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Brasil: Ednei. Aqui é território indígena Maró

América del sur/Brasil/18 Julio 2019/Fuente: El país

As comunidades da região amazônica do Brasil enfrentam desafios devido às atividades industriais agressivas, hoje incentivadas pelo novo Governo de Bolsonaro. Esta série apresenta cinco jovens líderes que defendem a floresta. Neste capítulo: Ednei, representante de 45 aldeias de 13 povos indígenas

Um velho motor de barco (um Yanmar diesel de dois cilindros feito no Brasil) instalado em um chassi de caminhão, algumas chapas de aço, colocadas como uma cabine e uma caixa traseira sólida de madeira boa, compõem um veículo de aparência precária, mas poderoso em toda a sua simplicidade.

Utilizando-a há pouco mais de um ano, as 3 aldeias indígenas Borarí e Arapiun da Terra Indígena Maró (TI Maró) podem cobrir todo o perímetro de seu território em poucos dias. Isso é algo que a pé, como foi feito desde o início, leva muito mais tempo, cerca de duas longas semanas.

O grupo indígena Borarí chegou a esse território remoto, povoado há séculos pelos Arapiun, há relativamente pouco tempo. Eles fugiram da pobreza de Alter do Chão, terra predominantemente Borarí, a cerca de 30 quilômetros a oeste de Santarém, hoje a capital do Baixo Tapajós, no Pará. Eles subiram todo o rio Arapiuns até a sua nascente, e de lá eles entraram no pequeno rio Maró, que é o que dá nome ao território.

O grupo é modesto, composto por cerca de 300 pessoas espalhadas pelas três aldeias: Novo Lugar, Cachoeira do Maró e São José III. Mas o território é relativamente grande: abrange cerca de 42.000 hectares de floresta primária, isto é, floresta amazônica intacta, que nunca foi derrubada.

Povos indígenas dos grupos étnicos borari e arapiun durante a inspeção mensal do território na prevenção da presença de madeireiros ilegais.
Povos indígenas dos grupos étnicos borari e arapiun durante a inspeção mensal do território na prevenção da presença de madeireiros ilegais. Pablo Albarenga

Para um observador inexperiente, a floresta inteira parece igual, mas há uma diferença fundamental entre essa floresta virgem e aquela que já foi explorada. Em uma primeira fase de exploração madeireira, são derrubadas as árvores que contêm as madeiras tropicais mais valiosas, que são cotadas nos mercados internacionais.

Uma segunda fase consiste em explorar a madeira restante, e uma terceira e última, na eliminação total da vegetação, geralmente para fins de agricultura industrial ou pecuária extensiva. Embora ao longo do tempo a floresta possa recuperar o espaço destruído, a biodiversidade original é extinta para sempre.

No Brasil, o avanço devastador do desmatamento ilegal parece irrefreável. Mas comunidades como as do Maró são aquelas que ainda oferecem resistência, e sua presença tem sido uma garantia de conservação, mesmo com dificuldades e mobilizações diante da agressão. Mas a chegada de Bolsonaro ao poder em janeiro deste ano já está mudando as coisas muito rapidamente.

Diante dessa nova realidade, eles precisam se preparar para enfrentar uma ameaça ainda maior: aqueles que se sentem protegidos pelas palavras agressivas do presidente contra os indígenas e contra a Amazônia. Muitos de seus seguidores acreditam que podem finalmente fazer o que querem, levando à letra o fato de Bolsonaro considerar os índios um «obstáculo à agroindústria e ao desenvolvimento”.

Bolsonaro foi eleito com um discurso racista, atacando minorias, negros e indígenas, dizendo que eles devem ser «integrados» a um uniforme distópico e ao Brasil «produtivo» que ele imagina. Essa ideia de preservar territórios indígenas, derivar suas terras e respeitar seus direitos, acabou, apesar de estarem incluídos na constituição brasileira de 1988.

No pacote, Bolsonaro também inclui ambientalistas e ativistas dos direitos humanos e dos direitos civis. Em seu famoso discurso eleitoral gravado em um pretenso vídeo caseiro, do quintal da sua casa, ele deixou claro suas intenções: «ou eles vão embora ou vão para a cadeia».

Até que ponto algumas pessoas se sentem protegidas pelo discurso de Bolsonaro e agem por conta própria, pudemos presenciar durante nossa viagem ao interior do território indígena Maró. Pilotado por Dadá Borarí, o segundo-cacique depois do seu tio-avô, que é o primeiro-cacique do território, o veículo improvisado nos levou pela estrada que marca o perímetro do território indígena, rota cheia de obstáculos e perigos que, no entanto, os vigilantes enfrentam com entusiasmo e determinação.

Há alguns anos, desde que as incursões dos madeireiros se tornaram mais agressivas, e seguindo uma recomendação da FUNAI, um grupo de homens eleitos pelas aldeias viraram vigilantes do território e percorrem seu perímetro regularmente, em jornadas que geralmente duram cerca de dez dias.

Esses homens experientes, que conhecem a floresta desde pequenos, centímetro a centímetro, incluem há pouco tempo Ednei, um jovem Arapiun de Cachoeira do Maró, a aldeia vizinha de Novo Lugar, que também foi recentemente eleito como coordenador do Conselho Indígena Tapajós-Arapiuns (CITA), representante legítimo de 45 aldeias de 13 povos indígenas diferentes, pertencentes aos povos indígenas do Baixo Tapajós, Rio Arapiuns, Rio Maró e Planalto Santareno.

Ednei, com apenas vinte anos, é uma pessoa de poucas palavras, mas mostra grande determinação. Ele entende bem o papel atribuído a ele e está disposto a continuar com toda a coragem de sua juventude.

A incorporação de jovens ao grupo de vigilantes é fundamental para a continuidade de sua missão ao longo do tempo. É essencial que eles adquiram o conhecimento e experiência necessários para a defesa de um território submetido à pressão de um ambiente hostil e ganancioso, que busca extrair suas muitas riquezas.

A pressão, acima de tudo, vem das madeireiras que operam na região e de alguns caçadores furtivos que vêm para roubar madeira ou caçar a rica diversidade de animais que fazem parte da subsistência das aldeias. Estes últimos são, muitas vezes, moradores de terras vizinhas que venderam suas florestas e que agora, empobrecidos, não têm outra opção a não ser tentar obter alimentos na Terra Indígena Maró, ainda intacta.

