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Brasil: O impressionante cotidiano de uma escola ocupada no Rio de Janeiro

Os alunos do Colégio Estadual Visconde de Cairú ocuparam a escola e passaram a gerir as atividades de educação. Passaram a organizar eventos e aulas públicas, deram início a implantação de um curso de pré-vestibular com o apoio de professores, promoveram também oficinas de leitura e arte. No Rio de Janeiro, estudantes e professores começam a promover uma revolução na educação pública. Inicialmente inspirado pela greve dos educadores, o movimento #ocupaescola já começa a transpor a repressão e também as barreiras criadas pelo Estado para superar as deficiências e o sucateamento da educação. O jovem e talentoso Mídia Ativista Guilherme Carvalho esteve na “Ocupação” para entrevistar um aluno representante da “Comissão de Comunicação”. A maturidade e a capacidade de articulação dos estudantes impressionou a reportagem do midiacoletiva.org.

Entrevista com o representante da Comissão de Comunicação


MC: Como ocorreu o processo de ocupação?

Aluno da comissão de Ocupação: O processo de ocupação ocorreu da seguinte forma, os alunos já estavam de saco cheio da situação de descaso que ocorre na educação, em razão disso resolvemos nos organizar, depois de tantos atos e atividades que ocorreram e serviram de inspiração para nossa atitude. O estopim foi quando o “Mendes”(Ocupação da Escola Estadual Prefeito Mendes De Moraes)ocupou. Porém nós gostaríamos de fazer uma ocupação dentro de um processo organizado. Só pode ser possível realizarmos uma revolução na educação se tivermos conhecimento teórico. O que quero dizer é nos organizando poderemos manter as coisas sobre controle para melhor lutarmos por nossa pauta. Daí montamos comissões e começamos a estudar os métodos de como ocupar escondido dentro da escola, quando o “Gomes” foi ocupado nós passamos a agir de forma estrutural, fazendo trabalho de base para conscientizar outros alunos de que poderíamos, sim, tomar essa atitude de coragem. Convocamos os outros alunos da manhã, tarde e noite para uma assembléia ampla, nela colocamos como pauta a discussão de qual seria o rumo dessa greve e quais seriam nossos objetivos. Todos puderam falar suas opiniões e conceitos na assembleia, todo mundo que era da escola foi ouvido. Ao final nós votamos, ficando decidido que haveria a ocupação e que nós apoiaríamos as reivindicações de greve dos Professores. Os alunos precisam radicalizar a luta porque com as reclamações habituais nós não tínhamos voz.

A comissão geral auto-gestionada organiza as atividades na escola. Foto : Guilherme Carvalho.


MC: Os alunos têm esperança de mudar o processo de gestão de sua escola com esse ato?

Aluno da Comissão de Ocupação: Então, se a gente está aqui lutando pelo colégio, a gente tem esperança sim, até porque somos jovens e o jovem deve ter espirito de luta, o jovem deve ter uma alma revolucionária. Tem uma frase do Che, não lembro muito bem, mas acho que ela diz que o jovem que não possui uma alma revolucionária está doente. Nosso espirito de luta é algo inerente a gente, temos espirito de mudança e como nós vamos mudar? De forma combativa, pressionando, radicalizando, mas radicalizando com consciência, apontando quais são os problemas e procurando solucionar com auto-gestão, que é o que está acontecendo agora em nossa ocupação.

Alunos convidam os cidadãos a conhecer a ocupação auto-gestionada. Foto: Guilherme Carvalho.

MC: Quais são as pautas dos alunos?

Aluno da Comissão de Ocupação: Não estou com as pautas completas aqui em mãos, mas tenho de cabeça o que lutamos, até porque se estamos lutando por algo temos que ter isso na ponta da língua e não em um papel. Temos nossas pautas internas que são relacionadas a problemas de infra-estrutura na escola, como a reforma dos espaços pedagógicos para melhorar as condições de trabalho dos Educadores, bem como nossas condições de aprendizado. Por exemplo, nosso auditório, o governo começou uma reforma do segundo andar dele, mas não terminaram, queremos a conclusão dessa obra que está parada e deixou entulho espalhado para todos os lados do auditório, aquilo tem risco até de cair em cima de alguém provocando uma grave acidente. Nós temos laboratórios que estão fechados e sem materiais. O bosque que tem na escola está infestado de caramujos africanos, nenhum dos alunos consegue desfrutar dele por isso, as salas de informática estão fechadas, parte do telhado da quadra de esportes caiu. As salas de estudo estão com os ar-condicionados velhos, todos eles são alugados, ficando claro um caso de terceirização que provavelmente é para beneficiar empresas que investiram na campanha política do atual governador Pezão. Ainda tem o problema de que essas salas estão super lotadas de alunos, isso também dificulta o aprendizado. O ideal seria um número máximo de 35 alunos por turma, essa também é uma reivindicação nossa, já teve sala com até 60 alunos. Nas pautas externas, uma das coisas que é fundamental é a eleição direta para diretor em todas as escolas. Se nós podermos eleger a direção poderemos ter conosco ocupando esse cargo um professor ou mesmo o pai de um aluno que saiba quais são as reais necessidades de nossa comunidade de alunos e professores. Isso é muito melhor e mais pratico do que termos um interventor colocado pela secretária de educação que só vai estar aqui para nos reprimir em vez de lutar pelas soluções de nossas necessidades. Outra questão fundamental é a questão do passe livre. Nós não concordamos com o “Riocard”, ele não passa de uma coleira eletrônica que limita o aluno, logo isso não é passe livre de verdade. O passe livre deve ser ilimitado, o aluno com uniforme e identificação do colégio deve entrar, na lei municipal que estabelece o passe livre não tem nada citando o tal “Riocard”, isso com certeza existe para aumentar o repasse do Estado para as empresas que financiam campanhas políticas. Esse passe livre deve ser inter-modal, liberando o acesso para as barcas, trens e metrô também. Ele também deve ser inter-municipal, ou seja, os alunos devem poder se deslocar entre os municípios do estado quando for necessário. Os professores também tem que terem autonomia para realizar o conteúdo das provas e isso não vem acontecendo na prova do SAERJ que é terceirizada, essa prova acaba ficando na mão de empresas privadas, abrindo espaço para a politicagem. O estado faz isso para aumentar os índices de aprovação, aumentado e mascarando o deficit do ensino. Nós apoiamos também as pautas trazidas as condições de trabalho e salários de nossos professores em greve.

Os entulhos no segundo andar do auditório da escola representa perigo para os alunos e educadores. Foto: Guilherme Carvalho.

MC: Em quais parâmetros está organizada a ocupação?

Aluno da Comissão de Ocupação
: Nós nos organizamos em comissões, existe a comissão geral e a outras sub-comissões, eu por exemplo sou da comissão de comunicação, nós temos a função de operar a comunicação entre as demais comissões, a mim foi designado papel de falar com a mídia, mas nessa comissão temos papel de ouvir os alunos e demais integrantes de outras comissões também. Temos que trazer os alunos para o movimento, estimula-los para irem para atos, usarem a palavra e fazerem discursos e reivindicações nas manifestações. Existe também a comissão de atividades, eles organizam calendários e neles estão contidas atividades como pré-vestibular que a gente tá organizando aqui, trabalham também as atividades culturais e as opções de lazer e esporte. Existe também a comissão de limpeza, que preferimos chamar de “Estrutura”, eles não estão ali para cumprir uma função de limpeza que não é deles, eles estão ali para coordenar isso e existe a comissão de segurança, essa foi a primeira comissão, a que cuida de nossa segurança.

Auto-gestão é poder popular!

Quais são as atividades realizadas pelos alunos na Ocupação?

Aluno da Comissão de Ocupação
: Nós estamos realizando um projeto de pré-vestibular para alunos de segundo e terceiro ano. O governo sucateou a educação, isso prejudica a sociedade. Houve a greve e nós ocupamos para que os alunos recebam aulas co-gestionadas por eles próprios e com professores que ajudam, desse modo eles não se sentem prejudicados. Ocorreram grandes aulas publicas com diversos temas como sociologia, história e até havendo a possibilidade de ocorrer uma de marcenaria. Estamos organizados debates para discutir as coisas, os problemas das sociedades, vão ter temas que estão enraizados em nossa sociedade como o assassinato de jovens pobres nas favelas, a questão da mulher e outras temas atuais.

