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A esquerda sem imaginação

Por Boaventura de Sousa Santos

A dominação social, política e cultural é sempre o resultado de uma distribuição desigual do poder, nos termos da qual quem não tem poder ou tem menos poder vê as suas expectativas de vida limitadas ou destruídas por quem tem mais poder. Tal limitação ou destruição manifesta-se de várias formas, da discriminação à exclusão, da marginalização à liquidação física, psíquica ou cultural, da demonização à invisibilização. Todas esta formas podem-se reduzir a uma só – opressão. Quanto mais desigual é a distribuição do poder, maior é a opressão.

As sociedades com formas duradouras de poder desigual são sociedades divididas entre opressores e oprimidos. A contradição entre estas duas categorias não é lógica, é antes dialéctica, já que as duas categorias são ambas parte da mesma unidade contraditória. Os fatores que estão na base da dominação variam de época para época. Na época moderna, digamos, desde o século XVI, os três fatores principais têm sido: capitalismo, colonialismo e patriarcado. O primeiro é originário da modernidade ocidental, enquanto os outros dois existiram antes mas foram reconfigurados pelo capitalismo. A dominação capitalista assenta na exploração do trabalho assalariado por via de relações entre seres humanos formalmente iguais. A dominação colonial assenta na relação hierárquica entre grupos humanos por uma razão supostamente natural, seja ela a raça, a casta, a religião ou a etnia. A dominação patriarcal implica outro tipo de relação de poder mas igualmente assente na inferioridade natural de um sexo ou de uma orientação sexual.

As relações entre os três modos de dominação têm variado ao longo do tempo e do espaço, mas o fato de a dominação moderna assentar nos três é uma constante. Ao contrário do que vulgarmente se pensa, a independência política das antigas colônias europeias não significou o fim do colonialismo, significou apenas a substituição de um tipo de colonialismo (o colonialismo de ocupação territorial efetiva por uma potência estrangeira) por outros tipos (colonialismo interno, neocolonialismo, imperialismo, racismo, xenofobia, etc.).Vivemos hoje em sociedades capitalistas, colonialistas e patriarcais. Para ter êxito, a resistência contra a dominação moderna tem de assentar em lutas simultaneamente anticapitalistas, anticoloniais e antipatriarcais. Todas as lutas têm de ter como alvo os três fatores de dominação, e não apenas um, ainda que as conjunturas possam aconselhar que incidam mais num fator que noutro.

O século XX foi dos séculos mais violentos da história, mas também se caracterizou por muitas conquistas positivas: dos direitos sociais e econômicos dos trabalhadores à libertação e independência das colônias, dos movimentos dos direitos cívicos das populações afrodescendentes nas Américas às lutas das mulheres contra a discriminação sexual. No entanto, apesar dos êxitos, os resultados não são brilhantes. Nas primeiras décadas do século XXI atravessamos mesmo um período de refluxo generalizado de muitas das conquistas dessas lutas. O capitalismo concentra a riqueza mais do que nunca e agrava a desigualdade entre países e no interior de cada país; o racismo, o neocolonialismo e as guerras imperiais assumem formas particularmente excludentes e violentas; o sexismo, apesar de todos os êxitos dos movimentos feministas, continua a causar a violência contra as mulheres com uma persistência inabalável.

Um diagnóstico correto é a condição necessária para sairmos deste aparente curto-circuito histórico. Sugiro vários componentes principais do diagnóstico. O primeiro reside em que, enquanto a dominação moderna articula sempre capitalismo com colonialismo e patriarcado, as organizações e os movimentos que vêm lutando contra ela têm sempre estado divididas, cada uma delas privilegiando um dos modos de dominação e negligenciando, ou mesmo ignorando, os outros, e cada uma delas defendendo que a sua luta e o seu modo de luta é o mais importante. Não surpreende assim que muitos partidos socialistas e comunistas, que lutaram (quando lutaram) contra a dominação capitalista, tenham sido durante muito tempo colonialistas, racistas e sexistas. Do mesmo modo, não surpreende que movimentos nacionalistas, anticoloniais e antirracistas tenham sido capitalistas ou pró-capitalistas e sexistas, e que movimentos feministas tenham sido coniventes com o racismo, o colonialismo e o capitalismo. Deste fato histórico resulta claro que os avanços serão escassos se a dominação continuar unida e a oposição a ela, desunida.

O segundo componente tem a ver com o modo como se organizaram as resistências anticapitalistas, anticolonialistas e antipatriarcais. Trabalhadores, camponeses, mulheres, escravizados, povos colonizados, povos indígenas, povos afrodescendentes, populações discriminadas pela deficiência ou pela orientação sexual recorreram a muitas formas de luta, umas violentas outras, pacíficas, umas institucionais outras, extra-institucionais. Ao longo do século passado essas múltiplas formas foram-se condensando em partidos políticos, movimentos de libertação e movimentos sociais, e, com algumas exceções, foram dando preferência à luta institucional e não violenta. O regime político que se impôs como dando a melhor resposta a estas opções foi a democracia de origem liberal, a democracia atualmente existente. Acontece que a potencialidade deste tipo de democracia para corresponder às aspirações das populações oprimidas sempre foi muito limitada e as limitações foram-se agravando em tempos mais recentes.

O tipo que mais desenvolveu essa potencialidade foi a social-democracia europeia, e o seu melhor momento (conseguido, em boa medida, à custa do colonialismo e neocolonialismo, ou seja, das relações econômicas desiguais com as colônias e as ex-colônias), está hoje sob ataque, não só na Europa, como também em todos os países que procuraram imitar o seu espirito moderadamente redistributivo para reduzir as enormes desigualdades sociais (Argentina, Brasil, Venezuela). Por todo o lado, a democracia de baixa intensidade que ainda existe está sendo cercada por forças antidemocráticas e, nalguns países, vai transitando para ditaduras atípicas, muitas vezes assentes na destruição da separação dos poderes (do Brasil à Polônia e à Turquia) ou na manipulação dos sistemas majoritários (fraude eleitoral sistemática, como no México, sistemas eleitorais que não garantem a vitória ao candidato mais votado, como nos EUA). Sabíamos que a democracia se defende mal dos antidemocratas pois, doutro modo, Hitler não teria ascendido ao poder por via de eleições. Mas note-se que, ainda que de modo fraudulento, o seu partido ostentava a palavra “socialismo” no seu nome.

