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Brasil: Escolas públicas e particulares se unem na mobilização para a greve geral do dia 28

Brasil/Abril de 2017/Autora: Cida de Oliveira/Fuente: Rede Brasil Atual

Resumen: Además de paralizar las actividades el próximo viernes (28) contra la reforma laboral, maestros, directores y otros servidores de escuelas públicas y privadas de todo el país están involucrados en acciones para convencer a la gente a unirse a las manifestaciones en sus ciudades. Hoy (26) y mañana, el volanteo se intensificará en las inmediaciones de las escuelas. La expectativa de la Confederación Nacional de Trabajadores de la Educación (CNTE) es que ninguna de las escuelas municipales, estatales, federales y privadas de todo el país trabajen en este día de la huelga general. «Hay una gran movilización. Las 50 entidades afiliadas están desarrollando actividades para atraer a la gente a manifestarse contra la amenaza de retirada de derechos. Ahora las acciones consisten en la denuncia de los ataques a través de panfletos. La idea es también incluir a los padres en este trabajo «dice el presidente de la organización, Heleno Araújo. A pesar que la CNTE no representa a los trabajadores de las instituciones de educación superior, se  cree que la pertenencia totalizará también en los colegios y universidades públicas y privadas.

Além de paralisar atividades na próxima sexta-feira (28), dia da greve geral contra as reformas trabalhistas e da Previdência e a aprovação da terceirização irrestrita, professores, diretores e demais servidores de escolas públicas e particulares de todo o país estão envolvidos em ações para convencer a população a aderir às manifestações em suas cidades. Hoje (26) e amanhã, será intensificada a panfletagem nas imediações das escolas.

A expectativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) é que nenhuma das escolas municipais, estaduais, federais e particulares de todo o país funcionem neste dia de greve geral.

«Há uma grande mobilização. As 50 entidades filiadas estão desenvolvendo atividades para chamar a população para se manifestar contra a ameaça de retirada de direitos. Agora as ações consistem em denunciar os ataques por meio de panfletagem. A ideia é incluir também os pais nesse trabalho», diz  o presidente da entidade, Heleno Araújo. Embora a CNTE não represente trabalhadores de instituições de ensino superior, ele acredita que a adesão será total também em faculdades e universidades públicas e privadas.

De acordo com ele, em todo o país estão sendo utilizadas diversas estratégias de comunicação, como mensagens veiculadas em reuniões e audiências públicas em câmaras de vereadores, em programas de rádios, outdoors, anúncios pagos em jornais de grande circulação e por meio de carros de som que circulam em bairros e até em praias.

Araújo acredita também no poder de mobilização das igrejas, principalmente católicas. No último dia 19, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) voltou a se manifestar contra a reforma da Previdência, juntamente com o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Economia (Cofecon).

No dia 23 de março, a CNBB, por meio do seu Conselho Permanente, divulgou nota  convocando «os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados».

Fuente: http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2017/04/escolas-e-igrejas-se-unem-na-mobilizacao-para-a-greve-geral-do-dia-28

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Brasil: Materiais da sam disponíveis no site para download – inscrições até 04/05 para recebimento dos kits

Brasil / 26 de abril de 2017 / Fuente: http://campanha.org.br/

É com muita satisfação que comunicamos que todos os materiais da Semana de Ação Mundial 2017 estão disponíveis para download no site www.semanadeacaomundial.org, assim como o manual de subsídios e atividades!

COMUNICADO 02

Semana de Ação Mundial 2017
04 a 11 de junho

Pelo Plano Nacional de Educação – PNE
Rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS

Não vamos inventar a roda!

É com muita satisfação que comunicamos que todos os materiais da Semana de Ação Mundial 2017 estão disponíveis para download no site www.semanadeacaomundial.org, assim como o manual de subsídios e atividades!


INSCRIÇÕES: As inscrições permanecem abertas para o recebimento do kit de materiais até dia 04/05, por este formulário: https://goo.gl/HG20IX

Divulgue e garanta a sua inscrição, pois o envio de materiais é limitado aos primeiros 1 mil destinatários que se inscreverem.


Neste ano, a mobilização da SAM é Pelo Plano Nacional de Educação rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, marcando um balanço da implementação da Lei nº 13.005/2014, do PNE, contextualizado com o monitoramento dos ODS no Brasil, com ênfase em educação, igualdade de gênero e fortalecimento das instâncias democráticas de participação.