Diversas atividades artísticas e culturais estão sendo realizadas pelos alunos. Foto: Guilherme Carvalho.

Em breve publicaremos o depoimento enviado por um professor sobre a greve e algumas de suas causas como os salários atrasados, o décimo terceiro parcelado, a más condições de trabalho, a desvalorização dos vencimentos, além das perseguições e agressões sofridas por educadores no Rio de Janeiro.

Fonte: André Miguéis e Guilherme Carvalho com apoio da Mídia Independente Coletiva-MIC e da Rede de Informações Anarquistas-RIA.
Fotos: Guilherme Carvalho.

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¿Qué ofrecen hacer los candidatos por la Educación del Perú?

a Peru

El comercio de Perú/ Abril 2016

Averigua lo que dicen los planes de trabajo de los candidatos que postulan a la presidencia en las Elecciones 2016

Los planes de gobierno de los candidatos que lideran las encuestas de las Elecciones 2016 presentan una prioridad: la educación es uno de los ítems a los que se les da más espacio en la búsqueda de hallar una solución al problema de ese sector. Este es un vistazo a lo que los candidatos pueden ofrecer.

Fuerza Popular

El plan de gobierno de Keiko Fujimori es explicado por Paul Neira, vocero del partido en temas educativos. Él señala que hay cuatro ejes en los que se ha articulado el proyecto fujimorista: primera infancia, educación secundaria, capacitación y sueldo de los maestros.

El diagnóstico que hizo su partido arrojó que muchos sectores tienen acciones sobre la primera infancia y que estos están desarticulados: «Proponemos la Secretaría Nacional de la primera infancia, con un rol muy cercano a la presidencia y va a estar sentada en el Consejo de Ministros para articular varios sectores como Educación, Salud, Inclusión y otros», indica.

Asimismo, refirió que su partido propone «aumentar un año más de educación secundaria» y que los últimos dos años sean bachillerato.

En cuanto a los docentes, Paul Neira –candidato al Congreso con el número 36– explicó que desean establecer un «Sistema Nacional de Desarrollo Profesional» para los docentes, al tiempo que se le aumente el sueldo a los maestros y se disminuye las etapas de la carrera pública magisterial.

Sobre cómo hará su partido para mantener su plan a largo plazo en caso Keiko Fujimori resulte elegida como presidenta, Neira apuntó que su plan viene articulado con acciones tomadas en gestiones anteriores y que su plan servirá de base para obtener resultados dentro de 20 años. «Si no se toman decisiones en este gobierno se va a pasar el tren», apuntó.

Peruanos por el Kambio

Martín Vizcarra, candidato a la primera vicepresidencia de Peruanos por el Kambio, refirió que hay tres ejes de los que se ocupa en extenso el plan de gobierno de Pedro Pablo Kuczynski: El docente, la infraestructura y el alumno.

Vizcarra, ex gobernador regional de Moquegua, indicó en primer lugar que el piso salarial de los docentes debe estar por los S/2.000 y que se debe articular con los gobiernos regionales y locales con el fin de establecer capacitaciones regulares.

Asimismo indicó que su plan requiere una infraestructura adecuada y que un eventual gobierno de PPK buscaría dársela a todos los colegios articulando los esfuerzos de la misma forma que el caso de las capacitaciones docentes. Finalmente, refirió que para lograr nivelar a los alumnos y no encontrar rezagos en los salones de clases, «necesitamos un apoyo adicional de docentes para que se dediquen a dar clases de refuerzo».

«Nosotros vamos a apoyarnos en la base del actual gobierno, que ha presentado avances», refirió.

Frente Amplio

El plan de gobierno del Frente Amplio, en tanto, habla de mejorar la cobertura educativa, de impulsar un shock de inversión, aumentar el salario a los maestros hasta 2.600 soles y de establecer políticas educativas en lenguas originarias.

Severo Cuba, coordinador de la Comisión de Educación del Plan de Gobierno del Frente Amplio, refirió a El Comercio que «la intención básica es un estándar de calidad para toda la población» y que tienen «cierta focalización en «zonas de frontera, zonas rurales y pueblos originarios», que de manera histórica no han sido tomados en cuenta.

Además indicó que la carrera pública magisterial sufrirá un reajuste y que a su partido le interesa seguir la pauta del Proyecto Educativo Nacional aprobado en 2007.

Los fondos para lograr esto, asegura, parten de «una decisión política» que permita asegurar una mayor participación de presupuesto al sector Educación, que debe ser impulsada por una reactivación de la Economía. «Esto es parte de la lógica de la política económica, que va de la mano de la reforma tributaria», dijo.

Fuente: http://elcomercio.pe/politica/elecciones/elecciones-2016-que-ofrecen-hacer-candidatos-educacion-peru-noticia-1892030

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The Newcastle Unity in Diversity festival

Fuente Website del evento/ 8 de Abril de 2016/

On Sunday 5th June 2016, Come walk with us from Newcastle Museum to Civic Park and Celebrate The Newcastle Unity in Diversity festival. Let’s celebrate the diverse cultures of our town, our families, our communities. Let’s celebrate Australia’s first nations people, Refugees and Asylum Seekers, Migrants, International Students, all Australians. Its our town’s positive response for diversity. Live music, multicultural stalls, delicious food, Children’s activities, face painting, badge making, photo booth, henna, hair braiding.
Please share widely with your friends. In conjuction with Newcastle Celebrate Unity in Diversity and Refugee Action Network Newcastle to coincide with an early start to the National Refugee Week.

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El día que el tomate Cherry gane a la papa frita

Más frecuentemente de lo que me gustaría, me encuentro deseando una porción de papas fritas del restaurante de comida rápida ubicado frente a la oficina. Me resisto pero, cuando mi fuerza de voluntad está ocupada digiriendo la ensalada, me descubro, demasiado tarde, con una cajita de papas fritas en la mano.

No deja de sorprenderme, cada vez que entro al restaurante, los comensales y la atmosfera allí dentro tan diferente a los de América Latina. En el centro de Washington, DC, ciudad en la que vivo, los comensales de este restaurante de comida rápida son, en  muchos casos, personas que no tienen a dónde ir. Pasan el día allí, resguardándose del frío y comprando cada tanto alguna hamburguesa u otros bocadillos con las monedas que reciben de mendigar.

En cambio, entrar a un restaurante de comida rápida en América Latina es una fiesta de niños y colores. Padres o madres cargados de carritos y otras necesidades de infantes son los que se resguardan allí del frio o la hiperactividad de sus hijos. Los niños gritan, corren o gatean felices por el local, exacerbados por el azúcar de las gaseosas y los estímulos marketineros.

Todo está planificado para que un padre pueda, durante una tarde, leer serenamente las noticias o ponerse al día charlando al teléfono con amigos mientras los chicos están en el pelotero. Incluso, todos los niños de mi pequeña encuesta concuerdan, las mejores fiestas de cumpleaños son aquellas celebradas en el local de comida rápida.

Los cumpleaños infantiles es otra ocasión en donde existen varias diferencias en temas de nutrición entre la ciudad que habito y mi ciudad natal. Muchos padres y madres que repartan refrescos con azúcares en un cumpleaños infantil serán, inmediatamente, descalificados del listado de padres responsables y sus hijos perderán para siempre las visitas de sus amigos. Es común ver agua de coco, juguitos o, como mucho, leche chocolatada.

En cuanto a la comida, el menú varía drásticamente. Las fuentes de papas chips y pali chips, tan habituales en las fiestas infantiles de los países de América Latina, son reemplazadas por bandejas de zanahorias y brócolis crudos. Los dulces, caramelos y chocolates, golosinas reservadas estrictamente para la fecha de Halloween, se cambian por manzanas, orejones disecados y tomates cherry.

Es importante resaltar que mis amigos de Washington, DC no son representativos de los estilos alimenticios de EE.UU. Sin embargo, más allá de lo anecdótico de éstas costumbres tan contradictorias según mi propia experiencia, miremos las cifras sobre nutrición infantil en América Latina.