Hoje, a democracia está a ser sequestrada por forças econômicas poderosas (Bancos Centrais, Fundo Monetário Internacional, agências de avaliação de crédito) não sujeitas a qualquer deliberação democrática. E as imposições podem ser legais (e legítimas?): juros de dívida pública, imposição de tratados de “livre” comércio, políticas de austeridade, rules of engagement das multinacionais, controle corporativo dos grande meios de comunicação social; e ilegais: corrupção, tráfico de influências, abuso de poder, infiltração nas organizações democráticas, incitamento à violência. A democracia é hoje subserviente dos interesses imperiais, senão mesmo um dos seus instrumentos. Para a impor destroem-se países inteiros, sejam eles o Iraque, a Líbia, a Síria, o Yemen. Está bem documentada a intervenção imperialista para desestabilizar processos democráticos dotados de algum ânimo redistributivo e animados de algum defensismo nacionalista para proteger do mercado internacional predador de recursos estratégicos, sejam eles petróleo, minérios ou, crescentemente, terra ou água. Esta desestabilização nutre-se sempre dos erros, por vezes graves, dos governos nacionais (alguns considerados progressistas) e conta com a ativa cumplicidade das oligarquias que dominaram estes países. A descaracterização da democracia é tal que já se fala hoje de pós-democracia, um novo regime político assente na conversão dos conflitos políticos em conflitos mediáticos minuciosamente geridos por técnicos de publicidade e comunicação e ultimamente apoiados pela pós-verdade mediática das fake news.

O terceiro componente do diagnóstico diz precisamente respeito aos erros dos governos nacionais. Porque erram tão frequentemente, sobretudo quando considerados progressistas? São muitos os fatores: não há alternativas anticapitalistas credíveis e as conquistas contra o colonialismo, o racismo ou o sexismo parecem depender de não interferirem com a dominação capitalista; uma vez com poder de governo, as forças progressistas comportam-se como se tivessem, além dele, o poder econômico, social e cultural que se reproduz na sociedade em geral, e com isso deixa de se reconhecer a gravidade ou mesmo a existência de antagonismo de classes, de raças e de sexos. As lutas contra o capitalismo, o colonialismo e o patriarcado são sempre concebidas como visando eliminar os “excessos” destes modos de dominação, e não a sua fonte. Desta “autocontenção”, voluntária ou imposta, decorrem duas consequências fatais.

A primeira é tolerar ou mesmo promover um sistema de educação que promove os valores e as subjetividades que sustentam o capitalismo e as relações coloniais, racistas e sexistas. A segunda é recusar imaginar (ou ignorar quando ocorrem) formas alternativas de organizar a economia, conceber a democracia ou organizar o Estado, praticar a dignidade humana e dignificar a natureza, promover formas de sentir e de ser solidárias, substituir quantidades e gostos infinitos pela proporcionalidade, deixar de lado euforias desenvolvimentistas em benefício de limites justos e fruições comedidas, promover a diferença e a diversidade com a mesma intensidade com que se promove a horizontalidade. Ao apresentarem-se como fatais, estas duas consequências são desumanas. Pela simples razão de que ser humano é não ser ainda plenamente humano. É não ter de ser para sempre o que se é num dado contexto, tempo ou lugar.

Imagem: Edward Hooper, Pessoas ao sol (1963)

Fonte das Notícias:

http://jornalggn.com.br/noticia/a-esquerda-sem-imaginacao-por-boaventura-de-sousa-santos

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La supremacía blanca y la permisividad del presidente Trump

Por: Amy Goodman

La vida es efímera, los monumentos perduran. Heather Heyer murió el sábado en Charlottesville, Virginia, cuando un automóvil, supuestamente conducido por un neonazi, embistió contra una multitud que se estaba manifestando en contra de un acto de supremacistas blancos. Alrededor de 20 personas resultaron heridas. El supremacista blanco acusado del homicidio de Heyer, James Alex Fields Jr., de 20 años de edad, estaba en Charlottesville para participar en un acto denominado “Unite the Right” (Unir a la Derecha), junto con otros miles de supremacistas blancos, neonazis y miembros del Ku Klux Klan que se oponen al plan de la ciudad de retirar una estatua del General del ejército confederado Robert E. Lee. Cientos de activistas que condenan el racismo se congregaron para protestar contra el acto de la derecha y para “defender a Charlottesville”. Dos oficiales de la policía estatal de Virginia murieron al estrellarse su helicóptero de vigilancia.

La noche anterior al acto, los organizadores realizaron una marcha evocativa de los desfiles con antorchas de la Alemania nazi. Cientos de personas de raza blanca, en su mayoría jóvenes, coreaban “¡No nos reemplazarán! ¡Los judíos no nos reemplazarán!” y el eslogan nazi de la década de 1930: “¡Sangre y tierra!”: “Blood and Soil! Blood and Soil! Blood and Soil”.

El sábado, el Presidente Donald Trump causó indignación en todo el espectro político (salvo en los supremacistas blancos, que lo elogiaron) cuando culpó de la violencia en Charlottesville a “muchas partes”: “Condenamos en los términos más enérgicos este flagrante despliegue de odio, intolerancia y violencia de muchas partes; de muchas partes”. El lunes, bajo mucha presión, Trump leyó una declaración en la que denunció a los neonazis, la supremacía blanca y el Ku Klux Klan. Su declaración, leída de una pantalla, pareció forzada, al punto que un observador afirmó que parecía el video de un rehén. Un día más tarde, Trump se desdijo. En una acalorada conferencia de prensa sin restricciones ni libreto, Trump declaró que muchos manifestantes de “Unite the Right” eran “buenas personas” y sostuvo que quienes se manifestaron en contra de ellos también deberían ser culpabilizados de la violencia: “Creo que ambas partes son responsables, no me caben dudas al respecto y a ud. tampoco. Y si informaran la verdad, dirían esto”. Tras la pregunta de un periodista acerca del grupo “Unite the Right”, respondió: “Disculpen, había gente muy mala en ese grupo, pero también había muy buenas personas”.

Según el centro de estudios legales Southern Poverty Law Center, hay al menos 1.500 estatuas, placas y monumentos conmemorativos de la Confederación no solo en el sur de Estados Unidos, sino en todo el país. La decisión de retirar la estatua de Robert E. Lee de Charlottesville no fue espontánea, sino que tuvo lugar tras mucha movilización popular, como parte de un creciente movimiento nacional liderado por jóvenes valientes. Una de las acciones más destacadas contra la exhibición de imágenes racistas tuvo lugar el 27 de junio de 2015, en la mañana posterior a una misa en honor a los nueve afroestadounidenses asesinados por el supremacista blanco Dylann Roof en la iglesia Emanuel A.M.E., en Charleston, Carolina del Sur. Bree Newsome, una joven activista y artista afroestradounidense trepó el mástil del edificio del Gobierno estatal de Carolina del Sur y retiró la bandera confederada mientras gritaba: “Vienen a mí con odio, opresión y violencia; yo vengo en nombre de Dios. Esta bandera será retirada hoy”. Tras el ataque de los supremacistas blancos en Charlottesville, Bree Newsome dijo en el programa “DemocracyNow!”: “Esto forma parte de una larga historia y de un patrón terrorista de la supremacía blanca en este país. No solo se trata de actos de violencia que intentan provocar terror, sino que son actos políticos. Es terrorismo. Debería ser calificado como tal, debería ser abordado como tal”.

