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Angola: O Ensino Primário em Angola no século XIX

Publicado Originalmente en Jornal de Angola por Filipe Zau(*)  el 27 de Setembro, 2011

A 10 de Outubro de 1864, uma portaria assinada pelo ministro da Marinha e Ultramar, José da Silva Mendes Leal, referia o seguinte: “Sendo as escolas primárias o alicerce e a base da instrução pública e um agente de civilização que, pelo seu influxo nos progressos humanos, deve merecer a mais esmerada solicitude e aturados desvelos a todas as autoridades, manda Sua Majestade El-Rei, pela Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, que o governador-geral da província de Angola, tomando na maior consideração quanto respeita a este assunto.

A 10 de Outubro de 1864, uma portaria assinada pelo ministro da Marinha e Ultramar, José da Silva Mendes Leal, referia o seguinte: “Sendo as escolas primárias o alicerce e a base da instrução pública e um agente de civilização que, pelo seu influxo nos progressos humanos, deve merecer a mais esmerada solicitude e aturados desvelos a todas as autoridades, manda Sua Majestade El-Rei, pela Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, que o governador-geral da província de Angola, tomando na maior consideração quanto respeita a este assunto, frequentemente, inspeccione e faça inspeccionar as escolas da província, para que nelas se cumpra o que determinam as leis, que de instruções convenientes, formule os regulamentos respectivos, faça as recomendações oportunas e adopte todos os meios eficazes para que nas ditas escolas se estabeleça um regime carinhoso e atractivo, que trate ao mesmo tempo de instituir pequenos prémios para os alunos que se distinguirem e, finalmente, que acerca de tudo isto informe assiduamente, bem como no que se refere ao mérito, capacidade e diligência dos professores”.

No dia 25 de Janeiro de 1865, o governador-geral acusava recepção da portaria, comprometia-se a envidar todos os esforços e a utilizar todos os meios que estivesse ao seu alcance, para executar as ordens que havia recebido. De certo modo, a partir de meados do século XIX, a política portuguesa começou a modificar-se. Isto porque partiu do princípio que, educando os autóctones na base de uma mentalidade europeia, melhor preservava as colónias. Por outro lado, verificou que a perseguição às missões, levantava outro tipo de problemas, que não deixavam de se reflectir no conjunto dos problemas nacionais. Nesta conformidade, em 1871 chegaram a Angola os primeiros cinco sacerdotes goeses, dos 23 sacerdotes indianos que, naquela altura, exerceram actividade missionária em Angola.

A 3 de Junho de 1876, o Dr. Alfredo Troni, ilustre advogado de Luanda, recebeu a incumbência de inspeccionar as escolas da cidade, por parte do governador-geral Caetano Alexandre de Almeida e Albuquerque. Devia informá-lo sobre o conhecimento e competência dos mestres, métodos de ensino adoptados, grau de aproveitamento dos alunos, estado físico das escolas, condições oferecidas pelos edifícios, utilização prática dos meios de que cada escola dispunha… Alfredo Troni, autor da novela “Nga Mutúri” faleceu na cidade de Luanda em 1904, tendo deixado o nome ligado ao desenvolvimento cultural angolano. Em 1913, os seus herdeiros fizeram a entrega de 3.273 volumes da biblioteca particular de seu pai para serem incorporados ao recheio da Biblioteca Municipal da cidade de Luanda.
Poder dizer-se que a escola secundária existia, teoricamente, em Angola, desde 14 de Agosto de 1845, através da Escola Principal de Luanda. Na prática, era uma escola de ensino primário complementar, com vocação profissional, pois estava dirigida à preparação de futuros professores. O seu programa previa o ensino da Gramática Portuguesa, Geometria, Desenho e Escrituração Comercial. Desde 1772, funcionava também neste estabelecimento de ensino, com bastante irregularidade, a aula de latim, também conhecida por aula de gramática latina, especificamente frequentada por aqueles que desejavam seguir a vida eclesiástica. Esta escola veio mais tarde a alargar o leque de disciplinas, passando também a ministrar, francês ou inglês, História Universal, geografia mundial, matemática, física e economia política. Mas foi nesta fase que mais decaiu, chegando, a dada altura, a fechar portas, apesar de haver professores em exercício.

Em 1867, foi nomeada uma comissão encarregada de elaborar o regulamento para a Escola Principal de Luanda, chegando mesmo a pensar-se em estabelecer um internato, que permitisse ministrar a instrução e fornecer alimentação e meios de ensino a todos os alunos em situação de carência. “Apontava o interesse que tinha para o país a difusão da língua portuguesa, prejudicada pelo uso corrente dos idiomas nativos, sobretudo a língua bunda, que exercia profunda influência social.” Por outro lado, havia muitas crianças com dificuldade na aquisição de material escolar, algumas delas órfãs.