Según un estudio de la revista The Lancet, en América Latina hay unos cuatro millones de niños menores de 5 años con sobrepeso u obesidad. Por poner algunos ejemplos, en Brasil se reportó un incremento de niños de 10 a 12 con sobrepeso y obesidad de 23% a 39% en los cuatro años que van desde el 2004 al 2008. En México, la prevalencia de sobrepeso en niños de 5-11 años es de 17.3% y en Argentina ésta es de 27% en niños de 10-11 años. En Uruguay, una nueva encuesta nacional reveló que  el 10,5% de los niños menores de 5 años sufren de sobrepeso y obesidad. Y la realidad más dura es que estos números van en aumento.

Cambiar hábitos o costumbres es una de las tareas más difíciles para la psicología de los seres humanos. Los que primero se animan a estos cambios son considerados raros y hasta locos.  Pero imagina, dadas estas cifras y la forma exponencial en que crece la obesidad infantil, ¿no crees que sea hora de cambiar la bandeja de papas fritas por una de zanahorias en el próximo festejo de cumpleaños de tu hijo? Si no eres tan radical, por lo menos puedes ofrecer limonada casera con menos azúcar que un refresco. Si te animas, yo también prometo dejar de ir por mis grasas trans de las 3 de la tarde.

Publicado originalmente en el blog: http://blogs.iadb.org/desarrollo-infantil/2016/04/04/comida-rapida/?mc_cid=a01bcdd3d3&mc_eid=9b12d2df8b#.Vwgt75zhDIV

Fuente de la foto: http://www.mdzol.com/nota/363291-planta-tomates-cherry-en-casa/

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La aplicación eficaz de la política educativa depende de la participación de los docentes

Fuente: Internacional de la Educación/ 8 de Abril de 2016/

Los educadores de más de 30 países han vinculado la promoción de la educación como bien público a la autonomía de los docentes, al compromiso político de los gobiernos y al reconocimiento de los sindicatos de la educación en tanto que agentes de cambio.

La Conferencia de las afiliadas de la IE de los países miembros de la Organización de Cooperación y Desarrollo Económico (OCDE), organizada por la Internacional de la Educación (IE), ha reunido en Roma, la capital italiana, a más de 150 delegados internacionales de los países miembros de la OCDE en un seminario de dos días de duración.

Los participantes fueron recibidos en Roma por las afiliadas italianas de la IE, las cuales agradecieron la oportunidad de ser las anfitrionas de la Conferencia y de contribuir a la labor de la IE en materia de elaboración de políticas. Recordaron a los participantes que ésta era la segunda vez que acogían la Conferencia de las afiliadas de la IE en los países de la OCDE. Fred van Leeuwen, Secretario General de la IE, en su presentación de la Conferencia, destacó la importancia de incluir a los docentes y a los sindicatos de la educación en el diálogo político para que éste sea exitoso. Al enmarcar la formulación de políticas teniendo en cuenta el actual contexto político, económico y social internacional, desde la situación económica tras la crisis hasta la corriente de refugiados, van Leeuwen lamentó que, con demasiada frecuencia, los gobiernos no consultan a las partes interesadas directamente implicadas en la educación a la hora de modificar las políticas o de cumplir los compromisos contraídos a nivel nacional o internacional: “Los gobiernos pueden afirmar una cosa en una reunión internacional, pero hacer algo completamente distinto de vuelta a casa”.

En este sentido, alertó de la creciente tendencia por parte de los gobiernos a descuidar la educación dejándola en manos de las empresas de servicios educativos y de las corporaciones con fines de lucro. Destacó que, a pesar de que las pruebas de la OCDE muestran que el mercado en la educación tiene repercusiones negativas sobre los resultados de los alumnos y afianza la desigualdad, “algunos gobiernos se mantienen firmes en sus intentos por desmantelar sus sistemas de educación pública. Ya estamos viendo las repercusiones de este programa con la desintegración de los sistemas de educación tradicionales, particularmente en algunos países de bajos ingresos. Vemos la aparición y la expansión de las escuelas de gestión privada, de propiedad corporativa y, en muchos casos, con fines de lucro”. Citó los ejemplos recientes de tales acontecimientos en Filipinas y Kenia, mientras que en Liberia “las autoridades están a punto de entregar todas las escuelas primarias y secundarias a una corporación con ánimo de lucro”.

Los apremiantes desafíos de los sistemas educativos

La conferencia se centra en dos temas de trabajo estrechamente relacionados. Mientras, en el segundo día, martes, se analizarán los efectos de la comercialización y la privatización de la educación, el primer día los delegados discutieron el estado actual de la política educativa y las opciones para la acción basada en datos empíricos con el fin de hacer llegar la voz de los docentes al escenario de la toma de decisiones.

El profesor Dennis Shirley de la Escuela de Educación Lynch del Boston College enmarcó el debate con un discurso de apertura sobre los valores en los que se deberían basar los sistemas de educación públicos y que harían que éstos fueran exitosos. Los contrastó con los gobiernos que deseaban introducir reformas que sustituyeran el carácter de la función pública por unas medidas de rendimiento torpes y arriesgadas y concedieran un papel de liderazgo al sector privado. Subrayó la importancia de un “profesionalismo revitalizado con capital humano, capital social y capital decisorio, redes entre pares y autonomía”.

Durante una sesión sobre los Objetivos de Desarrollo Sostenible, que serán la referencia para la política de desarrollo hasta 2030, los delegados pudieron conocer de primera mano por los dirigentes de la IE de qué manera han participado los educadores en el establecimiento de los objetivos y de qué manera pueden ahora influir en este importante programa internacional. La Presidenta Susan Hopgood destacó los desafíos que plantea esta nueva agenda para la educación y subrayó que los 17 nuevos objetivos “deberán integrarse en los planes nacionales de aplicación para ser eficaces”; también hizo hincapié en que los nuevos objetivos tienen consecuencias para todos los gobiernos y que los educadores en particular no deben “dejar que los gobiernos se salgan con la suya en la adopción de respuestas en materia de política educativa sin contar con [su] participación».

¿Qué es lo próximo para el TALIS?

En tanto que único estudio internacional que incluye la voz de los docentes en la educación y que tiene un impacto significativo en el desarrollo de las políticas educativas, el Estudio Internacional sobre Enseñanza y Aprendizaje (TALIS) de la OCDE recibió una atención especial en la Conferencia durante el primer día de trabajo. John Bangs, Consultor Principal de la IE, recordó a los participantes que el TALIS reflejaba las opiniones de los docentes y directores de las escuelas en ámbitos que afectaban a su vida profesional y que ha proporcionado un importante trasfondo de evidencias para lasCumbres Internacionales sobre la Profesión Docente. Entre las conclusiones más importantes de los dos estudios publicados hasta ahora (TALIS 2008 y TALIS 2013) se incluye el hallazgo de que los sentimientos de autoestima y de eficacia de los docentes son tan cruciales para el éxito académico de los niños como las buenas normas salariales y de compensación.
Karine Tremblay, analista principal del equipo TALIS de la OCDE, presentó las novedades y los desafíos de la encuesta y destacó lo que se incluirá en la tercera edición del estudio, que incluirá las respuestas de más de cuarenta países.

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España: El Congreso inicia el trámite para paralizar la implantación de la LOMCE

Coalición Canaria, UPN y C’s se abstienen en la votación, mientras que PP y Foro de Asturias se unen al votar en contra de la misma

España/05 de Abril de 2016/El Mundo

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El Pleno del Congreso de los Diputados ha tomado en consideración la proposición de ley del PSOE para paralizar el calendario de implantación de laLOMCE, con los 186 votos a favor de socialistas, Podemos, Compromís, ERC, Democracia y Libertad (DL), PNV, Izquierda Unida, EH Bildu. En cambio, han votado en contra PP y Foro de Asturias, y se han abstenido Coalición Canaria, UPN y Ciudadanos, a pesar del acuerdo de Gobierno que el partido naranja mantiene con los socialistas.

Así, los partidos que han mostrado su firme disposición a derogar la LOMCE superan ya en el Congreso la mayoría absoluta necesaria (176 escaños) para modificar una norma de rango orgánico como la ‘Ley Wert’, alcanzando los 186 escaños.

