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Brasil: Com Mendonça Filho, ministério sinaliza para privatização na educação

Trabalhadores do setor veem com «surpresa e preocupação» indicação do parlamentar do DEM para comando do MEC

«Mendonça Filho nunca teve nenhuma ação, nunca falou ou pensou na perspectiva da educação», diz Heleno Araújo, coordenador do Fórum Nacional de Educação (FNE), que reúne 50 entidades representantes da sociedade civil e do poder público no setor, e secretário de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE/CUT).

«O ponto mais preocupante de tudo isso é a diminuição dos recursos para a Educação», afirma o presidente da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae), João Ferreira de Oliveira, em referência à proposta de desvinculação de recursos orçamentários para a área, constante do programa oficioso do PMDB «Uma ponte para o futuro», desobrigando estados e municípios, bem como a União, a cumprirem com percentuais mínimos em gastos como a Educação, como determina a Constituição.

Representantes de importantes entidades que atuam na formulação de políticas públicas para a Educação dizem que a nomeação de Mendonça Filho para o ministério da Educação sinaliza um viés privatizante a ser adotado nos próximos anos, com o enfraquecimento da proposta inclusiva que vinha sendo adotada até então, com programas como o Fies, o ProUni e a expansão das universidades federais. A meta de aplicação dos 10% do PIB no ensino público a ser alcançada em 2024, conforme definição do Plano Nacional de Educação, aprovado em 2014, também deve ficar ainda mais distante.

Heleno Araújo, pernambucano como o novo ministro, destaca que durante a gestão do governador Jarbas Vasconcelos, com Mendonça Filho como vice, e mais especificamente em 2005, quando Jarbas sai do governo para se candidatar ao Senado, e Mendonça assumiu o governo, ganhou força o processo de privatização das escolas estaduais do estado, projeto «experimental» que alcançou 14 unidades e depois foi alterado e expandido por Eduardo Campos.

Iniciador dessa experiência que envolvia parceria com a iniciativa privada, o Ginásio Pernambucano, um dos maiores e mais tradicionais colégios de Recife, que recebia em torno de 2.200 alunos até então, passou por reforma financiada por empresas como a Philips e o EuroBank, e reabriu atendendo a apenas 300 alunos. Os outros 1.900 alunos foram «reorganizados» e transferidos para outras unidades.

Para Heleno, o caso é ilustrativo do tipo de política de Educação acreditada por Mendonça Filho, de «políticas focalizadas» e «atendimento restrito». Além de reformar as unidades, as empresas privadas reunidas noInstituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE) indicavam os gestores e selecionavam os alunos. Além de apresentar resultados questionáveis do ponto do desempenho, a implementação das 14 «escolas experimentais» mascarava a realidade das mais 1.200 escolas do estado, em condições muito piores de infraestrutura.

Para João Ferreira (Anpae), a tendência é que entidades privadas como a Fundação Lehman e o Instituto Ayrton Senna passem a ter maior protagonismo na gestão da Educação. Ou ainda, como ocorre em Goiás, estado natal de Ferreira, em que a administração de uma parte das escolas públicas deverá ficar a cargo de organizações sociais, modelo amplamente em voga na administração dos hospitais por todo o país.

«A tendência é fortalecer a presença de setores e entidades privadas na condução e realização efetiva de programas, o que seria uma espécie de privatização da educação, com o enfraquecimento da educação pública», diz.

Ferreira afirma que essa orientação traz impactos negativos que vão desde a formação de professores, currículos, sistema de avaliação, além do próprio padrão de gestão das escolas. «A gente estava num processo de construção social em que a educação estava assumindo um protagonismo, com ampliação de recursos, de metas, de desenvolvimento da sociedade. Isso tudo tende a ser abortado», diz o presidente da Anpae.

Sobre as propostas de adoção de um modelo de bonificação atrelado ao desempenho dos professores, João Ferreira aponta contradição, e diz que, em vez de tal modelo «meritocrático», o caminho para a valorização da carreira do magistério passa, dentre outras coisas, pela aplicação da Lei do Piso Nacional dos Professores.

Com a carreira cada vez menos atrativa, por conta dos baixos salários e da falta de condições adequadas de trabalho, a Anpae alerta para o risco de um «apagão» na formação de professores, ainda mais no momento em que a Emenda Constitucional 59/09 passa a garantir a obrigatoriedade do ensino para crianças e jovens de 4 a 17 anos.

«Precisamos urgentemente de um crescimento da formação dos professores para atender à demanda da educação infantil e do ensino médio. É uma carreira que precisa se tornar interessante, senão o país não tem futuro. Isso não se resolve com bônus, se resolve com salário digno que torne a profissão mais atraente. O professor não funciona assim. Ele trabalha engajado, num projeto coletivo da escola. Precisa ser valorizado não por bônus, mas por salário e condições de trabalho. Escola não é empresa. É outra coisa», detalha João Ferreira.

O coordenador do FNE comenta que, durante as Conferências Nacionais de Educação, ocorridas em 2010 e 2014, os debates e deliberações apontavam para a necessidade de ampliação dos recursos para a educação, com o aumento da vinculação de impostos e contribuições. «Aí vem o PMDB propor a desvinculação desses recursos, na contramão daquilo que foi apontado em amplo debate nacional», destaca Heleno.