Dos días después de los incidentes violentos en Charlottesville, un grupo de personas reunidas en el tribunal del condado de Durham en Carolina del Norte retiraron el monumento a los soldados del ejército confederado. Takiyah Thompsonn, una de las activistas presentes allí, dijo en el programa “DemocracyNow!” antes de dirigirse al tribunal para afrontar dos acusaciones por el delito de incitación a la violencia y tres acusaciones de delitos menores, incluido el de desfigurar una estatua: “Todo lo que aliente a esas personas, todo lo que las haga sentirse orgullosas debe ser destruido, del mismo modo que quieren destruir a las personas negras y a los demás grupos a los que atacan. Debemos retirar todas las estatuas de soldados confederados y todo vestigio de la supremacía blanca”. Si bien Takiyah Thompson podría ser condenada a varios años de prisión, se mostró imperturbable: “No se puede mantener a las personas oprimidas por siempre. La gente se alzará, como está ocurriendo en todo el país”.

El lunes, el Concejo Municipal de la ciudad de Baltimore votó a favor de que se retiraran varias estatuas confederadas. El martes, en el silencio de la noche, varios funcionarios municipales retiraron, entre otras, las estatuas ecuestres de los generales Robert E. Lee y Stonewall Jackson. Dos de los tataranietos de Stonewall Jackson enviaron una carta al alcalde de Richmond, Virginia, Levar Stoney, y a la comisión de monumentos de la ciudad para instarlos a que retiraran la estatua ecuestre de su famoso antepasado. Los hermanos William y Warren Christian leyeron un fragmento de su carta en el programa “DemocracyNow!”. Esto leyó William Christian: “Somos originarios de Richmond y también somos tataranietos de Stonewall Jackson. Como dos de los familiares con vida más cercanos de Stonewall escribimos esta carta para solicitar que se retire su estatua y que se retiren todas las estatuas confederadas de la Avenida de los Monumentos. Son símbolos claros del racismo y la supremacía blanca, y hace tiempo que ya no deberían exhibirse en público. Creemos que retirar la estatua de Jackson y de otras figuras necesariamente hará que mantengamos conversaciones difíciles sobre la justicia racial y será el primer paso para que recapacitemos”.

Su hermano, Warren Christian, continuó: “La persistente desigualdad racial en el encarcelamiento, los logros educativos, la violencia policial, las prácticas de contratación, el acceso a la salud y, quizá lo más evidente, la riqueza, dejan en claro que estos monumentos no están por fuera de la historia. El racismo y la supremacía blanca, que sin duda continúan en el día de hoy, no son ni naturales ni inevitables, sino que fueron creados para justificar lo injustificable…”.

El 3 de agosto de 1857, unos años antes de que estallara la Guerra de Secesión y 160 años antes del violento asesinato de Heather Heyer, el legendario esclavo fugitivo y reconocido abolicionista Frederick Douglass pronunció un discurso en el que dijo: “El poder no concede nada sin que se le exija. Nunca lo hizo y nunca lo hará”. El creciente movimiento por la justicia racial está exigiendo y se está movilizando. Los supremacistas blancos tendrán cada día menos estatuas confederadas a las que aferrarse.

Fuente: https://www.rebelion.org/noticia.php?id=230506

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Gritos de Guerra y Susurros de Paz.

Por: Walter Palma

  ¡Papa!, ¡Papa!, ¡Papa! Exclama el niño de cuatro años, te quiero mucho y lo besa en la mejía Izquierda. El papa con ternura le obsequia una rebanada de sandia, un juguete, un lapicero y libro. ¡Papa!, ¡Papa!, ¡Papa! Grita el niño de nueve años, he hecho manchas de tinta en el libro y rompí el juguete. El papa con cariño le repara el juguete, le regala una manzana y le deja tareas. ¡Papa!, ¡Papa!, ¡Papa! Le reclama el joven de catorce años, ¡todos mis amigos tienen computadoras y automóvil yo quiero lo mismo! La dulzura nos ciega e ilusiona, la dureza enseña y humilla. En este momento estamos cegados por los dulces de la vida pero, cuando la dureza nos destape los ojos y el tiempo nos arrastre; lo más valioso serán las manchas de tinta en papel y el juguete quebrado.

    Socialismo es una ideología política creada en Europa en el siglo XIX, es una ideología que aboga por la reorganización de la sociedad para superar las tensiones creadas por la industrialización y tiene como meta restaurar la armonía social bajo cooperación comunal. (Lynn Hunt, 2012) Brasil bajo el liderazgo de Lula da Silva fue bautizado en la revista The Economist como un país de alto nivel. Económicamente fue uno de los últimos países que entro en la recesión económica en 2008 y el primero en salir, la ganancia bruta y la tasa de empleo incrementaron. (Brasilia, 2010) Los derechos del género femenino aumentaron en la fuerza laboral y en la política de Brasil; Dilma Rousseff fue el primer presidente del género femenino. En Venezuela el 96% de la población tiene acceso a agua limpia, en 2011 67,000 venezolanos recibieron medicamentos gratuitos para tratar enfermedades como el cáncer, hepatitis y esquizofrenia. Antes que Hugo Chávez fuera democráticamente electo para le presidencia de Venezuela, el 21% de la población estaba desnutrida y ahora ha sido reducida a 5%. (Gobierno Bolivariano de Venezuela, 2017)Bajo el liderazgo del Presidente Sánchez Ceren, El Salvador a otorgado más de 400 millones de dólares en créditos productivos a familias de escasos recursos. Y un incremento de tratados económicos que últimamente beneficiaran a la gente de El Salvador.

