Page 156 of 204
1 154 155 156 157 158 204

Boniteza de um sonho Ensinar-e-aprender com sentido

América del Sur/Brasil/Octubre 2016/ Moacir Gadotti/http://www.ebooksbrasil.org/

I. Parte

1. Por que ser professor?

Abeleza existe em todo lugar. Depende do nosso olhar, da nossa sensibilidade; depende da nossa consciência, do nosso trabalho e do nosso cuidado. A beleza existe porque o ser humano é capaz de sonhar.

Inspirei-me em Paulo Freire para escrever esse livro. Paulo Freire nos fala em sua Pedagogia da autonomia da “boniteza de ser gente”1 , da boniteza de ser professor: “ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”2 . Paulo Freire chama a atenção para a essencialidade do componente estético da formação do educador. Coloquei um título que fala de sonho e de sentido que querem dizer a mesma coisa. “Sentido” quer dizer caminho não percorrido mas que se deseja percorrer, portanto, significa projeto, sonho, utopia. Aprender e ensinar com sentido é aprender e ensinar com um sonho na mente. A pedagogia serve de guia para realizar esse sonho.

Paulo Freire, em 1980, logo após voltar de 16 anos de exílio, reuniu-se com um grande número de professores em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais. Falou-lhes de esperança, de “sonho possível”, temendo por aqueles e aquelas que “pararem com a sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem de denunciar e de anunciar”, aqueles e aquelas que, “em lugar de visitar de vez em quando o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e com o agora, que em lugar desta viagem constante ao amanhã, se atrelem a um passado de explora- ção e de rotina”3

Dezessete anos depois, em 1997, em seu último livro, lançado três semanas antes de falecer, ele se mantinha fiel à mesma linha de pensamento, reafirmando o sonho e a utopia diante da “malvadez neoliberal”, diante do “cinismo de sua ideologia fatalista e a sua recusa inflexível ao sonho e à utopia”4 . Denúncia de um lado, anúncio de outro: a sua “pedagogia da autonomia” frente à pedagogia neoliberal.

Lembrando os cinco anos da morte de Freire, nesse pequeno livro5 , quero retomar o que ele disse e entender o seu significado no contexto de hoje. Paulo Freire nos falava da “boniteza” do sonho de ser professor de tantos jovens desse planeta. Se o sonho puder ser sonhado por muitos6 deixará de ser um sonho e se tornará realidade.

A realidade, contudo, é muitas vezes bem diferente do sonho. Muitos de meus alunos e alunas, seja na Pedagogia, seja na Licenciatura, não pensam em se dedicar às salas de aula. Muito revelam desinteresse em seguir a carreira do magistério, mesmo estando num curso de formação de professores. Pesam muito nesse decisão as condições concretas do exercício da profissão. Preparam-se para ser professor e irão exercer outra profissão.

O brasileiro desvaloriza o professor. É o que se poderia deduzir de um dito que se tornou popular nas últimas décadas no Brasil: “Quem sabe faz, quem não sabe ensina”. É sinistro. Essa destruição da imagem do professor custará muito caro, dizia já em 1989, o jornalista Leonardo Trevisan7 : “Todos dizem que gostam muito dos professores, mas não chegam a incomodar-se muito com o fato de que há tempos eles recebem um salário de fome. O salário é a parte mais visível de uma condição – da qual decorre um papel social que se descaracterizou por completo… Só quem não quer ver não percebe o sentimento de cansaço, de esgotamento de expectativas de quem encarava com dignidade o seu desempenho profissional”.

A situação vem se arrastando há anos. Tenho 41 anos de magistério e não tenho visto grandes melhorias. Ao contrário, tenho ouvido muitas promessas. As melhorias existem aqui e acolá, mas são pontuais e localizadas – servem apenas de exemplo – são conjunturais e não estruturais, são provisórias, passageiras e não permanentes. Correspondem a uma política de governo e não a uma política pública de estado.