O documento final da Conferência realizada em 2014 apontava para a necessidade de aumentar os gastos obrigatórios da União, que passaria de 18% para 25%, e de estados e municípios, de 25% para 30%. João Ferreira lembra que foi justamente um parlamentar do PMDB o autor da emenda constitucional que determinava os gastos mínimos de cada ente federado.

Heleno Araújo frisa ainda que, no ano em que assumiu o governo de Pernambuco, Mendonça Filho nem sequer cumpriu a obrigação constitucional e terminou o ano de 2006 com gastos de 24,67%, segundo dados do Tribunal de Contas.  Ele lembra  ainda que o DEM se opôs de maneira sistemática a políticas de democratização do acesso ao ensino superior, como o ProUni, o Fies e a política de cotas.

Os especialistas também temem que a falta de diálogo com o novo ministério possa enfraquecer iniciativas como o Fórum Nacional de Educação e as conferências da área, com etapas de organização prévia e conferências municipais e estaduais que se iniciam neste ano, com vistas à realização da Conferência Nacional de Educação em 2018.

«Infelizmente, temos uma elite que não só quer ganhar mais, mas quer impedir que outros passem a ter direitos. Pessoas que têm muito, mas que não basta ter. Também querem impedir que o outro tenha. O mundo viu, durante a votação (que aprovou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados), como é a postura dessas pessoas que pensam só no privado. Não pensam no público, apesar de assumirem um cargo em que juraram defender a Constituição Federal e o povo, mas, na verdade, a sua atuação é bem privada», diz Heleno.

Fonte: Tiago Pereira, da Rede Brasil Atual

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Buenas prácticas docentes en la perspectiva de la pedagogía de la virtualidad (Parte I).

 Margarita Victoria Gómez

En el contexto del Módulo Internacional Uruguay 2014, se realizó el Seminario Políticas, acciones e investigación para la emancipación digital en el Observatorio de Tecnologías de Información y Comunicación (ObservaTIC – Facultad de Ciencias Sociales – UdelaR). Fue una oportunidad para retomar trabajos anteriores que abrieron cuestiones para un momento de reflexión. Especialmente, fue retomada la conferencia ofrecida en el Encuentro de buenas prácticas docentes CONECTACTICA 2014, en Guadalajara, México.

Fue una satisfacción haber participado en Guadalajara de la sexta edición de Conectáctica y de la celebración de los 20 años de la red universitaria de la Universidad de Guadalajara (UDG), una de las más importantes universidades pú- blicas mexicanas, autónoma y con vocación internacional, que asumió el compromiso social de educar con base en la investigación científica y tecnológica que son necesarias para las buenas prácticas educativas.

Como ahí, Montevideo fue también una oportunidad de reencontrar amigos(as) y conocer otros(as). Para mi fue una honra reinventar en Montevideo aquella experiencia, en el Seminario de ObservaTIC, con profesionales que piensan, reflexionan, se identifican y se sienten desafiados por la realidad que les toca vivir, por las ideas en que creen y defienden sin temor de exponerlas. En Conectáctica, a partir de las conversaciones -por teléfono y por e-mail- con los organizadores, pude constatar que la propuesta de formación docente estaba tomando consistencia en una red de prácticas, que relacionan un proceso personal e institucional. Por eso la invitación fue para involucrarnos en una conversación, de la que ya hacíamos parte acerca de las buenas prácticas docentes para el siglo XXI. En realidad es un tema que abre más preguntas que respuestas: ¿Cuáles son esas buenas prácticas? ¿Y las otras, que son? ¿Para qué y para quién? ¿Con quién?

La propuesta fue buscar elementos en la pedagogía de la virtualidad, sustentada en la Pedagogía de Paulo Freire, el concepto de rizoma (Guilles Deleuze y Félix Guattari) y en el sujeto de la praxis, que nos ayuden a repensar las prácticas docentes y (re)establecer un diálogo con nuestra experiencia para saber si teníamos ‘las buenas’ y las otras para tejer consideraciones que no provinieran de saberes superiores o inferiores, y sí de nuestros saberes diferenciados. En este sentido, destaqué algunos puntos que me parecían de interés y que podrían encontrar resonancia con el tema general del encuentro que busca brechas educacionales más allá de paradigmas tecnicistas y pragmáticos.

Buenas prácticas: condiciones

El preguntarnos cuál es la noción que tenemos de buenas prácticas nos remite a las propias y a tomar alguna distancia de ellas para repensarlas en pro de la formación universitaria que deseamos; pensar los relacionamientos y aprendizajes realizados, los fracasos y los aciertos para el futuro. Creo firmemente que reflexionar sobre la práctica es constitutivo de nuestro ser docente. Esta cuestión también exige considerar nuestra situación en la sociedad de la información y del conocimiento, estimar el acceso a internet, el acceso a la universidad, presentar los datos sobre porcentaje y condiciones de conexión y de acceso a la educación superior. O sea, pensar las prácticas en la educación actual implica relacionar estas con la realidad en que son realizadas. Por ejemplo, Universia de España pública (02/06/2014) la siguiente noticia: “Sólo un 9,3% de los profesores [universitarios] españoles utiliza Wikipedia en sus clases”. ¿Eso es malo? ¿Es bueno? ¿Por qué?