Una vez admitida a trámite la proposición de ley, habrá que abrir un plazo de presentación de enmiendas tanto de totalidad, que tienen que incluir un texto alternativo, como al articulado. Dicho plazo es susceptible de prorrogarse a

instancias de los grupos y por acuerdo de la Mesa de la Cámara, donde PP y Ciudadanos tienen mayoría absoluta.

Después, el texto y las enmiendas deberán discutirse en ponencia, comisión y nuevamente en el Pleno del Congreso antes de enviar la ley al Senado, donde se empezará de nuevo el proceso, y donde el PP tiene una holgada mayoría absoluta. Todo ello si no se disuelven las Cortes el 3 de mayo, y si no hay que repetir elecciones, pues en ese caso la reforma quedaría sin tramitarse.

En todo caso desde julio de 2013 existe un compromiso parlamentario de parar la ley en cuanto cambiase la mayoría en la Cámara Baja. Este pacto fue sellado por todas las formaciones políticas que entonces se encontraban en la oposición parlamentaria, salvo UPyD, Foro de Asturias y UPN, que no quisieron sumarse al compromiso.

Frenar el desarrollo de la LOMCE

En concreto, la proposición de ley aprobada exige «la paralización del calendario de aplicación de la LOMCE y la consiguiente suspensión de la entrada en vigor de las normas dictadas en su desarrollo que no hubieran tenido aún vigencia o aplicación efectiva».

El impulsor de la misma, el nuevo porta voz de Educación del PSOE en el Congreso, Rafael Simancas, ha insistido en que el objetivo de ésta es dar un «primer paso para la derogación efectiva» de la ley, que ha recordado que se aprobó con el respaldo exclusivo del PP y con la mayoría de la comunidad educativa en contra. «Es una ley no dialogada, no acordada e impuesta por una mayoría coyuntural», ha añadido durante el debate.

También ha subrayado que los socialistas no quieren acabar con esta ley «porque es del PP», sino porque «no resuelve los problemas de la educación del presente y del futuro» y cuya implantación está provocando «incertidumbres, confusiones y dificultades prácticas», que perjudican a los profesores, alumnos y sus familias. «Es mala y barata», ha añadido.

En ella también se propone derogar el decreto de noviembre que regula las características generales de las pruebas de evaluación final de Primaria, y se establece que el Gobierno deba remitir a la Cámara un nuevo proyecto de ley básica de educación, que suponga la derogación de la LOMCE, tras un proceso de diálogo con los sectores implicados.

Las críticas al PSOE

Durante el debate de la iniciativa, el PSOE ha recibido las críticas de prácticamente todas las formaciones, pero especialmente del PP, impulsor de la LOMCE, y de los grupos de la izquierda y los independentistas, quienes han lamentado que el PSOE se limite en ella a plantear en su proposición de ley la paralización del calendario de implantación de LOMCE y no directamente su derogación.

La portavoz de Educación del PP, Sandra Moneo, ha acusado a los socialistas de «someter a la educación a la confrontación», dejando atrás su promesa de pacto, que «parece desterrado». «No pueden dar lecciones ni de respeto democrático ni de búsqueda de soluciones», ha subrayado, añadiendo que el «único objetivo» del PSOE es «derogar la ley a la más mínima oportunidad».

Además, ha subrayado la «irrespondabilidad» de los socialistas al plantear un cambio de ley sin alternativa y ha avisado de que si se quita la LOMCE queda un «vacío» que impide a la escuela funcionar.

Aunque ha votado a favor de la tramitación, desde ERC, Joan Baptista Olòriz, ha criticado que el PSOE sólo proponga paralizar el calendario de la ley y quiera mantener el «mal» que ya se ha hecho al sistema educativo con lo implantado hasta la fecha, cuando hay una mayoría para derogar directamente la ley, así como un compromiso parlamentario.

A su vez, el diputado del PNV, Joseba Agirretxea, cree que paralizar el calendario de la LOMCE es una medida «urgente», a la vez que ha recordado su firme

oposición a la normativa por que ésta «invade competencias» a Euskadi en materia educativa.

Marta Sorlí, de Compromís cree que al PSOE le han faltado «agallas» al presentar la iniciativa porque, a su juicio, la LOMCE debería ser directamente derogada al  ser una ley «arcaica», «mercantilista» y «elitista», que ignora a la comunidad educativa y convierte la palabra ‘educación’ en «una mercancia».

Desde Izquierda  Unida-Unidad Popular (IU-UP), Sol Sánchez ha advertido al PSOE de su «primer incumplimiento» parlamentario al no plantear la derogación «absoluta» de la norma. De hecho, espera que esta iniciativa no suponga «una deriva hacia tiempos pasados».

Por parte de Democracia y Libertad (DL), Antoni Postius, ha argumentado que hay que derogar la LOMCE porque ésta «invade competencias de Cataluña» en

materia de educación y lengua propia y «transgrede» el régimen lingüístico establecido en el Estatut «con clara intencionalidad política».

Eso sí, ha advertido de que esta iniciativa no les satisface del todo, de acuerdo con el acuerdo parlamentario de 2013 de derogar la ley, por lo que en el trámite de enmiendas ha avanzado que solicitará suprimir el mecanismo que permite que, si no se garantiza el criterio del ministerio sobre la oferta del castellano en Cataluña, sea ésta la que pague la factura de la escolarización en castellano de los menores en centros privados.

La abstención de C’s

Desde Ciudadanos, Toni Roldán, ha justificado su abstención a esta iniciativa en que ésta se presentó antes de su acuerdo de gobierno con los socialistas, además de que propone volver a la LOE socialista, cuando lo pactado es una nueva ley que resuelva los actuales problemas de la educación.

El diputado de UPN Carlos Salvador ha justificado su abstención en la admisión a trámite de la proposición de ley socialista porque, como ya hicieran en la aprobación de la LOMCE, considera que la iniciativa «no aborda los temas importantes de la educación» y además, ha advertido de que, de aprobarse, crearía «más conflictos» en lugar de intentar resolver problemas.

Por parte de Coalición Canaria, Ana Oramas, ha subrayado que la LOMCE nació sin el consenso del sector educativa, ni el de las comunidades autónomas, destacando que las evaluaciones externas es una de las medidas que «más» les preocupan porque, en su opinión, establecerán rankings entre centros escolares.

Fuente: http://www.elmundo.es/sociedad/2016/04/05/57040e3622601d42488b4607.html

 

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Construyendo una República de muchas voces: ¿Cuál es mi lugar en el mundo? (parte II)

(continuación del mismo articulo con igual nombre)

 

El “Pensum Ciudadano” comienza con el “Primer Conjunto Básico de Preguntas”:
1. ¿Por qué estamos, profesores y estudiantes, en escuelas por la libertad?
2. ¿En qué consiste el Movimiento por la Libertad?
3. ¿Qué alternativas nos ofrece el Movimiento por la Libertad?
Estas eran preguntas que había que plantearse continuamente. Una y otra vez. El “Segundo Conjunto de Preguntas” era:
1. ¿Qué nos gusta de la cultura predominante?
2. ¿Qué no nos gusta de la cultura predominante?
3. ¿Qué tenemos y queremos conservar?