A situação vem se arrastando há anos. Tenho 41 anos de magistério e não tenho visto grandes melhorias. Ao contrário, tenho ouvido muitas promessas. As melhorias existem aqui e acolá, mas são pontuais e localizadas – servem apenas de exemplo – são conjunturais e não estruturais, são provisórias, passageiras e não permanentes. Correspondem a uma política de governo e não a uma política pública de estado.

A resposta talvez possa ser encontrada numa mensagem deixada por um prisioneiro de campo de concentração nazista na qual, depois de viver todos os horrores da Guerra8 – “crianças envenenadas por médicos diplomados; recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas; mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades” – ele pede aos professores que “ajudem seus alunos a tornarem-se humanos”, simplesmente humanos. E termina: “ler, escrever e aritmética só são importantes para fazer nossas crianças mais humanas”.

Talvez esteja aí a chave para entender a crise que vivemos: perdemos o sentido do que fazemos, lutamos por salário e melhores condições de trabalho sem esclarecer a sociedade sobre a finalidade de nossa profissão, sem justificar porque estamos lutando.

O que me leva agora a escrever esse pequeno livro é justamente esse imperativo histórico e existencial que me obriga a colocar a questão do sentido do que estou fazendo. Qual é o papel do educador, da escola, da educação? O que um professor pode fazer, o que ele deve fazer, o que é possível fazer?

Em inúmeras conferências que tenho feito a professores, professoras, por este país e fora dele, além de constatar um grande mal-estar entre os docentes, misturado a decepções, irritação, impaciência, ceticismo, perplexidade, paradoxalmente, existe ainda muita esperança. A esperan- ça ainda alimenta essa difícil profissão. Há uma ânsia por entender melhor porque está tão difícil educar hoje, fazer aprender, ensinar, ânsia para saber o que fazer quando todas as receitas governamentais já não conseguem responder. A maioria dessas professoras – elas são a quase totalidade – com a diminuição drástica dos salários, com a desvalorização da profissão e a progressiva deterioração das escolas – muitas delas têm hoje cara de presídio – procuram cada vez mais cursos e conferências, para buscar uma resposta que não encontraram nem na sua formação inicial e nem na sua prática atual.

Poucas são as vezes em que encontram resposta nesses cursos. Na sua maioria, ou encontram receitas tecnocráticas que causam ainda maior frustração, ou encontram profissionais da “pedagogia da ajuda” que encantam com suas belas e sedutoras palavras, fazem rir enormes platéias numa catarse coletiva. E voltam vazios como entraram depois de assistirem ao show desses falsos pregadores da palavra. Voltam com a mesma pergunta: “O que estou fazendo aqui?” – “Por quê não procuro outro trabalho?” – “Para que sofrer tanto?” – “Por quê, para que ser professor?”.

Se, de um lado, a transformação nas condições objetivas das nossas escolas não depende apenas da nossa atuação como profissionais da educação, de outro lado, creio que sem uma mudança na própria concepção da nossa profissão ela não ocorrerá tão cedo. Enquanto não construirmos um novo sentido para a nossa profissão, sentido esse que está ligado à própria função da escola na sociedade aprendente, esse vazio, essa perplexidade, essa crise, deverão continuar.

Hoje vale tudo para aprender. Isso vai além da “reciclagem” e da atualização de conhecimentos e muito mais além da “assimilação” de conhecimentos. A sociedade do conhecimento é uma sociedade de múltiplas oportunidades de aprendizagem. As conseqüências para a escola, para o professor e para a educação em geral são enormes: ensinar a pensar; saber comunicar-se; saber pesquisar; ter raciocínio lógico; fazer sínteses e elaborações teóricas; saber organizar o seu próprio trabalho; ter disciplina para o trabalho; ser independente e autônomo; saber articular o conhecimento com a prática; ser aprendiz autônomo e a distância.

Nesse contexto, o professor é muito mais um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito do sua própria formação. O aluno precisa construir e reconstruir conhecimento a partir do que faz. Para isso o professor também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o quefazer dos seus alunos. Ele deixará de ser um “lecionador”10 para ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem.