Esta situación atraviesa nuestra vida, nuestras prácticas y crea otras realidades tan intangibles como transformadoras produciendo una cultura académica en su entorno. O sea, si preguntamos también por nuestra situación en la red, cuanto al uso y dominio de los dispositivos tecnológicos, tendremos que pensar la exclusión social que va más allá de la tecnología, pensar si lo que queremos es solamente buenas prácticas con tecnologías para adaptarnos o para generar buenos pensamientos, buenos sentimientos, buenas conversaciones, para producir(nos) y apropiarnos del universo cultural de la época.

Hoy, en ese mundo interconectado que nos atrapa en una red que tiende más a pulverizarnos que a libertarnos afirmamos que la tecnología y la red son elementos propios de la liberación antes que de la opresión -ya que el fin último de la red es la solidaridad y la liberación-, y por eso los encuentros se tornan necesarios para discutir leer, escribir y aprender nuevos operadores de lectura y escritura que constituyen también los espacios digitales/virtuales universitarios. Considerar internet y sus dispositivos como parte de nuestra cultura educativa implica en reconocer que también somos contemporáneos de la mercantilización y financiación de la educación y, por lo tanto, no podemos ser indiferentes a estas corrientes de época. Como educadores somos continuamente desafiados por las ideas que defendemos y/o combatimos (cf. FREIRE, 1995).

Retomando la cuestión referida anteriormente, Paulo Freire compartió en 1995, cuando participó del encuentro Una mirada sobre la cultura, el ciudadano y la empresa en Río de Janeiro, una charla sobre La tragedia de ser o no ser contemporáneos, donde él se colocó como muy respetador de las cosas que nos constituyen como gente reconociendo el cruzamiento que sufrimos en nuestras prácticas por el neoliberalismo. Al mismo tiempo en que discutían la posmodernidad, millones de personas estaban muriendo de hambre, colocándolos en una posición difícil como intelectuales, la de vivir la tragedia de ser contemporáneo de esa situación y tan lejos de ser contemporáneo de las ideas que defendían.

Universidad y formación

Es indudable que la universidad es parte de estas cuestiones, y en busca de acompañar los cambios traídos por la cibercultura, comenzó a virtualizar ciertos procesos académicos, administrativos, algunos servicios técnicos, las bibliotecas, hasta llegar a crearse la universidad totalmente virtual. El desarrollo de internet y la desterritorialización de procesos administrativos y académicos para el mundo digital genera comunidades virtuales con conexiones que exigen organizaciones otras; se puede decir que la internet es uno de los mayores acontecimientos sociológicos de los últimos tiempos, que está produciendo una nueva manera de pensar, conocer, organizar, practicar y de hacer sociedad, política y educación.

Las consecuencias del avance tecnológico (Marx, 1980) se hicieron sentir, y parafraseando a Marx, todo lo que era sólido se desvaneció en lo digital/virtual. Se han realizado experiencias prácticas y discursivas que, a su vez nos interpelan y son interpeladas por acontecimientos como la emergencia de las megauniversidades con más de cien mil estudiantes, el mobile learning ubicuo que reúne miles de personas en entornos virtuales de aprendizaje, constituyendo comunidades universitarias virtuales, la internacionalización y transnacionalización de la educación superior.

Buenas prácticas: procedencia

Hace algún tiempo, cuando apareció en la ‘agenda’ educativa el concepto de ‘buenas prácticas’, constatamos que ese concepto proveniente de la gestión de la organización (privada), y utilizado en la farmacología, se incorpora en los códigos de buenas prácticas de diversas áreas de conocimiento: educación, construcción civil, transparencia fiscal, enfermería, medicina y política pública, entre otros ámbitos. En el campo de la educación el uso de conceptos provenientes del área de la administración no es nuevo, en las últimas décadas del siglo anterior, los hallamos en las orientaciones del Banco Mundial y de la Organización Mundial del Comercio. Organizaciones que consideran que los alumnos son clientes, los profesores recursos humanos, el conocimiento es la materia prima, y que cada uno puede tener su ‘banquito’ para comprar y vender contenidos. O sea, en esa perspectiva, buenas prácticas y transparencia nos remitían a rendición de cuentas en el sentido mercantil y financiero.

Mejores prácticas o prácticas inteligentes, contextualizadas, han sido tema de estudio y de discusión mantenida por investigadores que creen que es raro que ocurra la mejor práctica, pero que se podrán encontrar algunas inteligentes que ofrezcan solución para cierta situación. El desafío es pensar que no hay una práctica recomendable, que sea la mejor en todos los casos. La práctica contextualizada considera que lo ‘mejor’ variará según el contexto. La dimensión contextual de la ‘mejor práctica’ encuentra subsidios ya por los años 1950 y 1960 en la teoría de la contingencia (MORGAN, 1996; CHIAVENATO, 2002) o en la teoría fundamentada (STRAUSS; GLASER, 1967).