Se considerarmos colono, o indivíduo que sai da Europa com a intenção de viver permanentemente na colónia – não sendo portanto, soldado, degredado ou membro do serviço colonial – podemos então entender que a colonização portuguesa em Angola não começou antes de meados do século XIX (1849-1851), altura em que cerca de 500 “brasileiros” chegaram ao porto de Moçâmedes (Namibe). No entanto, isso aconteceu por se ter dado, entre 1847-1848, uma insurreição armada na cidade brasileira de Pernambuco. Angola, segundo Gerald Bender, não era, naquela altura, suficientemente atractiva para os portugueses vindos da Europa ou do Brasil. Logo, para que este primeiro processo de colonização pudesse resultar com alguma eficácia, teve o governo de usar métodos de intervenção directa, fornecendo passagens grátis para Angola. Uma vez chegados, era-lhes dado terra, habitação, animais, sementes e subsídios. A este processo chamou-se “colonização dirigida”. De entre as causas impeditivas do desenvolvimento do ensino em Angola, ainda em meados do século XIX, está certamente a escravatura, a dominação espanhola, a carência de um plano, a falta de acção dos governantes e a expulsão dos religiosos. Também para o laxismo colectivo em Portugal, na primeira metade do século XIX, haviam antes concorrido as invasões francesas, a divulgação das ideias liberais, a independência do Brasil, as guerras civis e as sucessivas revoluções que se registaram. Mas, sobretudo, deve realçar-se que a grande maioria dos emigrantes que partiram de Portugal para Angola eram em regra gente de baixo nível moral, com muitos degredados à mistura – massa rude, inculta, analfabeta, boçal, ambiciosa e cruel. Um exemplo deste facto aparece numa citação do governador e comandante-geral de Angola de 1764 a 1772, Sousa Coutinho: “ [Devemos] proibir, de uma vez para sempre, as penas que sobrecarregam este reino com prostitutas e degredados da pior espécie, [porque] a experiência de mais de dois séculos mostra que tais embarques foram inúteis e muitas vezes perigosos; (…) os seus vícios ganham raízes, gostam da ociosidade, estragam a sua saúde e morrem depressa. E através deste excesso da adversidade as suas mortes tornam-se mais úteis que as suas vidas.”

Um outro exemplo aparece na descrição de Joachin Monteiro, sobre Luanda, entre 1860-1870:

“Os mais selectos espécimens de facínoras e assassinos de grande quilate são enviados para Luanda para serem tratados com a maior consideração pelas autoridades. Ao chegarem à costa, alguns são alistados como soldados, mas aos assassinos mais importantes geralmente dá-se-lhes dinheiro e cartas de recomendação, para lhes garantir a sua liberdade instantânea, e eles começam por abrir tabernas, etc, onde roubam e vigarizam, tornando-se em poucos anos ricos e independentes e mesmo personagens influentes”.

Segundo Orlando Ribeiro, “Angola foi o principal lugar de degredo: no final do século XIX os degredados representavam 12 por cento da população branca, vivendo em Luanda numa liberdade surpreendente; muitos eram proprietários de casas de comidas. Nunca foi por diante o projecto de criar na Huíla uma colónia penal agrária. Só em 1932 cessou a remessa de condenados, umas vezes trabalhadores úteis, outras vezes, ociosos e turbulentos. Um relatório do governador-geral Sebastião Lopes de Calheiros e Meneses, datado de 31 de Janeiro de 1862, apresenta-nos, de certa forma, uma proposta de estratégia de desenvolvimento para Angola, de acordo com o pensamento da época. Atendendo ao facto deste relatório se nos apresentar um pouco longo, achámos por bem, retermo-nos apenas na sua parte final: “ (…) se é conveniente aceitar e aproveitar a instituição e autoridade dos sobas, é preciso também educá-los e aos seus macotas; é indispensável aportuguesá-los e, como meio poderoso de o conseguir, devemos ensinar-lhes a ler, escrever e contar, em português. Saibam português, quanto possível o grande de um sobado, que os pequenos o irão aprendendo. Se Portugal não pode, quase com certeza, criar aqui uma nação da sua raça, como criou do outro lado do Atlântico, ao menos eduque um povo que fale a sua língua e tenha mais ou menos a sua Religião e os seus costumes, a fim de lançar mais este cimento da causa da civilização do mundo e de tirar depois mais partido das suas relações e esforços humanitários. Dêmos, pois, aos pretos boas autoridades na pessoa dos chefes, bons mestres e directores nas pessoas dos padres, não imponhamos aos sobas senão a obrigação de dar soldados para a força militar e de ensinar a ler, escrever e contar a seus filhos e aos seus parentes e macotas, e deixemos que o tempo, a Religião e a instrução façam o seu dever.”

Em 1863, chegou a haver em Angola, 24 escolas primárias públicas, mas em 1869, o número baixaria para 16. De entre as principais razões, que contribuíram para o fracasso do ensino primário em Angola, podemos apontar as seguintes: “O perfil de saída dos alunos que frequentavam as escolas primárias era efectivamente fraco; os estudantes que se encontravam motivados para dar continuidade aos seus estudos acabavam por esmorecer e desistir; os conhecimentos adquiridos estavam desajustados das necessidades do meio, daí a escola não se tornar atractiva; as autoridades minoravam os problemas existentes, chegando a nomear professores sem que houvesse alunos.”

Em 1864, foi editada pelo angolano Manuel Alves de Castro Francina e por Saturnino de Sousa Oliveira, que tinha desempenhado a missão de cônsul-geral de Brasil, em Angola, a obra intitulada “Elementos Gramaticais da Língua N’Bundu”, que se dizia, na altura, ser o único compêndio gramatical de que se dispunha, para fazer o estudo do idioma qimbundo, vulgarmente designado naquele tempo por “idioma angolense”. Saturnino de Sousa e Oliveira organizou também um vocabulário da língua qimbundo, que foi editado pela Imprensa Nacional.

A 16 de Novembro de 1868, uma portaria ministerial aprovava a decisão do governador-geral, quanto à educação dos dois filhos do barão de Cabinda, Manuel José Puna, serem educados por conta do Estado. Ainda de acordo com Martins dos Santos, “este mostrou-se ser sempre muito dedicado a Portugal; deve-se-lhe em boa parte a integração das terras do enclave e distrito de Cabinda no conjunto do património territorial português, quando se desenrolou a famosa questão do Zaire. Abre-se aqui um parêntesis para, de acordo com Orlando Ribeiro, referir que “a República Democrática do Congo, nasceu de um conceito teórico de Geografia Política: um Estado tende a ocupar uma bacia hidrográfica e a buscar saída para o mar. Com 2.331.000 quilómetros quadrados é o mais vasto país da África negra, embora a bacia do Congo se estenda por 3.700.000 quilómetros. Para buscar um corredor de acesso ao Atlântico separou-se Cabinda do resto de Angola e o ex-Zaire, afinal, foi belga na margem direita e apenas na esquerda permaneceu português. Manuel José Puna havia sido educado no Rio de Janeiro a expensas do Governo de Portugal, já depois da independência do Brasil, o que aconteceu com outros naturais de Angola. Deslocou-se a Lisboa, em visita aos filhos, talvez em 1871, tendo sido gentilmente hospedado pelo monarca. Recebeu o baptismo na capital portuguesa, apadrinhando o acto o rei D. Luís e a rainha D. Maria Pia.”