Coordenada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação há 13 anos, a SAM brasileira acontecerá, em 2017, entre os dias 4 e 11 de junho em todo o território nacional. Ela precede a data de aniversário do Plano Nacional de Educação 2014-2024 (Lei 13.005/2014), dia 25 de junho de 2014, quando foi sancionado. Assim, a SAM brasileira está dedicada ao monitoramento do terceiro ano de implementação do PNE.

Sob o mote, Não vamos inventar a roda!, a SAM garantirá um olhar nacional qualificado e crítico para esse debate, reforçando a necessidade da implementação plena dos marcos legais já existentes para o cumprimento do direito à educação e da necessidade de um chamamento nacional por nenhum retrocesso.

De 2003 a 2016, a Semana já mobilizou mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, sob iniciativa da Campanha Global pela Educação. Apenas no Brasil, já são 1,2 milhão de pessoas. É a maior atividade de mobilização qualificada da sociedade civil pelo direito humano à educação.

O grande objetivo é fazer uma grande pressão sobre líderes e políticos para que cumpram os tratados e as leis nacionais e internacionais, no sentido de garantir educação pública, gratuita, equitativa, inclusiva, laica, e de qualidade socialmente referenciada para toda criança, adolescente, jovem, adulto e idoso que vive no Brasil.

Nesta edição, os participantes serão convidados a aderir à iniciativa global contra o trabalho infantil e a exclusão escolar,“100 milhões por 100 milhões”, liderada mundialmente pelo Nobel da Paz, Kailash Satyarthi, coordenada no Brasil pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Como participar da SAM 2017?

Qualquer pessoa, grupo ou organização pode participar da SAM, discutindo o tema e realizando atividades em creches, escolas, universidades, sindicatos, praças, bibliotecas, conselhos, e secretarias, envolvendo todas e todos os que se interessam pela defesa da educação pública, gratuita e de qualidade no Brasil. A SAM é um chamamento intersetorial, por isso é importante unirmos forças em todos segmentos e áreas.

O Comitê Técnico que apoiará a execução da SAM 2017 está em fase de composição, em breve partilharemos os nomes das instituições que o integram.

Para obter mais informações sobre a SAM 2017 escreva para:

sam@campanhaeducacao.org.br.

Um forte abraço de toda nossa equipe e esperamos manter intenso contato nos próximos meses!

Maria Rehder

Coordenadora da SAM 2017

Campanha Nacional pelo Direito à Educação

Fuente: http://campanha.org.br/semana-de-acao-mundial/materiais-da-sam-disponiveis-no-site-para-download-inscricoes-ate-0405-para-recebimento-dos-kits/

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Indígenas de brasileños participan en el «Campamento Tierra Libre» en Brasilia

Brasil / www.telesurtv.net / 26 de Abril de 2017

Comunidades indígenas de Brasil se reúnen en la XIV edición de un evento para conmemorar el día de los pueblos indígenas, con el propósito de defender sus derechos humanos y reclamar la delimitación de sus tierras.

Las comunidades también pretenden abordar la paralización de las demarcaciones indígenas en el Legislativo y la pérdida de poder de las instituciones y políticas públicas indígenas.

La precarización de la salud, la educación indígena diferenciada, la negación del acceso de los indios a la Justicia y la criminalización de los liderazgos indígenas también serán abordados en este evento.

Los pueblos indígenas tienen programado un "Campamento Tierra Libre", en el que decidirán estrategias de reivindicación y protesta en favor de la causa indígena.

Los indígenas se manifestaron en contra del Gobierno de Michell Temer, por impulsar desde su llegada al poder acciones que los afectan, como recorte de recursos de la Asociación Nacional del Indio.

Toda esta semana efectuarán actividades sociales, culturales y tratarán de dialogar con las autoridades de los tres niveles de gobierno con el objetivo de echar atrás las políticas gubernamentales que vulneran sus intereses.

Brasil cuenta con unos 820.000 indígenas en su territorio, el equivalente al 0,4 por ciento de la población del país.

Fuente:http://www.telesurtv.net/multimedia/Indigenas-de-brasilenos-participan-en-el–Campamento-Tierra-Libre-en-Brasilia-20170425-0026.html

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Bolivia: Aproximadamente 11.000 niños con discapacidad estudian en el sistema regular de educación.

Aguirre explicó que en total son 21.000 niños con discapacidad que reciben formación educativa, de quienes 10.000 están matriculados en centros de educación especial.

