Brasil: Ministros da Educação tiveram média de dois anos de gestão desde 1979

América do Sul/ Brasil/ 05.06.2018/ Fonte: www.jb.com.br.

Os ministros da Educação do país desde 1979 tiveram um curto período de gestão, alcançando em média somente dois anos, devido à instabilidade provocada por crises políticas e econômicas. A conclusão é do jornalista Antônio Gois, autor do livro Quatro décadas de gestão educacional no Brasil.

Segundo o autor, os “tempos conturbados” acabam por deixar a cada ministro um curto período de gestão, em uma média de cerca de dois anos. “Afinal, o país atravessou nessas quase quatro décadas períodos de graves crises econômicas e de instabilidade política, como o impeachment de dois presidentes da República”, enfatiza Gois.

Análise das políticas públicas de educação

A publicação faz uma análise da evolução das políticas públicas de educação a partir dos depoimentos de 13 ex-ministros e uma ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

As entrevistas abrangem desde o período anterior à redemocratização do país, durante o governo do general João Batista Figueiredo (1979-1985), até o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016).

Esses cenários complexos também marcaram, de acordo com o jornalista, as decisões dos ex-titulares da pasta da educação. “Foram tempos difíceis, mas também de avanços, a começar pela transição democrática após o fim de uma ditadura militar de 21 anos”, acrescenta. Além disso, esses gestores tiveram de enfrentar deficiências estruturais do país.

O ex-ministro do primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o atual senador Cristovam Buarque (PPS-DF), cuja gestão durou somente cerca de 12 meses, destaca, por exemplo, que tentou encarar como prioritária a diminuição do analfabetismo no país.

“Para mim, alfabetizar não é nem uma questão educacional, é primeiro uma questão de direitos humanos. A democracia acabou com a tortura nas cadeias, não acabou nas ruas. Segundo, eu sou de uma geração que viu João Goulart – Paulo Freire com João Goulart – falando em erradicar o analfabetismo, que viu Cuba erradicar o analfabetismo depois de Fidel Castro chegar ao poder, que viu os próprios militares preocupados com alfabetização. Isso fica na cabeça da gente, então eu tinha como meta a alfabetização”, diz Cristovam, em seu depoimento.

Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), com dados referentes a 2016, o Brasil ainda tem cerca de 11,8 milhões de analfabetos. A pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que 7,2% das pessoas maiores de 15 anos não sabem ler, sendo que, entre os negros, o percentual chega a 9,9%.

Fonte das notícias: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2018/06/04/ministros-da-educacao-tiveram-media-de-dois-anos-de-gestao-desde-1979/

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Angola: Ministra da Cultura defende ensino nas línguas maternas

Angola/24 de Febrero de 2018/Autor: César Esteves/Jornal de Angola

Resumen: La ministra de Cultura defendió ayer en Luanda que los niños deben ser alfabetizados, en los primeros años de escolaridad, a través de sus lenguas maternas, por ser una forma de promoción de la comunicación, comprensión, creatividad y de haber un aprendizaje de calidad.

A ministra da Cultura defendeu ontem, em Luanda, que as crianças devem ser alfabetizadas, nos primeiros anos de escolaridade, através das suas línguas maternas, por ser uma forma de promoção da comunicação, compreensão, criatividade e de haver uma aprendizagem de qualidade.

Carolina Cerqueira, que discursava na cerimónia de abertura do ciclo de palestras alusivo ao Dia Internacional da Língua Materna, ontem assinalado, lembrou que a política cultural de Angola recomenda o estudo e a promoção das línguas maternas por serem as que melhor servem de veículo de cultura e transmissão de pensamento.
“Logo após a nossa Independência, o Governo co-meçou a pensar em alfabetizar em línguas nacionais. Foi por isso que, em 1979, foi criado o Instituto Nacional de Línguas, que, mais tarde, em 1985, foi transformado em Instituto de Línguas Nacionais, para se dedicar, única e exclusivamente, ao estudo científico das línguas nacionais e das tradições orais”, realçou a ministra.
Carolina Cerqueira lembrou ainda que, através da resolução número 3/86, de 23 de Maio, o Conselho de Ministros aprovou, a tí-tulo experimental, os alfabetos das línguas nacionais kikongo, kimbundo, côkwe, umbundo, mbunda e kwanhama, e as suas respectivas regras de transcrição.
“São esses alfabetos que têm servido de base ao Mi-nistério da Educação na inserção das línguas nacionais no sistema educativo”, acrescentou. Carolina Cerqueira disse que, em Angola, a diversidade linguística se manifesta, profundamente, no mosaico cultural nacional, o que permite a cada cidadão escolher e encontrar os meios de se comunicar e de aprender na sua língua materna.
A titular da pasta da Cultura acentuou que, para respeitar a diversidade cultural e linguística, o Governo desenvolveu um programa que valoriza o plurilinguismo e promove o desenvolvimento equilibrado do português e das línguas nacionais.
A responsável lembrou que o Governo defende ain-da  a formulação de políticas linguísticas que tenham em conta a incontornável complementaridade entre as diversas línguas maternas de Angola.
Sobre a actual situação da língua portuguesa no país, Carolina Cerqueira disse que a língua é materna de muitos angolanos e a mais falada no país. “O português implementou-se no seio das nossas comunidades, tornando-se no veículo da cultura das nossas populações e constituindo um forte laço de amizade nacional e de promoção da paz, do diálogo, da democracia, do Estado de Direito, dos direitos do homem e da justiça social”, disse, para acrescentar que, em qualquer espaço cultural, a língua é o conjunto das artes e costumes que ela veicula e a que temos acesso através dela, ocupam um lugar de grande destaque.
A ministra afirmou que a língua, na sua essência, é um bem universal, que não pertence unicamente a um limitado espaço geográfico, mas, sim, a todos os homens e todas as mulheres que escolheram aprendê-la, utilizá-la, torná-la fecunda nas culturas, nos seus imaginários, através dos seus talentos e no espírito de abertura e de enriquecimento do colectivo.
Desafiou os jovens “a  aprender, estudar, investigar e cultivar as identidades próprias de cada uma das línguas maternas que falamos, não só para as confrontar, mas, também,  para as enriquecer em beleza e colocá-las à disposição de todos que queiram ter acesso a elas”.

