chuvas já causaram 147 óbitos, segundo o boletim divulgado pela Defesa Civil às 18h desta segunda-feira (13).

Nível do Guaíba volta a subir. A elevação foi de 41 centímetros entre sábado (11) e a tarde desta segunda-feira (13). Às 15h15 de segunda-feira, o Guaíba marcava 5,01 metros. Projeção da Defesa Civil é de que água ultrapasse os 5,5 metros.

Resgates de laço, colchão inflável, barco e helicóptero

Muitos resgates de moradores ocorrem de barco. Porém, helicópteros também passaram a ser empregados – conforme o governo estadual são mais de 40 em uso atualmente. Antes, a retirada da população ocorria no improviso com o uso até de carrinho de mão, como ocorreu em Bento Gonçalves, na Serra gaúcha.

Amigos usam colchão inflável para resgatar 20 pessoas. Os amigos Maick Soares Moreira, 26, e Michel Chamberlain Ponciano, 36, fizeram os resgates na Ocupação Cobal, no Quarto Distrito, zona norte de Porto Alegre. Eles contam que não dormiram por causa dos salvamentos. «Quando a água chegou no peito, lembrei do colchão que estava guardado e a gente começou a usá-lo», conta Maick.

Cachorro foi resgatado após ser laçado. O animal estava em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, e foi retirado da água por um policial militar. Segundo a Brigada Militar, o resgate aconteceu no último sábado (11). Em outro caso, um cachorro continua «nadando» no ar mesmo após ser retirado da água.

UOL

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Brasil: La huelga docente federal cierra la tercera semana con 47 IFEs paralizadas

Los profesores federales base de ANDES-SN cerraron la tercera semana de huelga con la adhesión de 47 Instituciones Federales de Enseñanza (IFEs). Ya hay 40 universidades federales, además de cinco institutos federales y dos cefets base del Sindicato Nacional con actividades paralizadas. Al menos otras cuatro universidades federales ya tienen fecha de deflagración de huelga definida para mayo.

Movilización
En la mañana de este viernes (3), el Comando Nacional de Huelga (CNG) del ANDES-SN celebró, junto con los CNG de Fasubra y Sinasefe, otro desayuno frente al Palacio do Alvorada. La actividad tuvo como objetivo llamar la atención del presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre la huelga de docentes, técnicos y técnicos de la educación federal.

Por la tarde, los y los docentes representantes de los comandos locales de huelga se reúnen en la sede del ANDES-SN para evaluar las actividades de la semana y definir las próximas acciones de la categoría.

Día Nacional de la Lucha
El próximo jueves (9), en todo el país docentes, técnicos, técnicos y estudiantes salen a las calles en un Día Nacional de Lucha en Defensa de Universidades, Institutos y Cefets. El CNG de ANDES-SN envió un comunicado solicitando a los Comandos Locales de Huelga y otras secciones sindicales del Sindicato Nacional que construyan, en los lugares de trabajo, acciones y actividades cobrando el fin de las intervenciones, la recomposición de los presupuestos y la paridad entre activos, activos y jubilados y jubilados.

https://www.andes.org.br/conteudos/noticia/greve-docente-federal-encerra-terceira-semana-com-47-iFEs-paralisadas1

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Un balance de la huelga de la Universidad de São Paulo. Un recomienzo lleno de desafíos y posibilidades

Por: Juventud Já Basta!

Presentamos a continuación un balance de la huelga en la Universidad de São Paulo, que intenta señalar sus elementos más progresistas, sus límites y contradicciones, pero también las perspectivas que se abren para toda una nueva generación de luchadores por la transformación categórica de la educación, y sus consecuencias en la lucha más general: la lucha de clases. Una reflexión crítica sobre las importantes lecciones que debemos asimilar. Artículo de Esquerda Web

1- Se retomaron las experiencias y métodos del movimiento estudiantil

Las nuevas generaciones, que hoy ocupan los espacios universitarios, pero también empleos cada vez más precarios, las nacidas en este siglo, ciertamente no han tenido las condiciones de vida más armoniosas en el pasado reciente. Al contrario, las condiciones materiales impuestas por la realidad fueron extremadamente duras, incluso impensables: una combinación de una pandemia mortal que desencadenó dos años de aislamiento social en un cambio radical en la vida cotidiana y un gobierno neofascista que supo aprovechar el terreno casi libre de la lucha de clases impuesto por el contexto pandémico y por la cobardía y traiciones de la izquierda del orden para masacrar a los explotados y oprimidos.