America del Sur/Bolivia/25.04.2017/Autor y Fuente: http://www.la-razon.com/

El viceministro de Educación Alternativa y Especial, Noel Aguirre, informó el martes que un poco menos de 11.000 niños con discapacidad estudian en el sistema regular de educación, en el país.

 «Un poco menos de 11.000 (niños estudian) en los colegios de educación regular, esto debido a que ellos pueden estudiar en las unidades educativas pese a su discapacidad», dijo a un día de celebrarse el Día del Niño boliviano.

Aguirre explicó que en total son 21.000 niños con discapacidad que reciben formación educativa, de quienes 10.000 están matriculados en centros de educación especial.

Precisó que el promedio de estudiantes en los centros especiales es de 4 a 8 estudiantes con discapacidad, para que el maestro les brinde mayor atención por su situación.

El viceministro consideró que es muy importante el apoyo de las familias para que esos niños desarrollen sus habilidades de manera normal «de acuerdo con a sus capacidades».

Agregó que la discapacidad más frecuente es la intelectual, seguida de la auditiva y de la visual.

Indicó que en el país es más común advertir a una familia de bajos recursos económicos con un hijo con discapacidad debido a un mal nacimiento, falta de cuidado de la madre, la edad del papá y de la mamá y algún descuido, entre otros factores.

Recordó que desde 2013 egresaron 400 docentes de las escuelas superiores de formación de maestros con la mención en educación especial, y 800 cursaron en el Programa de Formación Complementaria de Maestros (Profocom) quienes trabajan en los centros especiales de educación.

«Para que haya buena atención es que debemos contar con maestros especializados, porque no solamente deben saber pedagogía sino parte de la psicología de los niños con discapacidad, inclusive cuestiones biológicas de cómo entender porque son sordos o ciegos», dijo.

La autoridad señaló que en el país se cuenta con 135 centros especiales, en los que el Gobierno invierte en gastos operativos al menos 4 millones de bolivianos, mientras que en el pago a maestros, casi 80 millones de bolivianos.

El Ejecutivo, dijo que también paga a esos niños especiales el bono Juancito Pinto, que representa más de 4 millones de bolivianos. (11/04/2017)

Fuente: http://www.la-razon.com/sociedad/Aproximadamente-discapacidad-estudian-sistema-educacion_0_2689531050.html

Imagen: http://www.la-razon.com/sociedad/Noel-Aguirre-Educacion-Alternativa-Especial_LRZIMA20170411_0030_11.jpg

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Huelga general marcará hito en Brasil, afirma dirigente sindical.

América del Sur/Brasil/25.04.2017/Autor y Fuente:http://www.prensa-latina.cu/
La huelga general del 28 de abril contra las reformas que impulsa el gobierno de Michel Temer marcará un hito en la lucha sindical en Brasil, valoró la presidenta de la CUT en Minas Gerais, Beatriz Cerqueira.

El paro resulta ‘urgente y necesario’ para hacer la lucha de masas y detener esa ola conservadora que intentan llevar adelante un gobierno y un Congreso Nacional que no tienen legitimidad para eso, mediante la imposición de un nuevo modelo de Estado, denunció.

En opinión de la presidenta de la Central Única de los Trabajadores (CUT) y coordinadora general del Sindicato Único de los Trabajadores de la Educación en Minas Gerais, el momento que vive hoy Brasil es gravísimo.

Este gobierno con ese programa no fue electo en las urnas, y tampoco lo fue este Congreso para hacer una revisión de la Constitución de 1988, como ya comenzó a hacerlo en 2016 al aprobar un nuevo régimen fiscal que congela por 20 años los gastos primarios (PEC 241), aseveró.

Cerqueira denunció que la intención es implantar un Estado menor, en el cual no haya espacio para la educación, la salud, las pensiones, la generación de empleos ni el combate a la desigualdad social y la pobreza como políticas públicas para favorecer a la mayoría de la población.

En declaraciones al portal del periódico Brasil de Fato, la líder magisterial advirtió que ‘las direcciones sindicales que continúen ignorando la coyuntura nacional de ataques que estamos sufriendo serán exigidas fuertemente por las bases de sus categorías’.

Ya no basta con defender solo los reclamos sectoriales, dijo y remarcó que lo primero será entablar una lucha de clases.

Es preciso entender que el ciclo de ‘todos ganan’ de la última década en Brasil, con el llamado neodesarrollismo, terminó, sostuvo Cerqueira y alertó que ahora, delante de una crisis mundial, el capital no querrá dividir sus ganancias con los trabajadores.