Fuente: http://jornaldeangola.sapo.ao/cultura/ministra_da_cultura_defende_ensino_nas_linguas_maternas

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Angola: Executivo aposta forte em escolas politécnicas

Angola/08 de Enero de 2018/Jornal de Angola

Resumen: El Ejecutivo dará prioridad a la construcción de escuelas politécnicas, con cursos que aseguren el desarrollo socio-económico de cada una de las provincias del país, teniendo en cuenta su potencial real, le dijo al Jornal de Angola, la Secretaría de Estado de Educación Infantil y general .

O Executivo vai priorizar a construção de escolas politécnicas, com cursos que garantam o desenvolvimento socioeconómico de cada uma das províncias do país, tendo em conta as suas potencialidades reais, disse ao Jornal de Angola o secretário de Estado para o Ensino Pré-escolar e Geral.

Joaquim Felizardo Cabral avançou que as novas escolas vão ser construídas, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022. Referiu que, neste momento, os Governos Provinciais estão a fazer o levantamento das necessidades, em termos de cursos, para de seguida canalizar a informação ao Ministério da Educação.
“Em cada uma das províncias, vamos explorar e estudar as suas potencialidades económicas, para implementarmos o tipo de escolas médias técnico-profissionais e também algumas instituições básicas. Mas, os municípios também terão uma palavra a dizer face ao desenvolvimento de cada um”, disse.
Acrescentou que os projectos serão executados no âmbito dos Programas de Investimentos Públicos (PIP) e das acções de descentralização do Orçamento Geral do Estado (OGE).
Referiu que o país tem 118 escolas no subsistema do ensino técnico profissional, das quais 102 são de formação média técnica e 16 de formação profissional básica, que administram vários cursos.
Sobre o Ensino Especial, implementado desde 1976 no país, o secretário de Estado Joaquim Cabral disse que houve um aumento de 50,4 por cento de alunos matriculados entre 2004 e 2011, período em que as políticas do sector estavam direccionadas no sentido de atender crianças com necessidades educativas especiais.
Pelo menos 20 por cento da população angolana necessita de serviços especiais de ensino. A propósito, o secretário de Estado da Educação disse que mais de 25 mil crianças com necessidades especiais, estudam nas escolas do país, onde a taxa de atendimento aumenta significativamente de ano para ano.
Sublinhou, que as crianças com necessidades educativas especiais são praticamente todas, apesar de algumas manifestarem maior exigência que outras. Para aquelas crianças que têm especificidades, o Ministério da Educação criou escolas especiais para albergá-las.
“Hoje já não estamos a implementar uma política que parecia  discriminatória. Estamos a criar turmas inclusivas. Em vez de discriminarmos essas crianças, colocamo-las no seio de outras, que têm condições normais”, disse.
Com isso, prosseguiu o governante, muitos professores que trabalham, com esse tipo de crianças, já beneficiaram de formação diferenciada. Joaquim Cabral fez saber que as escolas especiais estão a ser transformadas em centros de recursos, onde são preparados os professores que trabalham nas turmas inclusivas.
“Evoluímos muito. Os resultados são animadores. No ano passado aprovamos o Plano de Política Nacional de Inclusão Escolar. Neste momento estamos a trabalhar no sentido de divulgar esta política para que os pais e encarregados de educação não retenham os filhos em casa quando detectam neles algumas dificuldades”, destacou.
Joaquim Cabral realçou o facto de haver um número considerável de alunos que passaram por essa modalidade de ensino e que já terminaram o ensino superior. “Isto anima e envolve cada vez mais a sociedade. Hoje, grande parte das famílias já não escondem os filhos com deficiências em casa”, frisou.
Malange é a única província do país que não possui escolas do ensino especial. Joaquim Cabral sustentou que isso não significa que não hajam lá crianças com deficiências a estudar. “Apenas não construímos lá escolas com essas características. Noutras províncias do país, o ensino especial funciona em escolas específicas, com turmas inclusivas”, salientou.

Educação de adultos
O secretário de Estado para o Ensino Pré-escolar e Geral disse que a Educação de Adultos é o subsistema de ensino que atende a alfabetização e todas as crianças que apresentam desfasamento em termo de idade e de classe.
Joaquim Cabral citou a Lei de Base da Educação, para afirmar que todo aluno tem uma determinada idade para frequentar uma classe. Informou que a alfabetização é feita por trimestres, durante um ano lectivo.

Fuente: http://jornaldeangola.sapo.ao/sociedade/executivo_aposta_forte_em_escolas_politecnicas

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