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II Congresso Mundial contra o neoliberalismo educacional: alternativas pedagógicas e resistência sindical (Portugués)

Panamá, 5 a 9 de junho de 2023

 

Aprovado com sugestões em primeira discussão em 7 de junho de 2023, no Domo Universitário, Cidade do Panamá. Aprovado em segunda discussão na cidade de Veraguas, Panamá, para divulgação em massa, em 9 de junho de 2023.

 

De onde viemos?

 

Os sindicatos e organizações gremiais de trabalhadores em educação, coletivos pedagógicos e de educação popular, pesquisadores e acadêmicos reunidos no Panamá, compartilham um compromisso inabalável em defesa do direito à educação pública para todas e todos que permitiu nos encontrar por distintos caminhos.

Assim, fomos construindo um importante tecido social de resistência, plural, democrático, diverso que nos fez coincidir em posições, cenários e perspectivas.

Décadas de conhecimento e reconhecimento nas resistências sindicais possibilitaram a importante convergência educacional ocorrida em 2020, quando decidimos realizar o I Congresso Mundial contra o Neoliberalismo Educacional. O encontro, realizado virtualmente, reuniu quase 12 mil ativistas sociais do magistério para denunciar os velhos e novos modelos de privatização educacional, desterritorialização, estratificação escolar, despedagogização, padronização e mercantilização educacional.

Em setembro de 2020, decidimos nos reunir novamente presencialmente, para continuar pensando em como enfrentar a ofensiva neoliberal na educação. Reunir-se para pensar, articular, propor e acordar convergências em lutas comuns. Este II Congresso Mundial contra o Neoliberalismo educacional é a continuidade do diálogo e do encontro, focado nessa oportunidade de explorar as convergências sobre alternativas pedagógicas, resistência sindical.

 

Uma situação complexa para a educação pública

Vivemos uma situação extraordinária, em que se manifestam múltiplas e variadas formas de ataque à educação pública presencial. Nesse ataque contra o público convergem interesses nacionais e internacionais que buscam transformar a educação em mercadoria. Portanto, dando continuidade ao trabalho que cada organização, coletiva e individualidade, realiza nacionalmente, parece-nos importante pavimentar caminhos para a construção de um horizonte compartilhado, no âmbito da diversidade. Este esforço baseia-se no diagnóstico de:

  1. Que a educação pública presencial é um direito humano fundamental, uma obrigação inabalável dos Estados, que possibilita reduzir as desigualdades sociais derivadas da origem social de classe;
  2. Portanto, o desenvolvimento científico-tecnológico dos últimos tempos deve ser visto como um complemento ao trabalho pedagógico presencial e nunca como um substituto. Além de proporcionar conhecimento e saberes, as instituições de ensino presenciais constituem o espaço privilegiado para aprender a viver, compartilhar, criar e desenvolver justiça social;
  3. A simbiose entre plataformas digitais e sistemas meritocráticos, constitui um modelo de gestão individualista da aprendizagem, despersonalizado e autoritário, onde qualquer possibilidade de melhoria nas condições de trabalho e aperfeiçoamento profissional do professor, é substituída pelo único direito de competir em condições de desigualdade territorial e tecnológica;
  4. Apoiamos as demandas por uma transformação radical dos sistemas escolares para colocá-los em sintonia com as expectativas das maiorias cidadãs e das diversidades historicamente situadas, não do grande capital e seus interesses;
  5. Essas demandas implicam na revisão das condições de trabalho docente, salários e vencimentos, previdência social e direito a uma aposentadoria digna;
  6. Bem como entender que as lutas dos trabalhadores da educação se inserem em um quadro mais amplo de disputas contra os donos do capital que submetem à classe trabalhadora a condições cada vez maior de miséria e precariedade. Isso afeta as possibilidades reais de inclusão e permanência educacional dos filhos e filhas daqueles que vivem do trabalho;
  7. Os estudantes são outro setor duramente atingido pelo neoliberalismo educacional. Sãos considerados apenas como matéria-prima ou produto que faz parte do aparato produtivo, desprovido de direitos, sem voz perante as políticas educacionais. Uma juventude atacada, que desejam sem pensar, subjugada, mas que apesar disso se levanta, se expressa também por uma nova educação e uma sociedade superior à que enfrentam;
  8. A pandemia da COVID-19 desencadeou as piores ofensivas de privatizações com a máscara do virtual, o que fez com que famílias, alunos e professores fossem os únicos a arcar com a transição para o digital, enquanto os Estados Nacionais, em sua maioria, ignoravam sua obrigação de garantir as mínimas condições de aprendizagem. Soma-se a isso, a estratificação escolar determinada por diferenças no acesso à conexão à internet e equipes virtuais de trabalho, bem como a desterritorialização gerada pela tentativa de apresentar “soluções educativas” semelhantes para territórios altamente diferenciados;
  9. Além disso, o contexto de isolamento preventivo derivado da pandemia aumentou a precarização do trabalho, impactando fortemente as mulheres. As trabalhadoras em educação regressaram ao interior das suas casas, para se encarregarem dos cuidados relacionados com o âmbito doméstico (alimentação, vestuário, limpeza, cuidados de familiares doentes, cuidados de crianças), incluindo o acompanhamento escolar em contextos virtuais de filhos e filhas. Aumentaram as horas de trabalho, em detrimento das horas de descanso e do próprio trabalho e crescimento profissional;
  10. Infelizmente, a progressiva virada neoliberal da UNESCO a que assistimos nas últimas três décadas não só enfraqueceu as referências alternativas, mas também construiu uma nova teia de discursos e imaginários que buscam colocar a educação a serviço dos interesses do mercado;
  11. Isso é possível graças às dificuldades que temos do pensamento educacional crítico para valorizar e compreender em profundidade as diversas formas e expressões atuais da ofensiva neoliberal contra a educação pública presencial;
  12. Nesse contexto, consideramos que a mobilização social é uma forma fundamental para denunciar o neoliberalismo educacional e construir consensos;
  13. Por isso, fazemos um chamado para multiplicar desde os sindicatos de trabalhadores em educação, coletivos pedagógicos, organizações de educadores populares e pedagogias críticas, os espaços de formação, debate plural e encontro, que possibilite a coordenação de inciativas socialmente referenciadas, para frear em todos os territórios a ofensiva global contra a educação pública que as empresas de tecnologia, bancos de desenvolvimento, multilateralismo, filantropia empresarial e corsários que pretendem assaltar as organizações da sociedade civil;

 

Para onde vamos?