As rodovias de vigilância são longas e as condições na floresta difíceis, mas as crenças desses nativos fornecem a sabedoria e a coragem para garantir o sucesso de suas expedições. A Terra Indígena Maró, conta Dada, além de sustentar, abriga lugares sagrados, igarapés que alimentam o rio Maró, ervas e plantas medicinais e, acima de tudo, vive a Curupira.

Um caminhão de grande tonelagem transporta madeira por uma trilha na fronteira com a Terra Indígena Maró.
Um caminhão de grande tonelagem transporta madeira por uma trilha na fronteira com a Terra Indígena Maró. Pablo Albarenga

Por essas terras, a entidade protetora das matas adquire um sentido muito mais profundo, e enigmático. Como entidade sagrada, a Curupira tem poderes mágicos que determinam o que acontece àqueles que entram na floresta. A missão que se propuseram esses indígenas é a de respeitar e proteger a terra, e, dessa forma, respeitar e proteger a si mesmos.

Aprender a defender o território é um dos desafios importantes do jovem Ednei, que também cursa o primeiro ano de Ciências Atmosféricas na Universidade de Santarém, a metrópole que fica a meio dia de barco da aldeia.

Comandado por Dada, junto com Ednei e o grupo de vigilantes da TI Maró, entramos na mata para uma viagem de reconhecimento. No caminho, eles mostram restos de madeira roubada, 26 grandes e valiosos troncos já enumerados que uma madeireira não pôde terminar de remover: é um triste cemitério de árvores derrubadas antes que o território conseguisse avançar na demarcação como terra indígena e ser protegido por lei.

Essa madeira abandonada, que lentamente se decompõe para servir como nutriente para a mesma terra em que cresceu, é o trágico testemunho de uma depredação real e muito próxima. A passagem de um caminhão de grande tonelagem transportando troncos majestosos pela faixa fronteiriça com o território, que provavelmente leva o seu tesouro abatido aos mercados internacionais, nos recorda que a ameaça não é virtual.

Os povos indígenas do Maró têm grande interesse em denunciar um descampado onde uma antiga madeireira abandonou máquinas sem uso e outros detritos de sua atividade predatória no território. Mas para eles significa uma ferida, um traço execrável que eles exigem apagar, e parece que a sua concepção sagrada da floresta dá ao depósito o caráter de uma profanação.

O conflito adquire uma dimensão explícita quando a disputa territorial se materializa na propriedade imobiliária. É o caso de uma casa que pertenceu a um madeireiro, mas como o território começou a ser demarcado e a construção foi incluída no território indígena, ela por lei passou a pertencer aos indígenas do Maró.

Mas o antigo proprietário insistiu em mostrar seu poder contratando caseiros para habitar a casa e confrontar os índios, que desejam dar a essa propriedade um uso comunitário.

Integrantes do grupo de vigilantes do Território Indígena Maró.
Integrantes do grupo de vigilantes do Território Indígena Maró. Pablo Albarenga

Desde que o processo de demarcação foi retomado, em 2016, a casa permaneceu desabitada. Mas, recentemente, pichações ameaçadoras começaram a aparecer em uma parede lateral: «Índio ladrão», lia uma, «vá para o inferno». “Bonsonaro”, dizia outro, com erro de ortografia incluído. O apelo a Bolsonaro já significava uma premonição de algo pior, um mau presságio.

Mas a surpresa desta vez foi que, quando chegamos, encontramos a casa fechada, vigiada por dois cães. Quando o grupo conseguiu abrir a porta trancada e finalmente entrar na casa, encontrou comida fresca e sinais óbvios de que a casa estava novamente invadida. O suposto dono havia retornado à sua política de confronto.

Ajudados por uma equipe de jovens ativistas indígenas que acompanharam a expedição, e liderados por Ednei, também membro desse grupo, eles decidiram pintar em dois cartazes uma mensagem muito clara. «Aqui é terra indígena», disse o primeiro. «MARÓ», em maiúsculas, o segundo.

Eles dedicaram tempo para pintar os cartazes. Decoraram com grafismos indígenas, mostrando sua disposição em reafirmar a posse do território e tudo o que ele contém. E fazê-lo com dignidade e orgulho. Ednei se esmerou pessoalmente até o último detalhe, cuidando da combinação de vermelho e azul nas bordas geométricas, um sinal de identidade indígena.

No exato momento em que posaram para a foto, mostrando com satisfação e orgulho as duas faixas coloridas antes de finalmente pendurá-las, uma índia de aparência muito humilde apareceu na estrada, carregando na cabeça um macaco e acompanhada de um porquinho, que parecia ter escapado da fazenda de George Orwell.

Depois de um momento de perplexidade geral, Dada se dirigiu a ela, com uma mistura de autoridade e solenidade que explica o seu status de cacique. Dada explicou que a ação de protesto não era contra ela, mas contra quem a enviou para ocupar a casa.

Pediu que ela notificasse os encarregados, que ele queria falar com o madeireiro, e que o encontraria na sexta-feira seguinte para lhe dizer pessoalmente que não tem direito a essa propriedade que está construída em terra Maró e que não pretende ceder aos atos de intimidação. Após a conversa, a jovem pôde entrar novamente, acompanhada pelo macaco e pelo porquinho.

Eles então colocaram as faixas na frente da casa. Ao dar a última martelada no último prego que os afixava, Dada demonstrou a ferocidade e a determinação de quem sabe que enfrenta uma ameaça real, agora protegida por aquele Bonsonaro que o madeireiro evoca como garantia de impunidade.

Essa comunidade de não mais de trezentos indígenas, que defende seu território contra o poder potencialmente avassalador de qualquer indústria madeireira ou extrativa que seja suficientemente fortalecida pelo bolsonarismo que congelou os processos de demarcação, representa a enorme vulnerabilidade desses pedaços de floresta virgem.

Já de volta ao acampamento onde passamos a noite anterior, Ednei permanece de pé na caixa do veículo, segurando sob intensa chuva tropical sua carabina de caça, incorporando uma nova geração de afirmação e resistência. Pertence a uma geração que, tendo assumido orgulhosamente os valores de seus pais e avós, está preparada para enfrentar os desafios de um futuro ameaçado por todos os lados.