      Gritos de guerra en Latinoamérica han sido abundantes, La Guerra Fría y sus ecos acosan y rehúsan ahogarse en el lago creado por Cronos. Ecos que se han convertido en una bestia rabiosa, malcriada y constipada que busca devorar la Izquierda en Latinoamérica. La Derecha en Latinoamérica es un automóvil viejo y arruinado, un automóvil que gasta más de lo que produce. Un automóvil que requiere mecánicos extranjeros para funcionar, lo único que ha logrado en las últimas décadas es congelar el desarrollo de los países en Latinoamérica. General Maximiliano Hernández Martínez fue presidente de El Salvador entre 1931 y 1944. Asesino a cerca de 20,000 campesinos e indígenas. General Efraín Ríos Montt fue presidente de Guatemala y culpable del exterminio de centenares de aldeas Mayas. Se hace un aproximado de 200,000 personas desaparecidas. General Augusto Pinochet responsable por más de 40,000 muertes en el país de Chile. Susurros de paz se tienen que inculcar en nuestra juventud, una juventud que debe defender a la gente oprimida. Una juventud que debe luchar contra el fanatismo político y religioso en manera pacífica por medio de la educación. Una juventud que tiene que luchar contra las iniquidades humanas: el racismo, ignorancia, supersticiones y la concentraciones de poder y riquezas. Y con la meta de crear una sociedad que respete la libertad de pensamiento, religión y expresión. La Izquierda en Latinoamérica tiene la responsabilidad de crear un periodo de iluminación. Una sociedad donde el aciano se respete y se aprecie como una joya, los niños y las viudas no padezcan hambre. La mujer goce de los mismos derechos que los hombres y se le cuide por la gema que representa; la que nos otorga la vida.

Bibliography

Brasilia. (2010, 09 30). Lula’s legacy. Retrieved from The Economist: http://www.economist.com/node/17147828

Casa Presidencial. (2017, 07 22). Presidencia de la Republica de El Salvador. Retrieved from https://twitter.com: https://twitter.com/presidencia_sv?ref_src=twsrc%5Etfw&ref_url=http%3A%2F%2Fwww.telesurtv.net%2Fnews%2FPresidente-salvadoreno-destaca-logros-economicos-y-sociales-20150601-0027.html

Conti, B. D. (2013). The Main Trends in the Brazilian Economy over the Last. Berlin: Competence Center – Money, Trade, Finance and Developement.

Gobierno Bolivariano de Venezuela. (2017, 07 22). Los logros de Chávez y la Revolución Bolivariana. Retrieved from http://venezuelaenargentina.embajada.gob.ve : http://venezuelaenargentina.embajada.gob.ve/index.php?option=com_content&view=article&id=1962:los-logros-de-chavez-y-la-revolucion-bolivariana&catid=4:noticias-de-venezuela-en-el-mundo&Itemid=39&lang=en

Lynn Hunt, T. R. (2012). Making of the West, Volume II: Since 1500. New York: Bedford/St. Martin’s.

Fuente: http://www.telesurtv.net/imreporter/Gritos-de-Guerra-y-Susurros-de-Paz.–20170722-0013.html

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Inquietante balance de la ONU sobre derechos de pueblos indígenas

10 agosto 2017/Fuente: El Espectador

A diez años de la Declaración sobre los Derechos de los Pueblos Indígenas, expertos de 40 entidades de Naciones Unidas advirtieron que los indígenas siguen sufriendo el racismo, discriminación y desigualdad en el acceso a servicios básicos y educación.

Pese al reconocimiento internacional de sus derechos y ciertos progresos, los pueblos indígenas siguen siendo mayoritariamente objeto de discriminación, racismo y marginación, según advirtió este miércoles Naciones Unidas.

La organización conmemoró este 9 de agosto el Día Internacional de los Pueblos Indígenas y aprovechó para hacer balance de la situación de estas comunidades.

Diez años después de la histórica Declaración de la ONU que consagró los derechos indígenas, la realidad para la mayor parte de estos pueblos sigue siendo sombría.

«Aunque los pueblos indígenas han logrado avances significativos en la defensa de sus derechos en foros internacionales y regionales, la implementación de la Declaración se ve obstaculizada por una persistente vulnerabilidad y exclusión», advirtieron 40 entidades de Naciones Unidas y organizaciones internacionales.

Esa exclusión es aún mayor para «mujeres, niños, jóvenes y personas con discapacidades», según subrayaron en un comunicado conjunto.

La Declaración adoptada por la Asamblea General de la ONU el 13 de septiembre de 2007 estableció una serie de estándares mínimos para garantizar la dignidad y el bienestar de los pueblos indígenas.

«La Declaración, cuya negociación llevó más de 20 años, se consolida como una referencia de progreso y derechos, y un marco para la reconciliación», recordó la relatora especial de la ONU para los Pueblos Indígenas, Victoria Tauli-Corpuz.

Lo hizo en un escrito firmado junto a la presidenta del Foro Indígena de la ONU, Mariam Wallet Aboubakrine, y el Mecanismo de Expertos sobre sus derechos, en el que reconocieron, sin embargo, que una década después siguen existiendo «enormes desafíos».

«Los pueblos indígenas siguen sufriendo el racismo, la discriminación y la desigualdad en el acceso a los servicios básicos, incluidas la sanidad y la educación», señalaron los expertos.

«Cuando se dispone de datos estadísticos, se aprecia claramente que están excluidos en todos los aspectos, enfrentándose a niveles de pobreza desproporcionadamente mayores, una menor esperanza de vida y peores resultados educativos», insistieron.

Según la ONU, entre los grandes problemas de los indígenas figura la pérdida de sus tierras y los derechos sobre los recursos, que son «pilares centrales de sus medios de vida e identidades culturales».

El gran jefe Wilton Littlechild, de la tribu Cree de Canadá y miembro del Foro Indígena de Naciones Unidas, denunció este miércoles en una conferencia de prensa ciertos retrocesos en los últimos años, tras el impulso logrado anteriormente.

Entre los mayores problemas, Littlechild destacó que nuevamente se está cuestionando el derecho de las comunidades indígenas «a participar en la toma de decisiones», incluso dentro del sistema de la ONU.

La Declaración de 2007 reconocía, entre otras cosas, el derecho de los pueblos indígenas a la libre determinación y, dentro de él, el derecho a la autonomía y el libre gobierno en las cuestiones relacionadas con sus asuntos internos y locales.

La lucha de las comunidades indígenas por poder definir su futuro se ha podido visualizar recientemente, por ejemplo, en la fiera oposición de la tribu Standing Rock Sioux al el oleoducto Dakota Access en Estados Unidos.

El pasado mes de abril, el presidente boliviano, Evo Morales, hizo en la ONU un llamamiento a todos los pueblos indígenas a unirse frente a las políticas capitalistas que, a su juicio, están en la causa de guerras, desigualdades y daños al medio ambiente.