Uma coisa é o que o capital tenta implementar na educação e outra coisa é o que o povo pensa e permite. Este II Congresso Mundial contra o Neoliberalismo Educacional é pensado a partir da lógica da resistência e construção do ensino popular.

Para o capitalismo, tudo o que se faz na sociedade é para virar negócio e eles consideram a educação uma mercadoria. Para nós, a educação tem como função central a convivência e o desenvolvimento integral social da personalidade, com uma perspectiva emancipadora;

O capitalismo quer mais virtualidade e menos presencialidade para reduzir o investimento social e transferir o que se economiza para as grandes corporações tecnológicas, enquanto dizemos alfabetização em algoritmos, o virtual-digital como complemento, não como centralidade do fato educacional e mais investimento em infraestrutura, dotação e treinamento para a educação presencial emancipatória do século XXI.

O capitalismo destrói a profissão docente precarizando o trabalho em sala de aula, tornando os profissionais docentes sobreviventes do desastre econômico neoliberal. Dizemos que é urgente dignificar a profissão docente, social e laboralmente, reivindicando o nosso direito de livre organização, luta sindical, estabilidade, contratos coletivos e condições dignas de trabalho.

O capitalismo quer obscurecer a identidade dos trabalhadores da educação. Nós professores dizemos nossa identidade, a construímos de forma compartilhada na mobilização social e no encontro de grupos pedagógicos.

O capitalismo nos quer trancados em nossas salas de aula, abrimos as janelas para respirar o ar da mudança e escancaramos as portas para nos encontrarmos com nossos colegas e o povo de todos os territórios, com os movimentos populares, a juventude, os povos indígenas, as populações em resistência, o movimento feminista popular, a defesa da negritude;

Estamos construindo um tecido social compartilhado com um horizonte comum em defesa da educação pública popular, democrática, científica, atualizada, emancipadora, baseada no conhecimento e no saber rebelde, antipatriarcal e por uma sociedade de justiça social;

 

Por um plano de ação compartilhado

Este II Congresso Mundial contra o neoliberalismo educacional: alternativas pedagógicas, sindicatos e resistências sindicais, é uma continuidade de esforços e um ponto de partida que tenta construir caminhos para seguir tecendo uma resistência compartilhada que nos permita:

  1. Assumir a identidade de Congresso Mundial contra o Neoliberalismo Educacional para a assinatura de documentos, declarações e outras contribuições consensuais;
  2. Fortalecer e ampliar o Grupo de Contato Internacional (GCI) como um espaço para se conhecer, se reconhecer, se encontrar e caminhar juntos;
  3. Construir a partir de agora uma rota interativa para elaborar agendas compartilhadas comuns contra o neoliberalismo educacional;
  4. Realizar encontros nacionais multiplicadores desta iniciativa durante 2023 e 2024, privilegiando os espaços regionais;
  5. Realizar a Segunda Escola Sindical Internacional (virtual), no final de 2023, baseada nas metodologias e conteúdos trabalhados durante a primeira experiencia realizada no ano de 2022, impulsionada por Outras Vozes em Educação;
  6. Realizar uma reunião de trabalho, em janeiro de 2024, em Morelia, Michoacán-México, para trabalhar no documento conceitual que permita consensuar categorias, termos, práticas e políticas neoliberais em educação. Para tanto, será estabelecido um roteiro de trabalho a partir deste segundo Congresso Mundial;
  7. Impulsionar nossa primeira Escola presencial de educadores populares e pedagogias críticas, em perspectiva de gênero, em Ibagué Tolima, em junho de 2024.
  8. Unir esforços para realizar nosso III Congresso Mundial contra o Neoliberalismo Educacional no Rio de Janeiro, Brasil, em outubro de 2024, como um espaço para pensar, dialogar e construir juntos;
  9. Explorar a possibilidade de converter o dia 5 de outubro de cada ano, a partir de 2024, em um dia global de mobilização e luta dos trabalhadores da educação, coordenando internacionalmente a defesa da educação pública presencial, da profissão e do trabalho docente. Para isso iremos estabelecer uma rota de contatos e acordos entre as organizações presentes.

 

Estamos a caminho, seguimos somando vontades para ajudar o nascimento de uma sociedade que tem como centro a educação e a justiça social.

 

Panamá, junho de 2023.

 

 

 

 

 

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CII-OVE apuntes sobre el 2 Congreso Mundial contra el Neoliberalismo Educativo

Por Luz Palomino/CII-OVE 

Entre el 5 y el 9 de junio del 2023 se realizo el 2º Congreso Mundial contra el Neoliberalismo en la Educación. Con el tema “Alternativas pedagógicas y resistencias estudiantiles y sindicales”, el evento tuvo lugar en Panamá y fue organizado por la Asociación de profesores (ASOPROF) y Centro Internacional de Investigaciones Otras Voces en Educación (CII-OVE). Contó con la participación de representantes de más de 30 países como: Panama, Argentina, México, Puerto Rico, Venezuela, Colombia, Bolivia, Perú, Guatemala, Paraguay, Uruguay, chile, EEUU, Brasil, Ecuador, Francia, España, Africa entre otros.

Este importante evento internacional de tejido social y en defensa de la educación publica presencial como derecho humano fundamental,  tuvo lugar en la ciudad de Panamá y también en la ciudad de Santiago de Veraguas, permitió el contacto y la participación de sindicatos, gremios, profesor@s y maestr@s de educación superior, educación básica y movimientos sociales de diversos países. Teniendo una fuerte presencia de representantes de sindicatos, asociaciones y colectivos educativos de América Latina y el Caribe, pero también estuvieron presentes luchadores de Estados Unidos, Europa, así como se enviaron videos de saludos de compañer@s de los continentes Africano y Asiático.