En la presente década, existen nuevas teorías o relecturas de las mismas. Hoy, al mismo tiempo que pensamos las buenas prácticas somos provocados casi inmediatamente a pensar las prácticas corruptas o corruptibles. El Catálogo de prácticas corruptas de Ruth Sautu presenta una investigación sobre la corrupción entendida como un hecho que ha afectado nuestras sociedades generando una cultura de desconfianza e indignidad entre las personas. Para los entrevistados por Sautu, la corrupción ocurre cuando se obtienen beneficios particulares en detrimento del mantenimiento del orden social que establece las reglas de convivencia social. Y de cierta manera, en una sociedad con ese tipo de prácticas emerge el imperativo de prácticas transparentes y confiables, de buenas prácticas.

A las universidades y empresas del estado se les solicita transparencia y ética para luego rematarlas o terciarizarlas a favor del sector privado. Venimos de una trayectoria marcada por el neoliberalismo económico y el mercado financiero en educación, por las orientaciones del banco mundial, de la Organización Mundial del Comercio (OMC) y de la UNESCO, entre otras, que nos lleva a desconfiar, de querer saber quien está facturando con la educación, de las empresas que están financiando los proyectos, de saber si las buenas prácticas con tecnología son para conseguir mejor posicionamiento en el ranking o si también están preocupadas con las mejorías en la condición laboral de los docentes, el aprendizaje de los estudiantes y en la ciudadanía. Tratar de entender entonces que prácticas son esas, son buenas ¿Por qué? ¿Para qué? ¿Para quién? ¿Con qué? ¿En qué situación?

Modos de ser con la tecnología

La cultura que se va generando en torno a estas temáticas y las maneras de ver y ser con la tecnología, todavía implica concordar con el filósofo Carl Mitchan (1989):1. Toda tecnología es sospechosa, peligrosa; 2. Que la tecnología es promotora de progreso y conocimiento y, 3. La tecnología promueve una actitud ambigua pues parece que le quitara la humanidad a las relaciones. El escepticismo, el optimismo o el desasosiego con relación a la tecnología todavía carga el estigma de dudosa calidad, confiabilidad, credibilidad y acreditación educativa. Por otro lado, está la supervaloración de la tecnología por parte de los que buscan resolver cuestiones políticas emergenciales o establecer un negocio.

Se puede decir que sectores de la comunidad todavía se manifiestan idolatrando, antropomorfizando o endemoniándola haciendo necesario repensar críticamente sus promesas y nuestras expectativas con las prácticas docentes. En este sentido, concordamos con el filósofo y educador brasilero Álvaro Vieira Pinto (2008) cuando afirma que la técnica tiene un potencial libertador y recusamos la concepción que sostiene que es un peligro. Acreditamos como él que es una acción creadora del hombre siempre presente en la humanidad. El problema es que hay grupos quienes se apoderan de la tecnología en un proceso de dominación sin generar otros vínculos sociales. Hay que entender que es la lógica del capitalismo que subyace excluyendo, para luego incluir por medio de espectaculares programas gubernamentales, observando las orientaciones internacionales.

El imperativo ‘conéctate y realiza buenas prácticas docentes’, es cuestionado por algunos y abrazado por otros remitiéndonos a revisar diferentes sustentaciones teóricas y modelos pedagógicos de formación universitarias. En este sentido de revisar las propias prácticas, se encuentra alguna resonancia en la pedagogía de la virtualidad que entiende que las buenas prácticas son realizadas más allá del modelo tradicional, cartesiano, positivista, vertical, elitista, colonialista y autoritario de educación. Que es necesario reinventar la universidad popular, cultural para trabajar por una educación donde la diversidad cultural no genere una competición desmedida por un empleo, por el mejor lugar, por el reconocimiento, status o posición que afecte el diálogo, la confianza, la amistad perdiéndose el respecto por la diversidad y la posibilidad de construir una identidad democrática, humana y terrena.

Buenas prácticas: comprensión y posicionamiento

Y con estas cuestiones, buscar una comprensión de las prácticas a partir de un posicionamiento pedagógico crítico y como sujetos sociales e históricos, entendemos que por ser parte de un sistema educacional de una sociedad capitalista, donde la universidad se sustenta en su legitimidad académica, institucional y hegemónica debemos reconocer con Boaventura de Souza Santos que esta institución está en crisis.

En este ámbito, las innovaciones tecnológicas y las prácticas correspondientes vienen acompañadas de los cambios culturales y humanos que se manifiestan en la docencia universitaria y en la investigación al punto de ser interpelados y comenzar a responder, a los desafíos que la ciencia como una iniciativa abierta nos impone.

La Royal Society da Inglaterra publicó, en 2012, el informe Science as an open enterprise: open data for open Science que muestra los hechos ocurridos que llevaron a repensar el modelo de ciencia encerrada en los laboratorios, los procesos poco transparentes y en las publicaciones inaccesibles. Soares (2012), a partir de una traducción libre [ya que estaba inaccesible en portugués o español], destaca que la publicación abierta de las diferentes teorías científicas – y de los datos experimentales y observacionales en que se basan – permite que los demás investigadores puedan identificar sus posibles errores, para apoyar, rechazar o refinar teorías y reutilizar datos para el mejor entendimiento y conocimiento.