Morales, de la etnia aimara, se encargó de pronunciar entonces el discurso central del acto con el que la ONU conmemoró oficialmente los diez años de la Declaración sobre los Derechos de los Pueblos Indígenas.

Fuente: http://www.elespectador.com/noticias/el-mundo/inquietante-balance-de-la-onu-sobre-derechos-de-pueblos-indigenas-articulo-707259

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Racismo y antirracismo, ¿En que jaula estamos?

Por: Santiago Alba Rico. Cuarto Poder. 14/07/2017

El escritor Helios Fernández Garcés, uno de los más lúcidos y brillantes teóricos del antirracismo decolonial en nuestro país, publicaba hace una semana en Diagonal un artículo con el que pretendía abrir un debate en torno a la insoslayable cuestión del “racismo y la izquierda” en una Europa que cierra fronteras en el exterior, pero que carga desde hace siglos con sus propias fronteras internas. Las líneas que siguen son una tentativa de sumarme a ese debate planteando algunas dudas que –estoy seguro– franquearán nuevas sendas de entendimiento y divergencia en esta necesaria discusión.

En un interesante debate de 1988 recogido en el libro Raza, nación y clase, los marxistas Wallerstein y Balibar diferían sobre la relación de mayor o menor autonomía del racismo respecto del capitalismo y del mercado. Balibar, que asociaba el racismo más bien al nacionalismo, criticaba a los antirracistas que identifican el racismo con la “ausencia de pensamiento”, recordando que, al contrario, el racismo es una forma de pensar y que “cambiar una forma de pensar es lo más difícil que existe”. Wallerstein, por su parte, insistía en la funcionalidad de las diferencias de raza y sexo en el seno de la economia-mundo capitalista y atribuía al universalismo formal el papel de un freno interno que conjuraría el peligro de esos “nihilismos” racistas, del tipo fascista y nazi, que podrían destruir el sistema desde el interior.

El libro de Wallerstein y Balibar mantiene en buena parte su vigencia, pero revela también los límites del pensamiento marxista y las transformaciones –algunas anticipadas por el propio Balibar– que ha experimentado el mundo en los últimos 30 años.

El racismo ya no es “una forma de pensar”. Ya no es una “teoría” y mucho menos una teoría de raíz biologicista, como lo fue en Chamberlain o Gobineau y, desde luego, durante la primera mitad del siglo XX. Nadie “piensa” ya que existan razas ni que determinen nuestra posición social. Nadie “piensa” que los gitanos sean ladrones por naturaleza, los negros menos inteligentes y los moros rijosos y astutos desde la cuna. El grado de destrucción de la Segunda Guerra Mundial, en efecto, dio paso a un “universalismo” piadoso, bajo cuyas plumas se han seguido empollando todas las diferencias, pero lo cierto es que ahora, cuando el universalismo sucumbe definitivamente en una Europa en crisis, varada con el colonialismo dentro, cuando los derechos devienen privilegios, cuando hay que repartirse entre pocos lo que dejan los ricos, no vuelve la “raza”, como cabría esperar, sino que es la cultura la que decide en su lugar entre los buenos y los malos, entre los dignos y los indignos, entre “nosotros” y “ellos”.

Nadie “piensa” ya racista y por eso el racismo es más “libre” y más decisivo que nunca. El racismo no es una forma de pensar, sino una forma de mirar, gesticular, afirmar el espacio, decidir sin palabras el destino del otro. Una actitud general que permite, al mismo tiempo, “pensarse” como no racista o, en el caso de la islamofobia, “pensar” categorías de exclusión pretendidamente inscritas en la tradición ilustrada y en los derechos humanos: en el laicismo, por ejemplo, o en el feminismo. Este “racismo sin raza”, que ya anticipaba con inquietud Balibar en 1988, y que ha puesto a la propia izquierda francesa en manos del Frente Nacional, es justamente criticada por Helios Fernández Garcés en su artículo de Diagonal. En la linea del pensamiento decolonial y de los Indigènes de la République, Fernández Garcés reprocha con razón al marxismo esa especie de pensamiento mágico que, a partir de la reducción de todos los conflictos a la “contradicción principal” (la de clase), pretendería voltear el mundo desde un solo punto y con un solo gesto, y ello de tal suerte que, mediante este birlibirloque, no sólo ha acabado por ignorar o menospreciar otros conflictos centrales sino que, a fuerza de ignorarlos, los ha reproducido tanto en el mundo exterior como en sus propias filas. El caso del colonialismo y el racismo (o el del sexismo) son sin duda tan banales como evidentes.

Un mundo “sin pensamiento racista” es, en realidad, un mundo plenamente racista y para combatirlo lo primero que hay que hacer es reflotar el concepto que quieren escamotearnos: hay que sacar del armario “la raza”, reivindicar la “raza”, politizar la “raza” como sujeto e instrumento de lucha. Los racistas no quieren que pronunciemos la palabra: gritémosla; los que nos tratan como “negros” se niegan a llamarnos así: llamémoslos nosotros “blancos” con el mismo desprecio que oculta su silencio cuando no nos llaman “negros”.

Ahora bien. Conviene saber qué es esto de “raza” allí donde estamos de acuerdo en que no tiene ningún fundamento biológico. La raza es una historia en el cuerpo; y una historia, como la del hierro sobre el ganado, de intervención performativa desde un poder desigual. “Clasificar es pensar”, dice Balibar, “y pensar es existir”. El “racismo” está potencialmente activo en el embrión mismo de las relaciones sociales; es inseparable de la existencia humana y, si deviene jerarquizante y destructivo, es porque los cuerpos son objeto no sólo de clasificación, sino de sujeción y dominio. Eso es justamente lo que hay que pensar.

La “raza” es la matriz simbólica de las relaciones de poder desiguales porque, no importa de cuál se trate, todo poder dominante encierra en su propio cuerpo a los dominados. Hay que hablar, pues, de una racialización “natural” del sometido, del subalterno, del excluido, del explotado, y ello hasta tal punto que puede localizarse un elemento “racial” en todas las estructuras de poder económico o cultural: en el patriarcado, la homofobia, el esclavismo o el clasismo. Todas estas formas de dominio han estado íntimamente articuladas en la relación de dominio que la Europa histórica ha ejercido sobre buena parte del resto del mundo: el colonialismo. Fernández Garcés tiene mucha razón en reprochar a la izquierda (más anti-imperialista que anti-colonialista) su silencio o indiferencia, que en el caso de España afecta a un “cuerpo” interno permanentemente racializado: los gitanos.