Durante los cinco días del evento, se produjeron decenas de debates y paneles, además de exposiciones de libros, revistas, vídeos y presentaciones culturales, que debatieron los ataques del Capital a la Educación, la mercantilización de la enseñanza y la lucha en defensa de la educación como derecho humano.

Algunos de los temas tratados fueron:

Situación educativa internacional
Desafíos del gremialismo y sindicalismo docente
La Educación universitaria ante la mercantilización, estandarización y desterritorialización
Movimiento pedagógico, gremialismo y sindicalismo  docente
El papel de la cultura y las humanidades en la escuela y las resistencias contra la instrumentalización del pensamiento
Desafíos del sindicalismo docente ¿Cómo trabajar la construcción gremial y sindical en un mundo cada vez más digital?
La democracia en las organizaciones gremiales y sindicales del magisterio
La producción del conocimiento como resistencia a las lógicas del mercado
Informes nacionales sobre la situación educativa por país 
La Educación del siglo XXI en defensa de la educación pública presencial.
Todas las ponencias y debates las pueden ver y escuchar por nuestro canal  https://www.youtube.com/@OtrasVocesEnEducacion/streams
Algunas conclusiones finales:
  • Brasil fue elegido como sede del próximo Congreso Mundial contra el Neoliberalismo en la Educación. El tercer congreso se celebrará en la ciudad de Río de Janeiro, en el segundo semestre de 2024. ANDES-SN, SINAFESE, participarán junto con otras entidades del sector de la Educación, en la organización del evento. Donde se tiene el reto de ampliar la presencia de compañer@s de África y Asia, así como de estudiantes en general.
  • Explorar la posibilidad de convertir el 5 de octubre de cada año, a partir de 2024, en una jornada global de movilización y lucha docente coordinada internacionalmente en defensa de la educación pública presencial y la profesión docente, para ello estableceremos una ruta de contactos y acuerdos entre las organizaciones presentes.
  • Asumir la identidad de Congreso Mundial contra el Neoliberalismo Educativo para la firma de documentos, declaraciones y otros aportes consensuados;

Por último, no podemos dejar de decir que los profesores y las profesoras de Panamá nos recibieron con mucho cariño y entusiasmo. Nuestro compromiso con la educación de la clase trabajadora puede dar otro paso concreto en Panamá. Este espacio es continuidad de esfuerzos y punto de partida que intenta construir caminos para seguir tejiendo resistencias compartidas.

Estamos en el camino, seguimos sumando voluntades para ayudar a que nazca una sociedad que tenga a la educación y la justicia social en su centro.

 

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Chile ESI. ¿Por qué necesitamos una educación sexual sin la moral de las iglesias, no sexista ni heteronormativa?

Por: Teresa Melipal/Joseffe CáceresAuxiliar 

Detrás del currículum oculto se impone en nuestra formación no sólo los estereotipos y roles de género, sino también la ideología de las iglesias para perpetuar una sociedad machista y patriarcal. Es por ello, que el debate por una Ley ESI ha sacado ronchas a la derecha con una arremetida contra las mujeres y las disidencias sexo genéricas bajo el supuesto de la “defensa de los y las niñas”.

La educación sexual integral (ESI) es una herramienta y una necesidad que atraviesa a todos los sectores de la sociedad, más aun para que las infancias y adolescencias puedan conocer su cuerpo, valorar la autoestima y afectividad, reconocer la perspectiva de género y respetar la diversidad. Así también, prevenir embarazos adolescentes, infecciones de transmisión sexual, crímenes de odio y tomar decisiones responsables en nuestras relaciones sexo-afectivas. Significado completamente contrapuesto a lo que expresan los sectores más conservadores de la derecha.

La educación integral en la sexualidad es una política transversal que han tomado distintos gobiernos según las orientaciones de la Organización de Naciones Unidas para la agenda 2030. En Chile, el Proyecto de Resolución N° 648 el cual solicita una política nacional de Educación sexoafectiva integral, fue aprobado recientemente en la Cámara de Diputados el pasado 18 de abril con una estrecha mayoría (72 a favor, 62 en contra y 5 abstenciones). Dicho proyecto establece la educación sexual integral desde la educación parvularia basado en la evidencia científica actualizada; la propuesta de cuatro jornadas semestrales dedicadas al diálogo entorno a las sexualidad y afectividades; la elaboración de entrega de materiales de manera gratuita y la capacitación a actuales trabajadoras/es de la educación así como también la incorporación dentro de las mallas curriculares de las carreras profesionales y técnicas relacionadas a las pedagogías, educación parvularia, psicopedagogía, entre otras.

Sin embargo, ésta política pública no toca en profundidad el laicismo, la obligatoriedad de la ESI en todos los niveles educativos, el desarrollo profesional adecuado para quienes la imparten, ni mucho menos sacar la moral de las iglesias en las escuelas con la eliminación del ramo de religión. Sino que se centra en abordar los conocimientos mínimos de los derechos sexuales y reproductivos para cumplir con el estándar internacional.

De hecho, hoy en Chile, no existe un plan serio que se fortalezca desde el Estado, que busque enseñar a los, las y les niñez y adolescentes la prevención de situaciones de acoso y abuso sexual. El Mineduc no ha actualizado sus orientaciones técnicas de sexualidad, afectividad y género desde el año 2017, reduciendo un programa de formación según la voluntad de cada institución educativa. Mientras que, desde la intervención de otras instituciones que trabajan con la línea de educación sexual y violencia machista en juventudes como el Sernameg y los programas de intervención en los Cesfam, se expresa que la política pública es completamente deficiente y escasa de recursos; y donde la inestabilidad laboral de las y los profesionales termina afectando la transmisión de la información y seguimiento de casos de violencia.