Alejada de sus viejas rutinas, de forma inédita y ante un retroceso en la acción colectiva y la convivencia, toda una nueva generación se vio obligada a finalizar el ciclo de educación básica o iniciar actividades y experiencias académicas de forma totalmente remota.

Con el fin de la pandemia y la derrota parcial del bolsonarismo –limitada al terreno electoral– la vida volvió a cobrar calidez y color ante una nueva situación política mucho más favorable. Se abría una ventana de nuevas experiencias, de socialización y, lo más importante, de la posibilidad concreta de forjar colectivamente nuevos procesos contrarios a las premisas ultraliberales y reaccionarias que marcaron este siglo XXI.

Por tanto, en primer lugar, el paro de cuarenta y un días en carreras como Geografía y Ciencias Sociales, pero también un paro más breve en carreras que históricamente no adhieren a procesos de huelga por una serie de motivos, marca una especie de reinicio de experiencias históricas del movimiento estudiantil, retomando sus métodos, de la reapertura de posibilidades transformadoras para la educación por parte de las nuevas generaciones.

Pero empezar de nuevo no es fácil. Ante esta tarea hay una mezcla de inexperiencia, incertidumbres y miedos basados ​​en el sentido común que se adaptan y superan en el transcurso de los acontecimientos. Una huelga es una escuela política que combina, a pesar de las contradicciones del movimiento, lazos de solidaridad, cooperación, tensiones y presiones, desinterés individual y desafíos tácticos y estratégicos. Todos estos elementos ninguna formación puramente académica nos los puede dar, son exclusivos de la lucha.

La lucha librada por los estudiantes en estos más de cuarenta días es una experiencia concreta de la reivindicación de métodos históricos del movimiento estudiantil, y de nuestra clase más en general. Es la materialidad de la convicción de la necesidad de tomar en nuestras propias manos, colectivamente, los desafíos transgeneracionales y de apropiarnos de lo mejor de la tradición del movimiento estudiantil, forjando en el curso de la movilización una identidad política colectiva –de agentes capaces de transformar la realidad. No fue una sorpresa que las lecciones y los logros de la huelga de 2002 tuvieran eco en las bases de los curso, una curiosidad colectiva comprometida a plantear -una vez más- demandas tan sentidas y necesarias.

Así, creemos que no debe haber lugar para balances derrotistas y sectarios que no hacen más que contribuir a la desmoralización del movimiento estudiantil. Sin embargo, no podemos bajo ningún concepto, sin ningún tipo de criterio, disfrazar la realidad y presentar una narrativa triunfalista como una forma de ocultar las contradicciones y límites del movimiento, anestesiarlo ante las lecciones y desafíos que tenemos para el futuro próximo y que, al final, también acaba contribuyendo, desde otro ángulo, a la desmoralización de las bases del movimiento.

Por lo tanto, como un intento de acercarnos a una caracterización precisa del resultado de nuestra lucha, afirmamos que en nuestra concepción el proceso termina materializando un empate: concesiones mínimas, como la contratación de 148 nuevos docentes y un comité de verificación indígena, así como una nueva ronda de reparto de becas del PUB, sin castigo a los estudiantes, por mucho que lo intentara la Rectoría con su inconstitucional y ultrarreaccionaria circular enviada por el PRG. Las concesiones son mínimas por la sencilla razón de que los problemas que llevaron a nuestra huelga seguramente reaparecerán en un futuro muy próximo.

El marco de reposición docente presentado por Rectoría es sumamente insuficiente, por lo que ni siquiera podremos recuperar el número de docentes que teníamos en 2014.

Además, para finales de 2025, están previstas 913 jubilaciones docentes y sin el regreso del dispositivo de gatillo automático, la Rectoría seguirá centralizando las vacantes de personal docente claro y transfiriéndolas entre unidades, especialmente en ciencias humanas para carreras de interés del capital financiero, con avisos de competencia perversa y poniendo en riesgo el mantenimiento de una serie de carreras y cursos. Además, las políticas relativas a la retención de estudiantes siguen siendo las mismas que antes del inicio de nuestra huelga – extremadamente insuficientes – poniendo en riesgo el acceso a la educación superior de miles de trabajadores jóvenes.