Es una posibilidad de la ciencia para su autocorrección, así como para su desarrollo, quedando la investigación como un trabajo en equipo de investigadores nacionales e internacionales que objetivan su contribución social. Uno de los desafíos se sitúa en que la centralidad histórica de los textos impresos en los medios de comunicación ha disminuido con la llegada de las tecnologías digitales.

El desarrollo de prácticas educacionales y de investigación en la cibercultura con todas las oportunidades tecnológicas, implica en enseñar nuevas maneras de:

  1. Reunir, organizar, almacenar, transmitir y compartir datos e informaciones científicas.
  2. Abrir la ciencia y el libre acceso a los artículos científicos y a sus datos, lo que puede ser una utopía considerando los intereses y tensiones generadas entre lo público-privadomercantil, la inversión, el pequeño número de publicaciones calificadas en nuestros países en el área de la educación y la reducida población haciendo investigación en la universidad. Además de eso, la permanencia de los estudiantes en la investigación y el mantenimiento de esos datos y metadatos necesita de ciertas políticas públicas y también de profesionales que otorguen confianza al proceso.

La cuestión es que si se abre la producción científica en la red sólo para llenar el currículo (hoja de vida), para la práctica de la publicación salami, o sea, fragmentada, parcial, en diferentes artículos, y/o para mantener el poder concentrado en las empresas de tecnología, esto no es interesante. Los datos deben estar disponibles en la Internet, de manera accesible, inteligible, relevante y reutilizable para democratizar la cultura y la educación.

Este movimiento de ciencia abierta implica consideraciones éticas, educativas y económicas, para mantener una política que pueda cuidar, también, la utilización de software libre, del creative commons y del BOI (Budapest Open Access Initiative), la cultura libre y el código abierto. Hacer ciencia abierta implica en nuevas maneras de revisión por pares – Peerage of Science, o arXiv e a PLoS- organismos de financiación, editores de revistas científicas y buena distribución de las mismas, entre otras cuestiones.

En Brasil y otros países de América Latina la abertura está ocurriendo con inversiones específicas y cambios educativos. Brasil, por ejemplo, es uno de los países de América Latina, con más acceso abierto, ejemplo de ello es la Plataforma Lattes, SCIELO, Inep, IBGE, Bireme, entre otros. (GOMEZ, 2012) La ciencia y la tecnología se abren también a las necesidades populares de personas que utilizan las bases de datos, los entornos de aprendizaje virtual (VLE) y de Recursos Educativos Abiertos (REA / REA), que son una expresión de los cambios más allá del aspecto instrumental, ya que son culturales y educativos. Pero todavía creemos que estamos en el comienzo de una era en la que estos dispositivos serán ampliamente utilizados para la educación, conforme el modelo de universidad (pública, privada, popular) por la cual trabajemos.

Fuente del artículo: http://www.flordeceibo.edu.uy/sites/default/files/documentos/Emancipacion%20digital.pdf

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Racismo y discurso de odio en internet

Entre los días 27 y 29 de abril, en Río de Janeiro, tuvo lugar la conferencia “Racismo y discurso de odio en internet: narraciones y contranarraciones”. El evento fue promovido por el Centro Berkman, de la Universidad de Harvard, en conjunto con la Plataforma Vojo Brasil, vinculada al Instituto Mídia Étnica. El encuentro reunió especialistas que estudian este asunto en Brasil, Colombia y Estados Unidos.

Según uno de los organizadores del evento, ésta fue la primera vez que ocurrió en Brasil un evento que levantó cuestiones relacionadas al aumento exponencial de los casos de racismo en las plataformas digitales.

Niousha Roshani, antropóloga y consultora en el área de derechos humanos, especializada en infancia y juventud en regiones afectadas por conflictos, y también miembro del Centro Berkman, aportó algunos datos interesantes para que entendamos las semejanzas existentes entre Brasil y Colombia. Brasil es el país con la mayor cantidad de población negra en términos absolutos fuera del continente africano, quedando en segundo lugar luego de Nigeria. El segundo país con mayor población negra es Colombia. Son cerca de 120 millones de negros en América Latina.

A pesar de que Estados Unidos tiene una mayor articulación de la comunidad negra, los negros estadounidenses corresponden al 13% de la población. Esta cantidad equivale a la del estado de Río Grande del Sur, en Brasil.

Thiago Tavares, director de la ONG SaferNet Brasil, divulgó algunos indicadores. En 9 años, SaferNet Brasil recibió y procesó más de 400 mil denuncias anónimas de racismo, conteniendo cerca de 68 mil páginas distintas (de las cuales 14.785 fueron removidas, escritas en 7 idiomas y hospedadas en más de 8 mil lugares diferentes, en 54 países de los 5 continentes).

Renato Meirelles, publicitario y director del Instituto Data Popular, aportó datos sobre el desarrollo económico en Brasil. En la última década, mientras el ingreso familiar del 25% más rico de Brasil creció un 30%, el ingreso del 25% más pobre creció un 81%. El 75% de las personas que salieron de la clase D y pasaron para la clase C son negras. Eso no significa que las cosas cambiaron. El aumento del poder de consumo de los negros y la democratización de internet no erradicaron la jerarquía racial brasileña.