Fuera las Iglesias de todas las escuelas

La educación sexual integral es urgente para combatir la desigualdad que genera este sistema capitalista y patriarcal. La ideología de las iglesias católicas y evangélicas se ha profundizado junto con el negocio de la educación desde colegios, institutos y universidades dependiente de estas instituciones, la cual fortaleció el régimen de Pinochet. Un ejemplo de ello es la iglesia católica, donde entre el 2015 y 2018 la subvención recibida por 11 colegios del Arzobispado, a cargo del cuestionado Ezzati, pasó de $6.400 millones al año a $11.600 millones anuales con 1.702 transacciones a la Corporación de Educación del Arzobispado de Santiago (CEAS).

Las creencias instaladas sobre la sexualidad y sus prácticas que promueve y promociona las instituciones religiosas como; la castidad, la virginidad, la abstinencia y el celibato es la propuesta de la ofensiva conservadora y reaccionaria que impulsa el Partido Republicano y dirigentes de la UDI. Para ellos, la sexualidad debe tener un fin reproductivo, con la finalidad de establecer una unidad doméstica familiar conformada por un hombre y una mujer; y androcentrista (centrada en el hombre). Es por esto, que desde la extrema derecha han lanzado una campaña de desinformación y miedo, acusando al ministro de educación Marco Antonio Ávila de querer “adoctrinar” a los niños y niñas con una “ideología de género” que atenta contra la familia tradicional y la vida.

De acuerdo a las cifras de la Subsecretaría de la Prevención del Delito durante el año 2022, en el 89,3% de las víctimas de los casos son mujeres, de ellos el 27,7% corresponde entre 18 y 29 años, el 19% de los casos a adolescentes entre 14 y 14 y 17 años y la cifra mayor de abuso sexual corresponde al tramo de menores de 14 años con un 31% de los casos denunciados.

Los grupos que hacen estas campañas a través de mentiras demuestran su hipocresía moral con denuncias de abusos infantiles y violencia en contra la mujer. Como, por ejemplo, la reciente detención del padre del dirigente nacional de la UDI, Javier Macaya, quien será formalizado por abuso sexual infantil. Ante esto último, es fundamental problematizar el abuso sexual bajo las instituciones de una sociedad capitalista, patriarcal y adultocéntrica, donde el abuso de poder es el producto de estas opresiones.

Las escuelas católicas no están implementando la educación sexual de manera integral, su visión es completamente reproductiva y de una manera moralista, restringida al matrimonio y la heteronormatividad. Es por ello, que queremos debatir la necesidad urgente de la separación definitiva de la Iglesia del Estado, para terminar con la injerencia de la religión católica o evangélica en la educación pública.

Educación sexual para decidir

Necesitamos urgente una ESI que sea garantizada por el Estado, que se impulse un plan que abarque las diversas áreas de la vida e involucre a toda la comunidad educativa la toma de decisiones de las problemáticas reales que afectan a las, les y los niñes y adolescentes para promover el respeto a la diversidad, la autonomía física, la salud sexual y reproductiva junto con la prevención de las violencias de género.

Organicémonos en cada colegio, liceo y cesfam para que existan las herramientas necesarias de formación para futuros profesionales y especialistas, con un plan de formación en la malla curricular en las carreras de pedagogía, salud y las que intervienen con la población infanto juvenil. Así, como también exigir al Estado mejores condiciones laborales para las y los profesionales que intervienen con la juventud desde el sector de la Educación, Salud, Mejor Niñez y Sernameg. Donde en estos últimos hemos presenciado movilizaciones por precariedad laboral desde el trabajo a honorarios, bajos recursos para la intervención de programas y pésima infraestructura. ¡Por el paso a planta!

La aprobación e implementación de la educación sexual integral en todos los establecimientos educativos es una deuda que mantiene el gobierno de Boric con los profesores , estudiantes y la sociedad en general. Para que haya una efectiva implementación es necesario salir a pelear una vez más y que no se ceda ante las presiones instaladas por la extrema derecha. Exigir presupuesto para la real implementación de la ESI, formación de docentes, garantizar mejores condiciones laborales para quienes trabajan con las infancias y juventudes como también garantizar acceso de todes les estudiantes de todos los niveles también será parte de las peleas que tienen por delante lxs docentes, estudiantes y el movimiento de mujeres.

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Colombia: Educación y salud son los sectores que tendrán más adición en el presupuesto de 2023.

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Por: Carolina Salazar Sierra 

Con el monto adicional de $16,9 billones, el Presupuesto de 2023 quedaría en $422,5 billones para este año. Se empezará a discutir hoy

Se radicó la ponencia para el primer debate de la adición presupuestal, con un monto de $16,9 billones más para 2023, lo que dejaría un presupuesto total de $422,5 billones. Los sectores con más recursos adicionales serían educación y salud.

Su fuente de financiación es el recaudo derivado de Ley 2277 de 2022 (la reforma tributaria) y las partidas, según el documento, se destinarán a la reactivación económica, en programas de gasto para ejecutar en el segundo semestre del año.

“Para esto fue la reforma tributaria del presidente, Gustavo Petro, para aumentar el presupuesto a la salud, agricultura, medio ambiente y educación”, indicó Alfredo Mondragón, representante a la Cámara por el Pacto Histórico.

Los recursos de la adición se distribuirán en $9,1 billones en inversión, $7,3 billones en funcionamiento y $500.000 millones en servicio de la deuda.

Con esto, entonces, y de ser aprobado en el Congreso, en 2023 la inversión sumaría $83,3 billones, 19,5% más que el presupuesto de 2022. Mientras tanto, los gastos de funcionamiento totalizarían $260,7 billones, de los que $78,4 billones irían al pago de la deuda.

El sector con un mayor monto de adición sería educación, con $2,2 billones adicionales, de los que $1,15 billones son recursos de funcionamiento; y $1,05 billones para inversión. De este último monto, $550.000 millones están orientados a financiar el plan de espacios educativos como centro de la vida comunitaria, y para la construcción, adecuación, adquisición y/o dotación de 16 sedes de Instituciones de Educación Superior Públicas. Así, el sector queda con $57 billones para este año.