En cuanto a los empleados, categoría central de nuestra universidad, la Rectoría, incluso intenta engañar y confundir a los estudiantes sobre el número de trabajadores no docentes de la universidad, afirmando de manera cínica y mentirosa que ha “adoptado como política la sustitución automática de los empleados en casos de jubilaciones, fallecimientos y despidos”, no pudo ocultar la dura realidad que se impone a esta categoría: reducción exponencial del número de empleados, precariedad de las actividades laborales y subcontratación.

Finalmente, es necesario resaltar que aún frente a los límites cristalinos e insuficiencia de las concesiones presentadas, se superó, aunque de manera muy parcial, el ciclo anterior de derrotas parciales de huelgas anteriores en nuestra universidad y lo que crea condiciones más favorables para la construcción política de un movimiento estudiantil, bajo demandas y acciones comunes, con posibilidades de triunfos importantes para el próximo período.

2- Un desarrollo huelguístico desigual y combinado

La huelga en la USP comenzó el 18 de septiembre en las carreras de Geografía, Letras, Ciencias Sociales e Historia de la Facultad de Filosofía y Ciencias Humanas, por un hecho externo que quizás hizo falta para la unificación de las luchas: el tiro en el pie que se dio Paulo Martins, director de la FFLCH y miembro del PT, al intentar cerrar los edificios universitarios y ponerlos en manos de la Guardia Universitaria de manera autoritaria.

El impresionante levantamiento espontáneo de alrededor de 2000 estudiantes en respuesta a la arbitrariedad de Paulo Martins no ocurrió por casualidad: las condiciones para ello se construyeron en un pequeño proceso de lucha previa, cuando los estudiantes de la FFLCH expulsaron tres veces del PL a figuras jóvenes que iban a la universidad para acosar a los estudiantes con las típicas provocaciones de extrema derecha. Las respuestas a los ataques también se produjeron de forma espontánea, pero la vanguardia del colegio tomó dos medidas que fueron fundamentales para la respuesta política inmediata que se produjo el 19/09: la convocatoria de una asamblea de la FFLCH para organizar la vanguardia y la creación de un comité estudiantil para responder organizadamente a nuevos ataques. Las provocaciones de la derecha cesaron, pero la experiencia de autoorganización sirvió para fortalecer una vanguardia en la facultad que estaba alerta y lista para actuar si era necesaria una intervención conjunta. Llegó el llamado: Paulo Martins intentaba cerrar los edificios para evitar la justa huelga estudiantil y los estudiantes se levantaron para defenderlo.

Por ello, recalcamos que ninguna huelga comienza cuando se desencadena. La suspensión indefinida de actividades corresponde a un salto, una nueva etapa de movilización que tiene detrás una ecuación permanentemente probada entre factores objetivos y subjetivos.

Este salto, sin embargo, siempre puede asumir un carácter más o menos espontáneo, más o menos centralizado y coordinado, lo que dependiendo del elemento que lo condicione, y frente a un cuerpo social policlasista y extremadamente heterogéneo como es la universidad (principalmente la USP ), apuntará a una mayor o menor cohesión en el proceso. Una cohesión que debe estar ligada, sobre todo, a las tácticas y objetivos centrales de este proceso de lucha. Es decir, de una orientación política y juiciosa común asimilada por una vanguardia que se colocará al frente del proceso, arrastrando a sectores e incidiendo políticamente en otras categorías universitarias como los trabajadores docentes y no docentes.

A grandes rasgos, el proceso que culminó con una adhesión masiva a la huelga estudiantil, en la que todas las unidades del campus de Butantã paralizaron sus actividades de manera inédita en las últimas décadas, entrelazó fuertes elementos de espontaneidad con dinámicas conscientes y muy bien preparadas en una combinación de y dinámica desigual, coordinadores de cursos que supieron transmitir de manera aguda la dramática situación de la falta de docentes, la situación real de la retención de estudiantes y las condiciones laborales actuales de los empleados como producto del avance desenfrenado del capital financiero en nuestra universidad, y, de ahí la necesidad de un proceso colectivo de lucha.