Tales preguntas eran formuladas para provocar un sentido de acción y poder en los estudiantes para permitirles que piensen por sí mismos y descubrir, mientras piensan, sus propias habilidades,  capacidades, esperanzas y aspiraciones. Ellos ya tenían en su cabeza y experiencia las respuestas, al menos en parte. Y, ya que no existe una simple y “correcta” respuesta a estas preguntas, todos los estudiantes tendrían una porción de la razón a medida que desarrollaban sus respuestas, exploraban la complejidad a través del diálogo, una y otra vez, con cuestionamientos continuos. No existía el sentimiento de gente que era definida por sus defectos, cacareos sobre estudiantes “en riesgo” o de una comunidad aberrante. Como escribieron Paul Lauter y Florence Howe, dos voluntarios de las Escuelas por la Libertad, “La confianza en el diálogo viene dada porque se supone, primero, que el
hablar, decir palabras, constituye un paso necesario para descubrir la identidad propia y social. Segundo, el descubrimiento público, decir palabras en un grupo, puede guiar a la acción…” La participación pública y la responsabilidad social en el salón de clases, el respeto por la decencia, el valor y compromiso para con todo ser humano y la adquisición de conocimientos y habilidades, todo esto en lugar de la sumisión, el miedo, la duda hacia uno mismo y la opresión. Los estudiantes dicen las palabras y por consiguiente nombran el mundo. Los estudiantes cambian y, de esta manera, fijan las condiciones para cambiar la sociedad.
***
Estamos en la búsqueda de una pedagogía basada en la experiencia y la participación, una pedagogía que se ubique y se expanda más allá de sí misma, una pedagogía crítica que sea capaz de cuestionar, re-pensar y re-imaginar. Estamos en la búsqueda de una enseñanza que esté viva y sea dinámica, que ayude a los estudiantes a enfrentar la pregunta: “¿Cuál es mi lugar en el mundo?”

En este sentido, me gustaría hablarles de mi hermano menor, Rick, quien ha sido profesor de inglés, humanidades y periodismo en la Secundaria Berkeley desde 1995. Rick obtuvo el título de Lenguas Clásicas y comenzó a dar clases algo tarde, luego de haber sido organizador, activista, chef y muchas cosas más. He pasado algún tiempo asistiendo a sus clases para observarlo. Lo respeto y admiro profundamente y es realmenteun profesor extraordinario. Pero, antes de continuar, debo advertirles sobre mi sesgo y, por ello, debo admitir que existe cierta posibilidad de distorsión.

Como ya he mencionado, respeto y admiro a Rick como profesor y lo quiero como persona y hermano, por lo tanto mi punto de vista no será objetivo. Siempre pienso sobre la forma valiente y llena de sentido con la cual ha vivido su vida, sobre la aguda inteligencia que aplica para enfrentar los obstáculos que se le presentan a diario (al igual que a todos nosotros) y, lo más destacado, sobre la profunda humanidad que muestra con los compromisos que asume para los proyectos, para afrontar los retos a la hora de impartir clases, con su familia o con las comunidades.

Para darle una dimensión a mi sesgo, les tengo que decir que cada vez que Rick me escucha que cuento una anécdota sobre una de sus clases o describo lo que, a mi parecer, es uno de sus momentos emblemáticos, él dice, generalmente mucho después y con su modestia característica, “realmente me gustó tu historia sobre mí. Es mucho mejor de lo que realmente sucedió”.  Los dos reímos, pero yo con cierta incertidumbre.

La primera impresión que tengo cuando entro en una de sus clases es que todos, Rick, los estudiantes, y hasta yo que soy su invitado, nos sentimos absolutamente cómodos. No existe ninguna de las formalidades forzadas o de las incomodidades evidentes que son típicas en muchos salones de clases ni tampoco la tensión feroz o el miedo o la ritual indiferencia que es el común de muchas escuelas y, sobre todo, en los liceos.

Rick está trabajando en su computadora, pero sube la vista para saludar a cada estudiante a medida que van entrando al aula. Quizás le pregunte a uno de los estudiantes sobre como sigue su hermano mayor luego de la cirugía en la rodilla y a otro sobre como le va con su preparación para entrar en la universidad. A la larga, la clase continúa sin interrupciones y se siente como si solo fuera una conversación continua, la cual es temporalmente interrumpida cuando se dan cuenta que la hora de clase se acabo hace rato. “Yo solía caer en pánico intentando hacer todo lo que tenía en mente”, me dice. “Sin embargo, terminé dándome cuenta que siempre hay un mañana”.

Hay grandes interrogantes que animan la enseñanza de Rick, preguntas a las cuales él regresa una y otra vez porque son generativas, expansivas e inagotables: ¿Qué significa ser un Ser Humano?, ¿Qué significa ser educado?, ¿Qué significa asumir responsabilidades para uno y para con los demás? Lo importante, en su opinión, es “llevar a cabo actividades que permitan a los estudiantes que se reconozcan como sujetos, actores de sus propios dramas, autores de sus propias historias, hacedores de sus propios mundos”.

Rick tiene un desorden de libros, trabajos y proyectos sobre su escritorio, pero los revisa constantemente, lo cual le indica a uno que mantiene cierto orden. Es parecido a su lugar de trabajo en su casa. Los alumnos también tienen escritorios para regar sus libros, trabajos y proyectos, y en algún punto de la clase, pareciera que, todos están comiendo. “Nunca entendí porque hay reglas que prohíben comer en clases”, dice Rick. “Los adolescentes tienen hambre todo el tiempo así que ellos quieren comer todo el tiempo. La obsesión de los adultos de las comidas a ciertas horas es una especie de mito puritano que no ha sido revisado, así como una receta para el desastre”. Sus alumnos entran a su clase, se acomodan y comienzan a comer. “Yo puedo leer y comer al mismo tiempo”, añade. “Puedo comer y pensar, comer y seguir una conversación. Por supuesto, no tengo ganas de comer cada media hora, pero al parecer ellos si. Así que si eso los hace felices ¿Por qué no?”.

Rick siempre consigue la manera de explotar el pensum para encontrar preguntas más profundas. Cuando le tocó dar una clase sobre el poema más extenso y conocido de Walt Whitman, “Leaves of Grass” (Hojas de hierba), llevó a su clase el tributo de Langston Hughes a Whitman “I, too, Sing America” (Yo también canto América). Sus estudiantes pronto estaban cantando América desde el caleidoscopio de ventajas y de pronto tenía un proyecto en mente que combinaba historia y literatura, eventos de la actualidad y periodismo, antropología, sociología y más. Llevó una película, un ensayo, una historia corta, fotografías, y jugó con el conocimiento adquirido, con las categorías de razas del sentido común que llenan de locura y opresión la historia de Estados Unidos. Les hizo un llamado a sus estudiantes para que se resistieran a que les convirtieran sus vidas en vidas estrechas definidas solo por la raza de cada quien, les recomendó viajar. Los estudiantes leyeron, tomaron fotografías, entrevistaron gente, y cada uno de ellos terminó escribiendo un poema que tenía que comenzar con:

“Me pidieron que escribiera sobre mi raza
Lo pienso seriamente
Voy a escribir la verdad
Y tengo que leer mi respuesta,”
Y tenían que terminar diciendo:

“Pero me detengo y simplemente escribo”.

A continuación algunos ejemplos de los trabajos entregados por los estudiantes:

1) Me pidieron que escribiera sobre mi raza
Lo pienso seriamente

Voy a escribir la verdad
Y tengo que leer mi respuesta,

Tengo un hermano, una hermana, una madre y un padre,

Tengo la revista Turbo que me leo todos los días
Para aprender más como poner los carros a punto

Tengo un Honda Prelude, un Ferrari F-50, un Ferrari
360 Modena, un Toyota Supra y un Chevrolet
Corvette C-12 pegados en mi pared.

Tengo profesores que me enseñan y me ayudan
A meter más conocimiento en mi cabeza

Tengo un equipo de béisbol favorito
Creo que van a ganar la Serie Mundial
Los Bravos de Atlanta.

Respeto a los mayores y a mis compañeros de escuela

Tengo la suficiente confianza para saber que voy a
Terminar la escuela y me convertiré en un muy buen ingeniero automotriz

Tengo una casa con patio trasero y grama

Tengo amigos que siempre están ahí cuando los necesito

Soy de tez morena y tengo el cabello negro y corto
Ojos marrones

Me apasionan los carros

Tengo talento para jugar béisbol y fútbol

Pero me detengo
Y simplemente escribo
“Salvadoreño”
2) Me pidieron que escribiera sobre mi raza

Lo pienso seriamente

Voy a escribir la verdad
Y tengo que leer mi respuesta,
Pero es difícil cuando tienes
Que poner todo lo que te hace ser la persona

Que eres y dejar solo tu
Apariencia exterior, tu color de piel.

Pienso sobre mí,
Hay mucho más de mí
Que lo que muestra mi color de piel.

Me corre sangre verde escocesa y de las montañas,
Y pies bailarines congoleses.

