Brasil, democracia de luto, nossa América na luta (Port. / Esp.)

Por Adolfo Pérez Esquivel

Problemas da educação não são resolvidos com menos educação, problemas de transparência não são resolvidos com menos transparência, os da igualdade não resolvidos com menos igualdade, nem os problemas da democracia se resolvem com menos democracia.

Um punhado de parlamentares acusados de corrupção pré-condenou discursiva e midiaticamente uma presidenta – eleita pelo voto majoritário de seu povo – por atos de corrupção que não foram comprovados. Como não podiam removê-la do cargo por esta razão, criminalizaram atos de governo públicos e publicados, que já foram usados por governos anteriores e de outros países, estabelecendo um grave precedente jurídico para os atos de governo de administrações atuais e futuras da região.

Então, por que a presidente Dilma Rousseff não é mais presidente do Brasil? Sim, porque houve um golpe parlamentar.

Falei na reunião de 28 de abril no Senado do Brasil, disse aos senadores que o País estava caminhando para um “golpe de Estado”. A verdade envergonha alguns e fortalece outros. Não é por acaso que, depois de minhas palavras, senadores da oposição exigiram censurar minha frase no registro taquigráfico.

Se já era questionada a democracia representativa por deixar as pessoas em um quase-estado de desamparo, no qual os governantes podem fazer o que querem e não o que devem. Com este golpe no maior país da América do Sul, nem mesmo a democracia representativa está garantida. Ou seja, no momento em que 51 senadores podem votar contra 54 milhões, a democracia entra em luto.

Alguns governos latino-americanos retiraram seus embaixadores como um sinal de compromisso com o futuro das nossas democracias. E os órgãos regionais deveriam exigir que o governo usurpador convoque novas eleições.

Enquanto isso, o povo brasileiro tem o nosso apoio nesta fase de resistência para a defesa das nossas democracias. Não é a primeiro golpe brando neste século e não será o último, pois há muitos muitos embaixadores do golpismo.

Esta é uma operação regional que não para no gigante do sul, e logo vai para a Venezuela, Equador, Bolívia… para o futuro de todas as alternativas políticas que não querem abaixar a cabeça. A esperança é sempre nos povos, que são os fiadores para democratizar as democracias, para converter o luto em vida, o luto na luta.


Brasil, democracia de luto, nossa América na luta

Los problemas de la educación no se resuelven con menos educación, los problemas de la transparencia no se resuelven con menos transparencia, los de la igualdad nunca se resuelven con menos igualdad, así como tampoco los problemas de la democracia se resuelven atacando la democracia.

Un puñado de parlamentarios acusados de corrupción, precondenó discursiva y mediáticamente una presidenta electa por actos de corrupción que no fueron comprobados. Pero como no podían desplazarla de su cargo por este motivo, criminalizaron actos de gobierno públicos y publicados, que ya habían sido usados por gobiernos anteriores y de otros países, sentando un grave precedente jurídico para los actos de gobierno de administraciones actuales y futuros de la región.

Entonces, ¿Que pasó? ¿porqué la Presidenta Dilma Rousseff ya no és Presidenta de Brasil? Sí, porque hubo un golpe de Estado parlamentario.

La verdad avergüenza a algunos y fortalece a otros. Yo hablé en la sesión del día 28 de abril del Senado de Brasil, les dije a los senadores que el país se estaba encaminando a un “Golpe de Estado”. No es casualidad que luego de mis palabras los senadores opositores exigieran censurar mi frase en la versión taquigráfica.

Si ya era cuestionada la democracia delegativa por dejar a los pueblos en un cuasi-estado de indefensión, donde los gobernantes pueden hacer lo que quieren y no lo que deben. Con este golpe al país más grande de sudamérica, ya ni siquiera la democracia delegativa está garantizada. Así es, en el momento en que 51 senadores pueden votar contra 54 millones, la democracia entra en luto.

Algunos gobiernos de América Latina retitarán sus embajadores en señal de compromiso con el futuro de nuestras democracias. Y los organismos regionales deberían exigir que el gobierno usurpador convoque a nuevas elecciones.

Mientras tanto el pueblo brasilero cuenta con todo nuestro apoyo en esta etapa de resistencia para la defensa de nuestras democracias. No es el primer golpe blando en este siglo y no será el último, hay muchos embajadores del golpismo. Esta es una operación regional que no se detiene en el gigante del sur, luego irán por Venezuela, Ecuador, Bolivia… por el futuro de todas las alternativas políticas que no quieran agachar sus cabezas. La esperanza siempre está en los pueblos, son ellos los garantes de democratizar las democracias, de convertir el luto en vida, el luto en luta.

*Adolfo Pérez Esquivel, activista de derechos humanos argentino, fue Premio Nobel de la Paz en 1980.

Fuente: http://www.adolfoperezesquivel.org/?p=3974

Imagen tomada de: http://contropiano.org/img/2016/09/brasil.jpg

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Adolfo Perez esquivel

Premio Nobel de la Paz