En un ascenso explosivo de demostración categórica de fuerza, hecho que culminó con la adhesión de facultades como Politécnica, Medicina y Largo São Francisco, ganó la huelga iniciada.

cada vez más cuerpo. Entre los elementos más conscientes de la movilización estaban los más intuitivos: la huelga era legítima y necesaria. Sin embargo, la historia nos muestra que sólo la voluntad de luchar no es suficiente para alcanzar logros y lo que terminó materializándose fue una desproporcionalidad entre el potencial real de un movimiento huelguista ambicioso y las concesiones mínimas, llenas de trampas y provocaciones presentadas por la Rectoría. y, ciertamente, un sentimiento legítimo de frustración porque de hecho podríamos haber logrado victorias importantes: una huelga que parecía tener todo lo necesario para imponer una derrota categórica al proyecto universitario ultraliberal.

3- El papel de las direcciones

Aquí tenemos un elemento clave para comprender con mayor precisión las contradicciones y los límites de nuestra huelga: el papel del liderazgo político. Es cierto –y para gran parte de la base estudiantil asimilada– que nuestra huelga estalló a pesar (además) del papel político desempeñado por la máxima entidad de representación estudiantil – el DCE.

A pesar de que la burocracia lulista fue derrotada en las últimas elecciones por la actual fórmula “Todo es para ayer”, compuesta por Juntos/MES, Correnteza/UP y UJC/PCB-RR y en crisis tras el paro, los límites y dificultades Las impuestas por la vieja burocracia no fueron completamente superadas. Esto se expresa como producto de una orientación política de estas corrientes que no rompen definitivamente con la lógica de la conciliación de clases. Por mucho que presenten un discurso pintado de rojo, estos sectores construyen expectativas políticas con el actual gobierno de Lula y Alckmin, una coalición que normaliza el régimen burgués, y, por tanto, son incapaces de combinar la lucha contra la extrema derecha con la necesidad de enfrentar los ataques del gobierno federal que afectan la educación y las condiciones de vida de los explotados y oprimidos.

No hubo orientación por parte de la actual gestión que expresara la necesidad de retomar espacios de discusión y movilización que construyeran un proceso de diagnóstico sobre el marco universitario actual y una síntesis común de los estudiantes. La postura pasiva del DCE, a la espera de soluciones políticas de alto nivel, fue evidente durante todo el año: hasta el inicio de la huelga sólo habían convocado dos asambleas generales. Fue necesario que estallaran luchas en CADA, ECA y Letras para que el DCE decidiera convocar a la asamblea debido a las presiones que surgieron desde las bases de los cursos.

Por lo tanto, nos parece que, por parte de quienes estaban al frente del directorio central, hubo una incapacidad de predecir y anticipar el malestar generalizado entre los estudiantes ante la grave situación universitaria que pudiera contribuir a la construcción coordinada y centralizada de un proceso de lucha capaz de materializarse como verdaderamente victorioso.

Aun así, la huelga estalló, pero de manera fragmentada, abriendo espacio para la presión sindicalista (corporativista) debido a la ausencia de un plan de acción –de tácticas– y demandas comunes en la base del movimiento. La verdad es que la política reformista del DCE demostró ser extremadamente incapaz de preparar a todos los estudiantes para la dura batalla que enfrentaríamos. Esto es evidente en el carácter protocolario y formalista que le dieron al Comando General de Huelga y, por tanto, al calendario de huelga –una enseñanza del DCE. No sólo eso, el DCE, durante toda la huelga, atribuyó la responsabilidad de las demandas y la movilización a los cursos, acusando su fragilidad político-programática.

Dos ejemplos son sorprendentes en relación con esta postura. Primero, ¿cómo es posible que hayamos terminado la huelga sin un número concreto de profesores para presentar ante la comunidad universitaria y la mesa de negociación? En segundo lugar, en la segunda asamblea general del calendario de huelga nos planteó un dirigente de una de las organizaciones que integran el DCE la siguiente pregunta: “¿Cuál es ese disparador automático del que tanto hablas?” Hecho que sirve como herramienta pedagógica para comprender que el DCE estaba detrás del movimiento y que no tenían un criterio político claro y centralizado para evaluar, pensar y organizar la huelga.