Uma outra portaria ministerial de 3 de Dezembro do mesmo ano, comunicava que os dois educandos já haviam chegado a Lisboa e sido “confiados a um dos melhores estabelecimentos do ensino particular da capital portuguesa, a Escola Académica. Mais tarde regressaram às suas terras e exerceram as funções de professores do ensino primário. Um deles, Vicente Puna, mostrou possuir qualidades aceitáveis, ao contrário do irmão, João Puna, cujo comportamento mereceu críticas e até castigos.” Este último acabou por ser exonerado compulsivamente por ter sido acusado “de não cumprir as suas obrigações, abandonando a escola e dando mau exemplo de decoro e dignidade, não apresentava qualquer resultado do seu trabalho, pois lhe faltavam elementos indispensáveis para exercer o cargo, tendo qualidades más que dizia não ser capaz de coibir”.
Ainda por volta de 1868, Moçâmedes (Namibe), segundo dados oficiais da época, tinha 1.211 habitantes, sendo 837 escravos, 99 libertos e 275 indivíduos livres. Destes últimos, havia 210 pessoas de cor branca, os restantes eram negros ou mestiços. Já Luanda, segundo dados referentes a 18 de Janeiro de 1856, só em escravos tinha 14.124 que, segundo Martins dos Santos, “o comentador da situação reconhecia que era altamente desproporcional à população livre da cidade.”

* Ph. D em Ciências da Educação e Mestre em Relações Interculturais

Imagen tomada de: http://cdn2.portalangop.co.ao/angola/pt_pt/files/highlight/2015/11/53/0,68e0d36f-3407-4f42-8522-f513cd49da15.jpg

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Libia: La mitad de los menores refugiados están fuera del sistema educativo

Libia/28 de Mayo de 2016/La Marea. com

“El niño está solo la mayor parte del tiempo. Esto afecta a su crianza, sin una educación apropiada, ni cuidados higiénicos. El resultado es un niño perdido que se vuelve agresivo, que discute mucho y que tiende a ser grosero”. Así describe un profesor del programa de educación Infantil de Save the Children en Líbano la situación desoladora de los menores en los campos de refugiados. Según los datos de la ONG, estos menores tienen una probabilidad cinco veces menor de asistir al colegio que el resto de niños: el 50% que debería estar en educación primaria y el 75% de secundaria se encuentran completamente fuera del sistema educativo. En resumen: una generación entera en peligro.

Es el caso, por ejemplo de Rowan, que no recuerda la última vez que fue al colegio: “Mi familia y yo huimos de Siria al comienzo de la guerra, hace cuatro años. Puede que entonces fuera la última vez que fui a clase, estaba en segundo grado, pero no recuerdo el día exacto. Durante los últimos cuatro años y hasta hace unos meses hemos vivido en Turquía, pero mi familia no tenía dinero para enviarme al colegio allí. Siento que me he perdido muchas cosas. Mi mamá y mi papá me decían que era muy lista y me hacían regalos por mis notas. Ojalá pueda volver al colegio algún día. Cada mañana cuando me despierto lloro cuando me doy cuenta de que sigo aquí, me siento como un animal enjaulado”, explica esta niña.

Actualmente, según Save the Children, una persona desplazada vive como refugiada una media de 17 años, es decir, toda la infancia. Y más de la mitad de los 60 millones de personas desplazadas que existen en el mundo son menores de 18 años, la mayoría de ellos sin acceso a la educación. “Es un escándalo que a los niños se les niegue la oportunidad de tener una vida mejor por estar fuera del sistema educativo. Sin una educación, se enfrentan a un futuro muy complicado. Además, son más propensos a emprender peligrosos viajes a Europa y a otras partes del mundo, y también tienen más probabilidades de contraer matrimonios forzosos, de ser explotados, de ser víctimas de trata y de ser obligados a trabajar”, denuncia el director general de Save the Children, Andrés Conde.

En Grecia, los menores refugiados llevan una media de año y medio fuera del colegio, según un estudio de la ONG. Más de tres cuartos de los niños refugiados en edad escolar entrevistados por Save the Children dicen que ir al colegio es una de sus prioridades y más de uno de cada cinco afirma que nunca ha ido al colegio. En el caso de los niños sirios, éstos llevan sin asistir a clase una media de 25,8 meses.

“La comunidad internacional tendrá que luchar durante décadas para revertir los efectos de la falta de inversión en educación, por eso estamos exigiendo que ningún niño refugiado pase fuera del colegio más de un mes”, insiste Conde. “Niños que han arriesgado todo para llegar a Europa están tirando a la basura los mejores años de sus vidas, en campos de refugiados, en centros de detención, tras vallas y muros. Muchos no han conocido otra cosa que la guerra, la violencia o el desplazamiento y las deplorables condiciones en que viven no ofrecen ninguna esperanza para el futuro”, concluye.

Fuente: http://www.lamarea.com/2016/05/28/la-mitad-los-menores-refugiados-estan-del-sistema-educativo/

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Nairobi: Celebridades respaldan la campaña más ambiciosa de la ONU contra el tráfico ilegal de especies silvestres

Originalmente publicado desde Programa de las Nacuiones Unidas para el Medio Ambiente Nairobi, 25 de de mayo.