También tengo en mi piel y cabello Pies Negros y Seminole.

Tengo besos de chocolate en mis ojos
Y el sentido de valor de mi padre hacia la vida y la felicidad.

He tenido novios y juguetes

Y estas lindas curvas en mi cuerpo.
Pero me detengo
Y simplemente escribo
Afro-Americana

3) Me pidieron que escribiera sobre mi raza
Lo pienso seriamente
Voy a escribir la verdad
Y tengo que leer mi respuesta,

Como mis ancestros dormían, se despertaban y morían
Dejando rastros para que el tren pasara algún día
Como miraban al otro lado de la bahía
Hacia la ciudad resplandeciente desde la isla de los ángeles
Como fueron desgarrados de la tierra,
Su carne desgarrada de sus huesos por bombas
Como miraban desde los campos,
Los establos de caballos enojados que eran cabalgados
Forzados a llamar a casa y preguntarse por que seguían ocurriendo
atrocidades
Pienso en todo esto pero me detengo
Y simplemente escribo
Asiático.
4) Me pidieron que escribiera sobre mi raza
Lo pienso seriamente

Voy a escribir la verdad
Y tengo que leer mi respuesta,
¡Soy una princesa gitana! Mi papá es un gitano romano
Mi abuela por parte de papá era bailadora de flamenco
Mi apellido es escocés
Mi familia tiene un castillo en Escocia
Mi papá tiene cabello y ojos negros
Yo soy rubia
Soy árabe,
Mi Jedu, o abuelo por parte de mamá
Vino de Irak para estudiar en la universidad,
Su nombre es Yasmeen, como la flor de Jazmín
Mi mamá tiene pelo negro y tez morena

Tengo sangre alemana,
Mi bisabuela llegó en barco,
Con cinco hijos a Estados Unidos
Mi abuela es India Americana, Apache
Ella habla su idioma
Cuando la gente supone mi raza,
Dicen que soy blanca o “Americana”
Mi abuelo tiene acento árabe
¿Realmente soy blanca? De ninguna manera, bueno…
¿Eso acaso dice quién soy?
¿Podrían saber la verdad?
Tengo ojos azules
¿Me mirarán extrañados luego que entregue mi trabajo?
Tantas preguntas…
Pero me detengo
Y simplemente escribo
De dos razas
Los estudiantes de Rick están luchando por encontrar su lugar en el mundo, su plenitud, participación y libertad luchando contra los lugares comunes, la barrera de las categorías raciales y los encajonamientos. El salón de clase de Rick es agradable, como ya he comentado, pero eso no quiere decir que sea tranquilo. El se ha inventado algo con sus estudiantes a través del trabajo duro decidido y una intención con un fin. Ellos han leído juntos sobre razas e identidad sin dejar de discutir sobre sus vidas, sus antecedentes o sus futuros. Han creado retratos diarios donde las conversaciones son vívidas y extensas, han leído Studs Terkel y Anna Devere Smith, han aprendido a entrevistar gente (primero entre ellos, luego a familiares y por último a la comunidad) para así crear “archivos históricos orales” y capturar una amplia gama de experiencias, reflexiones e interpretaciones.
Se están descubriendo a si mismos como gente libre, autores, pensadores y ciudadanos. Ellos nombran el mundo, se nombran a si mismos y en el proceso ellos crean para si un salón de clases que es una república de
muchas voces. Rick no permite que el trabajo de los estudiantes simplemente llegue a su escritorio para luego regresárselo al estudiante como si lo único útil de esta relación estudiante-profesor fuera el hablar con él, o que la única motivación fuera un puntaje en la boleta final. Los proyectos desarrollados y refinados, editados y re-hechos. A la postre, todos los trabajos llegan al dominio público con un fin más provechoso, ya sea en la pared de poesías de
la escuela, un vídeo, o una pequeña revista o periódico con una recopilación de los trabajos.
***
James Baldwin en su libro “A Talk To Teachers” (Una charla con los profesores) describe la paradoja central de la educación:

El propósito final de la educación es de desarrollar en la persona
la capacidad de mirar el mundo por si misma, tomar sus propias decisiones,
decirse a si mismo si algo es blanco o negro, tomar su propia
posición de si Dios y el cielo existen o no. Hacerse preguntas sobre el
universo y aprender a vivir con esas interrogantes es la manera como
cada quien alcanza su identidad. Sin embargo, ninguna sociedad está
realmente ansiosa de tener ese tipo de personas a su alrededor. Lo que
las sociedades realmente, idealmente, quieren es una masa de ciudadanos
que solo obedezcan las reglas que les imponen.

 

No existe nada más refrescante (ni más peligroso) que una mente que se cuestione a si misma. Un profesor puede demostrarlo, personificarlo y promoverlo en sus estudiantes. Por ejemplo, una manera de hacerlo es cuestionando el contenido programático a medida que se va enseñando el mismo. Esto podría llamarse “enseñando el conflicto”, como le dice Jerry Graff, es decir, enseñar, por ejemplo, Huckleberry Finn y a la vez enseñar todas las peleas, controversias y críticas que existen sobre este libro: ¿La historia promueve el irrespeto a las leyes? ¿Glorifica la ignorancia? ¿No es adecuado para lectores jóvenes? ¿Es racista? Enseñar Huckleberry Finn junto con historia, literatura crítica u otros libros está repleto de posibilidades pedagógicas.
Ciertamente esto significa leer la historia como algo esencialmente escrito por humanos y acercarse a cada texto como un igual y no como un consumidor, como un agnóstico y no un acólito. Estudiantes con mentes propias y también profesores con mentes propias, esto es una república de muchas voces, un espacio donde la más amplia gama de estudiantes pueden encontrar tanto lo que les es familiar como lo que les es extraño, lo que los nutre y lo que los desafía, una variedad de cosas que los involucran y los expande.
Insistimos en la libertad para pensar y decir lo que nos parezca. Estamos en contra de ser intimidados por los triunfalistas, los que mandan y los poderosos así como por los ortodoxos que dicen estar de nuestro lado. Insistimos en la independencia, pero al mismo tiempo, paradójicamente, aceptamos que nosotros vamos y debemos unirnos, sentirnos identificados con grupos y causas, y tomaremos posiciones. Tengo que convencer a mis estudiantes y ustedes deben intentar convencer a los suyos para que miren el mundo por ellos mismos y tomen sus propias decisiones. Debo insistir en que todos tenemos una forma de pensar distinta, todos hablamos con una voz distintiva (ustedes serán una prueba viviente), siendo protestatarios ante el poder cuando fuese necesario, articulando la verdad, desinflando el clamor autoritario que pide capturar todos los espacios disponibles, buscando lo que no se conoce, lo que se ha olvidado.
Para querer a nuestros estudiantes tenemos que inculcarles el amor propio y la confianza en ellos mismo. Si yo deseara convertirme en un buen profesor, debo defender a mis estudiantes, sobre todo de mí. Por lo tanto, les enseñaré a tener una consciencia crítica y no crédula, escepticismo y no una creencia obediente, curiosidad antes de una fe ciega. No quiero reverencias por lo que digo. No quiero discípulos.
La pensadora luminaria, la diva transgresora y prolífera escritora Bell Hooks (Gloria Jean Watkins) dice que la educación puede ser la puesta en práctica de la libertad cuando los salones de clase son vistos como “un espacio para lo posible”, un sitio donde debemos obligarnos a tener “una mente y corazón abiertos que nos permita enfrentar la realidad al tiempo que imaginamos colectivamente maneras de ir más allá de las fronteras, de transgredirlas”. Una enseñanza que invita a cuestionar y cruzar las fronteras, que permite la curiosidad y la transgresión, indagar e ir más allá. Este tipo de educación, este movimiento educador es el que Hooks llama la práctica de la libertad.
En un encantador documental francés llamado “To Have and To Be” (Tener y ser), conocemos a Georges López, un hombre de mediana edad que es maestro en una casa-escuela rural en Francia y quien tiene a su cargo cerca de doce niños con edades entre los cinco y doce años, aproximadamente. La película comienza con una larga toma tranquila del vacío salón de clases, las sillas sobre los escritorios, cuadros llamativos por todas partes, plantas, fotos, lápices y marcadores. El aula está descansando y uno puede anticipar una explosión súbita de energía joven cuando comience el día. Pero la toma tarda bastante. Y luego, sin ninguna fanfarria, una tortuga sale de entre un estante, y después otra más. Se observan las dos caminando pesada y lentamente por el piso con pesadez, en un contrapunto.
El baile de las tortugas es una metáfora sobre la enseñanza de López: todo es lento, nada apurado. En un mundo de un todo al instante, de aceras y escaleras que se mueven, de comida rápida y palabras procesadas, López reconoce que el crecimiento de un ser humano toma tiempo. Hay tiempo para involucrarse, para correr tras proyectos, tiempo para cometer y corregir errores y tiempo para resolver pequeños conflictos que siempre se presentarán en un grupo. Casi no se evidencia el típico encuentro superficial y el plan apurado (minutos para esto, minutos para aquello): el pensum de “Yo sé, tu no sabes”. Los cinco sentidos están comprometidos, los niños más grandes ayudando a los más chicos, todos tienen responsabilidades, expectativas, trabajos, metas y límites. Hay un sentimiento palpable de
crecimiento y cambio, euforia porque el salón no es igual a como era el día anterior o a como va a ser el día siguiente: ni los estudiantes ni el maestro. Todos ellos se encuentran en un viaje sin un comienzo claro y sin un final a la vista.