Sigue salud, con $2,03 billones adicionales, recursos que irán al “aseguramiento en salud por el impacto de las variables macroeconómicas en la prestación de servicios; dineros que son transferidos a la Adres”. Y el top tres lo completa hacienda, con $1,8 billones más para la vigencia de 2023, cerrando en $50,5 billones.

“Esta es una semana clave para las comisiones económicas conjuntas. Desde hoy iniciará la discusión del proyecto de ley de adición presupuestal para 2023”.

También está vivienda, con $1,5 billones, para atender proyectos relacionados con los programas “Cambia mi casa”, vivienda rural y “Mi casa ya”. También se destinan recursos para asumir faltantes en la Comisión de Regulación de Agua Potable y Saneamiento Básico (CRA).

Hoy se hará la presentación del Marco Fiscal de Mediano plazo, documento en el que el Ministerio de Hacienda actualiza las cuentas del Gobierno. Sin embargo, en el proyecto de adición presupuestal se anticiparon algunas de las previsiones.

Por un lado, la cartera estima que en este año la economía crecerá 1,8%, mientras que la inflación anual bajará a 9,2% y el precio del petróleo se reducirá a un promedio anual de US$78,6 por barril.

La producción petrolera subiría levemente a 769 KBD y el déficit en cuenta corriente de la balanza de pagos bajaría de 6,2% del PIB en 2022 a 4,0% del PIB en 2023.

Ya desde la publicación del Plan Financiero se proyectaba que el déficit fiscal del Gobierno Nacional Central cerrará en 4,3% del PIB en 2023, 1% del PIB menos que el dato de 2022, cuando era de de 5,3%.

“En el nuevo escenario, la reducción del déficit fiscal frente a 2022 obedecería al incremento de los ingresos tributarios (3,6% del PIB) y de capital (0,7%), que compensaría las mayores presiones de gasto primario (2,7%), asociadas con la puesta en marcha de programas de gasto dirigidos a contener la desaceleración económica y avanzar por una senda de desarrollo inclusivo y sostenible”, dice en el documento.

https://www.larepublica.co/economia/educacion-y-salud-son-los-sectores-que-tendran-mas-adicion-en-el-presupuesto-de-2023-3636380

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Argentina: Nueve de cada diez maestros aseguran que el uso del Chap GPT impacta en los aprendizajes

Nueve de cada diez maestros aseguran que el uso del Chap GPT impacta en los aprendizajes

Según los resultados de la encuesta del Ministerio de Educación de la Ciudad de Buenos Aires para el 31% incide de manera positiva, el 25% opinó que en forma negativa, y el 44% no sabe cómo impacta el uso de esta herramienta

El Ministerio de Educación de la Ciudad de Buenos Aires realizó una encuesta a 1.860 docentes de primaria y secundaria de escuelas públicas y privadas porteñas, con el objetivo de conocer opiniones sobre la incidencia del Chap GPT, un sistema de chat basado en inteligencia artificial, en los procesos de enseñanza, donde nueve de cada diez consideró que «impacta en los aprendizajes».

Según los resultados de la encuesta, del cuestionario respondido por 1.119 de nivel secundario, 630 docentes de nivel primario y 111 de ambos ciclos, 9 de cada 10 docentes consideran que el uso del Chat GPT impacta en los aprendizajes. Para el 31% de manera positiva, el 25% opinó que en forma negativa, y el 44% no sabe cómo impacta el uso de esta herramienta.

Los motivos por los cuales consideran que el uso del Chap GPT impacta positivamente fueron que «promueve el desarrollo de habilidades por encima de los contenidos, incentiva la creatividad y agiliza procesos»; mientras que los impactos negativos se deben a que » no propicia el desarrollo de determinadas habilidades como el pensamiento crítico y no supone esfuerzo ni estimula la creatividad».

A su vez, el 86,8% de los docentes declaró que puede detectar cuando sus estudiantes realizan tareas con el Chat GPT y si bien el 67,4% afirmó conocer la herramienta, solo el 22,4% reconoció utilizarla en su práctica diaria dentro del aula.

En tanto, un 91,4% de los consultados consideró que esta herramienta impacta en la práctica docente, siendo en un 43% de manera positiva, un 15% de manera negativa, y un 42% no está seguro de su influencia.

Fuente de la Información: https://aptus.com.ar/nueve-de-cada-diez-maestros-aseguran-que-el-uso-del-chap-gpt-impacta-en-los-aprendizajes/

 

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Tres juicios en nombre de las infancias

Por: Claudia Rafael

 

En los mismos días se están desentrañando tres juicios por historias diferentes. La justicia podrá establecer condenas pero que no podría rescatar a la vida a seis niños y adolescentes asesinados por la mano armada del Estado o por los venenos que ese mismo Estado permite utilizar en los cultivos.

Corrientes, CABA y provincia de Buenos Aires. Territorios tan disímiles entre sí en los que casi al mismo tiempo el Poder Judicial puso en marcha tres juicios en los que pibes de distintas edades y crónicas de vida muy diferentes entre sí fueron las víctimas. Una Justicia que podrá establecer condenas pero que no podría rescatar a la vida a seis niños y adolescentes asesinados por la mano armada del Estado o por los venenos que ese mismo Estado permite utilizar en los cultivos. Y que, con sus sentencias tampoco impedirá la repetición al infinito de otras historias igual de crueles y dolorosas.

La infancia ha sido una víctima dilecta de las políticas estatales. Por acción o por omisión. Por complicidad o por desidia.

En estos días se sabrá la decisión del Tribunal Oral Penal de Goya que está juzgando a Oscar Antonio Candussi, productor agropecuario acusado de homicidio culposo por el uso de pesticidas organosfosforados en su plantación de tomates. A escasos 15 metros vivía Kily Rivero, un niño de apenas cuatro años que murió el 12 de mayo de 2012 en el Hospital Garrahan. Tuvo una falla hepática fulminante provocada por el contacto con agrotóxicos. Trece años tardó la justicia en llegar a esta instancia, en la que Jorge Antonio Carbone, Darío Alejandro Ortiz y Ricardo Diego Carbajal decidirán si Candussi es o no culpable.