Herdeiros de uma luta de gerações, aprendem a defender esses pequenos territórios da enorme e devastadora destruição da mata. E eles sabem que sua luta também contribui para a defesa de uma causa mais global, a defesa do pulmão e da biodiversidade do planeta, a luta contra a mudança climática, embora Trump, Bolsonaro e muitos outros agora neguem que o fenômeno realmente exista.

Essa nova geração, já educada em autoafirmação, começa a usar as ferramentas do ativismo para lutar por seus direitos, com a eficiência necessária para resistir ao desafio que está por vir.

Desafiando a noite na mata virgem, sob um céu brilhante de estrelas que não conhecem a poluição luminosa, o veículo nos leva de volta à vila, onde chegamos bem a tempo de embarcar em uma barcaça velha que nos levará de volta.

Ednei e seu povo conhecem, junto com tantas outras comunidades indígenas brasileiras sobreviventes de genocídios devastadores, que o simples fato de existir é resistir.

De gente como eles, dependem muitas coisas, para que nós façamos vista grossa.

Imagen tomada de: https://ep01.epimg.net/elpais/imagenes/2019/06/06/planeta_futuro/1559816628_912175_1559819532_sumario_normal_recorte1.jpg

Fuente: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/06/actualidad/1559816628_912175.html

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‘Parchís’: niños que vuelan en ‘jet’ privado y destrozan hoteles

18 Julio 2019/Fuente: el país

El nuevo documental de Netflix retrata los años salvajes del grupo infantil de los ochenta

En algún momento de septiembre de 1977, uno de los responsables de Discos Belter, una compañía discográfica en horas bajas dedicada a producir a fenómenos televisivos ligados a la canción española ya en declive, estaba viendo Esta noche fiesta. Acababan de actuar Enrique y Ana, dúo incorrectísimo en los tiempos que corren, pues estaba formado por una niña de ocho años y un veinteañero, y el público había enloquecido. El tipo de Belter debió asentir con la cabeza y decirse: «Niños. Eso es». Y lo siguiente que ocurrió es que mandó publicar anuncios en todos los periódicos buscando niños de entre ocho y 12 años para grabar unas canciones. Debían ser guapos, simpáticos, y cantar y bailar bien.

Así nacía un fenómeno mundial llamado Parchís. Iba a cobrarse sus víctimas, por supuesto, pero sobre todo iba a poner un espejo ante la infinita avaricia de un país que explota aquello que brilla hasta que deja de brillar. En 1979 cinco niños en España dejaron de ser niños y se convirtieron en una máquina de hacer dinero. Tino, Yolanda, Gemma, Óscar y David. Vendieron 14 millones de discos en todo el mundo de los que prácticamente no vieron un céntimo. Si estaban en México, en Argentina, o en Perú, y querían llamar a casa, lo hacían una vez a la semana y a cobro revertido. Llamaban a uno de los padres, y él llamaba a los demás. Mientras alguien en Belter se frotaba las manos.

Los ingredientes son los de un cuento de terror mediático. «Que lo más brutal de tu vida te pase a los 14 años es de locos», dice Tino en un momento determinado de Parchís. El documental, que acaba de estrenarse en Netflix. En otro, es el más tarde director Joaquín Oristrell, que actuó de tutor de los chicos –evitando males mayores–, quien asegura que los chicos han sido unos campeones «en sobrevivir a Parchís». Porque de «lo que creímos iba a ser un trabajo de tres o cuatro meses», grabar un disco de 25 canciones infantiles para «probar suerte», se pasó a una locura mundial: llegaron a actuar en el Estadio Azteca ante 100.000 personas.

«Yo me pasé las primeras dos canciones llorando», relata Frank Díaz, el chico pelirrojo que sustituyó a Óscar Ferrer cuando éste, que era el más pequeño, no pudo más. La madre de Ferrer era la única que viajaba con ellos y contaba a su vuelta todo lo que ocurría. Cómo se les explotaba (rodaban una película por la mañana, y por la tarde tenían dos actuaciones en un circo) y cómo nadie estaba viendo un céntimo de aquella explotación. «Podía ser tu cumpleaños y nadie te decía nada en el avión», recuerda Yolanda. Pero eso a los padres que había en España no parecía importarles. Para ellos, los niños estaban haciendo algo único, y cualquier crítica molestaba. Solo a la madre de Ferrer. Belter presionó para que saliera.

Ya antes de ir a América, su vida había dado un vuelco en España. Pasaban meses de gira y cuando volvían al colegio, a Barcelona, no tenían amigos. «Fue salir la segunda vez en Aplauso y empezar a tener vestuario a medida», recuerda Yolanda. A Gemma, el director de su escuela la hacía subirse a una silla, clase por clase, y les decía a los demás: «Miradla, que esta noche saldrá en televisión». «Con 10 años no sabíamos qué significa la palabra éxito», dice David. Y es cierto, cuando les preguntan en las entrevistas, no saben qué contestar. Son niños.

‘Parchís’: niños que vuelan en ‘jet’ privado y destrozan hoteles

Pero niños que viajan en jets privados –esto cuando entra en juego el productor Jorge Berlanga, en México, un empresario que venía «del fútbol, amigo de Maradona»– y que destrozan habitaciones de hotel, porque la sensación era la de que «no había límites». Viajaban sin adultos. Eran ellos los adultos. Competían a ver quién robaba más souvenires en las tiendas. Tiraban sillas por el balcón. Eran estrellas sin saber en qué consistía ser una estrella. El manager, Antoni Plana, dice que solo quería que se divirtiesen, «que no vieran aquello como un trabajo». Y conforme empezaron a cumplir años, también empezaron a experimentar entre ellos. Pasaban tanto tiempo juntos que, evidentemente, sus primeras historias de amor fueron entre ellos.

«Todo era una burbuja, era nuestra burbuja, y ahí vivíamos», sentencia Yolanda Ventura, en un momento del documental. Eran niños aislados que solo creían poder encajar con otros niños como ellos, porque, ¿de qué iban a hablar con un niño que no había actuado en el Madison Square Garden? Eso explica la sintonía que se dio entre los cinco y los miembros de Timbiriche, la banda mexicana que surgió como contrapartida a Parchís, en el momento en que empezaron a triunfar en México. Una jovencísima Paulina Rubio –alrededor de 12 años– se enamoró perdidamente de David, el dado de Parchís, y eso motivó que más que como enemigos, se vieran como una gran familia. Para entonces Belter había ganado mucho más de lo invertido, que también había sido mucho.