El colonialismo occidental, por así decirlo, ha encerrado sin salida en el cuerpo de sus víctimas cuatro o cinco formas de sujeción diferentes. Es lógico, por tanto, que un sector militante del pensamiento decolonial interprete la liberación como un restablecimiento de los cuerpos en la primera línea de combate. Al “blanco” lo llamamos “blanco”, porque se cree espiritual, porque se cree bueno, porque se cree menos cuerpo que nosotros; porque olvida, en definitiva, el cuerpo a cuerpo mediante el cual lleva siglos sometiendo a otros pueblos.

Hay que señalar a los “blancos”, constituirlos en objeto de conocimiento, encerrarlos también en sus cuerpos. Porque frente a ellos, los “blancos”, están los “no-blancos”, esos a los que Hegel llamaba “negros”, es decir, todos aquellos que se “benefician” de una relación colonial directa o indirecta, incapaces como son de “ningún desarrollo cultural”, tan incapaces que permanecerían eternamente “fuera de la historia” si no lo evitara la intervención “blanca”: “La única conexión esencial entre los negros y los europeos es la esclavitud”, dice el filósofo alemán, y añade a continuación: “La esclavitud ha sido la oportunidad para el aumento del sentimiento humano entre los negros”. La extraordinaria novelista negra Toni Morrison llama “racismo” a las consecuencias que esta “conexión esencial” tuvo para los europeos: “Los volvió locos”, “rompió Europa”, “se deshumanizaron al tiempo que deshumanizaban a los esclavos” y todo eso hizo posible, dice, la Primera y la Segunda Guerras Mundiales como ápices siniestros del horror humano. En términos históricos sabemos que este proceso de racialización del “no-blanco”, asociado a la empresa colonial, implica a partir de la Revolución Francesa la sustitución de la Religión por la Civilización como motor de la conquista.

Ahora bien, el problema de los pensamientos binarios es que son “muy europeos” y “muy izquierdistas” y también lo es, en este sentido, la oposición blanco/noblanco con la que se quiere denunciar y superar la clásica oposición marxista burguesía/proletariado. El rescate del concepto escamoteado de “raza” para combatir el racismo –liberado ahora en el silencio– presenta a mi juicio tres problemas.

El primero, es que hace con los “blancos” lo mismo que hace el marxismo clásico con los “burgueses”: los encierra en una “jaula epistemológica”, que acaba siendo más ontológica que la raza biológica y que pemite muy pocas diferencias internas y, desde luego, ningún “arrepentimiento” lo bastante profundo como para que los “blancos” nos liberemos de nuestra “blanquitud”. Tan blanco es Robespierre, que abolió la esclavitud, como Napoleón, que la restableció, tan blanco es Bartolomé de las Casas o la Escuela de Salamanca como Sepúlveda y Torquemada, tan blanco es Thomas Müntzer y los campesinos rebeldes de 1520 como Lutero y el Emperador, tan blanco Sultan Galiev como Stalin, tan blanca la historiadora ilustrada Florence Gauthier como Sarkozy. Este antirracismo decolonial, en definitiva, no reconoce que, más allá de los gitanos y de los musulmanes, ha habido y puede haber un indigenismo europeo racializado en el interior por la Europa colonial, un “indigenismo” cuyas resistencias mal integradas y a veces recíprocamente pugnaces –mujeres, campesinos, trabajadores, homosexuales, etcétera– no fueron y no siempre son una simple función de reproducción de la Europa colonial y su jaula epistemológica.

El segundo problema es que, el antirracismo racial hace con los no-blancos lo mismo que hace el marxismo clásico con los “proletarios”: los convierte en un Sujeto liberador pastoso, universalmente particular, cuya legitimidad es siempre reactiva y por lo tanto “irresponsable”, un Sujeto al que se perdona todo salvo el “colaboracionismo blanco”, lo que incluye cualquier autocrítica que recoja rastros de la “epistemología blanca”: feminismo, por ejemplo, o laicismo, explotables –es verdad– por la infame “conexión esencial”. La oposición blanco/noblanco oculta o reprime las diferencias entre los no-blancos, a los que se exige que, como los blancos, hablen con una sola voz, so pena de convertirse en “blancos voluntarios”.

El tercero es que, como el marxismo clásico, una vez asentada en una oposición irreconciliable, la reivindicación “racial” se siente tentada por la violencia o tentada a justificar o celebrar cualquier forma de violencia, simbólica o real, dirigida contra los “blancos”. Frente al “primero los blancos” de la ultraderecha europea, el “primero los cuerpos” considera cualquier marca impuesta al cuerpo de los “blancos” como una victoria, y ello venga de donde venga, incluidas las versiones más fanáticas de la religión. Toda violencia “no-blanca” es emancipatoria o, al menos, reveladora de la violencia “blanca” y, en ese sentido, potencialmente decolonial. Se convierte el colonialismo en “contradicción principal”, en sustitución del capitalismo, y se llega al mismo resultado sumario y oscurecedor.

En último lugar y vinculado al punto anterior, la reivindicación “racial” es puramente reactiva, deconstructiva y negativa. Invirtiendo el adagio spinozista, para ella “toda negación es afirmación”. Al igual que el marxismo clásico, no ofrece ningún criterio epistemológico ni ninguna alternativa política. “¿Para qué desmontar si podemos demoler?”, dice un famoso aforismo de Lichtenberg. Ese principio parece a menudo inspirar la militancia anti-blanca. ¿Desde dónde hablan los que hablan desde fuera de la “jaula epistemológica”? ¿Quién decide quién está dentro y quién está fuera? ¿Qué hay en el exterior que deba atraer no ya a los “blancos”, descartados por su blanquitud, ni a los “humanos”, inexistentes en su generalidad, sino a los no-blancos en proceso de liberación?

El acierto de la posición de Fernández Garcés y de la tradición decolonial de la que se reclama heredero es innegable a la hora de criticar a la izquierda clásica y de recordar que, puesto que la batalla se juega cada vez más en el cuerpo a cuerpo del relato identitario, es necesario liberarse desde ahí. Pero permítaseme acabar descendiendo a la caricatura a fin de evidenciar las aporías del anrirracismo racial mediante una reducción al absurdo. Soy hombre, soy blanco y soy burgués. ¿Qué hago con esto? Si no tiene remedio, si estoy atrapado en esa triple condición como en una “jaula espistemológica” y, al mismo tiempo, soy o me creo bueno, lo único que puedo hacer es “repartirme la historia” con las mujeres, los “negros” y los “proletarios”: “nosotros” hemos dominado durante miles de años, ahora hay que dejar que dominen “ellos” el mismo tiempo. ¿Puedo ser algo más que un blanco “bueno”? ¿Se puede ser algo más que un “no-blanco” cargado de razón? ¿Se es sólo “blanco” o “negro” como la izquierda clásica quería que sólo hubiera burgueses o proletarios o cierto feminismo pretende que sólo hay hombres o mujeres? ¿O hay algún punto desde el que podamos mejorar objetivamente el mundo sin “reparto” de la injusticia ontologizada?