Nesse contexto, o professor é muito mais um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito do sua própria formação. O aluno precisa construir e reconstruir conhecimento a partir do que faz. Para isso o professor também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o quefazer dos seus alunos. Ele deixará de ser um “lecionador”10 para ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem.

Ser professor”, não será “um ofício em risco de extinção”, pergunta-se Luiza Cortesão11 . Um certo professor está em risco de extinção. O funcionário da eficácia e da competitividade pode existir mas terá se demitido da sua função de professor.

Diz ela que há hoje uma evidente contradição entre o professor em branco e preto, o professor“monocultural”, bem formado, seguro, claro, paciente, trabalhador e distribuidor de saberes, eficiente, exigente e o professor “intermulticultural” que não é um “daltônico cultural”, que dá-se conta da heterogeneidade, capaz de investigar, de ser flexível e de recriar conteúdos e métodos, capaz de identificar e analisar problemas de aprendizagem e de elaborar respostas às diferentes situações educativas.

Um não se pergunta porque ser professor. Simplesmente cumpre ordens, currículos, programas, pedagogias. Outro questionase sobre seu papel. Um está centrado nos conteúdos curriculares e outro no sentido do seu ofício. Sim, um certo professor está em risco de extinção. E isso é muito bom. – O que é ser professor hoje? – Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores. Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas. Diante dos falsos pregadores da palavra, dos marqueteiros, eles são os verdadeiros “amantes da sabedoria”, os filósofos de que nos falava Sócrates. Eles fazem fluir o saber – não o dado, a informação, o puro conhecimento – porque constróem sentido para a vida das pessoas e para a humanidade e buscam, juntos, um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos. Por isso eles são imprescindíveis.

Fuente

http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/boniteza.pdf

Fuente imagen:

https://lh3.googleusercontent.com/tZJpdLMrMeBojKCYyeA1NGnqDeL87bnWHGuHcYCyhZHnjRJPYZo5AcDlviLYJ0mSHjnG=s85

Comparte este contenido:

Policía de Brasil detuvo a estudiantes que rechazan recortes la educación pública

Brasil/31 de Octubre de 2016/AVN

La Policía Militar (PM) de Brasil detuvo el jueves, sin orden judicial, a 26 estudiantes que habían tomado la Escuela Superior Centro de Doña Filomena Moreira de Paula, en el estado de Palmas, con el propósito de sumarse a las protestas en contra de la Reforma a la Enseñanza Media y a la Propuesta de Enmienda Constitucional (PEC) que congela por 20 años la inversión social.

Entre los estudiantes detenidos se encuentran menores de edad quienes, según la PM, son acusados por haber entrado en desacato a la autoridad aun cuando medios locales reseñan que la toma de la institución fue de forma pacífica, reseñó el portal Noticias de América Latina y el Caribe (Nodal).

Previo a esta detención, este martes la PM también apresó a 13 estudiantes que habían ocupado la Escuela Estatal Silvio Javier en Piqueri, al norte de Sao Paulo, quienes también protestaban en contra de la reforma de la escuela secundaria, refiere la Agencia de Brasil.

Dichas represiones al derecho a protestar que tienen los estudiantes en Brasil se realizan en medio de un escenario político donde el presidente de facto de dicha nación, Michel Temer, congeló la inversión pública e intenta, a través de reformas, limitar la cantidad de asignaturas del pénsum y disminuir el nivel de formación de los profesionales de la educación.

En rechazo a esa medida, más de 1.100 instituciones educativas —según datos de las Agencia Brasil—  han sido ocupadas por los estudiantes en todo Brasil para defender la escuela pública de calidad.

El Partido de los Trabajadores (PT) hizo público un comunicado donde rechazaron las agresiones del Gobierno de Temer hacia los estudiantes e hicieron un llamado para que «el Gobierno federal inicie de inmediato las negociaciones abiertas con los jóvenes que luchan por su expresión de los derechos democráticos y en defensa de la escuela pública de calidad».