Como antes demoró nueve años en condenar a Ricardo Prieto por haber “desplegado una conducta indebida e imprudente en la utilización del organoclorado alfaendosulfan” en su tomatera, que provocó la muerte de Nicolás Arévalo, de 4 años, y las lesiones graves a su prima, Celeste Abigail Estévez. Este fallo fue firmado por dos de esos mismos jueces: Carbone y Ortiz, con Sebastián Romero como la tercera pata del tribunal. Tres años de prisión condicional y la obligación de realizar estudios o prácticas “profesionalizantes de capacitación en el uso de agrotóxicos”.

La misma causa que repite sus consecuencias con una sistematicidad pasmosa que no cesa a pesar de las condenas judiciales. Sean de la magnitud que sean. Porque simplemente, si hay condena, sólo sancionan lo ya ocurrido pero no impiden la repetición sostenida en el tiempo.

A casi 900 kilómetros el crimen de otros chicos y chicas, diferentes, más urbanos aunque de pueblo chico, llegó a los estrados judiciales por estos mismos días. El de Danilo Sansone, de 13 años; Gonzalo Domínguez de 14; Camila López, de 13 y Aníbal Suárez de 22, y el homicidio en grado de tentativa a Rocío Quagliarello, la única sobreviviente, que hoy tiene 17 años y tenía 13 durante lo que quedó en la historia como la masacre de Monte.

Dos docenas de imputados de diferentes rangos dentro de la policía bonaerense acusados –con distintas variantes en las calificaciones legales- por el crimen de los cuatro y las gravísimas heridas a Rocío. O por el encubrimiento, la violación de los deberes de funcionario público. E incluso, para la próxima instancia judicial quedan pendientes sentar en el banquillo a la ex intendenta, Sandra Mayol y al bombero y parte del SAME Nelson Barrios y desentrañar el espionaje policial sobre las familias. Su hijo andaba robando y tuvo un accidente, le dijo la policía a la madre de Aníbal al informarle de la muerte. Había sido tarefero en Misiones y decidió migrar a San Miguel del Monte, más cerca de la gran capital donde la suerte –había soñado- podía ser otra. Murieron en un accidente, repetían. La bonaerense armó una estructura de encubrimiento para garantizarse a sí misma la impunidad.

Por ahora, un jurado popular declaró culpables a cuatro policías. Dos, como coautores del delito de «homicidio agravado por el abuso de la función policial y por ser cometido mediante el empleo de arma de fuego”. Otros dos, por «tentativa de homicidio agravado por el abuso de la función policial y por ser cometido mediante el empleo de arma de fuego». Esta semana se conocerá el monto de las condenas. Y queda aún por delante el segundo juicio contra 19 policías bonaerenses por encubrimiento agravado, falsedad ideológica de instrumento público, incumplimiento y violación de los deberes de funcionario público, y/o abuso de autoridad.

Las condenas, cuando llegan, son simplemente eso. Castigo por lo que ya ocurrió. Si quienes sueñan, cuando proclaman penas, que será un freno para que un hecho no vuelva a repetirse, deberán construirse otros sueños porque ya está probado al infinito que esos no serán.

Tres policías están siendo juzgados por el homicidio (“con alevosía, por placer, por odio racial”, dice entre tras acusaciones la calificación legal) de Lucas González, un pibe de 17 años que volvía con sus amigos de entrenar en el club Barracas Central. Otros once son juzgados por encubrimiento. Por privación ilegal de la libertad. Por torturas. Una entera estructura al servicio del horror, como en San Miguel del Monte. Las condenas serán elevadas. Seguramente no para todos pero sí para una porción importante de todos ellos.

Las familias de cada uno de esos chicos y chicas está deseando que, al menos la justicia, como responsable y delegada punitiva de la sociedad les diga que quienes les arrebataron para siempre a sus retoños serán sancionados. Que plantará bandera en medio de tanta angustia para asegurarles que sus hijos e hijas, que ellos mismos, podrán finalmente descansar.

Al mismo tiempo tres juicios se desentrañan en territorios lejanos entre sí con crónicas de profundo dolor: aquellas en las que las víctimas son niños y adolescentes.

Alguna vez el rompecabezas de la humanidad estará tan utópicamente completo que la historia será otra. Porque el mundo será otro. Aunque hoy parezca tan desoladoramente lejano. Aunque las ausencias sean demasiadas. Y las estructuras crueles del poder sigan tan estruendosamente intactas.

Fuente de la información e imagen:  Pelota de Trapo

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La basura como problema filosófico

Por: Camilo Ratti

La Escuela de Filosofía implementó, junto a la Cooperativa La Esperanza, la Federación de Carreros, Cartoneros y Recicladores de la ciudad de Córdoba, y la Secretaría de Extensión de la FFyH, un proyecto para tratar los residuos sólidos urbanos secos que genera la institución. “Frente a la crisis ecológica, reciclaje con inclusión social”, resaltan lxs impulsorxs de una prueba piloto que podría funcionar para toda la Facultad..

En una ciudad que paga por kilo de basura enterrada, en lugar de un sistema que busque disminuirla o reciclarla antes de su disposición final, y que intenta instalar en la localidad de Santa Ana -pegado a la capital de Córdoba- el predio de enterramiento más grande de Sudamérica -una bomba atómica ambiental-, la Escuela de Filosofía de la FFyH puso en práctica un proyecto de tratamiento para gestionar los residuos sólidos urbanos fracción seca -fundamentalmente, papel y cartón-, desde una perspectiva ecológica con inclusión social, articulando con actores universitarios y extra universitarios especialistas en la materia, con quienes ya viene trabajando desde hace un tiempo.