Porque no les bastó con llenar la televisión de anuncios, el jefe de ventas de la discográfica, Salvador Fenollar, admite que se compraba a presentadores. «Yo recibía 500.000 pesetas al mes que iba repartiendo en cheques «, dice. Llegó a firmar «un cheque de un millón de pesetas» para un presentador. No se reparaba en gastos cuando se trataba de comprar a quien podía hacer que aquello no dejara de crecer. Hasta que dejó de crecer. Surgió la oportunidad de viajar a Estados Unidos y convertirse en estrellas Disney –iban a pasar un año allí formándose–, pero uno de ellos, Tino, el mayor, no quería. Había cumplido los 16 y «el traje rojo me oprimía», dice. Quería su propia carrera en solitario. La tuvo. Al tercer disco, con mili de por medio, se acabó.

El sueño no llegó a convertirse en pesadilla, por fortuna, y pese al descontrol en el que vivían los chicos, sobre todo durante los primeros años. «Por supuesto, las niñas eran muy monas, y había fiestas, y había señores mayores intentando cosas, tenías que ir apartando los moscardones», relata una de las implicadas. Eso sí, Tino «empezó a tener relaciones de forma prematura», dice Oristrell, y en algunos casos no con niñas sino con «mamás». «A veces volvía a la habitación y se encontraba a una dentro del armario», recuerda Yolanda. Para entonces ya habían protagonizado siete películas en tres años, a este y el otro lado del charco, donde, dice Gemma, «nos sentíamos los Beatles».

El tablero lo rompieron, desesperados, los de Belter, al descubrir que contra Disney no podían luchar. A la vuelta de los chicos de México –ya habiendo sustituido a Tino, que había iniciado su carrera en solitario– la compañía se había declarado en quiebra fraudulenta, ahorrándose los cientos de miles de pesetas que les debían. El aterrizaje en la realidad fue en todos los casos forzoso. No se habla lo suficiente de él pero se intuye. Algunos, como Tino, el líder, a quien todos dejaron de hablar después de su traición –el accidente que le costó un brazo les volvería a reunir– querrían incluso no haber formado nunca parte de Parchís. En un momento dado, Oristrell asegura que los niños eran «los niños de El señor de las moscas«. Se comportaban como adultos egoístas y salvajes. Pero, ¿acaso tenían otro ejemplo a su alrededor?

Imagen tomada de: https://ep02.epimg.net/cultura/imagenes/2019/07/10/television/1562778497_336857_1562825100_noticia_fotograma.jpg

Fuente: https://elpais.com/cultura/2019/07/10/television/1562778497_336857.html

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Recomendaciones para que tus hijos aprendan matemáticas jugando

18 Julio 2019/Fuente: El país

¿Por qué no utilizar esta estrategia para que los niños aprendan y disfruten de esta ciencia?

A muchas personas las matemáticas pueden parecerles difíciles o aburridas. O frías. Escuchan la palabra “matemáticas” y automáticamente les asalta el recuerdo de interminables hojas y ejercicios con cuentas y problemas. Así, no es de extrañar que no les tengan mucho cariño.

Sin embargo, esta mala imagen de las matemáticas no corresponde con su verdadera naturaleza, sino que es producto de una forma de aprender poco acertada.

Las matemáticas pueden (y deben) ser una materia tremendamente atractiva y divertida cuando se aprenden jugando. En el juego está el origen de una gran parte de las matemáticas.

Si matemáticos de todos los tiempos se lo han pasado tan bien aprendiendo matemáticas a través del juego, ¿por qué no utilizar esta estrategia para que los niños aprendan y disfruten de esta ciencia?

Aprender matemáticas es pensar y razonar, es resolver retos o enigmas, es encontrar patrones y estrategias: es jugar. Y a todos, grandes y pequeños, nos gusta jugar.

El verano es una época ideal para que los niños y las niñas descubran nuevos juegos y si los elegimos bien no solo disfrutarán jugando, sino que además aprenderán matemáticas.

Cuando las matemáticas y el juego van de la mano se favorece de forma natural, sin necesidad de obligar ni presionar, el desarrollo de multitud de habilidades y capacidades necesarias para aprender.

Existen numerosos juegos adaptados a todas las edades que favorecen el aprendizaje matemático y ayudan a tus hijos a desarrollar el razonamiento lógico.

Podríamos clasificarlos en tres grandes bloques.

1. Puzles y construcciones.

Son juegos que desarrollan habilidades espaciales como la capacidad de imaginar, visualizar y diferenciar objetos de dos o tres dimensiones. También incluyen la facultad de poder mover y rotar mentalmente los objetos. Todas estas habilidades son fundamentales para entender conceptos geométricos como el perímetro, el área, las figuras planas y los volúmenes.

Los niños y las niñas pueden jugar con puzles y construcciones de manera individual o con otros niños. Habitualmente son propuestas para seguir modelos o, mejor aún, para desarrollar la imaginación y crear construcciones propias.

Para niños menores de 6 años mis recomendaciones serían: puzles en dos y tres dimensiones, bloques de madera, bloques construcción.

Para niños de 6 años en adelante, apuesta por: Lego, Kapla, Policubos.

2. Juegos individuales de lógica e ingenio.

Menos conocidos que los anteriores, son juegos en los que se presenta un reto y los más pequeños deben resolverlo individualmente.

Desarrollan la observación, las habilidades espaciales, el razonamiento lógico y la resolución de problemas. Eso sí, tienes que seleccionar un juego adecuado a la edad y la madurez de tu hijo o hija porque la línea entre estimular el razonamiento y bloquearlo es muy fina.

Así que si buscas un juego de lógica e ingenio, intenta conocer el juego antes para saber si es el adecuado. No te fíes mucho de la edad que indica el fabricante ya que en muchas ocasiones la recomendación no es adecuada, lo importante es la madurez del niño, aunque esta sería una propuesta clasificada por edades que funciona muy bien.

Para niños menores de 6 años: Día y noche, Camelot Jr., Tres cerditos.

Para niños de 6 años en adelante: Tangram, Rush hour, Chocolate fix.