En un salón de clases de segundo grado de primaria que visité en Chicago observé una cartelera de actividades, una cartelera de limpieza y una cartelera de libros favoritos; un mapa de las calles, del tránsito y mapas de distintos lugares del mundo que compartían su espacio con mapas dibujados por los estudiantes sobre el salón de clases, el vecindario, y de sus casas; un área de cocina con una “barra de jugos” y afiches llamativos representando “Fideos”, “Ajíes”, “Hongos”, “Quesos del mundo” y “Colorantes naturales”; las huellas de la mano de cada niño con sus firmas, diarios, diccionarios, tesauros, “mini libros”, íconos, libros de matemáticas, rompecabezas y juegos de mesa; títeres; cubos; un recipiente con hojas de árboles; un sofá y una alfombra; dos largos troncos de árboles; y un tarro con pedazos de madera. Al igual que con el salón de clase de López, el ambiente se sentía que era rico y profundo, incitante y potencialmente incluyente. Estaba deslumbrado por todos esos detalles que nunca había visto ni se
me habían ocurrido (por ejemplo, un icono para cada estudiante que ellos mismos seleccionaban, símbolos como un sol o un cepillo de dientes que se colocaban junto al nombre de cada niño en el pizarrón, en los cubículos, en el libro o en un papel), me impactaron por considerarlos una ayuda inteligente para cuando se está aprendiendo a leer; todos los libros hechos por ellos personalizados, un “tesauro” y un libro de matemáticas me mostraron cuanto más se podría expandir el sentido de creadores y autores entre, incluso, estudiantes muy jóvenes. Pero lo que más me impresionó de esta colección de artefactos no fue nada de lo que ya he mencionado. Estaba impactado por la sensación de que este espacio para la enseñanza era un diseño intencional de una inteligencia particular, que el arquitecto de este ambiente tenía un propósito y una visión de sus estudiantes y de si mismo y que sus esperanzas, prioridades y compromisos fueron maquinados hasta el más mínimo detalle en esa aula.
***
En noviembre de 1999, mi hermano estaba leyendo un periódico de Oakland y encontró un artículo sobre la muerte de una niña india de 16 años llamada Sitha Vemireddy. Murió por envenenamiento por monóxido de carbono. Al parecer un accidente en su casa que se encontraba a dos cuadras del Liceo Berkeley. Esto le llamó la atención a Rick ¿Conocían sus estudiantes a Sitha Vemireddy?, ¿Estudiaba ella en Berkeley?, ¿Por qué no se mencionaba a ningún familiar? Se llevó el artículo de prensa al colegio y preguntó si alguien lo había leído. Por supuesto nadie lo había hecho. Los adolescentes no leen periódico. Sin embargo, muchos sentían la misma curiosidad que él y dos de sus estudiantes de periodismo, Megan Greenwell e Ileana Montauk, salieron en busca de Sitha Vemireddy esperando poder contar su historia.
Descubrieron que ella no era estudiante de Berkeley ni de ningún otro liceo de la zona, así que continuaron su búsqueda entre la comunidad Sur Asiática. La curiosidad y determinación de Greenwell se incrementó cuando fue rechazada bruscamente por el dueño de un restaurante donde quizás había trabajado Vemireddy. En cuestión de días, las dos estudiantes escribieron una historia en el periódico del colegio que fue la noticia principal de California por semanas “Muere joven inmigrante”, era el título, y el subtítulo: “La comunidad Sur Asiática dice que estaba ‘contratada’”. Dos niñas de liceo volaron la tapa de uno de los mayores contrabandos que consistía en la venta de mujeres en la India para luego ser llevadas a Estados Unidos ilegalmente a trabajar como meseras, obreras, domésticas o prostitutas.
Todo comenzó por la simple curiosidad de conocer un poco sobre el mundo en que vivimos. La noticia fue descubierta con tenacidad y valentía. Se conectó con asuntos de mayor envergadura como el empleo y las leyes, moralidad y ganancia, la migración voluntaria y forzada, políticas de inmigración, el estatus de la mujer y la lista continúa. Al final, dos prominentes hombres de negocios fueron arrestados y llevados a juicio, y una compañía de Hollywood le compró los derechos de la historia a Greenwell y Montauk. Esto último llevó a que hubiera más reflexiones, más pensamientos profundos y le añadió más complejidad. Las jóvenes reporteras decidieron enviar un tercio del dinero que recibieron a la familia de Sitha Vemireddy en la India, pero se dieron cuenta que ellas no podrían enviar un gran cheque a un poblado rural pobre sin consecuencias potencialmente violentas. Esto las condujo a las Naciones Unidas y a una organización no gubernamental que trabaja en la zona y las pudieron ayudar. El aprendizaje continúa.