Hoy no se trata de intentar alcanzar nuevas conquistas, sino de evitar retrocesos; por eso es necesario derrotar las reformas del sistema de pensiones y laboral, subrayó.

Es preciso politizar la lucha, indicó la presidenta de la CUT en Minas Gerais y apuntó que ‘ellos están intentando hacer exactamente lo contrario: criminalizar la política y las agendas progresistas para apartar al pueblo’.

La negación de la política, concluyó, es fundamental para los gobiernos autoritarios.

Fuente: http://www.prensa-latina.cu/index.php?o=rn&id=80589&SEO=huelga-general-marcara-hito-en-brasil-afirma-dirigente-sindical

Imagen: http://www.prensa-latina.cu/images/2017/abril/22/huelga-general-del-28-de-ab.jpg

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La jaula neoliberal

Frei Betto

«El mercado se apropia de todo»

Al contrario del liberalismo, el neoliberalismo defiende la supremacía del mercado y la reducción del Estado a mero gestor de intereses corporativos privados. La democracia, entendida como participación popular, es un estorbo para el neoliberalismo. Como cierto general brasileño, no soporta «el olor del pueblo».

Ya en 1975, los autores del Informe Rockefeller, que enunció las bases de la Comisión Trilateral (Estados Unidos, Europa y Japón), se quejaban del «exceso de democracia» y admitían, sin ningún pudor, que solo funcionaría con cierto grado de apatía por parte de la población y desinterés de individuos y grupos.

Max Weber nos había advertido sobre la tiranía del mercado, que instaura en nuestras vidas -desde la subjetividad más íntima hasta la actividad política- la «jaula de hierro» de la que no resulta fácil librarse. El mercado se apropia de todo. Y le transfiere la culpa de sus males a la responsabilidad del Estado.

En la década de 1960, el hambre, la devastación ambiental, la corrupción, el desempleo, etc., se calificaban de (d)efectos del capitalismo. Hoy se atribuyen a la ineptitud del Estado. Él es el gran villano, responsable de todos los malestares sociales y económicos.

De ahí el apresuramiento para aprobar la reforma laboral propuesta por Temer, para hacer retroceder los derechos laborales duramente conquistados, anular el papel del Estado como árbitro de las cuestiones sociales y restringir los derechos de los trabajadores a las parcas concesiones patronales formalizadas en acuerdos privados.

El neoliberalismo es la nueva razón del mundo. Promueve el desmontaje de la democratización, en la misma medida en que favorece la formación de monopolios y oligopolios. Desde los bancos hasta los medios de comunicación. La pirámide social y cultural se estrecha cada vez más.

En el neoliberalismo impera la teología de la culpa. En teoría, el Dios Mercado les ofrece a todos iguales oportunidades. Si en la práctica reina una desigualdad brutal, la culpa es de quienes no han sabido evitar el propio fracaso…

Pregúntele a un ciudadano corriente qué es el neoliberalismo. Es probable que no le sepa responder. Pregúntele entonces qué cree de la vida, del país, del mundo. Sin duda expresará esa ideología del éxito individual y de la supremacía de unos sobre otros, que legitima todo tipo de prejuicios y discriminaciones.

Dos áreas en las que el neoliberalismo invierte sin tasa son la educación y la cultura. Los libros didácticos se someten a la lupa censora de lo que hoy se denomina Escuela Sin Partido. La cultura se reduce a mero entretenimiento.

Los medios masivos exaltan el mercado y execran al Estado. Si este favorece a la mayoría de la población, es populismo. La finalidad del Estado es facilitar el crecimiento de las grandes empresas y la elevación de los índices de la Bolsa de Valores, engordar a las corporaciones financieras y garantizar la seguridad del juego mercantil ante el descontento y, quizás, la revuelta de los excluidos de sus beneficios (huelgas, manifestaciones, etc.).

El neoliberalismo es una plaga que solo se puede combatir con un antídoto: el neosocialismo o ecosocialismo.

(Traducción de Esther Perez)

 


Fuente del Artículo:

http://www.periodistadigital.com/religion/opinion/2017/04/05/religion-iglesia-opinion-frei-betto-la-jaula-neoliberal-el-mercado-se-apropia-de-todo-neoliberalismo-neosocialismo-ecosocialismo.shtml

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Para que o futuro seja de novo possível, por Boaventura de Sousa Santos

Boaventura de Sousa Santos

E se o divórcio entre Democracia e Revolução estiver na origem dos tempos sombrios que vivemos? E se Democracia e Revolução puderem se amigar de novo? (Imagem: Robert Doisneau).