3. Juegos de mesa.

En esta categoría he incluido los juegos para dos o más personas. Los niños disfrutan muchísimo pasando tiempo en compañía de sus padres. Los juegos de mesa son el entretenimiento ideal que puede reunir a toda la familia mientras se pasa un buen rato y se aprende.

Con relación a los juegos de mesa, los he agrupado en función de las matemáticas que trabajan:

  1. Juegos de mesa con números. Ayudan a desarrollar y consolidar el reconocimiento de los números, el conteo y el cálculo mental. Para niños menores de 6 años, son un valor seguro: Bata-Waf, Hurry Count. Para niños de 6 años en adelante, confía en: SuperTmatik, Splittissimo.
  2. Juegos de mesa con estrategia En estos juegos su principal ingrediente es encontrar una estrategia ganadora tanto si se compite con otros jugadores como si se trabaja en equipo (juego cooperativo). Para niños menores de 6 años: Woolfy, ¿Quién soy? Para niños de 6 años en adelante: Tantrix, Marrakech.
  3. Juegos de mesa clásicos Son juegos que tienen un poquito de lógica, una pincelada de números y unos gramos de estrategia y que, debido a su larga tradición, están o deberían estar en todas las casas y aulas. Para niños menores de 6 años: Oca, Dominó. Para niños de 6 años en adelante: Rummi, Parchís.

El juego es un elemento imprescindible para el desarrollo de los niños, pero además es la mejor estrategia de aprendizaje ya que adquieren los conocimientos a partir de emociones positivas, rodeados de risas, confianza y alegría.

Para elegir uno u otro juego y acertar, fíjate en la madurez de tu hijo más que en su edad biológica, observa cuáles son sus gustos personales para llamar su atención, (¿le gustan los coches? ¿los castillos? ¿los animales? ¿los piratas? ¿los monstruos?) y también ten muy claro cuáles son tus objetivos educativos que prentendes lograr a través del juego: ¿quizá tu hijo necesita mejorar la atención? ¿o la orientación espacial? ¿está aprendiendo las tablas de multiplicar? Al establecer unos objetivos educativos claros, afinas más en tu búsqueda.

Fuente: https://elpais.com/elpais/2019/07/15/mamas_papas/1563185644_644066.html

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Sudáfrica: Un oasis contra la transfobia

África/Sudáfrica/18 Julio 2019/Fuente: el país

Una veintena de escuelas de Ciudad del Cabo apoyan la educación inclusiva en un país en el que más del 50% de estudiantes son discriminados por su identidad de género. Visitamos una de ellas, modélica, de la mano de una de sus alumnas

Antes incluso de tener que enfrentarse a la necesidad diaria de identificarse a través del género, Alex ya era consciente de que no sería lo que por su cuerpo decían que tenía ser. “Con apenas 4 años ya empezó a expresar que quería ser una niña”, cuentan sus padres. Aunque nunca vacilaron a la hora de apoyar a su hija, el primer psicólogo al que acudieron les recriminó su postura. “Nos insistió en que la estábamos malcriando y nos advirtió de que no podíamos permitir que nos manejara”, continúa Marie, tan alta y de tez tan clara coma sus dos pequeñas. Todavía hoy es ese uno de los peores días de su vida. La receta propuesta contra la sexualidad de Alex pasaba por reforzar su conducta masculina: había que cortarle el pelo, vestirla con pantalones de chico y llevarla a un centro escolar cuya solución inclusiva pasaba por hacer que se cambiase en un cuarto de baño solo para ella.

Subrayar la diferencia en lugar de normalizarla.

Durante su particular guerra de los pantalones, Alex encontró la fórmula de vencer la censura. Se ponía las camisetas y chaquetas que le mandaban, pero en talla grande, como si fuesen vestidos. Hasta que aquel silencio administrativo acabó por desbordarse a sí mismo: no tenía sentido seguir forzándola a ser lo que no quería ser.

Solo que ya no se trataba exclusivamente de ella, sino que al encontrarse en edad escolar había que lidiar con compañeros, padres, profesores y burocracia administrativa. En una urbe marcada por la desigualdad social como Ciudad del Cabo (Sudáfrica), donde los cielos de hojalata de Khayelitsha comparten lienzo con las cometas de colores de Bloubergstrand, no resultó sencillo encontrar una escuela primaria para una niña como Alex. Hasta que dieron con un centro en el que aprender a convivir es tan importante como saber sumar o leer.

Un ajedrez gigante y pausas para salir a correr

Es la hora del recreo para los más pequeños y el patio está abarrotado. Los hay que quieren seguir con los cuentos, otros que prefieren corretear a su antojo y otros que piden que los lleven con los animales de la granja.

Martin apenas es capaz de articular una palabra. Pero sonríe. Y Sasha, la joven recién licenciada que se encarga de supervisar sus avances, ríe todavía más. Ellia, la profesora titular de la clase, ríe con ellos. “Es gratificante ver lo que va logrando”, señala Sasha. “Al principio era incapaz de comunicarse. Hace unos meses, Ellia y yo nos miramos y no nos lo podíamos creer: Martin estaba hablando”. El pequeño, que sufre dificultades de desarrollo, no recibió la atención especializada que requiere hasta que llegó aquí: hasta los dos años lo tenían en un sofá sin que nadie hablase con él.

El ajedrez gigante ubicado en el patio con el que los niños juegan.
El ajedrez gigante ubicado en el patio con el que los niños juegan. Pablo L. Orosa

En la escuela primaria de North Pinelands, la roja, como la conocen todos en el barrio, una zona de clase media cercana al hospital Vincent Pallotti donde los jubilados pasan la tarde jugando al tenis, Martin no es alguien especial. “Buscamos crear una educación real para que los chicos se preparen para la vida tal y como es, diversa”, subraya Ann Morton, directora del centro.

Su colegio propone un enfoque educativo alternativo, en formas y en fondo. Aquí los alumnos, algunos con trastorno por déficit de atención con hiperactividad, tienen esterillas para estirarse y permisos controlados para salir al patio cuando están agobiados. Aquí los maestros no permanecen sentados tras un escritorio, sino que disponen de un atril desde el que dirigirse a la clase. Porque en realidad el objetivo es que los alumnos sean sus propios profesores: que busquen respuestas a las preguntas que ellos mismos se van formulando. Hoy, los de último curso no dejan de darle vueltas a los planetas solares.