“La iniciativa surge de una propuesta de la organización estudiantil Asamblea de Filosofía, que luego se convierte en un proyecto institucional elaborado y aprobado de manera unánime por el Consejo Asesor de la Escuela de Filosofía, conformado por estudiantes, egresadxs y docentes, ante la necesidad de comenzar a pensar sobre los residuos que se producen en nuestra Escuela, tanto institucionalmente como por los individuos que la componen, en búsqueda por garantizar un tratamiento no contaminante. En este marco, dado que la Escuela en sí misma carece de las herramientas para garantizar dicho proceso, se convocó a la Cooperativa La Esperanza, con la cual ya existía un contacto previo”, señala a Alfilo Paula Hunziker, directora de la Escuela de Filosofía, quien inscribe este proyecto en la misma línea o sintonía que tiene el de Improntas de la Dictadura en el campo filosófico de Córdoba.

“La Cooperativa tiene una trayectoria de más de doce años de formación y trabajo con residuos. Está integrada por más de 350 compañerxs carrerxs y recicladorxs, dos plantas de tratamiento en la ciudad de Córdoba, presencia en 40 barrios de Córdoba y Gran Córdoba, y experiencia en el manejo de residuos de instituciones, además del trabajo que realiza en domicilios particulares, centros vecinales y empresas”, apunta Augusto Rattini, estudiante avanzado de Filosofía, integrante de la Cooperativa y mentor del proyecto que la Asamblea asumió con entusiasmo.

La articulación suma a la Federación de Carreros, Cartoneros y Recicladores de Córdoba, y a la Secretaría de Extensión de la FFyH. “Dicha articulación, a su vez, resulta útil en la medida en que permite a la Cooperativa multiplicar los volúmenes de material ingresados a sus plantas de tratamiento a través de uno de sus recolectores”, afirman.

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Para Hunziker, es fundamental “pensar en los consumos desde un punto de vista filosófico, poder preguntarnos qué es la basura y en lo inclusivo que puede ser. Creemos que hay que llevar esta discusión del ambiente a otros espacios de la Facultad, como el kiosko, el bar, el Centro de Estudiantes. Pensar entre todxs la crisis ambiental que nos atraviesa. Si esta iniciativa funciona, y estamos viendo que sí, extenderla a otros ámbitos y pabellones de nuestra facu y de otras facultades de la UNC”, destaca Hunziker.

Lo ambiental y lo inclusivo van de la mano, y es en ese sentido que Rattini sostiene que la experiencia transitada en Filo busca “reconocer el trabajo de lxs recolectorxs y recicladorxs. Reciclar desde abajo es el concepto, que lo pusimos en práctica en el cursillo de ingreso, cuando vinieron integrantes de la Cooperativa a dar charlas explicativas a lxs estudiantes. Queremos continuar, potenciar esos intercambios con talleres, más charlas, porque sostenemos que es necesario que lxs recicladorxs vengan a la universidad, conozcan la Facultad”.

Los cartógrafos del papel en Filo

Otra pata del proyecto es el aporte de lxs trabajadorxs no docentes, quienes “tienen el mapa de la territorialidad de la Facultad, son ellxs quienes conocen el circuito del papel y el cartón, y estamos viendo mucho compromiso con eso, sobre todo, en Andrea Martínez, que es quien cumple su función en el Pabellón Francia”, explica Hunziker.

Martínez cuenta que “desde que llegué a Filo, especialmente al Pabellón Residencial, me formaron para darle utilidad a los papeles, por ende, me acostumbré a guardarlos y, cuando había una cantidad razonable, hablábamos por teléfono con gente que venía a retirarlos, algunos para reciclarlos, otros para venderlos. Siempre que vemos papeles los derivamos a personas que los juntan, nunca los tiramos a la basura”.

A pesar de este antecedente institucional, Andrea se esfuerza en señalar que “el proyecto de reciclado con inclusión social cobró mucha fuerza este año a partir de la impronta que le pone la dirección de la Escuela de Filosofía, quien nos convocó a toda la comunidad, no sólo a los no docentes, a esta tarea del reciclado. Así es que lxs no docentes de Servicios Generales colaboramos en la guarda de papeles y cartones, y luego avisamos para que los retiren los de la Cooperativa”.

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Aunque para Andrea, en otros años, había más cantidad de papel para reciclar –insumo que la digitalización administrativa ha disminuido-, “la concientización ha sido fundamental en este 2023, porque lo que nosotros no usamos les es útil a otras personas y colaboramos con el medioambiente. Lxs integrantes de la Cooperativa trabajan con mucho entusiasmo en la búsqueda de papeles y, como gratitud, han entregado plantas en forma de agradecimiento a los papeles donados. Es lindo y genera un profundo bienestar sabernos parte de este eslabón de ayuda social”.

Diálogo de saberes

“Existen muchas vías a través de las cuales la Universidad y los barrios populares podrían fortalecerse mutuamente, por ejemplo, jornadas de capacitación en clasificaciones de residuos sólidos urbanos para la comunidad de la Facultad, que articulen con grupos de investigación abocados a procesos sociales y ambientales; nutrir a las bibliotecas de los pabellones a donde se dicta el Programa de la Universidad en la Cárcel a través de la compra y recuperación de libros que ingresan a las plantas de tratamiento de la cooperativa; la construcción de un modelo curricular para proveer a egresados de las carreras de la facultad orientado a la promoción de prácticas ambientales, que permita el acceso de la cooperativa al nivel medio; entre otros”. Estas son algunas de las ideas que dieron vida al proyecto que arrancó con lo más simple: separar, juntar, acumular papeles y cartones en un pabellón, y que una cooperativa los reutilice.

Configurar esta articulación entre la Escuela de Filosofía y la Cooperativa La Esperanza tiene múltiples propósitos: garantizar un sistema de recolección y tratamiento de residuos sólidos urbanos, fracción seca; explorar otros modos de fortalecer el vínculo entre la cooperativa y la Escuela; y llevar un registro del proceso, en búsqueda por extender el sistema de gestión de residuos secos reciclables al resto de las escuelas de la FFyH. Por eso, esta “prueba piloto” configura un antecedente que entusiasma para pensar el abordaje de los residuos en el resto de la Facultad.