Quando olhamos para o passado com os olhos do presente, deparamo-nos com cemitérios imensos de futuros abandonados, lutas que abriram novas possibilidades mas foram neutralizadas, silenciadas ou desvirtuadas, futuros assassinados ao nascer ou mesmo antes, contingências que decidiram a opção vencedora depois atribuída ao sentido da história. Nesses cemitérios, os futuros abandonados são também corpos sepultados, muitas vezes corpos que apostaram em futuros errados ou inúteis. Veneramo-los ou execramo-los consoante o futuro que eles e elas quiseram coincide ou não com o que queremos para nós. Por isso choramos os mortos, mas nunca os mesmos mortos. Para que não se pense que os exemplos recentes se reduzem aos homens-bombas – mártires para uns, terroristas para outros – em 2014 houve duas celebrações do assassinato do Arquiduque de Francisco Fernando e sua esposa em Sarajevo, e que conduziu à I Guerra Mundial. Num bairro da cidade, bósnios croatas e muçulmanos celebraram o monarca e sua esposa, enquanto noutro bairro, bósnios sérvios celebraram Gravilo Princip que os assassinou, e até lhe fizeram uma estátua.

No início do século XXI, a ideia de futuros abandonados parece obsoleta, aliás tanto quanto a própria ideia de futuro. O futuro parece ter estacionado no presente e estar disposto a ficar aqui por tempo indeterminado. A novidade, a surpresa, a indeterminação sucedem-se tão banalmente que tudo o que de bom como de mau estava eventualmente reservado para o futuro está a ocorrer hoje. O futuro antecipou-se a si próprio e caiu no presente. A vertigem do tempo que passa é igual à vertigem do tempo que pára. A banalização da inovação vai de par com a banalização da glória e do horror. Muitas pessoas vivem isto com indiferença. Há muito desistiram de fazer acontecer o mundo e por isso estão resignados a que o mundo lhes aconteça. São os cínicos, profissionais do ceticismo. Há, porém, dois grupos muito diferentes em tamanho e sorte para quem esta desistência não é opção.

O primeiro grupo é constituído pela esmagadora maioria da população mundial. Exponencial desigualdade social, proliferação de fascismos sociais, fome, precariedade, desertificação, expulsão de terras ancestrais cobiçadas por empresas multinacionais, guerras irregulares especializadas em matar populações civis inocentes – tudo isto faz com que uma parte cada vez maior da população do mundo tenha deixado de pensar no futuro para se concentrar em amanhã. Estão vivos hoje, mas não sabem se estarão vivos amanhã; têm comida para dar aos filhos hoje, mas não sabem se têm amanhã; estão empregados hoje, mas não sabem se estarão amanhã. O amanhã imediato é o espelho do futuro em que o futuro não se gosta de ver, pois reflete um futuro medíocre, rasteiro, comezinho. Estas imensas populações pedem tão pouco ao futuro que não estão à altura dele.

O segundo grupo é tão minoritário quanto poderoso. Imagina-se a fazer acontecer o mundo, a definir e controlar o futuro por tempo indeterminado e de maneira exclusiva para que não haja qualquer futuro alternativo. Esse grupo é constituído por dois fundamentalismos. São fundamentalistas porque assentam em verdades absolutas, não admitem dissidência e acreditam que os fins justificam os meios. Os dois fundamentalismos são o neoliberalismo, controlado pelos mercados financeiros, e o Daesh, os jhiadistas radicais que se dizem islâmicos. Sendo muito diferentes e até antagónôcos, partilham importantes características. Assentam ambos em verdades absolutas que não toleram a dissidência política – num caso, a fé científica na prioridade dos interesses dos investidores e na legitimidade da acumulação infinita de riqueza que ela permite; no outro, a fé religiosa na doutrina do califa que promete a libertação da dominação e humilhação ocidentais. Ambos visam garantir o controle do acesso aos recursos naturais mais valorizados. Ambos causam imenso sofrimento injusto com a justificação de que os fins legitimam os meios. Ambos recorrem com parificável sofisticação às novas tecnologias digitais de informação e comunicação para difundir o seu proselitismo. O radicalismo de ambos é do mesmo quilate e o futuro que proclamam é igualmente distópico – um futuro indigno da humanidade.