Fuente: http://www.avn.info.ve/contenido/polic%C3%ADa-brasil-detuvo-estudiantes-que-rechazan-recortes-educaci%C3%B3n-p%C3%BAblica

Comparte este contenido:

Educación sexual debe usarse para más que solo control de natalidad

Por: Maria Betânia Ávila

La educación sexual en Latinoamérica debe ser pensada «en términos libertarios» para los jóvenes y no tener como objetivo «el control de la natalidad de mujeres jóvenes», dijo este jueves en una entrevista Maria Betânia Ávila, representante del Instituto Feminista para la Democracia (SOS Corpo) de Brasil.

«Una ley (de educación sexual) debería proporcionar el conocimiento y el aprendizaje, la capacidad a las mujeres jóvenes de tomar sus decisiones, cuidar sus cuerpos, vivir la exualidad de una manera libre y también de acuerdo con sus proyectos de vida»

Ávila, investigadora de la organización, participó en el panel «autonomía física, derechos sexuales sy reproductivos» que tuvo lugar hoy en Montevideo dentro de la XIII Conferencia Regional sobre la Mujer de América Latina y el Caribe, auspiciada por la ONU.

A su juicio, la educación sexual también debería ayudar en el proceso de conocimiento de las relaciones entre hombres y mujeres, en las que todavía predomina «la dominación y la explotación», dijo.

«Apenas hay una educación sexual en Latinoamérica»

La intervención de Ávila en la Conferencia se centró en la necesidad de pensar los derechos reproductivos y sexuales «con relación a las relaciones de poder y a otras dimensiones de la vida social».

La educación y los derechos sexuales y reproductivos de la mujer, y cómo estos influyen en su autonomía y en la igualdad entre ambos sexos, centran buena parte de los paneles de la XIII Conferencia Regional que comenzó el martes y se celebrará hasta este viernes en la capital uruguaya.

Fuente: http://globovision.com/article/educacion-sexual-debe-usarse-para-mas-que-solo-control-de-natalaidad

Comparte este contenido:

Brasil: Alumnos se oponen a reforma educativa

América del Sur/Brasil/Octubre de 2016/Fuente: La Estrella de Panamá

Estudiantes de todo Brasil mantienen ocupadas cerca de mil escuelas y universidades en oposición a una reforma educativa y una enmienda constitucional para limitar los gastos públicos, ambas impulsadas por el presidente Michel Temer.

Las ocupaciones comenzaron a principios de octubre en Paraná (sur), región donde el sistema educativo estaba ‘abandonado por el estado’, dijo a Efe la presidenta de la Unión Brasileña de Estudiantes de Secundaria (UBES), Camila Lanes, pero se han extendido y han paralizado las clases en un goteo por todo el país.

En todo Brasil han sido ocupadas 1,047 escuelas (845 de ellas en Paraná), 102 universidades y otros tres centros educativos, además de la Cámara Legislativa Municipal de Guarulhos (São Paulo) que lleva una semana tomada por los estudiantes, según recuentos de la UBES y la Unión Nacional de Estudiantes (UNE).

Las movilizaciones han conseguido alargarse porque los estudiantes se han organizado para dividirse tareas de cocina y limpieza y porque, para ocupar el tiempo libre, han puesto en marcha debates, talleres y otras actividades culturales y deportivas.

El último caso, ocurrido este jueves, fue la ocupación de la rectoría de la Universidad de Cascavel, en Paraná, por parte de unos 40 alumnos.

El Gobierno brasileño está presionando a los alumnos para que acaben las movilizaciones y la policía ha realizado desalojos de decenas de escuelas en los últimos días, en algunos casos sin autorización judicial, según las asociaciones estudiantiles.

En el desalojo de una escuela del municipio de Miracema (Tocantins, norte), la Policía arrestó este jueves a 26 estudiantes, entre ellos once menores de edad, que fueron esposados y llevados a comisaría, informó la UBES.

El ministro de Educación, José Mendonça Bezerra, ha dado un ultimátum hasta el lunes para que desocupen las escuelas bajo la amenaza de cancelar los exámenes que sirven para el acceso a la universidad, conocidos como ENEM, programados para inicios de noviembre.

