g1.globo/ 30 Abril
Resumen: La profesora Julia tiene Síndrome de Down, pero esto no es un obstáculo para su trabajo como educadora en la ciudad de Santa Catarina de Blumenau , en donde comenzó a trabajar como asistente de enseñanza en febrero de este año después de haberse reunidos por casualidad en un centro comercial con Rachel Stumpf, quien fuera su maestra durante cuatro años y había creado hace cinco años una escuela donde atienden a 65 estudiantes.
“Sou a professora Júlia”, se apresenta a jovem de 19 anos. Ela sabe tocar “violão, bumbo, pandeiro, bateria e teclado”. Brinca com as crianças de pega-pega, ajuda na hora da refeição dos alunos menores e, embora ela mesma ainda esteja sendo alfabetizada, sabe contar as histórias dos livros que traz de casa. A professora Julia tem Down, mas isso não é uma barreira para seu trabalho como educadora na cidade catarinense de Blumenau.
Júlia começou a trabalhar como auxiliar de ensino em fevereiro, depois de se reencontrar por acaso, em um shopping, com Raquel Stumpf, que foi sua professora aos 4 anos e havia criado há cinco anos uma escola “fora dos padrões”, onde estudam 65 alunos.
A gente fala tanto de inclusão das nossas crianças, então por que não fazer na outra ponta?»
Raquel Stumpf, dona da escola
As duas começaram a se encontrar com mais frequência, e a ideia de levar Júlia de volta às salas de aula, desta vez como educadora, surgiu a partir de uma conversa sobre inclusão.
“A gente fala tanto de inclusão das nossas crianças, então por que não fazer na outra ponta, já que quando ela crescer ela vai se tornar um adulto?”, conta Raquel.
Violão para batucar
Júlia, que paralelamente estuda em um programa do Sesi, vai três vezes por semana à escola. É ela quem decide em que período do dia irá, com que turma vai trabalhar e que atividade vai fazer.
Ela traz de casa seus livros, brinquedos e instrumentos – como seu inseparável violão, que pode se transformar instantaneamente em instrumento de percussão para as crianças dançarem.
Segundo Raquel, os pais dos alunos adoraram a ideia. “Dentro de uma cidade tradicional como Blumenau, eles já têm a ‘chavezinha virada’”, brinca a diretora.
Primeiro salário
Para a família de Júlia, o trabalho é motivo de orgulho. “A gente ficou superempolgado, não imaginava. Nós pais às vezes prendemos os filhos, mas não pensei que ela fosse entrar no mercado de trabalho tão cedo. Quando se fala em inclusão [de pessoas com Down], não é só trabalhar em mercado”, diz a mãe, a consultora de sistemas Cilene Spezia.
Outro alegria para a mãe foi quando Júlia recebeu a primeira remuneração. “Ela quis gastar com um lanche. Fomos juntas e quem pagou foi ela”, conta Cilene.
O resto do dinheiro ela guarda para comprar coisas de que gosta. “Ela vê um pandeiro e quer comprar”, conta a mãe. Mas – Julia confessa e Raquel confirma – boa parte vai mesmo com salgadinhos e refrigerantes.
Todos são professores
“Para as crianças é normal. Ninguém olha a Júlia de uma forma diferente. Tem horas em que estão vendo filme, e as crianças se deitam do lado dela. A criança não tem olhar pejorativo, para elas é mais uma professora”, diz Raquel.
Aliás, na escola de Raquel todos os funcionários são tratados como professores. “Aqui todos participam da educação, desde a Dona Tereza, que limpa a escola e fala com as crianças quando deixam cair alguma coisa no chão, desde a cozinheira, que fala dos alimentos. Todos, dentro de suas possibilidades, transmitem conhecimento”.
A mãe concorda. “Outro dia, Julia foi ajudar a colocar os talheres na mesa para os pequenos. Como gosta muito de salada, botou no prato dos pequenos todos!”, conta a mãe. “Ela ficou mais responsável, antes era um custo tirá-la da cama cedo, agora acorda supercontente, foi muito importante. É uma valorização”.
Fuente de la noticia: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2016/04/video-jovem-com-down-trabalha-como-educadora-em-escola-de-sc.html