Será possível um futuro digno entre os dois futuros indignos que acabei de referir: o minimalismo do amanhã e o maximalismo do fundamentalismo? Penso que sim, mas a história dos últimos cem anos obriga-nos a múltiplas cautelas. A situação de que partimos não é brilhante. Começámos o século XX com dois grandes modelos de transformação progressista da sociedade, a revolução e o reformismo, e começamos o século XXI sem nenhum deles. Cabe aqui recordar, de novo, a Revolução Russa, já que foi ela que radicalizou a opção entre os dois modelos e lhe deu consistência política prática. Com a Revolução de Outubro, tornou-se claro para os trabalhadores e camponeses (diríamos hoje, classes populares) que havia duas vias para alcançar um futuro melhor, que se antevia como pós-capitalista, socialista. Ou a revolução, que implicava ruptura institucional (não necessariamente violenta) com os mecanismos da democracia representativa, quebra de procedimentos legais e constitucionais, mudanças bruscas no regime de propriedade e no controle da terra; ou o reformismo, que implicava o respeito pelas instituições democráticas e o avanço gradual nas reivindicações dos trabalhadores à medida que os processos eleitorais lhes fossem sendo mais favoráveis. O objetivo era o mesmo – o socialismo.

Não vou hoje tratar das vicissitudes por que esta opção passou ao longo dos últimos cem anos. Apenas mencionar que depois do fracasso da revolução alemã (1918-1921) foi-se construindo a ideia de que na Europa e nos EUA (o primeiro mundo) o reformismo seria a via preferida, enquanto o terceiro mundo (o mundo socialista soviético foi-se constituindo com o segundo mundo) iria seguir a via revolucionária, como aconteceu na China em 1949, ou alguma combinação entre as duas vias. Entretanto, com a subida de Stalin ao poder, a Revolução Russa transformou-se numa ditadura sanguinária que sacrificou os seus melhores filhos em nome de uma verdade absoluta que se impunha com a máxima violência. Ou seja, a opção revolucionária transformou-se num fundamentalismo radical que precedeu os que mencionei acima. Por sua vez, o terceiro mundo, à medida que se ia libertando do colonialismo, começava a verificar que o reformismo nunca conduziria ao socialismo, mas antes, quando muito, a um capitalismo de rosto humano, como aquele que ia emergindo na Europa depois da II Guerra Mundial. O movimento dos Não-Alinhados (1955-1961) proclamava a sua intenção de recusar tanto o socialismo soviético como o capitalismo ocidental.

Por razões que analisei na minha última coluna, com a queda do muro de Berlim os dois modelos de transformação social ruíram. A revolução transformou-se num fundamentalismo desacreditado e caduco que ruiu sobre os seus próprios fundamentos. Por sua vez, o reformismo democrático foi perdendo o impulso reformista e, com isso, a densidade democrática. O reformismo passou a significar a luta desesperada para não perder os direitos das classes populares (educação e saúde públicas, segurança social, infraestruturas e bens públicos, como a água) conquistados no período anterior. O reformismo foi assim definhando até se transformar num ente esquálido e desfigurado que o fundamentalismo neoliberal reconfigurou por via de um facelift, convertendo-o no único modelo de democracia de exportação, a democracia liberal transformada num instrumento do imperialismo, com direito a intervir em países “inimigos” ou “incivilizados” e a destruí-los em nome de tão cobiçado troféu. Um troféu que, quando entregue, revela a sua verdadeira identidade: uma ruína iluminada a néon, levada na carga dos bombardeiros militares e financeiros (“ajustes estruturais”), estes últimos conduzidos pelos CEOs do Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional.

No estado atual desta jornada, a revolução converteu-se num fundamentalismo semelhante ao maximalismo dos fundamentalismos acuais, enquanto o reformismo se degradou até ser o minimalismo da forma de governo cuja precariedade não lhe permite ver o futuro para além do imediato amanhã. Terão estes dois fracassos históricos causado direta ou indiretamente a opção prisional em que vivemos, entre fundamentalismos distópicos e amanhãs sem depois de amanhã? Mais importante que responder a esta questão, é crucial sabermos como sair daqui, a condição para que o futuro seja outra vez possível. Avanço uma hipótese: se historicamente a revolução e a democracia se opuseram e ambas colapsaram, talvez a solução resida em reinventá-las de modo a que convivam articuladamente. Por outras palavras, democratizar a revolução e revolucionar a democracia. Será o tema de próxima coluna.

Fuente del Artículo:

http://jornalggn.com.br/noticia/para-que-o-futuro-seja-de-novo-possivel-por-boaventura-de-sousa-santos

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