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Para alcanzar dicho objetivo, se prevé la configuración de un equipo de trabajo compuesto por integrantes de todos los claustros e integrantes de la cooperativa. “Hoy, no se hace en todos los pabellones, nació desde el Francia y Paula le está poniendo toda la pila al proyecto. Los de la Cooperativa cumplen en tiempo y en forma, y, cuando les avisamos, vienen a retirar los papeles. Estamos trabajando en un ambiente prolijo, siempre se están poniendo o cartones o papeles adentro del carrito verde del reciclado, es algo que nos hace sentir bien y creo que hay que seguir contagiando para que se sumen más manos solidarias, para el beneficio de las personas que reciben el papel y nosotrxs tener nuestros espacios ordenados y darle utilidad a lo que ya no nos es útil”, valora Andrea.

Como la misma trabajadora no docente cuenta, existen antecedentes de la articulación entre la Facultad y las organizaciones cartoneras y recicladoras: desde 2015, en el marco del programa Recuperadores Colectivos, para retirar residuos reciclables (celulósicos en su gran mayoría), dicha tarea se llevó a cabo en Casa Verde, la Biblioteca de Filosofía, el CIFFyH, el Decanato-Pabellón Residencial y la Biblioteca del CEPIA con la naturaleza. “Es por ello que el presente proyecto prevé el desarrollo de acciones que excedan el tratamiento específico de los residuos, sino que también permitan re-pensar y fortalecer los vínculos al interior de la sociedad civil. Como señalan algunas investigaciones de carácter etnográfico en torno a la revalorización de residuos por parte de cooperativas, ‘la cuestión del post-consumo en general y, más aún, del pos-consumo vinculado a los residuos resulta en la actualidad un campo caracterizado por la vacancia de estudios destinados a sistematizar estos procesos’”, se puede leer en el proyecto que hoy funciona en la Escuela de Filosofía.

Proyecto que se enmarca en lo que establece el artículo 41° de la Constitución Nacional, que dice que “todos los habitantes gozan del derecho a un ambiente sano, equilibrado, apto para el desarrollo humano y para que las actividades productivas satisfagan las necesidades presentes sin comprometer las de las generaciones futuras; y tienen el deber de preservarlo (…) Las autoridades proveerán a la protección de este derecho, a la utilización racional de los recursos naturales, a la preservación del patrimonio natural y cultural, y de la diversidad biológica, y a la información y educación ambientales…”.

El principio de inclusión social está presente en la ordenanza 12.648 de la ciudad de Córdoba, que reconoce la preexistencia de los Recuperadores Urbanos en las tareas de separación de residuos y recolección diferenciada, como legítimos actores de tales prestaciones, razón que implica su inserción en la cadena formal de gestión integral de los residuos sólidos urbanos.

En este sentido es que resulta fundamental resaltar la actividad desarrollada por las cooperativas y/o asociaciones civiles de recuperadores de residuos urbanos como prestadoras de un servicio esencial, como lo es la Cooperativa de Carreros y Recicladores “La Esperanza” Limitada, las cuales se constituyen como una herramienta idónea y necesaria para promover la inclusión económica y social, y para implementar la Gestión Integral de los Residuos Urbanos en la Provincia de Córdoba, permitiendo la recuperación de materiales reciclables y reutilizables en concordancia con los principios establecidos en la Ley de presupuestos mínimos de residuos sólidos urbanos Ley n.° 25.916 y la ordenanza 12.648.

Desafíos

Para ampliar lo que hoy se realiza en la Escuela de Filosofía, el proyecto contempla conformar un equipo de trabajo encargado de coordinar las acciones y actividades correspondientes. El mismo se encontrará compuesto por integrantes de los diferentes claustros, convocatoria a la que se inscribieron estudiantes y egresados. Y si bien ya cerró la convocatoria para este año, pueden incorporarse nuevos integrantes con un pedido previo. Además, está previsto comenzar diálogos con las demás direcciones de las Escuelas para discutir la extensión de la implementación del proyecto al resto de la Facultad, “atendiendo a las particularidades y modificando lo necesario. Pensar desde esta pequeña experiencia la posibilidad de construir un modelo de tratamiento de residuos reciclables operativo para la Facultad, así como la profundización de la articulación entre esta y el sector de reciclaje de la economía popular”.

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Dicha articulación, a su vez, resulta útil al espacio mencionado en la medida en que le permite multiplicar los volúmenes de material ingresados a sus plantas de tratamiento a través de uno de sus recolectores, el cual vería incrementado su ingreso en función de los retiros y por el reconocimiento económico a su trabajo por parte de la Facultad, “algo que por ahora no podemos garantizar, pero que está dentro de los objetivos del proyecto”, aclara Hunziker.

Proyecto con Sofía Cartonera

En el gran abanico de posibilidades que habilita la recolección y reciclado de papeles y cartones, está la de trabajar con Sofía Cartonera, la editorial de la Secretaría de Extensión de la FFyH, que elabora sus producciones con papel y cartón reciclado. “La idea sería poder hacer las tapas de los libros de la editorial con los cartones que reciclemos en la Cooperativa”, cuenta Rattini.

*Por Camilo Ratti para Alfilo / Imágenes: Camilo Ratti y gentileza Augusto Rattini.

Proyecto Institucional de la Escuela de Filosofía FFyH-2023

Título: Frente a la crisis ecológica, reciclaje con inclusión social: una prueba piloto en la Escuela de Filosofía.
Coordinación de equipo de trabajo: Paula Hunziker, Laura Danón, Carlos Balzi, Emanuel Biset, Patricia Brunsteins, Cesar Marchesino, Augusto Rattini, Federico Martín Rearte Faria.
Equipo de Trabajo: a definir en convocatoria específica para estudiantes y egresades.
Asesoras: Eliana Lacombe, Pablo Barrionuevo, Ignacio Pellón, Agustín Mingorance, Guadalupe Meyer Paz, Esteban Beltrán, Agustín Darío Poncio, Agostina Luz Castro, Camila Chiavassa.
Instituciones, programas y secretarías intervinientes: Escuela de Filosofía (FFyH), Federación de carreros, cartoneros y recicladores de la ciudad de Córdoba, Cooperativa La Esperanza, Secretaría de Extensión de la FFyH.

Fuente de la información e imagen:  https://latinta.com.ar

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