Otro elemento de nuestra valoración –extremadamente grave– es que esta misma dirección en ningún momento durante la huelga manifestó ninguna intención real de formar una unidad con los trabajadores no docentes de la universidad. Esto quedó evidente en las asambleas del Sintusp: el DCE no apareció ni una sola vez. Impusieron una aterradora política de fragmentación entre dos categorías que históricamente prueban la importancia de la táctica de la unidad trabajador-estudiante y el peso que esta herramienta tiene para la transformación efectiva de las condiciones en nuestra universidad y más allá.

Esta posición no pudo quedar más abierta cuando los trabajadores de la bandeja central en una de las asambleas generales estudiantiles tuvieron que “tirar de oreja” al movimiento, advirtiendo de la trampa que el punto 6 del informe de la Rectoría presentaba a los trabajadores. Señalando la apertura de bandejões los fines de semana, sin ninguna política de contratación de trabajadores, con la categoría ya muy sobrecargada, este punto, junto con otros contenidos en el documento de la Rectoría, contradecía la línea política de triunfalismo del DCE y sus corrientes satélites como DEFRONT, CALLE y en menor medida REBELDE.

A pesar de la falta de voluntad política de quienes proponen liderar la mayor entidad del movimiento estudiantil de América Latina para formar una unidad de facto con las demás categorías, es necesario, sin embargo, señalar que no fue sólo esta postura la que contribuyó a que no se pudiera establecer una unidad orgánica con personal y docentes. Reconocemos que la derrota de 2017 ante los trabajadores no docentes todavía pesa mucho sobre los hombros de una categoría que parece no haberse recuperado y recuperado políticamente hasta la fecha y que, por lo tanto, enfrentó enormes dificultades para declarar una huelga que ciertamente impondría otra correlación de fuerzas con la burocracia universitaria.

En relación con los docentes, tampoco faltaron límites –de diferente naturaleza– puestos a la movilización de la categoría que impidieron una unificación de demandas y métodos con los estudiantes. El estrato social más alto de la universidad, los profesores, con las mejores intenciones, terminaron limitándose a una huelga pasiva y con un calendario que muchas veces chocaba con el de los estudiantes. Así, junto con la falta de una dirección política cohesiva en nuestra huelga, la situación política de docentes y empleados impuso un límite político-social a nuestra lucha en la Universidad de São Paulo.

También es importante resaltar el papel nocivo de la burocratización en los espacios del movimiento estudiantil. Lo que estamos viendo hoy es un amplio rechazo entre los estudiantes a los métodos históricos de organización del movimiento, especialmente las asambleas, y las entidades (DCE y Centros Académicos). Este rechazo siempre se ha dado entre los estudiantes de derecha, que están en contra del movimiento estudiantil, pero ha cobrado fuerza en las últimas semanas entre los estudiantes combativos y dedicados a la lucha en la universidad. ¿Por qué ocurrió esto? La respuesta es sencilla: las corrientes que encabezan el DCE y varias CA han transformado las asambleas generales en una mera aprobación de calendarios previamente decididos en reuniones bilaterales entre corrientes, celebradas lejos de los ojos de los estudiantes, exprimiendo el movimiento en interminables “reuniones de negociación” en las que los estudiantes, liderados por una dirección burocrática y sin una política del DCE, que hasta la fecha no ha definido un programa para la lucha estudiantil, no tenían nada sólido y concreto que presentar al Rectorado.

Estas corrientes vaciaron el debate político en las asambleas y convirtieron los discursos en una “pérdida de tiempo” al apostar a la “aprobación consensuada” de todas y cada una de las agendas políticas presentadas –lo que, en la práctica, resulta en ausencia de tácticas y exigencias–, determinando como Un elemento fundamental de las asambleas es la votación de calendarios definidos en base a las reglas impuestas unilateralmente por la Rectoría para la “negociación”. Ahora bien, no hay forma más eficaz de enterrar una pelea que agotar a la vanguardia con debates infructuosos sobre calendarios formales que ni siquiera llegan a molestar a la Rectoría y al gobierno del Estado, ¡impidiendo cualquier debate sobre las mejores tácticas de lucha!