En la clase A, el 71% de los ingresos proviene de los blancos y el 29% proviene de los negros. En la clase D y E, el 72% de los ingresos proviene de los negros y el 29% proviene de los blancos. Esto significa que 3/4 de las clases A y B son blancos y 3/4 de las clases D y E son negros.

Con las transformaciones económicas, la población negra movió 1.573 billones de reales en el mercado brasileño. Frente a esto, Meirelles destacó que el aumento del racismo y del discurso de odio en internet está relacionado a la reducción de la desigualdad económica en Brasil y a la democratización de internet.

 “El ambiente que solía ser exclusivo para una porción rica y blanca de la población pasó a ser ocupado por una población negra. Y eso molesta”, dijo Renato Meirelles.

A pesar de las narraciones racistas y del discurso de odio en internet, durante el evento se presentaron iniciativas de contranarraciones.

#QuedaElConsejo

1. Olabi Makerspace: empresa social enfocada en estimular el aprendizaje de nuevas tecnologías y la innovación social en el país. Tiene un espacio para la experimentación, en el cual las personas comparten herramientas, máquinas y conocimientos.

2. Plataforma En Brasil: plataforma de investigación y experimentos curaduriales que conecta a las personas que están transformando la cultura del país de forma creativa.

2. Aplicación Kilombu: aplicación que busca reunir anuncios de negocios y servicios de emprendedores negros.

Para seguir ampliando el diálogo sobre los derechos en internet, el 12 y 13 de mayo tendrá lugar el simposio Conectados al Sur, una versión regional de la red global Digitally Connected, que aborda las oportunidades y desafíos de niños y adolescentes en el contexto digital de América Latina y el Caribe. El simposio está organizado por el Instituto de la Comunicación e Imagen de la Universidad de Chile, en conjunto con el Berkman Center for Internet & Society de la Universidad de Harvard y con UNICEF.

Fuente: http://www.asuntosdelsur.org/blog/2016/05/09/11796/

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Brasil:Tras las críticas, Temer crea una secretaría de Cultura que estará liderada por una mujer

América del Sur/Brasil/Mayo 2016/Fuente: La Vanguardia/Autor: O Globo

Tras las críticas por la ausencia de mujeres en el gabinete de ministros, el presidente interino de Brasil, Michel Temer, ha decidido crear una Secretaría Nacional de Cultura vinculada a la Presidencia de la República y está barajando nombres femeninos para ocuparla, según apunta el medio brasileño ‘O Globo’.

Así, el extinto Ministerio de Cultura, absorbido por el de Educación, volverá en forma de Secretaría Nacional, una institución inferior a la de ministerio pero que dependerá de la presidencia. Según los medios locales, esta decisión se debe a las fuertes presiones del lobby artístico tras el anuncio de la supresión de la cartera de Cultura.

Para liderar la secretaría se baraja el nombre de Adriana Rattes, exsecretaria de Cultura del estado de Río de Janerio y ligada al Partido de Movimiento Democrático Brasileño (PMDB) de Temer.

El actor Stepan Nercessian sonaba para asumir el cargo, pero tras la controversia suscitada por la no inclusión de mujeres en el gabinete interino, se da por hecho que este área lo encabece una representante femenina.

 

Fuente de la noticia: http://www.lavanguardia.com/vida/20160515/401802050727/tras-las-criticas-temer-crea-una-secretaria-de-cultura-que-estara-liderada-por-una-mujer.html

Fuente de la imagen:http://bucket1.glanacion.com/anexos/fotos/63/escandalo-de-corrupcion-en-brasil-2179363w620.jpg

 

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Brasil:CPF-SESC apresenta programação de palestras sobre a dança paulistana

América del Sur/Brasil/Mayo 2016/Fuente y Autor:IdancaNet

Resumen: El Centro de Investigación y Formación del SESC es una unidad encargada de la producción de conocimiento, formación y difusión y tiene como objetivo estimular acciones para el desarrollo de estudios en los campos culturales y socioeducativo.

Inaugurado em agosto de 2012, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (CPF-Sesc) é uma unidade do Sesc São Paulo voltada para a produção de conhecimento, formação e difusão e tem o objetivo de estimular ações e desenvolver estudos nos campos cultural e socioeducativo.

Além do Curso Sesc de Gestão Cultural – que visa a qualificação para a gestão cultural de profissionais atuantes no campo das Artes, tanto de instituições públicas como privadas – a unidade proporciona o acesso à cultura de forma ampla, tematicamente, por meio de cursos, palestras, oficinas, bate-papos, debates e encontros nas diversas áreas que compreendem a ação da entidade, como artes plásticas e visuais, ciências sociais, comportamento contemporâneo e cotidiano, filosofia, história, literatura e artes cênicas.

No mês de maio, três palestras têm destaque na programação do Centro.