La Organización de las Naciones Unidas, con el apoyo de nueve celebridades de todo el mundo, lanzó hoy una campaña sin precedentes contra el tráfico ilegal de vida silvestre, que está empujando a algunas especies al borde de la extinción, despojando a países de su patrimonio natural y enriqueciendo las redes criminales internacionales.

La Campaña #FerozporlaVida (#WildforLife, en inglés), presentada hoy en la segunda Asamblea de las Naciones Unidas para el Medio Ambiente, UNEA-2, en Nairobi, tiene como objetivo movilizar a millones de personas a hacer compromisos y tomar medidas para acabar con el comercio ilegal.

“Cada año miles de animales salvajes son asesinados, muchas veces por redes de crimen organizado motivadas por las ganancias y la codicia“, dijo el  Secretario General de las Naciones Unidas, Ban Ki-moon.  «Llamo a todos los gobiernos y a las personas a apoyar esta nueva campaña de las Naciones Unidas, que aspira a movilizar al mundo para terminar con este comercio ilegal destructivo.  Preservar la vida silvestre es crucial para el bienestar de las personas y del planeta”, añadió.

La campaña está dirigida por el Programa de las Naciones Unidas para el Medio Ambiente, PNUMA, el Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo, PNUD, la Oficina de las Naciones Unidas contra la Droga y el Delito, ONUDD, y la Convención sobre el Comercio Internacional de Especies Amenazadas de Flora y Fauna Silvestres, CITES.

Los Embajadores de Buena Voluntad del PNUMA le dan peso a la campaña. El cuatro veces Jugador Africano del Año Yaya Touré (Manchester City, Costa de Marfil) está luchando por elefantes, la modelo brasileña Gisele Bündchen por las tortugas marinas y el actor Ian Somerhalder (Vampire Diaries y Lost) por los pangolines.

Los acompañan grandes celebridades de China, India, Indonesia, Líbano y Vietnam, quienes luchan para conservar especies como los orangutanes, tigres y rinocerontes y hacen llamados al apoyo de los ciudadanos para poner fin a la demanda que impulsa el comercio ilegal.

«Me entristece que en el siglo XXI, con todo el conocimiento y el poder, todavía haya casos de especies silvestres a punto de extinguirse a causa de las acciones humanas. Lo que queda claro es que urge un cambio radical y global y necesitamos que todos apoyen el desafío y apoyen la campaña #FerozporlaVida», dijo Gisele Bündchen.
La campaña pide a los participantes que escojan su especie amenazada y usen sus esferas de influencia para terminar con el tráfico ilegal.

Entre 2010 y 2012, 100 mil elefantes fueron asesinados por su marfil en África. Tres rinocerontes son asesinados cada día, y ya se ha extinguido el rinoceronte occidental negro. Queda un rinoceronte blanco del norte en estado salvaje.

Los pangolines – osos hormigueros escamosos prehistóricos – son los mamíferos que más se trafican ilegalmente en el mundo. Los grandes simios ya han desaparecido de varios países africanos.

Detener el tráfico ilegal es crucial para el logro de los Objetivos de Desarrollo Sostenible, ODS, ya que éste amenaza la biodiversidad, el sustento de las personas, la seguridad y la paz.

Políticos, celebridades y líderes de negocios anunciarán planes contra el tráfico ilegal durante UNEA-2 y en el período previo al Día Mundial del Medio Ambiente, DMMA, el 5 de junio, que precisamente tiene como tema el tráfico ilegal de vida silvestre.

Contacto de prensa: María Amparo Lasso, Jefa Regional de Comunicaciones para América Latina y el Caribe, PNUMA, maria.lasso@pnuma.org. (507) 305-3164, Ciudad de Panamá, Panamá.

Imagen Yaya Touré, Gisele Bündchen e Ian Somerhalder apoyan la campaña bajo el lema #FerozporlaVida tomada de: http://www.pnuma.org/informacion/comunicados/2016/20160525/WED-logos.jpg

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Call for papers: Monográfico «Fortalecimiento de la Profesión Docente: aportaciones Nacionales, Internacionales y supranacionales»

Journal of Supranational Policies of Education es un proyecto editorial del Grupo de Investigación sobre Políticas Educativas Supranacionales (GIPES).

Surge con la intención de poner en circulación una revista de carácter científico-académico, especializada en el campo de las políticas educativas supranacionales. Consideramos que, al no existir en este momento una revista concreta sobre esta temática, pretende cubrir este vacío con un aporte teórico relevante y de calidad contrastada. En este sentido, el propósito con esta publicación es favorecer la difusión de investigaciones y el debate en esta área de estudios y ofrecer aportaciones para investigadores, profesionales y responsables de la gestión política.

La revista tiene una periodicidad anual con posibilidad de editar números extraordinarios.

La sede institucional de la revista es la Facultad de Formación del Profesorado y Educación, de la Universidad Autónoma de Madrid.

El próximo número de JoSPoE contará con un monográfico dedicado al» FORTALECIMIENTO DE LA PROFESIÓN DOCENTE: APORTACIONES NACIONALES, INTERNACIONALES Y SUPRANACIONALES» y estará coordinado por el Dr. Jesús Manso Ayuso.