Esta es la apertura a un legado peligroso que puede quedar de esta “huelga histórica que pudo haber sido y no fue”: la desconfianza de los estudiantes en los métodos históricos de lucha y organización estudiantil. Tendremos por delante la dura batalla de convencer a los estudiantes de que las asambleas son fundamentales, que los foros de movimiento son necesarios y que las entidades estudiantiles como el DCE y las CA son muy importantes, pero que, para que funcionen, es necesario superar los métodos burocráticos de algunos sectores del movimiento que hacen todo lo posible por sustituir, con fines electorales, a la masa estudiantil con tratos domesticados con nuestros enemigos.

4- ¿Había una alternativa?

Esta pregunta es fundamental por dos razones. En primer lugar, evitar cualquier tipo de diferenciación y crítica política de carácter sectario y/u oportunista hacia las organizaciones del DCE y en especial Rebeldia/PSTU. Destacamos que es muy fácil y cómodo hacer política dentro del perímetro exclusivo de la crítica y la oposición no proposicional, afirmándose permanentemente en lo negativo, nunca en lo positivo, en el campo de batalla de la construcción de alternativas concretas. En segundo lugar, establecer una reflexión crítica que apunte a las tareas y desafíos del próximo período, con el objetivo de superar algunas de las contradicciones y límites que enfrentamos en esta huelga.

Lenin destacó categórica y correctamente que los elementos espontáneos de la lucha no son más que la forma embrionaria de lo “consciente”, de la posibilidad de transformar las demandas de la sociedad.

y diluido en un sentido común de límites corporativistas para un proceso más avanzado y con perspectivas estratégicas. Por lo tanto, la incompatibilidad de la fuerza que en su momento expresó la movilización del movimiento huelguístico con las concesiones mínimas presentadas por la Rectoría, no puede interpretarse como responsabilidad de la base estudiantil ni como falta de buena voluntad por parte de la burocracia universitaria, sino como la incapacidad de constituir el vínculo histórico entre lo “espontáneo” y lo “consciente”: una dirección política a la altura de los desafíos.

Así que el 2 de octubre, nosotros, la Juventud Ja Básta! publicamos una carta abierta, titulada “Carta abierta a los grupos Rebeldia, Faísca y luchadores independientes”, un llamado público a la reconstrucción de la oposición de izquierda en la USP como forma de formar un campo independiente que pueda contrarrestar las vacilaciones, los límites táctico-estratégicos y la falta de claridad respecto de los ejes de demandas de la dirección del DCE de cara al paro y señalando a las bases una alternativa concreta que pudiera encaminar el movimiento hacia una orientación que lograra un triunfo definitivo.

Esta tarea, aún pendiente, la entendíamos no sólo posible sino también sumamente importante dada la dura batalla que nos esperaba. Duros desafíos que se expresaron no sólo por la propia naturaleza de las demandas presentadas por el movimiento y que cuestionaron pilares centrales del proyecto educativo ultraliberal –pese a no haber logrado una jerarquía reivindicaciones consistente y cohesiva–, sino también por la magnitud de un forjado enemigo político en la complicidad entre la burocracia universitaria en todas sus instancias, Tarcísio de Freitas (quien elegirá al próximo rector) y Lula/Alckmin, quienes van de la mano por la precariedad de la educación pública en todas las instancias.

Decíamos en el documento, y hoy el desarrollo de los acontecimientos parece darnos la razón, que las corrientes gobernantes del DCE no tenían una política concreta para hacer de la huelga un proceso victorioso. Esto quedó demostrado mediante el surgimiento de una retórica triunfalista que enmascaró la realidad de los hechos y apuntó a un desmantelamiento electoral de lo que prematura y erróneamente llamaron una “huelga histórica”. Así, reafirmamos, como lo hicimos en la asamblea general del Poli, que los compañeros de Rebeldia, al haber firmado la carta junto con las fuerzas del DCE y la derecha del PSOL (AFRONTE y RUA), cometieron un tremendo error que contribuyó a desarmar y confundir a la base estudiantil.

Si bien nuestra huelga crecía y cobraba fuerza, hecho que se daba más allá de la política de las corrientes del DCE, el discurso triunfalista y autocomplaciente que este sector presentaba después de cada reunión con la Rectoría, que en menor medida también hacían los compañeros de Rebeldia al firmar La carta antes mencionada, documento que contradecía los hechos al afirmar que habíamos logrado la sustitución automática de empleados, fue el principal responsable de que la huelga se estancara durante semanas y fuera política y tácticamente desmantelada antes de lograr las demandas identificadas como necesarias por el movimiento.