No dia 19, a professora Isaira Maria Garcia de Oliveira fala da sua pesquisa Recepção em Dança: o especialista e o espectador“, em que faz uma caracterização do setor da dança na cidade de São Paulo, tendo como base o Teatro Galpão. A investigação que realizou junto a seis programadores/curadores e a plateias (259 espectadores), em 67 espetáculos, estabelece um campo de reflexão sobre os processos de mediação em arte e em dança.

No dia 30, o público poderá conhecer um pouco da trajetória da bailarina e diretora Ines Bogéa, num bate-papo com a artista. Ines iniciou seus estudos com Lenira Borges em 1978. Foi aluna da escola de Dança do Palácio das Artes, formando-se como professora de dança clássica e bailarina clássica pela Royal Academy of Dancing de Londres. Em 1989, ingressou no Grupo Corpo, no qual permaneceu até 2001, ano em que organizou um livro sobre a companhia. Na área de arte-educação foi consultora da Escola de Teatro e Dança Fafi; assistente de direção do Projeto Dança Comunidade, e co-diretora do Projeto Cidadança, de Ivaldo Bertazzo. É autora de mais de 25 documentários sobre dança, entre eles “Renée Gumiel, a vida na pele”, “Maria Duschenes – o espaço do movimento”, “Roseli Rodrigues – poesia em movimento” e a série “Figuras da Dança”.

E no 31, a artista, professora e pesquisadora da dança Silvia Geraldi fala da teatralidade na dança a partir da experiência de importantes criadores da cena coreográfica paulistana dos anos 1970-1990, enfocando um período fundamental da dança na cidade. Serão levantadas questões como: O que permite a emergência do conceito de teatralidade na dança? Quais são os elementos indispensáveis para sua produção? Há, de fato, especificidades que permitam distinguir sua manifestação no campo da dança de outras práticas artísticas? Quais são as estratégias que possibilitam reconhecer seus modos de inscrição e funcionamento na cena coreográfica?

 

Fuente de la noticia: http://idanca.net/centro-de-pesquisa-e-formacao-do-sesc-apresenta-programacao-de-palestras-em-maio/

Fuente de la imagen: http://idanca.net/wp-content/uploads/2016/05/Foto-In%C3%AAs-3-700×250.jpg

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Brasil: Confirmada a fusão dos ministérios, Juca Ferreira e Francisco Bosco deixam seus cargos

América del Sur/Brasil/Mayo 2016/Fuente y Autor: Idanca.Net

Resumen: Luego de que Michel Temer asumio la presidencia de la república, confirmo la fusión del Ministerio de la Cultura con el Ministerio de Educación. La nota recoge las impresiones de Juca Ferreira y Francisco Bosco ante el suceso.

Após Michel Temer assumir a presidência da república interinamente e confirmar a fusão do Ministério da Cultura (Minc) com o Ministério da Educação (MEC), e o nome do novo ministro da pasta, Mendonça Filho (DEM-PE), nesta quinta-feira (12), Juca Ferreira anunciou sua saída em pronunciamento.

“Não estou disposto a fazer a transição política, porque isso seria reconhecer a legitimidade desse governo. E eu não reconheço”, afirmou o ex-ministro, garantindo, no entanto, que a transição administrativa será feita, segundo ele, “porque o estado é um bem da sociedade”.

Em nota, o presidente da Funarte, Francisco Bosco, também anunciou sua decisão de deixar o cargo. “Eu saio com o Juca Ferreira, porque assim como ele, não reconheço a legitimidade do governo que se instaura. Todos fazemos parte da continuação de um processo que começou com o Gil e, por sua vez, pertencia ao governo Lula. Todo esse projeto que está sendo agora interrompido de uma maneira ilegítima”, disse.

Bosco também publicou uma nota no site da Funarte, dizendo que os pagamentos dos editais artísticos de 2015 terão que ser feitos pelo Estado. “A presente gestão se despede lamentando não ter podido quitar seus compromissos (por razões, é sempre preciso repetir, que fogem à sua responsabilidade), mas vem lembrar à sociedade que essa quitação é uma obrigação do Estado, independentemente da gestão que o estiver governando”.

Um dos maiores planos de Ferreira e Bosco para o setor incluía a implementação da PNA – Política Nacional das Artes. Envolvendo MinC, Funarte e setores da sociedade civil, a PNA selecionou articuladores, entre profissionais com atuação reconhecida nas áreas artísticas abrangidas – artes visuais, circo, dança e teatro – além de consultores em cada área, escolhidos via edital, para mediar a discussão e realização de políticas públicas para a arte entre sociedade e setores do governo.

Em vídeo publicado no facebook, Rui Moreira, articulador da área da dança, lamentou: “Infelizmente, a interrupção forçada deste processo deixou um vácuo e as discussões e encaminhamentos possíveis sofreram um lamentável desfecho provocado pelas abruptas mudanças de rumo na política nacional. Um retrocesso histórico que todos os articuladores da PNA repudiam veementemente”. Sem saber dizer qual será o encaminhamento do atual governo ao plano, incitou “(…) acho que caberá a nós todos fazer esta pergunta”.