Fuente: http://laestrella.com.pa/internacional/america/alumnos-oponen-reforma-educativa/23968075

Comparte este contenido:

Escola Municipal do Butantã recebe notificação de vereador contra debate sobre gênero

América del Sur / Brasil / 30 de octubre de 2016 /Por: Redação

Nessa semana a escola municipal Amorim Lima organizou com professores, alunos e pais uma Semana de Debate sobre Gênero e Educação. A programação dessa atividade foi amplamente debatida nos fóruns e espaços da escola.

No dia 25/10 a comunidade escolar foi surpreendida com uma notificação assinada pelo vereador Ricardo Nunes do PMDB, alegando que as atividades promovidas são ilegais, questionando ainda, a forma de organização e participação da comunidade escolar na Semana de Gênero.

A Secretaria Municipal de Educação respondeu à notificação respaldando a atividade que foi desenvolvida, que respeitou os princípios legais do Plano Municipal de Educação, com a meta de superar desigualdades educacionais e promover a cidadania e a erradicação de todas as formas de discriminação e preconceito. Apelou ainda, para que o vereador respeite a autonomia e o Projeto Pedagógico da Escola.


Resposta da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

Um dos alunos do oitavo ano, Caio Ribeiro, de 13 anos, fez uma entrevista com uma de suas colegas de sala de aula, Luiza, de 13 anos também, que contou sua opinião sobre o que aconteceu. Confira:

Caio: O que você achou da semana do gênero?

Luiza: Eu achei muito importante para informar os alunos que não entendem bem sobre o assunto, e para dar espaço aos alunos que podem ser discriminados pelo seu gênero ou sexualidade.

Caio: O que você achou sobre a denúncia que a escola recebeu?

Luiza: Eu acho um absurdo a denúncia, por que não faz sentido, tem gente que acha que se a escola discutir sobre gênero, todo mundo que ouvir vai virar trans, eu ouvi sobre a violência contra a mulher ai eu virei uma pessoa que quer a morte dos homens, as pessoas acham que é isso, provavelmente foi alguém que acha que se criança souber o que é um transexual ela vai virar um transexual, a pessoa deve achar isso, por isso ela fez a denúncia, achei um absurdo, um ato totalmente nada a ver.

Caio: Você pode contar um pouco sobre situações na escola em que essa discussão sobre gênero é importante?

Luiza: Na escola, tem várias pessoas LGBT, tem pessoas trans, e é muito importante em todos os momentos, né? Tem uma pessoa trans na minha sala, e é um homem trans, só que muitos professores ficam chamando ele pelo nome de menina pelo nome feminino, o nome de nascença dele, mesmo sabendo que não é esse nome, é outro nome. E ninguém respeita, poucos professores respeitam, poucos alunos também respeitam, né? E tem muita gente na escola que é machista e fica querendo botar regra nas meninas, querendo falar o que a gente pode e não pode fazer. Aluno mesmo faz isso, nunca vi professor fazendo isso. Aluno fica falando pra gente calar a boca, essas coisas assim bem bestas. Tudo isso é muito importante ser discutido, e acabar com isso é muito importante. Por isso foi a semana de gênero, só que reclamaram dela.

Caio: Como os alunos podem se organizar para que esse tipo de debate continue acontecendo?

Luiza: Na minha escola, sempre tem alguma roda de conversa, nas tutorias também. Sempre tem, você nunca vai chegar pra falar com um professor ou alguém e a pessoa vai cortar o assunto, ou não vai querer falar sobre isso. Então, nas nossas tutorias sempre tem uma roda de conversa que a gente pode falar o que a gente quer. No meu ano sempre tem uma roda de conversa, nos dias de tutoria também, que geralmente tem algum assunto especial, mas se você propor o tema eles vão deixar você falar. E também tem grupos de responsabilidade na escola, que é um grupo que os alunos se organizam, tipo, para limpar alguma coisa, ou para decidir alguma coisa. Um dos grupos é assembleia, que é o meu grupo, que a gente fala assuntos importantes para se discutir com a escola inteira. A gente ia fazer, na verdade, uma assembleia sobre isso, e eu achei que nessa semana, semana do gênero, a gente ia fazer uma assembleia sobre isso. Só que não ficou para essa semana a assembleia que a gente vai fazer, mas a gente vai fazer uma assembleia sobre violência contra a mulher, sobre essas coisas, e vamos discutir com a escola inteira isso e sobre a denúncia.