La educación democrática se caracteriza básicamente por el diálogo, el cual es el vehículo para la discusión, la deliberación, la reconsideración y la transformación. En todo diálogo existe la posibilidad de cometer errores o de interpretar erróneamente, de luchas y emociones y también de crecimiento y cambio debido a que el verdadero diálogo es un acto espontáneo de pensar en voz alta, basado en reconocer que pensar es, en gran parte, una actividad social que es imposible de alcanzar sin estimular otras mentes. En un diálogo hablamos con la posibilidad de ser escuchados, de tocar corazones y cambiar ideas, y escuchamos con la posibilidad de alterar el ángulo de nuestro propio punto de vista. Comenzamos con la seria intención de comprometer a otros, pero ya que estamos entrando en el reino de lo flexible y recíproco, a veces incluso de lo alegre, sabemos que esta jornada nos va a cambiar. El diálogo enciende nuestra imaginación y nos empuja mucho más lejos.
El diálogo también forma comunidades, aun si la comunidad que crea está llena de conflictos. Puede ser el presagio del desequilibrio, revolviendo nuevas conciencias, nuevas empatías, nuevas maneras de apreciar lo complejo. Nos acercamos con convicción moderados por el agnosticismo, escepticismo, duda y por una sensación de lo fortuito. Nuestra meta no es hacer valer nuestro punto de vista, sino el ser transformados. Nuestra obligación es interrogar, explorar, prestar atención y observar más a profundidad una y otra vez. A través del diálogo descubrimos la posibilidad de re-denominar las cosas, de alcanzar algo nuevo. Nadie permanece exactamente igual.
El diálogo auténtico lleva a un conflicto esencial en la enseñanza, el conflicto entre el profesor que sabe y los estudiantes que no saben, y nosapunta hacia la síntesis. En el diálogo, el profesor se convierte en el estudiante
de sus estudiantes y estos se convierten en los profesores de su profesor. Las líneas son borrosas, la autoridad subvertida y una nueva travesía comienza.
El diálogo es un impulso democrático, un gesto participativo basado convincentemente en la capacidad de cada persona. Es un reconocimiento al clamor de los demás así como un reconocimiento de las propias imperfecciones.
Admitir que, por supuesto, uno no lo sabe todo. Aceptar la poca confiabilidad de cualquier investigación, en especial las propias, la contingencia de todo conocimiento y la multiplicidad de perspectivas e interpretaciones. Si se intenta, todo ello debería ser motivo de emoción y una razón para tener esperanzas, no para desesperar.
***
Existen Escuelas por la Libertad contemporáneas. Lugares donde la experiencia es el punto de partida para pensar, donde el diálogo, la investigación y las actividades autodidactas guían a la transformación de los estudiantes y de sus comunidades. Una de ellas es la escuela Detroit Summer, la cual fue organizada hace una década por los activistas Jimmy Boggs y Grace Lee Boggs. Jimmy ya falleció, pero Grace, con sus 88 años todavía le inyecta visión, inspiración, sabiduría y energía al proyecto.
El objetivo de Detroit Summer es darle un nuevo espíritu, redefinir y reconstruir Detroit desde abajo, para  enriquecer la vida de la comunidad gracias al trabajo de raíz llevado a cabo por los ciudadanos comunes. En el primer tríptico de Detroit Summer, Grace Lee Boggs escribió: “Nuestra preocupación se enfoca en como nuestra ciudad ha sido desintegrada social, económica, política, moral y éticamente”. Ella y sus colegas estaban convencidos de que ninguna compañía iba a ir a resolver sus problemas y que dependía de ellos “poner nuestro corazón, nuestra imaginación, nuestra mente y nuestras manos juntas para crear una visión y diseñar programas concretos para desarrollar empresas locales que provean trabajos útiles e ingresos para todos los ciudadanos”.
Detroit Summer agrupa estudiantes universitarios, de liceos y gente de la comunidad en talleres y diálogos intergeneracionales para explorar asuntos históricos y teóricos, para establecer agendas y crear planes para un ambicioso programa de trabajo y actividades. Los organizadores aseguran que las escuelas de Detroit despojan a sus estudiantes de muchas cosas, sobre todo del derecho de pensar y escoger, y que por tal motivo ellos establecen un modelo explícitamente diferente, basado en el conocimiento, el pensamiento, la crítica y la escogencia. Todos on participes, sujetos históricos, no objetos, y todos hacen preguntas sobre lo que les causa problemas o lo que les gusta. El trabajo en Detroit Summer involucra búsqueda, servicio a la comunidad, investigación y acción. En el
pasado esto ha sido materializado con trabajos de reciclaje, reconstrucción la ciudad y para crear espacios públicos para el diálogo con las comunidades, transformar terrenos baldíos en jardines comunitarios y crear un taller de bicicletas donde se les enseñaba a los jóvenes de la comunidad como reparar sus bicicletas que representaban su medio de transporte en una ciudad con un sistema de transporte deficiente.
La Detroit Summer enfrenta al modelo educativo convencional el cual se asemeja al organigrama de cualquier fábrica con estudiantes pasivos e inertes y profesores autoritarios que solo mandan a llenar espacios en blanco, con un modelo de gente joven motivada a aprender porque se les promueve a resolver problemas reales de sus vidas y comunidades. Representa una alternativa vital al mundo que están recibiendo.
Julia tenía 16 años cuando fue por primera vez a Detroit Summer. Ella estaba encantada con su colegio mientras era niña y estaba ansiosa por comenzar la secundaria, para comenzar lo que ella pensaba sería una educación real y sustanciosa. “Leer libros me apasionaba”, dijo. “Solo el hecho de aprender nuevas cosas me emocionaba”. Pero la secundaria no fue lo que ella esperaba. “El aprendizaje estaba completamente perdido en mi liceo”, dijo. “Todo era ‘párate aquí… ve para allá… formen una fila’” La lista de no esto o no aquello ocupaba todo el espacio disponible y los niños aparentemente sin vida se arrastraban alrededor de la escuela, desilusionados, nulos, desconectados.
En Detroit Summer ella encontró algo más parecido a lo que esperaba, discusiones tendidas sobre asuntos interesantes, desde la estructura de la poesía hasta el porque de tantas casas dilapidadas por todas partes.
“Hablábamos y leíamos”, comentó. “Y también hicimos cosas”. En su primer año, ella junto a otros estudiantes limpiaron un terreno baldío y construyeron un jardín de vegetales y flores.

La hermana menor de Julia, Angela, quien tenía 12 años para aquel entonces, pasaba por ahí y participaba un poco en todo, sin embrago, los talleres de poesía fueron los que realmente incendiaron su imaginación. Angela fue alumna de Detroit Summer por una década, se graduó de la universidad y es Voluntaria de los Cuerpos de Paz de Perú. Para Angela, la Detroit Summer y sus talleres de escritura se convirtieron en educación como práctica de libertad.
Otro ejemplo de una Escuela por la Libertad moderna es la red de talleres de alfabetización organizada por el brillante educador de la comunidad, Hal Adams. Él ha organizado talleres desde Seattle hasta Boston, pero yo solo he visto los de Chicago. Se inspira en una frase que le atribuye a Antonio Gramsci: Todos somos filósofos. Los talleres comienzan con Hal presentando la idea germinal y luego provocando una discusión sobre el porqué es relevante. Hal Adams considera que el poder y la dominación son mantenidos no solo por el garrote y las armas: si controlas ideas también controlas vidas. Si la gente común puede tener confianza en sus propias ideas, sus creencias, si se pueden ver a si mismos como actores y no simplemente como objetos, entonces ellos tendrán los medios para desafiar el control que otros ejercen sobre ellos.
Hal piensa que cuando la gente común adopta las ideas de los dominantes y de los poderosos, dejando a un lado sus propias ideas y experiencias como algo menos importante, las personas están limitando el alcance de su imaginación y, por lo tanto, de sus propias acciones. Él quiere que sus estudiantes comiencen con sus propias experiencias para que desarrollen la confianza en si mismos y en sus ideas, para luego expresarlas públicamente permitiendo que las verdades esenciales pero olvidadas se conviertan en semillas para el cambio.
Un taller de madres que se reunía a las 09:00 a.m. en una escuela pública de Chicago comenzó con un ensayo sobre las experiencias vividas esa misma mañana. Cuando leyeron sus trabajos, una mujer comentó sobre un edificio abandonado por el cual pasaba todos los días y que le causaba temor. En la discusión subsiguiente, se hizo claro que los demás compartían su punto de vista y pronto muchas mujeres comenzaron a escribir sobre “edificios  abandonados” y “un mundo peligroso”. Lo que ella había experimentado como algo personal y privado resulto ser un sentimiento común que se hizo público en la clase. En los meses posteriores, las mujeres investigaron sobre la ley de vivienda, fueron a los tribunales y recibieron una orden para condenar la propiedad. Inspiradas en sus acciones, las mujeres fundaron un Comité Asesor de Base para tomar medidas en cuanto a otros abusos que se cometían en la comunidad. Estas mujeres descubrieron que lo que puede parecer un ensayo sencillo puede llegar a contener una significación importante y que, trabajando juntas, ellas son capaces de llevar a cabo ideas y actividades. Hal opina que es necesario pensar por uno mismo, para alcanzar la liberación y las metas a través los esfuerzos de nuestro
colectivo, en vez de acudir a autoridades externas. Además insiste que todos deberíamos trabajar juntos por un mundo mejor y más justo y aquellos que no se dan cuenta de esto son los analfabetas, sin importar si saben leer.
***
Nosotros los profesores nos ponemos del lado de los estudiantes. Creamos un espacio donde las voces puedan ser escuchadas, sus experiencias afirmadas, sus vidas valoradas, su humanidad proclamada. Los estudiantes no pueden entrar a las escuelas como “objetos”, simples cosas, aparatos y dispositivos, y salir como “sujetos”, con autodeterminación, concientes, con sentido, pensantes, interesados, auto-activados y libres ¿Cuál es mi lugar en el mundo? Unan sus manos, el lugar de ustedes no es a un lado, ven a la mesa, siéntate con los demás. Esta es tu mano. Esta es tu realidad. Aquí es donde nosotros nombramos el mundo y juntos alcanzamos nuestra humanidad. El diálogo comienza.

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