Cualquier lector de Kant sabe que la Razón, que es solo un esquema incapaz de proporcionarse sus propios contenidos, no puede ser colonial o racista o europea sin dejar de ser razonable; y que sólo es racista y europea y machista cuando se extralimita, es decir, cuando no se somete a sus propios límites. El colonialismo “blanco” es, si se quiere, la razón fuera de sus fronteras: la sinrazón. Al mismo tiempo, como bien explica Luis Alegre Zahonero en su libro El lugar de los poetas, cualquier lector de Kant sabe también que todas aquellos dilemas que no puede resolver la razón –que son innumerables– los debe resolver el “juicio” y no el indigenismo o la raza o la religión. Es a ese “juicio”, precario y siempre rozado por el mundo, a lo que yo llamo “civilización”, de manera provocativa, en el artículo que cita Helios Fernández Garcés en el suyo. Conozco muy bien, y he escrito largamente sobre ello, el uso que el colonialismo ha hecho de ese término con el fin de “teologizar” la conquista colonial. Pero es que la conquista colonial es lo contrario de la civilización, concepto que hay que pensar más bien, como hace Toni Domenech, frente a la práctica de la “domesticación”: la conversión –es decir– de ciertos grupos humanos en animales domésticos. No me parece un negocio rentable rescatar la “raza” y entregar a los colonizadores, los machistas, los racistas y los homófobos  “la civilización”. Si es colonialismo no es civilización; si es machismo no es civilización, si es racismo y homofobia no es civilización. Todo eso es, sí, barbarie domesticadora.

De acuerdo: no sabemos muy bien lo que es la civilización, pues está en construccion y porque hay que construirla con juicio y por lo tanto con cautela máxima y siempre al borde del abismo, pero sí sabemos, en cambio, lo que es la barbarie: la esclavitud, el patriarcado, la jerarquización sexual o racial del mundo, la persecución religiosa (ya sea laica o teocrática). Tirar a la basura los logros civilizatorios, que son los del Derecho y los de los derechos cuidadosos, sólo puede acelerar el concreto proceso de domesticación y barbarie global abierto por el colonialismo europeo hace siglos y agravado en las últimas décadas por el neoliberalismo. Necesitamos, pues, un antirracismo “juicioso” que rompa con el racismo escamoteado de la izquierda y su mágica “contradicción principal”, pero también con la lógica claustral de la jaula epistemológica y su cortocircuito sin salida. Necesitamos, sí, un antirracismo “juicioso” que explore con prudencia colectiva un frágil “afuera” común de todas las jaulas, epistémicas, sociales y políticas.

Fuente: https://www.cuartopoder.es/ideas/2017/03/25/racismo-y-antirracismo-en-que-jaula-estamos/

Fotografía: Los Replicantes

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EEUU: Black Girls Are Viewed As Less Innocent Than White Girls Starting At Age 5: Study

Amèrica del Norte/EEUU/Huffingtonpost.com

Resumen:

“ Girlhood interrumpido: el borrado de la niñez Black Girls’ ,” ‘adultification’ publicado el martes por el Centro de Derecho de Georgetown sobre la pobreza y la desigualdad, muestra que la percepción social de las niñas negras conduce a que los adultos crean que son mayores que las niñas blancas de la misma edad, y que  necesitan menos nutrición, protección, apoyo y comodidad que las niñas blancas. También encontró que las personas asumen que las niñas negras son más independientes, saben más acerca de temas adultos y saben más de sexo que las chicas blancas jóvenes.

El informe – que se basó en la información de un estudio de 2014 por Phillip Goff encontró que los niños negros son más propensos a ser visto como más viejos y sospechosos de crímenes a partir de los 10 años. Los investigadores encuestaron a 325 adultos de razas y etnias diferentes en una proporción que refleja la población del país. Muchos de los adultos encuestados tenían un diploma de escuela secundaria o superior. Ellos encontraron las mayores diferencias en las formas en que los adultos ven a los niños en los grupos de edad 5-9 y 10-14. Estas diferencias siguieron en un grado menor en el grupo de edad de 15-19 años.

A new report found that adults view young black girls as less innocent and more adult-like than white girls starting as young as 5 years old.

Girlhood Interrupted: The Erasure of Black Girls’ Childhood,” released on Tuesday by Georgetown Law’s Center on Poverty and Inequality, shows that society’s perception of black girls leads to their “adultification.” The report shows that adults believe that black girls seem older than white girls of the same age, and think that black girls need less nurturing, protection, support and comfort than white girls. It also found that people assume black girls are more independent, know more about adult topics and know more about sex than young white girls.

The report ― which built on information from a 2014 study by Phillip Goff that found that black boys are more likely to be viewed as older and suspected of crimes starting at age 10 ―is the first of its kind to focus on girls. Researchers surveyed 325 adults from racial and ethnic backgrounds in a ratio that mirrors the country’s population. Many of the adults surveyed had a high school diploma or higher. They found the biggest differences in the ways adults view children in the age brackets 5-9 and 10-14. These differences continued to a lesser degree in the 15-19 age bracket.

Rebecca Epstein, lead author and executive director for the center, and Jamilia J. Blake, co-author and an associate professor at Texas A&M University, broke down the relationship adultification has on the ways black girls are disciplined during a press conference call Tuesday.

“One reason this might be occurring is because black girls are being held to the same stereotypes we have of black women,” Blake said. “Black women have historically and currently been seen as being aggressive, loud, defiant and oversexualized. And I believe, along with many other researchers, that the stereotypes of black women are being mapped on to black girls.”

The report stated that “potential implications” for the findings could be research exploring how these perceptions of black girls affect how they are disciplined at school and beyond. Black girls are five times more likely to be suspended as white girls and twice as likely to be suspended as white boys, according to research used in this study.

And though they make up less than 16 percent of the female school population, black girls account for 28 percent of referrals to law enforcement and 37 percent of arrests. Black girls are also almost three times more likely than white girls to be referred to the juvenile justice system and 20 percent more likely to be charged with a crime.

GEORGETOWN LAWS CENTER ON POVERTY AND INEQUALITY

During their research, Epstein recalled talking to a young black girl who said her teacher told her, “You’re just like an angry black woman.”

Blake said these attitudes take away from black girls having a childhood.