Fuente de la noticia: http://idanca.net/juca-ferreira-deixa-o-minc-e-francisco-bosco-deixa-presidencia-da-funarte/

Fuente de la imagen: http://idanca.net/wp-content/uploads/2016/05/juca-ferreira-700×250.jpg

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Madre, arquetipo fundamental de la psique humana

Leonardo Boff

La madre es más que una figura física con la cual estamos ligados afectivamente toda la vida. Es la primera palabra que pronunciamos cuando despertamos a este mundo y para muchos es la última palabra que les viene a los labios cuando se despiden, especialmente en una situación de peligro extremo.

Grandes nombres de la tradición psicoanalítica como C. G. Jung y su discípulo favorito E. Neumann, profundizaron en la irradiación del arquetipo de la madre. Pero también hay que mencionar la valiosa contribución de Jean Piaget con su psicología y pedagogía evolutiva y, especialmente, la de Donald W. Winnicott con su pediatría combinada con el psicoanálisis de niños. Ellos nos detallan las complejas vías de la psique infantil en estos momentos iniciales y fundamentales de la vida que nos dan el sentimiento de ser amados, protegidos y siempre acogidos.

En el Día de la Madre vale la pena recordar estas contribuciones que nos refuerzan el sentimiento profundo que tenemos hacia nuestras madres. Más que reflexiones hoy valoramos el afecto, cuyas raíces están fundadas en el cerebro límbico, que surgió hace más de doscientos millones de años cuando irrumpieron en el proceso de la evolución los mamíferos, de los cuales descendemos. Con esta especie nos vino el amor, el afecto y el cuidado, guardados como informaciones hasta hoy por nuestro inconsciente colectivo. Entreguémonos brevemente a la tierna fuerza de este afecto.

Hay muchos textos conmovedores que exaltan la figura de la madre, como el bellísimo del obispo chileno Ramón Jara. Pero hay otro de gran belleza y verdad que viene de África, de una noble abisinia, recogido en el prefacio del libro Introducción a la esencia de la mitología (1941), escrito por dos grandes maestros en el campo, Charles Kerény y C. G. Jung. Así dice una mujer, en nombre de todas las mujeres y madres, lo que reproducimos aquí. Una vez más vemos que aquí habla más alto el afecto que la reflexión, pues en este día de las madres, aquel activa más que en otras ocasiones el arquetipo materno.

«¿Cómo puede saber un hombre lo que es una mujer? La vida de una mujer es completamente distinta de la del hombre. Dios lo hizo así. El hombre es el mismo desde el momento de su circuncisión hasta su declive. Es el mismo antes y después de haber encontrado por primera vez a una mujer. Sin embargo, el día en que la mujer conoce a su primer amor, su vida se divide en dos partes. Este día se convierte en otra. Antes del primer amor, el hombre es el mismo que era antes. La mujer, desde el día de su primer amor, es otra. Y lo seguirá siendo toda la vida».

«El hombre pasa una noche con una mujer y luego se va. Su vida y su cuerpo son siempre los mismos. Pero la mujer concibe. Como madre, es diferente de la mujer que no es madre, pues lleva en su cuerpo durante nueve meses las consecuencias de una noche. Algo crece en su vida y nunca va a desaparecer de su vida. Pues es madre. Y seguirá siendo madre aun cuando el niño o los niños hayan muerto. Porque llevaba al niño en su corazón. Incluso después de su nacimiento, lo sigue llevando en su corazón. Y de su corazón no se irá nunca, aunque el niño muera».

«Todo esto no lo conoce el hombre. Él no sabe nada. Él no sabe la diferencia entre el “antes del amor” y el “después del amor”, entre el antes y el después de la maternidad. No lo puede saber. Sólo una mujer puede saberlo y hablar de ello. Es por eso que, las madres, nunca debemos permitir que nuestros maridos puedan oscurecer este profundo sentimiento nuestro. Una mujer puede solo una cosa. Puede cuidar de sí misma. Se puede conservar decente. Debe ser cuál es su naturaleza. Debe ser siempre niña y madre. Antes de cada amor es niña. Después de cada amor es madre. En esto podrás saber si ella es buena mujer o no».

Sin duda, se trata de una visión idealizada de la mujer y de la madre. En ellas también hay sombras. Pero en este día nos olvidamos de las sombras para centrarnos solo en el momento arquetípico de luz que cada madre es. Por eso tantas personas viajan este día, se desplazan desde muy lejos para ver a su “querida madrecita”, para darle un abrazo filial y cubrirla de besos.

Ellas lo merecen. No estaríamos aquí si no hubieran tenido el cuidado infinito de darnos la bienvenida a la vida y de encaminarnos por los misteriosos laberintos de la existencia. Para ellas nuestro afecto, nuestro cariño y nuestro amor: a las vivas y a las que están más allá de la vida.

* Leonardo Boff es autor en colaboración con Rose-Marie Muraro, que sólo en la memoria y el afecto está con nosotros, del libro Femenino y Masculino. Una nueva conciencia para el encuentro de las diferencias (2002).

Traducción de MJ Gavito Milano

Fuente; https://leonardoboff.wordpress.com/

Fuente de la imagen; http://4.bp.blogspot.com/-B4E3U3dv0hg/UQqNft3bbNI/AAAAAAAAAhY/dqRtAFQPQfQ/s1600/Sandra+Bierman+Joy..jpg

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