Call for Papers:

TÍTULO: EL FORTALECIMIENTO DE LA PROFESIÓN DOCENTE: APORTACIONES NACIONALES, INTERNACIONALES Y SUPRANACIONALES

Un factor que en los últimos años se ha identificado como decisivo para alcanzar la mejora educativa, es la calidad del profesorado y de su enseñanza. Además, el profesorado, ahora más que nunca, está siendo objeto de un renovado estudio y análisis acerca de su preparación, su desempeño, las condiciones en que ejerce su profesión y su papel e inserción en el conjunto del sistema educativo, y es que el papel del profesorado es fundamental a la hora de que los alumnos aprendan. Como ponen de manifiesto, especialmente desde hace una década, investigaciones de gran calado a escala internacional (Eurydice, 2002, 2004, 2013; OCDE, 2005, 2009, 2011; TALIS, 2007; Barber y Mourshed, 2007), la cuestión docente se sitúa en el centro del debate político; es un tema que despierta grandes controversias y que suscita ingentes discusiones.

Prueba de ello, son las constantes reformas estructurales a las que la misma se ha visto sometida en los últimos años y la diversidad de políticas educativas que se han diseñado a nivel internacional para dar respuesta a un mismo problema; sin embargo… … ¿es posible hablar ya hoy de la tarea docente como una profesión robusta, estable…? ¿Podríamos aprender de otras políticas y acciones a nivel internacional que contribuyeran a mejorar las funciones del profesorado? ¿Qué papel juegas las organizaciones internacionales y supranacionales en la definición de políticas nacionales, regionales,…? ¿Estas mismas organizaciones definen políticas supranacionales en materia de profesorado? ¿Es posible identificar dificultades, puntos fuertes y mejorables, buenas prácticas… en nuestra realidad nacional en lo que a formación del profesorado? ¿Existen marcos teóricos y políticos que nos pueden ayudar a definir mejor las tareas docentes y sus competencias profesionales?

A estas y muchas otras preguntas pretende responder este monográfico, centrado en la reflexión sobre la profesión docente con un enfoque de aprendizaje de políticas, medidas y acciones en niveles locales y globales. Aunque existe un consenso ampliamente reconocido acerca de la importancia del profesorado como elemento imprescindible para la mejora de la calidad educativa, es necesario que estos cambios en las políticas docentes se hagan basados en criterios y reflexiones rigurosas que ayuden a profundizar en las principales medidas que se debe realizar.

Por ello, se plantea este monográfico que confiamos contribuya en la continua mejora que la cuestión docente debe seguir despertando, a nuestro juicio, en el sistema educativo y en el mundo político y social. Posibles temáticas de artículos esperados:

  • Políticas educativas supranacionales que se emanen de diferentes organizaciones inter/supra-nacionales (Unión Europea, OCDE, UNESCO, OEI, Banco Mundial…) en materia del profesorado.
  • Lineamientos internacionales en relación con la profesión docente y sus elementos relacionados (competencias profesionales, programas de formación, etc).
  • Estudios comparados de diferentes regiones mundiales (Latinoamérica, Europa, Asia, África…) en materia del profesorado. JOURNAL OF SUPRANATIONAL POLICIES OF EDUCATION JOURNAL OF SUPRANATIONAL POLICIES OF EDUCATION, ISSN 2340-6720 www.jospoe-gipes.com
  • Análisis de políticas nacionales/autonómicas en elementos específicos relaticos a la profesión docente (formación inicial, acceso y selección, programas de inducción, evaluación docente, formación continua, diseño de la carrera docente, condiciones, etc.)
  • Otros. Envío de contribuciones: los manuscritos deben ser enviados electrónicamente a través del sitio en la web de JOSPOE y deben respetar las pautas que allí figuran: http://jospoegipes.com/normas.htm. No serán admitidas contribuciones que han sido enviadas para su publicación a otras revistas. Fecha límite para el envío de las contribuciones: 15 de junio de 2016 Fecha prevista para la publicación: Septiembre de 2016 (Número 5 / 2016-2) Se alienta el envío temprano de contribuciones.

También existe la posibilidad de enviar artículos fuera del monográfico, siempre que sigan las líneas de la revista, y otro tipo de aportaciones como recensiones.

Para ver las normas de publicación: http://www.jospoe-gipes.com/normas.htm

La fecha límite de entrega de originales es el 15 de junio de 2016. En la web se pueden encontrar las normas de publicación y las plantillas tanto en español como en inglés.

Los envíos se realizarán a info@jospoe-gipes.com, donde también se contestará a cualquier duda que pueda surgir.

Fuente: http://www.jospoe-gipes.com/index.htm

Fuente de la imagen: https://dialnet.unirioja.es/recursos/imagen?entidad=REVISTA&tipo_contenido=65&revista=21604

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Colonial Legacies and Social Welfare Regimes in Africa: An Empirical Exercise


Colonial Legacies and Social Welfare Regimes in Africa: An Empirical ExerciseThis paper identifies three types of welfare regimes in Africa, based on the insight that tax and expenditure regimes are closely associated. Using cluster analysis, the author highlights historical legacies in current welfare policies, demonstrating that welfare regimes in Africa have been strongly determined by the ways in which different countries were incorporated into the colonial economy. The author finds that many of the new social welfare reforms are taking place in what he refers to as labour reserve economies, and are generally internally rather than aid-driven. He stresses the importance of thinking of social expenditure in relationship to domestic resource mobilization, and finds that the focus on aid and social expenditure has tended to obscure this important aspect of welfare regimes in Africa.

Thandika Mkandawire is Chair and Professor in African Development at the London School of Economics, a Senior Fellow of The Graduate School of Development and Practice and Visiting Professor at the University of Cape Town.