Vanessa Rodrigues, mãe de uma das alunas também falou sobre a denúncia:

O que eu achei sobre a denúncia, primeiro que a gente acha que realmente partiu de alguém de dentro da escola, eu acho um absurdo, porque só pode ter partido de alguém de dentro da escola para saber os detalhes de como foi a proposta da semana de gênero, a denúncia foi uma coisa assim absurda, o que esse vereador escreveu é um absurdo, inclusive ele usou uma lei ilegalmente por que nem foi aprovada ainda, para poder colocar pressão sobre uma escola que luta para que as coisas aconteçam da melhor forma possível, para criar cidadãos e é o que a escola faz, o Amorim faz isso, tenta fazer da melhor forma possível e criou uma semana maravilhosa sobre isso uma discussão inclusive motivada por questões que aconteceram dentro da escola com meninas que quiseram discutir isso, então tá, vamos discutir todo mundo junto, essa é a ideia da semana de gênero. E a denúncia mostra realmente o estado que estamos nesse país, de retrocesso total e a gente não pode deixar isso acontecer, a gente tem que lutar e lutar muito para que as escolas tenham direito de formar cidadãos, não é questão de partido ou gênero ou nada, é de formar um cidadão, uma pessoa que respeita, uma pessoa que age na nossa sociedade, no seu ambiente, na sua comunidade. É um absurdo essa denúncia, mas foi boa porque assim a gente tem como fazer a semana de gênero sair dos muros da escola e ser assunto por aí.

Fuente: http://esquerdadiario.com.br/Escola-Municipal-do-Butanta-recebe-notificacao-de-vereador-contra-debate-sobre-genero

Comparte este contenido:

Brasil UNESCO: Semana Mundial de la Alfabetización Informacional y Mediática

América del Sur/Brasil/Octubre de 2016/Fuente: UNESCO

Cuándo, hora local: Lunes, 31 octubre 2016 – 9:00amSábado, 5 noviembre 2016 – 6:00pm
Dónde: Brasil, São Paulo
Tipo de evento: Categoría 7 – Seminario y capacitación o Curso de Actualización
Contacto: Grizzle Alton (a.grizzle@unesco.org)

La Semana Mundial de la Alfabetización Informacional y Mediática 2016 tiene por tema «Alfabetización Informacional y Mediática: nuevos paradigmas para el diálogo intercultural». El principal evento de la semana es la VI Conferencia de la Red Universitaria de MILID y la primera asamblea general de GAPMIL. La Universidad de Sao Paulo, en Brasil, acoge este evento prinicpal de la semana y tendrá lugar entre el 2 y el 5 de noviembre de 2016.

La Semana Mundial de Alfabetización Informacional y Mediática 2016 está organizada por la UNESCO, la Alianza de Civilizaciones de las Naciones Unidas (UNAOC), la Alianza mundial para la cooperación en información y medios (GAPMIL) y la Red Universitaria Internacional de la Alfabetización Mediática e Informacional y Diálogo Intercultural, en cooperación con la Universidad de Sao Paulo. Se trata de la quinta edición de la Semana Mundial de la Alfabetización Informacional y Mediática.