El éxito de North Pinelands radica en su capacidad de ser real: no se trata solo de que los niños participen de la vida en la comunidad con excursiones a empresas y museos, sino que sea esta la que participe del día a día del colegio. “La escuela está abierta a cualquiera que quiera ayudar”, insiste Morton. Hay un bedel que toca la guitarra, varios asistentes que ayudan a quien quiere chapurrear español y personas con diversidad funcional encargadas de tareas de mantenimiento. Con un total de 450 estudiantes de primero a séptimo curso, la escuela cuenta con un equipo de apoyo con terapeutas ocupacionales y un logopeda, además de profesores especializados en música, arte y lengua xhosa y otra docena más de asistentes. A ellos hay que sumar otros profesionales, cuyo coste es sufragado por los padres, que se encargan de asistir a los alumnos con necesidades específicas durante las clases. Es lo que Sasha hace con Martin. En total, hay hasta 90 personas con labores docentes trabajando en una escuela en la que 46 alumnos requieren una asistencia adicional.

“Hay un enfoque médico de la diversidad, todavía presente en muchos centros educativos, en el que estos alumnos son separados. Para los profesores esta forma de trabajar es más sencilla porque crea grupos homogéneos, pero no es enriquecedor. Lo que nosotros pretendemos es que los niños crezcan aprendiendo unos sobre otros. Lo que va a detener la III Guerra Mundial no son los sobresalientes en matemáticas sino las habilidades para crear comunidad”, insiste Morton. Es por esto que la escuela de North Pinelands no es una escuela ordinaria ni tampoco una escuela para personas con necesidades especiales. Es simplemente una escuela inclusiva.

Educación transgénero, el penúltimo reto

Antes de las vacaciones de 2016, Alex anunció a sus compañeros que a la vuelta del verano ya sería oficialmente un niña. Y no hubo ningún trauma. Sus compañeros lo asumieron con naturalidad y ni uno solo de ellos se volvió a referir a ella como él. “Todo el proceso resulta más complicado para los adultos que para los propios niños, ellos lo aceptan con facilidad”, explica Ronald Addinall, psicólogo especializado de la Universidad de Ciudad del Cabo.

La escuela, que ya había conseguido con éxito la integración de personas con discapacidades físicas e intelectuales y de niños procedentes de entornos religiosos y socio-económicos diversos, llevaba meses trabajando en el que se ha convertido en el último penúltimo reto de la educación inclusiva: la de los menores transgénero. “Lo que hicimos fue pensar al revés: no en como integrarlos, sino en como podíamos adaptarnos los demás a ellos”, subraya Ann Morton. Se instauraron el uniforme unisex y los baños y los equipos deportivos mixtos. Pero sobre todo, la escuela realizó un importante esfuerzo de concienciación y formación dirigido a toda la comunidad educativa: se realizaron charlas con todo el personal, docente y no docente, y después fue comunicado a las familias. “Hubo dos que decidieron quitar a los niños de nuestra escuela. Con el resto no ha habido nunca —y ya han tenido más casos de transiciones de menores transgénero— ningún problema”, recalca la directora.

Después del hogar, “el colegio es el lugar donde los niños pasan más tiempo y donde socializan, por eso es importante que se sientan seguros y valorados. Resulta fundamental que el entorno escolar sea el adecuado y no se convierta en un lugar de miedo que dispare los problemas”, comenta Addinall, quien ha asesorado a más de 400 chicos en su transición de género y ahora colabora con una veintena de escuelas que avaladas por el Departamento de Educación del Western Cape Education Department apuestan por estos programas de educación inclusiva.

Según un estudio realizado en 2016 por Out LGBT, el 56% de las personas transgénero en Sudáfrica sufrieron algún tipo de discriminación durante su escolarización. Aunque el país es uno de los más avanzados del mundo en el la protección de los derechos de la comunidad LGTBI y fue el primero del continente en legalizar el matrimonio entre personas del mismo sexo, insultos, agresiones, violaciones y persecuciones forman todavía parte del día a día de quien tiene una orientación sexual diferente a la bendecida por la Iglesia. Lo más preocupante, subraya el informe, es que el 76% de las personas transgénero no denuncia los ataques sufridos.

“Gran parte de estos problemas se podrían solucionar creando mecanismos que juzgasen las responsabilidades de universidades y entornos laborales que incumplen la legislación que protege al colectivo trans”, apunta Sandile Ndelu, una de las integrantes del grupo Transgenderforum, que promueve la transformación de la universidad sudafricana. Aunque se alinearon inicialmente con el movimiento #RhodesMustFall (RMF), que exige la descolonización de los programas educativos, el movimiento Transgenderforum ha acabado por desmarcarse al entender que esta lucha estudiantil no incorpora más que de forma retórica sus reivindicaciones y deja a un lado la incorporación de la perspectiva de las identidades de género a los currículos lectivos o en el propio trato al alumnado.

Se centran en cuestiones simbólicas, como la instalación de baños mixtos, que “no hacen más que aumentar las diferencias sociales y de raza que existen entre los estudiantes transgénero”, subraya Ndelu. Mientras universidades vinculadas a la élite económica, como Witwatersrand o Stellenbosch, han podido realizar estas reformas, otros centros de mayoría afrodescediente como Fore Hare, UniZulu o WSU carecen de recursos para llevarlas a cabo.

Un proceso reversible hasta la adolescencia

Demostrada la eficacia de los modelos inclusivos, el reto ahora es hacerlos accesibles a todos. “Escuelas como Pinelands pueden ser un modelo, pero todos los centros pueden hacer pequeños cambios para lograr ser inclusivos con los menores transgénero”, apunta Addinall. Lo primordial es trabajar desde la base, tanto con los colegios como con las familias. “No cualquier niño por ponerse los tacones de su madre o vestirse de hombre quiere decir que esté en desacuerdo con su cuerpo. Todos pasan por una fase de experimentación de su identidad sexual”. Cuando este rechazo es consistente, prosigue el psicólogo, es cuando conviene apoyar la transición social: y cuanto antes mejor. “A medida que se acercan a la pubertad aparecen los cambios físicos que son los que suelen desencadenar los problemas y depresiones”.

Aunque a Alex todavía le quedan unos cuantos años para que comiencen los cambios hormonales, su madre no puede dejar de preocuparse. Llegarán los novios, la universidad, el trabajo…la vida lejos del programa de talento de su escuela y de unos compañeros que han crecido entendiéndola. En el resto del mundo todavía hay demasiada gente que no ha empezado a hacerlo. “Lo que va a venir”, asegura Marie, “es lo más duro”.