Ante este desmantelamiento político y consciente de la huelga, el movimiento huelguista siguió un proceso contradictorio: rumbos que disfrazaron la realidad, lavándose las manos a la Rectoría embelleciendo sus mínimas concesiones, para desmantelar la lucha estudiantil, con un sentimiento de insatisfacción y, por tanto, la necesidad de continuar la lucha por conquistas categóricas. Fueron prácticamente tres semanas en esta dinámica que combinó calendarios formales, sabotaje político y, sin embargo, voluntad de lucha. Estaba claro que ninguna de estas organizaciones políticas defendería una posición que contradijera su propia línea. Así, acentuaron el cansancio y fragmentación del movimiento, lo que abrió espacio a la circular ultrarreaccionaria emitida por el PRG a instancias de la Rectoría, que señalaba el castigo colectivo a los estudiantes que ejercieron su legítimo derecho a la huelga en defensa de una universidad pública y de calidad.

La “Carta abierta a los grupos Rebeldia, Faísca y luchadores independientes”, publicada en nuestras redes y enviada a la dirección de los grupos antes mencionados, nunca fue siquiera respondida por Rebeldia. En relación a Faísca, en uno de sus textos sobre el paro, menciona de manera secundaria que la iniciativa fue bien evaluada por ellos, sin embargo, no fue posible implementar un proceso real de acción unitaria.

5- Una salida fragmentada de la huelga

Como epílogo de un proceso contradictorio, una reanudación de las experiencias históricas del movimiento estudiantil que apunta a importantes posibilidades para el próximo período, afirmamos que la salida fragmentada de la huelga no fue merecida y mucho menos correspondió con la lucha estudiantil.

La forma en que terminó este proceso nos revela un factor decisivo: la huelga terminó políticamente dos semanas antes de su fin formal. Una vez que las corrientes que propugnaban un pronto fin de la huelga, bajo el falso discurso triunfalista, al perder por casi doscientos votos la votación en la asamblea sobre el mantenimiento de la táctica huelguística, iniciaron una operación política en los cursos que imparten para que podrían abandonar la huelga. Y de hecho eso fue lo que ocurrió: curso tras curso anunciaron su retirada de la huelga. Aquí llamamos la atención sobre la forma en que los compañeros de Rebeldia en cartas optaron por terminar la huelga, muy diferente a cómo construyeron su inicio, y que concuerda con la línea del DCE: de manera sindicalista, liquidando la posibilidad y la batalla por la necesidad de un balance global del paro, entre las bases estudiantiles, factor central para el fortalecimiento político del movimiento estudiantil para el próximo período.

Sin ningún espacio colectivo para preparar un fin unitario de la huelga, que permitiera a todos los estudiantes la posibilidad de una síntesis entre el equilibrio de experiencias y perspectivas de futuro, la huelga llegó a su fin y el DCE desapareció, eximiéndose de cualquier responsabilidad política para forjar una discusión sobre la actual ocupación de los bloques K y L. Peor aún, Juntos/MES y Correnteza/UP deslegitimaron la ocupación, lo que no es más que una reacción a la circular del PRG y la Rectoría, afirmó en entrevista con los medios de comunicación burgueses que se trataba de una acción aislada y, por lo tanto, una vez más abre espacio para que la burocracia universitaria reprima a los estudiantes: ¡una traición grave!

A pesar de nuestros profundos desacuerdos con la forma en que se produjo la ocupación, con el sectarismo latente en relación con las corrientes políticas y con los métodos de intimidación, es necesario afirmar, como cuestión de principio, que nosotros, los marxistas revolucionarios, nunca podremos deslegitimar, ni apoyar y No discuto una acción como esta. Por el contrario, es necesario rodear de solidaridad la ocupación, señalar su legitimidad como reacción directa al intento de castigar al movimiento estudiantil –el derecho de huelga–, y luchar para que esta herramienta de lucha triunfe y, por tanto, consagrado.