Tema/s:
Favorecer la libertad de expresión
Acceso a la información
Desarrollo de los medios de comunicación
Pluralismo de los medios de comunicación y diversidad
Fuente: http://es.unesco.org/events/semana-mundial-alfabetizacion-informacional-y-mediatica
Comparte este contenido:

Bosques en manos de indígenas tienen menos deforestación

30 Octubre 2016/Fuente:scidev /Autor:Lisbeth Fog

  • Estudio revela que deforestación promedio fue inferior en los bosques si los indígenas eran dueños de la tierra. La investigación se realizó en Bolivia, Brasil y Colombia. Dar tierra a los indígenas es una solución barata y con beneficios ambientales, aseguran expertos

Si los indígenas del Amazonas boliviano, brasileño y colombiano tuvieran asegurada la tenencia de sus tierras, se reduciría la deforestación a la mitad, incluso a un tercio, se mitigaría la emisión de carbono, y beneficiaría a la población local y el planeta.

Un estudio concentrado en la Amazonia demuestra que la tasa de deforestación promedio de tres países estudiados —Bolivia, Brasil y Colombia— fue inferior en los bosques indígenas con tenencia segura que en áreas similares sin ella: 35 por ciento menor en Bolivia, 40 por ciento menor en Brasil y 50 por ciento menor en Colombia.

“Los costos son muy bajos para algo tan importante como reducir el cambio climático, en términos globales, así como para el desarrollo comunitario, en el nivel local”, dice Juan Carlos Altamirano a SciDev.Net, economista senior del Instituto de los Recursos Mundiales (WRI), con sede en Washington, y uno de los autores del informe.

“Esta es una solución ‘suave’, barata y con beneficios para el mundo, el ambiente y las comunidades”, continuó.

Presentado el 7 de octubre, el informe contempla los aspectos legales que rigen en los tres países latinoamericanos en relación con la tenencia de la tierra; analizó los mapas de asentamientos indígenas y de deforestación; y produjo un análisis económico, que consistió en identificar costos y beneficios globales y locales de la deforestación evitada, una de las consecuencias de asegurar los derechos sobre la tierra a la población.

“Vimos que la tasa de deforestación bajaba en una forma significativa en las comunidades que tenían sus derechos de propiedad bien delimitados y eran respetados”, continúa Altamirano, lo cual beneficiaría al planeta porque aumentaría la captura de carbono.

Los beneficios económicos para la región en los próximos 20 años serían de máximo US$ 119 mil millones para Bolivia, 1.165 mil millones para Brasil y 277 mil millones para Colombia, informa el estudio.

“El llamado que se hace a los gobiernos para facilitar la legalidad y remover obstáculos en la ampliación de estos territorios es importante no solo para los temas de secuestro de carbono, sino también para orientar las prioridades de sostenibilidad que deben acompañar las acciones que desarrollen en este territorio las comunidades que habitan”, dijo a Scidev.Net Luz Marina Mantilla, directora del Instituto Amazónico de Investigaciones Científicas (SINCHI).

Juan Carlos Preciado, consultor en derechos territoriales y pueblos indígenas de la Organización Nacional de los Pueblos Indígenas de la Amazonia Colombiana (OPIAC), dijo que el reconocimiento a la propiedad de la tierra, “tiene que estar en el marco de un concepto mucho más amplio que es el de los derechos territoriales, del derecho político al gobierno, al ejercicio de la autoridad y el respaldo absoluto a ese ejercicio de la autoridad basado en los sistemas del conocimiento propio”.

El estudio propone a gobiernos y organismos internacionales de cooperación incentivar los derechos sobre la tierra y protegerlos, lo que “significaría aumentar los beneficios eco sistémicos como la recreación y el turismo, la regulación de la dinámica climática y el ciclo del agua, los servicios hidrológicos, la polinización y la retención de nutrientes”, concluye Altamirano.

Para ver el informe en español: http://www.wri.org/sites/default/files/Climate_Benefits_Tenure_Costs_ES.pdf

Fuente de la noticia: http://www.scidev.net/america-latina/conservacion/noticias/bosques-en-manos-de-indigenas-tienen-menos-deforestacion.html?utm_source=SciDevsite&utm_medium=Facebook&utm_campaign=Advert

Fuente de la imagen:http://www.scidev.net/objects_store/thumbnail/04B85F781AD00E7F5A88C99CB0A7202E.jp

Comparte este contenido:
Page 156 of 204
1 154 155 156 157 158 204