Fuente: https://elpais.com/elpais/2019/07/10/planeta_futuro/1562754585_137545.html

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Portugal acaba con la discriminación en el divorcio entre mujeres y hombres

Europa/Portugal/18 Julio 2019/Fuente: El país

Desde 1966, las portuguesas tenían que esperar 300 días para volver a casarse y ellos solo, 180

Si nada lo impide, el Parlamento portugués aprobara en su última sesión de la legislatura el fin de la discriminación de género para poder volver a casarse.

Desde 1966 el Código Civil hacía una distinción para que el hombre y la mujer que habían disuelto su matrimonio pudieran volver a casarse. El hombre tenía que esperar 180 días y la mujer, 300. La diferencia se justificaba por la presunción de paternidad –concepto jurídico que atribuye automáticamente al marido la paternidad del bebé–. De hecho, la mujer podía casarse en el mismo plazo que el hombre si presentaba un informe médico atestiguando que no estaba embarazada.

En un parecer enviado al Parlamento por la anterior fiscal general del Estado –en el largo trámite parlamentario ha habido relevo en el cargo–, Joana Marques Vidal señala que “actualmente existen mecanismos médicos legales que permiten la asignación rigurosa de la paternidad”. Para la jurista, “el plazo internupcial es discriminatorio y como tal injustificado e inadmisible”.

Desde hace dos años, el Partido Socialista más el Bloco de Esquerda intentaban modificar la ley, pero a la iniciativa no se sumaba el Partido Comunista (PC),fundamental para que la reforma siguiera adelante. También se oponían los grupos de centroderecha, Partido Social Demócrata (PSD) y Partido Popular (CDS). Finalmente, se ha llegado a un consenso con PC y el PSD y en el último pleno de la legislatura, el día 19, se pondrá fin a la discriminación de la mujer en este capítulo.

Para llegar al consenso de todos los partidos, excepto CDS, se han eliminado los plazos. Cualquiera de los dos miembros del matrimonio podrá volver a casarse un minuto después de haber firmado los papeles del divorcio. Es la solución inicial que había ofrecido el único diputado del PAN (Personas Animales Naturaleza), pues el Bloco proponía igualar el plazo en 180 días mientras que el PS lo igualaba en los 30.

Pese a la opinión de la exfiscal Marques Vidal, se mantiene en el texto la presunción de paternidad por exigencia del PC y así ampliar el consenso de la reforma del Código Civil, que puede entrar ya en vigor en septiembre.

Fuente: https://elpais.com/sociedad/2019/07/12/actualidad/1562944412_806176.html

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España: ¿Juegan los padres un papel acertado en la educación de sus hijos?

Una encuesta muestra la influencia de los progenitores a la hora de orientar por dónde debe ir el futuro de sus hijos

Un 77,9% de alumnos españoles tienen en cuenta la opinión de sus padres a la hora de elegir sus estudios futuros, una cifra que aumenta hasta un 81,6% en la Comunidad de Madrid, según la percepción de los mismos progenitores. Así se desprende de un informe elaborado por Educa2020, Sigma Dos y la Fundación AXA que ha sido presentado este lunes en la sede central de la Confederación Española de Organizaciones Empresariales (CEOE).

El trabajo se realizó como cierre de una actividad de Educa2020 que ha durado más de un lustro, al haberse constatado que más del 60% de los alumnos de Bachillerato –algo menos entre los estudiantes de FP– dice que la principal influencia a la hora de decidir qué estudiar y qué «ser de mayor» viene de los padres, y no de los orientadores académicos o de los tutores.

Acompañado por la CEO de AXA España y presidenta de la Fundación AXA, Olga Sánchez, el director de Investigación y Análisis de Sigma Dos, José Miguel de Elías, y los responsables de Educa2020, Miguel Garamendi, presidente de la CEOE, ha señalado que «vivimos en un contexto totalmente globalizado en el que estamos asistiendo auna auténtica revolución tecnológica. Un nuevo escenario en el que desaparecen trabajos y aparecen, sin cesar, otros nuevos. Nos tenemos que preparar, por tanto, para ese nuevo mercado laboral que ya se atisba».

Los cambios son el futuro y la educación el camino, aunque aún quede mucho por recorrer. El 41,6% de los progenitores –de una encuesta realizada a 19.000 familiares de alumnos en toda España–ha aconsejado a sus hijos una orientación concreta en relación a sus estudios o profesión. Dentro de este porcentaje, a más de la mitad les es indiferente si los estudiantes siguen una carrera humanística o científica, y el 20,7% prefiere que se decanten por la segunda de estas opciones.

La Formación Profesional (FP) es la gran desconocida entre quienes tienen un nivel de estudios de Bachillerato, FP Grado Medio o COU, aunque el conocimiento está muy extendido entre los madrileños. Pese a ello, y a la búsqueda cada vez mayor por parte de las empresas de trabajadores con este perfil, la puntuación general de la FP en la Comunidad de Madrid es de solo 5,6 puntos de valoración sobre diez.

La FP, «el patito feo»

La Formación Profesional (FP) tiene «mala imagen» en Madrid por su menor consideración social y por la creencia de que solo cursan estos estudios quienes no pueden seguir carreras superiores. Un 77,2% de los padres, madres y tutores encuestados en esta comunidad reconocen creerlo así, mientras que a nivel nacional este porcentaje desciende hasta el 57,5%.

Una muestra, en cualquiera de los dos casos, de que estos estudios y aprendizajes siguen siendo «el patito feo» en el mundo de la educación, aunque seguir carreras relacionadas con la tecnología desde los mismos suponga en la actualidad una garantía de hallar de inmediato un puesto de trabajo bien remunerado.

Los responsables de Educa2020 incorporaron a la explicación de esta última encuesta a los padres, madres y tutores de alumnos los resultados de otras tres anteriores, realizadas desde 2016 a nueve mil universitarios, 12.800 estudiantes de Bachillerato y 2.500 empresas, un total de 43.000 respuestas, para trazar una panorámica completa del estado de la «educación para la empleabilidad» en España. Concretamente en Madrid, el 58% de las empresas reconoce tener dificultades a la hora de encontrar candidatos idóneos para ocupar su oferta de puestos de trabajo y es algo relacionado con la escasa orientación a estos estudios.