“There’s kind of this social stereotype and of course there’s something about being resilient, being independent, but when this stereotype is put on girls at a very young age, it really robs them, whether they realize it or not, of this kind of naiveté of being a child,” she said.

The authors said they hope that researchers and teachers examine the “causal connection between adultification and harsh treatment,” and that policymakers make concerted efforts to counteract this bias. Epstein said Georgetown Law’s Center on Poverty and Inequality will being doing its part by creating an initiative on gender justice and opportunity later in the year. In all future related efforts, Epstein said it’s essential to center those affected the most.

“In all of this work, voices of black girls themselves should be front and center to the work,” she said. “We encourage black girls to raise their voices about this issue and, of course, for adults to listen to them. All black girls are entitled to and deserve equal treatment, including equal access to the protections that are appropriate for children.”

CORRECTION: A previous version of this story incorrectly stated the researchers found a causal connection between adult perception of black girls and how black girls are disciplined. The authors said the precise nature of the causal connection was beyond the scope of their report, and that it was something to be explored by further research.

Fuente: http://www.huffingtonpost.com/entry/young-black-girls-less-innocent-study_us_59526e51e4b05c37bb7982d2?section=us_education

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Analizando la diferencia entre la educación y el adoctrinamiento

La política se ha convertido en un campo de minas en las escuelas americanas. Pregúntale a una directora de la ciudad de Nueva York, que está bajo investigación para organizar un comunismo en su escuela.

En marzo, funcionarios del departamento de educación de la ciudad informaron a Jill Bloomberg, la directora de la escuela secundaria Park Slope Collegiate en Brooklyn, que estaba bajo investigación por la organización política durante las horas escolares en nombre del Partido Laborista Progresista.

Bloomberg, que niega las acusaciones, ha sido un crítico abierto de las escuelas públicas de la ciudad desde el año 2010. Ha organizado protestas en nombre de sus estudiantes -una mayoría de los cuales son negros y latinos- sobre lo que ella considera acciones desiguales por parte de la ciudad Departamento de educación que promueve la segregación racial y la desigualdad. También apoyó a sus estudiantes en la resistencia a la adición de detectores de metales y ayudó a organizar asambleas escolares sobre la brutalidad policial.

Ahora, Bloomberg ha contrarrestado la investigación del distrito con una demanda, alegando que los funcionarios del distrito violaron su derecho de criticar libremente las escuelas chárter y las políticas del distrito escolar.

En todo el país, en la época de Donald Trump, los educadores han estado declarando sus opiniones sobre nuestro presidente volátil y sus políticas sobre inmigración, escuelas y mucho más. Como ciudadanos, los educadores deben ser libres para mantener cualquier punto de vista que deseen. Si las autoridades escolares eligieron a Jill Bloomberg por sus creencias, como ella afirma (y lo niegan), deben suspender su investigación y disculparse profusamente con ella y con la escuela.

Tampoco deberían los investigadores investigar alrededor de la escuela para preguntar si Bloomberg o cualquier otra persona estaba participando en actividades comunistas. Ese tipo de expedición de pesca lleva ecos misteriosos de la era McCarthy de los años 50, cuando cientos de maestros de la Ciudad de Nueva York perdieron sus empleos debido a afiliaciones comunistas reales o presuntas. Los educadores tienen el derecho de expresar sus opiniones sobre Trump y todo lo demás, pero deben hacerlo de tal manera que deje espacio para que los estudiantes se decidan por sí mismos.

Pero también tenemos que preguntarnos si Bloomberg estaba tratando de imponer sus opiniones sobre sus estudiantes. Cuando Bloomberg prestó su apoyo a estudiantes que estaban luchando contra la instalación de detectores de metales en su escuela, ¿escuchó también a estudiantes y padres que apoyaron a los detectores para mejorar la seguridad? Cuando organizó asambleas escolares sobre la brutalidad policial, ¿incluyó las perspectivas del personal de la policía comunitaria? Cuando dirigió reuniones de padres y estudiantes contra la escuela autónoma, ¿entendieron todas las partes que las calificaciones de los estudiantes y la buena reputación no dependían de su participación en la protesta?
No va a hacer para sugerir que las actividades de Bloomberg estaban de alguna manera por encima de la política, como han argumentado algunos de sus defensores. Algunos profesores y padres defendieron las acciones de Bloomberg en una carta de «Apoyo a nuestro principal» al canciller de las escuelas de la ciudad, diciendo que Bloomberg es un «abogado franco contra la discriminación racial».

Independientemente de sus intenciones, las actividades antirracistas de Bloomberg tienen una ventaja política aguda. No todo el mundo piensa que los detectores de metales -o las escuelas charter- son racistas. Según el abogado de Bloomberg, algunos maestros de su escuela ahora tienen miedo de usar camisas de movimiento Black Lives Matter o enseñar temas de derechos civiles por temor a que sean blanco de los funcionarios del distrito. Esa es una pésima noticia, si las lluvias hacen que los maestros de Park Slope Colegial estén reacios a decir lo que creen.

Pero los educadores deben tener cuidado al imponer sus creencias a los adolescentes incautos. Cuando una maestra -o una directora- usa su política en su manga o en su camiseta, hace que sea difícil para los estudiantes disentir de su punto de vista.

Un educador de K-12 debe ejercer el derecho de decir lo que ella piensa con cuidado y discreción. Cada vez que expresa una opinión, necesita enfatizar que es una opinión y no la verdad del evangelio. Y si se pone demasiado fuerte, los estudiantes pueden simplemente ir en deferencia a su autoridad.

Después de todo, el educador es el adulto en la habitación. Los estudiantes miran hacia ella, y también saben que ella es responsable de evaluarlos. Es fácil ver por qué se repite lo que ella piensa sin realmente pensar por sí mismos.

Eso no es educación; Es adoctrinamiento. «Nuestros profesores deben ser defensores, pero nunca pueden ser vendedores o propagandistas», escribió el reformador Alexander Meiklejohn en la revista Harper’s Magazine en 1938. «La existencia misma de las escuelas democráticas depende de esa distinción».

¿Bloomberg rompió la frontera entre educación y propaganda? El equilibrio de la acción política es difícil de atacar, pero que todos nosotros como educadores debemos estar luchando. Los educadores deben ser libres para abogar por el comunismo, el capitalismo o cualquier otra cosa. Pero no deben convertir a los estudiantes en herramientas para su defensa. Depende de ello la existencia misma de las escuelas democráticas.

Fuente del Artículo:

http://www.edweek.org/ew/articles/2017/06/07/parsing-the-difference-between-education-and-indoctrination.html

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