  • Publication and ordering details
  • Pub. Date: 27 May 2016
    Pub. Place: Geneva
    From: UNRISD

Informe disponible desde Mkandawire-PDRM

Imagen tomada de: http://www.irishtimes.com/polopoly_fs/1.1736427.1395680271!/image/image.jpg_gen/derivatives/box_620_330/image.jpg

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Comunicado de prensa: Un nuevo informe refleja la necesidad de actuar urgentemente para poner fin a la epidemia del sida de aquí al año 2030

Un nuevo informe del Secretario General de las Naciones Unidas advierte de que se podrían perder logros importantes si no se acelera la acción durante los próximos cinco años, e insta a los países a reaccionar anticipando inversiones e intensificando las medidas

NUEVA YORK, 25 de abril de 2016/UNAIDS

Un nuevo informe publicado por el Secretario General de las Naciones Unidas, Ban Ki-moon, advierte de que la epidemia del sida podría prolongarse indefinidamente si no se aplican medidas urgentes durante los próximos cinco años. El informe, Acción acelerada para poner fin a la epidemia del sida, revela que la extraordinaria aceleración del progreso conseguido durante los últimos 15 años podría echarse a perder, e insta a todos los socios a concentrar sus esfuerzos para aumentar y anticipar inversiones a fin de garantizar que se pone fin a la epidemia mundial del sida como amenaza a la salud pública de aquí al año 2030.

«La respuesta al SIDA no solo ha generado resultados; también ha dado impulso a la aspiración de poner fin a la epidemia para 2030 y ha ofrecido una base práctica para lograrlo», afirmó el Sr. Ban en el informe. «Sin embargo, si nos conformamos con la situación actual, la epidemia repuntará en varios países de ingresos bajos y medianos. Las enormes inversiones que hemos realizado y el movimiento más inspirador del mundo a favor del derecho a la salud habrán sido en vano».

El examen del progreso se fija en los logros alcanzados, especialmente desde la Declaración Política de las Naciones Unidas sobre el VIH y el sida de 2011, que impulsó la acción uniendo al mundo en torno a una serie de metas ambiciosas para 2015. “El progreso alcanzado ha sido ejemplar”, afirmó el Sr. Ban en el informe. «El logro de dispensar terapia antirretroviral a 15 millones de personas que viven con el VIH nueve meses antes de la fecha límite de diciembre de 2015 constituye una importante victoria mundial». El informe destaca que la rápida ampliación del tratamiento ha sido uno de los factores que más ha contribuido a la reducción del 42 % en muertes relacionadas con el sida desde el máximo alcanzado en 2004, y señala que, gracias a ello, la esperanza de vida en los países más afectados por el VIH se ha incrementado considerablemente en los últimos años.

El informe subraya el papel fundamental que ha desempeñado la sociedad civil a la hora de afianzar muchos de los logros alcanzados y el liderazgo facilitado por las personas que viven con el VIH. Los esfuerzos realizados por la comunidad han sido clave para derribar muchos de los obstáculos afrontados al ampliar la respuesta al sida, entre ellos, llegar a las personas con riesgo de contraer el VIH con servicios para el VIH, ayudar a las personas a observar el tratamiento y reforzar otros servicios sanitarios básicos.

Cabe destacar el éxito obtenido a la hora de reducir las nuevas infecciones por VIH entre niños y niñas. En 2011, el ONUSIDA y sus socios publicaron el Plan mundial para eliminar las nuevas infecciones por VIH en niños para el 2015 y para mantener con vida a sus madres en la Reunión de Alto Nivel sobre el sida de la Asamblea General de las Naciones Unidas y, en solamente cinco años, de 2009 a 2014, las nuevas infecciones por VIH han descendido a la mitad en los países con el 90 % de todas las mujeres embarazadas que viven con el VIH. Aproximadamente 85 países están actualmente en situación de eliminar prácticamente las nuevas infecciones por VIH entre niños y niñas.

No obstante, en el informe el Sr. Ban también considera que las deficiencias en la implementación de la Declaración Política sobre el VIH y el sida de 2011 son preocupantes, revelando que pese a la aparición de nuevos enfoques y herramientas de prevención del VIH, los programas de prevención del VIH se han debilitado en los últimos años como consecuencia de un liderazgo inadecuado, una rendición de cuentas insuficiente y una menor financiación. Asimismo, señala que las nuevas infecciones por VIH descendieron únicamente en un 8 % entre 2010 y 2014.

El informe llama la atención sobre las regiones en las que siguen aumentando las nuevas infecciones por VIH, como Europa Oriental y Asia Central —donde el aumento fue del 30 % entre los años 2000 y 2014, principalmente entre las personas que consumen drogas intravenosas— y Oriente Medio y el Norte de África y la región de Asia y el Pacífico.

También resalta que las normas de género que perpetúan la desigualdad siguen prevaleciendo en muchas sociedades y que el VIH continúa afectando especialmente a las niñas y las mujeres jóvenes. De los 2,8 millones de jóvenes de edades comprendidas entre los 15 y los 24 años que viven con el VIH en el África Subsahariana, el 63 % son mujeres.

El informe subraya que pese al progreso conseguido en la ampliación del acceso a la terapia antirretroviral, cerca de 22 millones de personas todavía no tienen acceso al tratamiento. El informe atribuye el obstáculo más significativo que impide ampliar el tratamiento para el VIH al diagnóstico tardío, destacando que cerca de la mitad de todas las personas que viven con el VIH no conocen su estado serológico respecto del VIH. Esta situación recalca la urgencia de incrementar el acceso a las pruebas del VIH, especialmente para las personas que tienen un mayor riesgo de infección.
A pesar de los retos identificados en el informe, este alberga perspectivas esperanzadoras, afirmando que si el mundo es capaz de cambiar la situación actual, la epidemia del sida puede llegar a su fin como amenaza a la salud pública de aquí al año 2030. Para ello, el informe describe que la respuesta debe ser inclusiva y accesible y estar basada en los derechos humanos, además de centrarse en ampliar los servicios para las personas y los lugares que más los necesitan. Por otro lado, el informe enfatiza la necesidad de derogar leyes punitivas y políticas represivas que penalizan las relaciones sexuales entre personas del mismo sexo, a las personas que consumen drogas y a los trabajadores sexuales, puesto que estas leyes y políticas impiden el acceso a los servicios.