Decía Henry Ford que si hubiese preguntado a los americanos por sus necesidades cuando estaba desarrollando su famoso método para hacer coches asequibles, le hubiesen respondido que preferían un caballo más rápido. Una frase anecdótica que, para el presidente de la CEOE, explica el momento en el que se encuentra la educación en nuestro país, «hoy todavía pensamos que necesitamos caballos más rápidos».

Los padres madrileños, los más satisfechos con la educación de sus hijos

Los progenitores madrileños rechazan en un 38% que sus hijos se vayan a estudiar a otra ciudad española, muy por encima de la media nacional, frente al 60,4% que se muestra abierto a este traslado. En Madrid, a diferencia que a nivel nacional, priman los motivos educativos y de formación y los de inserción laboral sobre los económicos para justificar el desacuerdo con que los hijos estudien en otras zonas de España.

Sin embargo, en los padres de otras comunidades españolas, los motivos educativos y de formación son los más repetidos para apoyar que sus hijos estudien en otras zonas de nuestro país. Las razones de inserción laboral reciben porcentajes de respuesta apenas significativos.

Los padres muestran una mayor tendencia porcentual a decantarse en contra de que sus hijos estudien en otros lugares de España, mientras que por parte de las madres existe una mayor inclinación a dejar que sean los hijos los que decidan.

Por otro lado, quienes tienen estudios de bachillerato, FP Grado Medio y COU son aquellos que mayores porcentajes de rechazo muestran a la salida de los hijos para estudiar en otras provincias o comunidades.

Fuente de la Información: https://www.abc.es/familia/educacion/abci-juegan-padres-papel-acertado-educacion-hijos-201907151751_noticia.html

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España: 8 acciones para sumarse a la educación del futuro

Ante los cambios en la educación en este siglo 21, profesores del Tec de Monterrey revelan ocho acciones innovadoras que realizan en sus clases.

Durante la sexta Reunión Nacional Anual de Profesores en el campus Monterrey, los docentes declararon estar listos para la implementación del Modelo Educativo TEC21 en agosto de 2019.

1El mundo real como aula

Juan Pablo Durán, profesor del área de Arquitectura en León, aseveró que en sus clases busca el aprendizaje mediante resolución de retos dentro y fuera del aula, con organizaciones del mundo real.

“La experiencia de aprendizaje real dentro del campo laboral hace que el alumno aprenda, pero que también reflexione sobre lo que aprendió”, aseveró Juan Pablo.

“Cuestionarlos, hacerlos pensar e investigar con proyectos de vinculación en ambientes reales hace que vean que lo que aprenden tiene utilidad”, añadió Delia Galván, profesora de planta en Monterrey.

2Educación personalizada

Nora Andrade, profesora de campus Monterrey y galardonada con el Premio al Profesor Inspirador 2019, aseveró que la personalización de la educación genera mejores resultados en sus alumnos.

“El profesor necesita darle mayor seguimiento a cada uno de los alumnos. Eso es algo que ellos mismos valoran y le da la oportunidad al profesor de tener impacto y trascendencia en sus vidas”, señaló Nora.

3Apasionar al alumno

Iza Siller, profesora de Ciudadanía y Democracia en Monterrey, afirma que se ha convertido en una guía que busca apasionar a los jóvenes e interesarlos en los temas.

“Ahí es donde entra el maestro, se convierte en un plus. No solo es darles datos porque ellos pueden obtener eso en donde sea actualmente”.

“Tenemos como alumnos a generaciones que van aprendiendo muy rápido y que no necesitan una persona que les diga algo porque tienen Internet y dispositivos que ellos pueden consultar”, aseveró.

4Experiencias incluyentes

Belinda Jiménez, profesora de Ética en Monterrey, involucra a los alumnos en experiencias con empresas incluyentes, con el fin de fomentar la dignidad.

“Es la mejor manera de que sepan que se encontrarán con personas con discapacidad, adultos mayores y demás personas que están en los grupos vulnerables [en el ambiente laboral]”, aseveró

5Ideas innovadoras 

“Los jóvenes tienen ideas nuevas y están en contacto con la tecnología e innovación”, señaló Sheila Ruiz, profesora de Ética y Filosofía en el Estado de México.

Sheila aseveró que algunas problemáticas sociales deben ser llevadas al aula, por lo que realiza actividades con sus alumnos aplicando el aprendizaje en la búsqueda por resolver dichos problemas.

6Profesor especialista 

Gerardo Blas es profesor del departamento de Relaciones Internacionales en el Estado de México y afirma que los alumnos aprenden dentro y fuera del aula mediante recursos cada vez más innovadores.

Por tal motivo, señaló que ha tenido que actualizarse constantemente en su campo de estudio al igual que sus compañeros.

“En la nueva educación, el profesor tiene que convertirse en un especialista en su campo para que le brinde a los estudiantes las herramientas necesarias para solucionar problemas concretos”, dijo.

7Uso de tecnología

A diferencia de las clases tradicionales, donde el uso de la tecnología estaba prohibido, ahora este es promovido con fines educativos desde la figura del profesor.

Así lo afirma Daniel Lozano, profesor y director asociado de Negocios de campus Saltillo.

“Los profesores tenemos que utilizar la tecnología dentro del aula mediante aplicaciones en las que podamos hacerlos competir, divertirse y aprender con sesiones más dinámicas”, señaló.

8Herramientas del campo laboral 

Donato Reyes, profesor de campus León lleva las herramientas que se utilizan en el campo laboral al aula y las adapta a sus clases educando con experiencias reales.

“Es necesario utilizar esas herramientas tecnológicas como softwares, habilidades laborales o, interpretación de normas, para mejorar la experiencia educativa”, aseveró.

A partir del ciclo escolar 2019-2020, el Tec de Monterrey comenzará a implementar al 100% lo que ha llamado Modelo Educativo TEC21.

Se caracteriza por el aprendizaje basado en retos, la flexibilidad en la manera de aprender, el impulso de una vivencia memorable y profesores inspiradores.

Comenzará en todas las carreras y semestres en el 2019, aunque durante 4 años, ya se estaba implementado de manera parcial.

Fuente de la Información: https://tecreview.tec.mx/8-acciones-sumarse-a-la-educacion-del/

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