Por eso nosotros, desde la juventud Já Basta! entendemos que la ocupación debe tener un criterio muy establecido dado el actual reflujo del movimiento estudiantil: tener como eje central la derogación de la circular para garantizar que no aparezca en un futuro próximo ninguna medida similar como forma de intimidar y amenazar a quienes defienden la transformación de nuestra universidad, educación y sociedad.

No solo eso. Es esencial que las fuerzas políticas de la universidad y el DCE en su conjunto convoquen una asamblea general de estudiantes para discutir la ocupación y permitir a los estudiantes tener una discusión política y democrática que pueda reflexionar sobre el movimiento huelguista y desde un punto de síntesis colectiva para los desafíos del próximo período que combinan la lucha por el retorno del gatillo automático para docentes y personal y por una mayor retención de estudiantes con la necesidad de derrotar las privatizaciones de Metrô, CPTM y Sabesp llevadas a cabo por el neofascista Tarcísio, también como la derogación de la Nueva Escuela Secundaria en su totalidad y todas las contrarreformas del actual gobierno de Lula y Alckmin.

6- ¡No te aísles, organízate!

“El político en acción es un creador, un instigador, pero no crea de la nada ni se mueve en el nebuloso vacío de sus deseos. Se funde con la realidad efectiva, pero ¿qué es esta realidad efectiva? ¿Es quizás algo estático o inmóvil? ¿O es, más correctamente, una correlación de fuerzas en continuo movimiento, en continuo equilibrio dinámico? Aplicar la voluntad a la creación de un nuevo equilibrio de fuerzas realmente existentes y activas, partiendo de una determinada fuerza que se considera progresiva, potenciarla para hacerla triunfar significa moverse siempre en el campo de la realidad efectiva; más precisamente: es la única interpretación realista e historicista de la realidad, es la única historia en acción, la única filosofía en acción, la única política”. (Antonio Gramsci, La Política y el Estado moderno).

De todo lo que señalamos en este texto sobre nuestra huelga, ante todas sus contradicciones y límites, queremos señalar aquí una de las lecciones centrales que debemos asimilar colectivamente y luchar por su arraigo en la conciencia de las nuevas generaciones: Sólo la lucha colectiva es capaz de transformar la realidad.

Pero para que la lucha, entre todas sus tácticas, en diferentes coyunturas y situaciones políticas, constituya un horizonte común de los sectores explotados y oprimidos de la sociedad, de una amplia vanguardia universitaria, es necesario estimular la actividad política de las nuevas generaciones. Superar las contradicciones y vicios que obstaculizan esta posibilidad de florecimiento de la militancia joven, que muchas veces mira al movimiento estudiantil de forma repulsiva y con cierta razón intuitiva.

La lucha contra la individualización social, contra su atomización, debe afrontarse evitando la vulgaridad de muchos “manuales” que se convierten en una especie de “receta” que, lejos de ayudarnos a pensar y actuar, estorban. Es necesario darle al movimiento estudiantil su papel como escuela política crítica que entrelaza las actividades académicas con la acción política para la transformación de la educación y la sociedad capitalista. Es necesario relanzar el marxismo revolucionario para este siglo XXI como ciencia y arte de acción transformadora, como instrumento de intervención en el campo de las relaciones sociales.

Finalmente, la militancia y el activismo no pueden servir para amargarnos, para reafirmar las barreras sociales entre pares colocadas por la sociedad capitalista, para repetir acríticamente lo que dice nuestro liderazgo, para quebrarnos, y mucho menos para desmoralizarnos. ¡La militancia debe enseñarnos, sobre todo, a levantarnos, a ser, de manera innegociable, solidarios y a reafirmar nuestros principios de clase! Debe convencernos día a día de nuestra convicción, de la necesidad y posibilidad de otra educación, de otra sociedad, teniendo el profundo entendimiento de que la revolución social no es un fetiche, sino un trabajo históricamente necesario de la autoorganización de nuestra clase, por el fin de toda explotación y opresión.

Por eso, invitamos a todos a conocer a la juventud Já Basta!, a organizarnos en nuestras filas para que juntos podamos luchar hombro con hombro por otro movimiento estudiantil, por una perspectiva histórica de transformación revolucionaria de las relaciones sociales. ¡Por un mundo sin barbarie capitalista, por el socialismo!

https://izquierdaweb.com/un-recomienzo-lleno-de-desafios-y-posibilidades/

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