«Debemos reforzar los enfoques basados en los derechos, incluidos aquellos que promueven la igualdad de género y el empoderamiento de las mujeres», afirmó el Sr. Ban en el informe. «Debe garantizarse el acceso a los servicios a las personas más afectadas, marginadas y discriminadas, incluidas las personas que viven con el VIH, las mujeres jóvenes y sus parejas sexuales en el África Subsahariana, los niños y los adolescentes en cualquier parte del mundo, así como los hombres gay y otros hombres que tienen relaciones sexuales con hombres, los trabajadores sexuales y sus clientes, las personas que consumen drogas intravenosas, las personas transgénero, las personas que están en la cárcel, las personas con discapacidades, los migrantes y los refugiados».

El informe otorga una gran importancia a los vínculos entre la respuesta al VIH y el éxito de los Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS), destacando los vínculos sólidos con el ODS 3 (garantizar una vida sana y promover el bienestar para todos), el ODS 5 (lograr la igualdad de género y el empoderamiento de las mujeres y las niñas), el ODS 10 (reducir la desigualdad en el acceso a los servicios y los productos), el ODS 16 (promover sociedades justas, pacíficas e inclusivas) y el ODS 17 (revitalizar la alianza a favor del desarrollo sostenible).

El informe señala que gracias a la ampliación de los recursos durante los últimos años se ha impulsado decididamente el progreso de la respuesta al VIH. Por otra parte, estima que en el año 2014 se disponía de 19 200 millones de USD en los países de ingresos bajos y medianos para la respuesta al VIH y que de aquí al año 2020 los recursos deben aumentar a una cifra estimada de 26 200 millones de USD a fin de lograr la meta de 2030 de poner fin a la epidemia del sida.

Asimismo, el informe insta a los países a adoptar el enfoque de aceleración del ONUSIDA para poner fin a la epidemia del sida, lo que exigirá alcanzar un ambicioso conjunto de metas de aquí a 2020. Estas incluyen reducir las cifras de personas con nuevas infecciones por VIH y de personas que mueren por causas relacionadas con el sida a menos de 500 000 al año, y eliminar la discriminación relacionada con el VIH. Para lograrlo, se debe alcanzar el objetivo de tratamiento 90-90-90 para el año 2020, según el cual el 90 % de las personas que viven con el VIH conocen su estado serológico, el 90 % de las personas que conocen su estado serológico positivo respecto del VIH acceden a tratamiento y el 90 % de las personas en tratamiento poseen un nivel de carga vírica indetectable.

Fuente: http://www.unaids.org/es/resources/presscentre/pressreleaseandstatementarchive/2016/may/20160506_SGreport

Imagen tomada de: http://www.unaids.org/es

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Burundi: Jóvenes liderados por el ejemplo en Burundi

Por Sarah Pilchick con Eliane Luthi

“Unidos podemos hacer que nuestro país avance. Divididos, no conseguiremos nada”.

RUMONGE, Burundi, 13 de mayo de 2016 – Aparentemente, la ciudad de Rumonge es como cualquier otra pintoresca ciudad portuaria. Situada a las orillas del Lago Tanganica, es conocida sobre todo por la pesca y el comercio. Pero como en muchas ciudades de Burundi, existe otra historia emergente.

El país ha presenciado ciclos de violencia étnica y política desde su independencia, con una reciente crisis política que estalló en 2015, sólo 10 años después de que terminara la anterior. Las constantes migraciones unidas a los conflictos cíclicos también han llevado a tensiones entre los primeros refugiados y las comunidades de acogida, lo que supone una amenaza para la cohesión comunitaria. Siendo como es un núcleo económico modesto, Rumonge ha visto llegar a una cifra importante de repatriados que se han instalado en la ciudad.

Imagen del UNICEF
© UNICEF Burundi/2016/Nijimbere
Alfred, de 24 años, es un educador de personas de su misma edad en Rumonge, Burundi. Un programa de consolidación de la paz respaldado por UNICEF trabaja con 60 educadores jóvenes y adolescentes como Alfred para desarrollar un cambio positivo en el país.

Alfred, de 24 años, parece como cualquier otro joven adulto que vive en Rumonge. Pero al igual que ocurre con la propia ciudad, en él hay más de lo que se observa a simple vista. Alfred es un educador de personas de su misma edad, lo que significa que habla a otros jóvenes adultos de su comunidad sobre temas que les afectan.

“Me di cuenta de que en la comunidad la gente no tenía una buena relación con sus vecinos. Había tensiones entre los diferentes grupos y se veían entre ellos como enemigos. Antes la solidaridad no existía”.

Como parte del programa de consolidación de la paz a cargo de UNICEF y de sus asociados, Alfred trabaja para suavizar algunas de esas tensiones. Un pilar fundamental de la estrategia se centra en los jóvenes y adolescentes, especialmente en desarrollar su liderazgo y conocimiento de la consolidación de la paz con el fin de fortalecer su capacidad de recuperación frente a la violencia. Junto con su asociado, el Arzobispado de la Iglesia anglicana de Burundi, UNICEF financia a 60 educadores como Alfred para que fomenten con personas de su misma edad un cambio positivo en varias partes de Burundi.

“Observo que ha habido un gran cambio,” dice Alfred. “Después de haber trabajado de educador, sé que puedo convivir con mis vecinos y ellos conmigo”.

Eugénie, de 24 años, otra compañera educadora del pueblo vecino de Mutambara, está totalmente de acuerdo. Además de ser educadora de personas coetáneas suyas, está a cargo del coro de la iglesia cuyos miembros son casi todos jóvenes.

“El programa de educación a coetáneos contribuye seguramente a cambios de comportamiento. Me siento feliz de ser una de esas personas que quiere hacer de mi pueblo un lugar mejor para todos”.

No basta con hablar

Aparte de fomentar el diálogo a través de modelos de conducta positivos, el planteamiento hace que los jóvenes trabajen juntos en proyectos como modo de salvar las diferencias.

Imagen del UNICEF
© UNICEF Burundi/2016/Nijimbere
Los vecinos se dan cita a la puerta de la tienda de un joven empresario de Rushubi, en la Bujumbura rural. El programa de consolidación de la paz de UNICEF reúne a jóvenes de tendencias políticas y grupos étnicos dispares a pesar de sus diferencias.

En asociación con Ayuda de la Iglesia Noruega, el programa de consolidación de la paz de UNICEF ofrece formar el espíritu emprendedor de comunidades vulnerables que se enfrentan a la politización y migración. La iniciativa brinda a los jóvenes de Burundi la oportunidad de alcanzar estabilidad y de ser autosuficientes al proporcionarles formación en ahorro y préstamos, gestión empresarial para pequeñas empresas y microempresas, y desarrollo de planes de negocio.

Tener un negocio en Burundi es toda una hazaña. En este país, considerado sistemáticamente como uno de los más pobres del mundo, antes incluso de que el conflicto actual empezase, cuatro de cada cinco habitantes ganaban menos de 1,25 dólares al día. Más de la mitad de las casi 11,2 millones de personas de Burundi son menores de 18 años, con diversas circunstancias empeoradas por la escasez de trabajo. El desempleo es el principal problema y pone a los jóvenes en peligro de ser explotados o incluso, en un contexto como el actual, manipulados políticamente.

“Este programa es una valiosa herramienta para los jóvenes ya que, considerando la falta de trabajo en el sector público y en el privado, ayuda a generar ingresos”, dijo Etienne Niyongabo, funcionario de educación con UNICEF Burundi, quien facilitó la formación en seguimiento y evaluación así como en técnicas para la consolidación de la paz. “Sin trabajo, los jóvenes ociosos son más vulnerables a los abusos y la manipulación, lo que puede acarrear serias consecuencias en sus vidas y en la cohesión comunitaria”.

“La idea era integrar las competencias de consolidación de la paz dentro de un programa, siendo el espíritu emprendedor una de las propuestas para transformar las relaciones ya que los participantes interactúan y trabajan para conseguir un objetivo común”, añadió Solomon Gasana, especialista de Consolidación de la Paz con UNICEF Burundi. “Empezamos con el desarrollo personal (cómo conocerse unos a otros y a sí mismos, sus debilidades y fortalezas) y luego nos extendimos un poco hacia la educación cívica. Hablamos de la paz y de la solidaridad en las comunidades, de su consolidación y de su participación”.

Consolidar la paz

La oportunidad de tender puentes con los actuales y anteriores adversarios es uno de los mayores atractivos del programa.

En una provincia más alejada de la Bujumbura rural, Ernest llama al orden en una reunión de su asociación. Con la autoridad de un hombre de negocios con décadas de experiencia, nadie diría al oír hablar a Ernest que sólo tiene 23 años y que su negocio cuenta únicamente con tres meses de antigüedad.

Imagen del UNICEF
© UNICEF Burundi/2016/Nijimbere
Ernest y Cyriaque, socios de negocios, dirigen la reunión de su asociación. El programa de consolidación de la paz ofrece formación en espíritu empresarial en las comunidades vulnerables como Rushubi que se enfrentan con la politización y la migración.

Tanto Rushubi como otras colinas de la Bujumbura rural, justo a las afueras de la capital de Burundi afectada por la violencia, son zonas enormemente politizadas porque la crisis actual ha subrayado las tensiones entre las diferentes afiliaciones políticas.

Tras alcanzar el conocimiento de valores humanos, como la solidaridad y la creación de comunidades, los participantes tienen la oportunidad de ponerlo en práctica trabajando con otros miembros de la comunidad y poniendo en marcha sus propios negocios, basándose en el lugar donde viven y en la similitud de sus ideas empresariales.

Los grupos mantienen reuniones de forma regular y también compran acciones de unos y otros negocios, de manera que el grupo puede ofrecer créditos en caso necesario.

Ernest era peluquero pero ahora, con su vecino, es copropietario de un estudio de grabación. “Lo que más me atrae es la perspectiva de que podamos reunirnos con los otros… porque antes de 2015 la cohesión en el vecindario no era buena a causa de nuestras ideas políticas diferentes”, dijo.

Los participantes hablaron de la conveniencia de aprender a mantener la paz en sus vecindarios, querer a sus vecinos, y resolver los conflictos pacíficamente, citando el mutuo respeto como uno de los temas más valiosos que estudiaban.

Unos pocos participantes mencionaron que en Burundi los políticos a veces utilizan a los jóvenes del país para perseguir sus objetivos, y que con estas divisiones políticas es muy fácil arruinar cualquier sentimiento de comunidad. El programa reunió a jóvenes de todas creencias políticas y distintos grupos étnicos a pesar de sus diferencias.

“Ahora que estamos juntos, formamos parte de la consolidación de la paz en nuestra comunidad”, dijo Ernest. “Esto va a ayudarnos a conseguir juntos nuestros objetivos; ahora somos amigos. En esta comunidad, cuando las personas mayores ven que nos llevamos bien, se dan cuenta de que es posible estar unidos a pesar de nuestras diferencias”.

En el contexto actual de gran división política, es decisivo estar unidos para prevenir un mayor deterioro de la situación.

“Si se crean más formaciones como esta, los jóvenes de Burundi pueden llegar a ser una familia”, concluyó Ernest. “Unidos podemos hacer que nuestro país avance. Divididos, no conseguiremos nada”.

Imagen tomada de: http://edujesuit.org/wp-content/uploads/2016/04/fotoGuillaume.jpg

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