Brasil/Septiembre de 2017/Autor: Luiz Claudio Tonchis/Fuente: Jornal de Todos of Brasis
Resumen: La escuela pública en Brasil pasó a ser un ambiente tenso y potencialmente peligroso. Los profesores están enfermos tanto como está la Educación en Brasil de los más humildes. Sólo quien vive en el cotidiano escolar y acompaña la realidad de los profesionales de la educación percibe la nube gris que ronda el universo de la escuela. Las dificultades en el día a día del aula corroen buena parte de los sueños que los llevaron a convertirse en educadores. Sólo quien es profesor sabe cuán difícil es serlo ante el caos en que nos encontramos, cuánto le cuesta vencer a los monstruos encontrados en los desiertos de las instituciones. Esto significa que el humano está en extinción y la crisis en la profesión es su reflejo. El resultado es un profesor deprimido, ansioso, tenso y con fobias que se manifiestan en las más variadas formas.
A escola pública no Brasil passou a ser um ambiente tenso e potencialmente perigoso. Os professores estão doentes tanto quanto está a Educação no Brasil dos mais humildes. Somente quem vive no cotidiano escolar e acompanha a realidade dos profissionais da educação percebe a nuvem cinzenta que ronda o universo da escola. As dificuldades no dia-a-dia da sala de aula corroem boa parte dos sonhos que os levaram a se tornarem educadores. Só quem é professor sabe o quanto é difícil sê-lo diante do caos em que nos encontramos, o quanto lhe custa vencer os monstros encontrados nos desertos das instituições. Isto significa que o humano está em extinção e a crise na profissão é seu reflexo. O resultado é um professor deprimido, ansioso, tenso e com fobias que se manifestam nas mais variadas formas.
A indisciplina, a falta de interesse, o vandalismo, a recusa ao conhecimento, as agressões, o descaso, o deboche e as ameaças são situações muito comuns deparadas pelo professor em cada sala de aula que adentra. Há sempre o risco eminente de um professor ser agredido. Para esse tipo de aluno, que não são poucos, não existem nenhuma autoridade constituída a quem eles devem o mínimo de obediência e respeito. Evidentemente, existem bons alunos, mas são prejudicados por aqueles que não tem o mínimo compromisso com as normas de convivência da escola. Evidentemente, esses alunos indisciplinados e rebeldes são vítimas do descaso, do caos social e cultural em que o nosso país se arrasta há tempos.
O paradoxo é que o professor e, somente o professor, é responsabilizado pelo caos que se encontra a escola pública atualmente. Mas, ele já não consegue exercer a autoridade dentro da sala de aula e quando tenta fazê-lo pode ser xingado, humilhado, ameaçado e até agredido. Muito pouco se aproveita dos cinquenta minutos de uma aula, boa parte dela se perde na tentativa de colocar a sala em ordem. É muito frustrante ser professor hoje em dia.
Atualmente, muito se fala em escola democrática, a participação das famílias na escola, uma escola aberta às novas demandas contemporâneas, capacitação docente etc. O que é muito positivo, mas muito se fala e pouco se faz. Por outro lado, muitas famílias não possuem as condições intelectuais e afetivas para assumirem esse compromisso.
Essas famílias são vítimas de um modelo histórico de exclusão social, que produziu a desigualdade em todos os sentidos, incentivando a pobreza material, moral e intelectual, além daqueles que são submetidos à violência e à dominação vigente e que jamais podem entrar em justas relações que façam reconstruir o sentido bom do poder. Essas crianças estão sendo criadas à revelia, sem o mínimo exemplo familiar e excluídos de uma educação humanística. Todas essas mazelas refletem diretamente na escola e afetam os profissionais da educação. É muito difícil orientar um aluno que não traz consigo o pré-requisito mínimo para a convivência social e o respeito ao outro e aos educadores.
Tornou-se muito comum que esses genitores, ou pelo menos grande parte deles, quando são chamados à escola em razão de algum problema com o seu filho, se posicionem veementemente a favor do filho e contra os educadores, ou seja, sempre o filho tem razão e o culpado é sempre a escola.
O professor pede socorro, ele está só, doente e solitário. Falo aqui da solidão da sala de aula em que ele, somente ele, tem que dar conta de todos os problemas e de todas as mazelas sociais que refletem na escola. Além disso, é mal remunerado, as condições de trabalho são péssimas e sofre drasticamente com o desprestígio social da profissão.
Pelas peculiaridades do ofício, a carga de trabalho é bastante excessiva e, muitas vezes, são praticamente obrigados a acumular cargos para dar conta da própria subsistência e de sua família.
A quantidade de afastamento de professores para consultas e licenças médicas é absurda. Faltam professores para substitui-los e, por isso, um professor de Matemática, por exemplo, tem que substitui os professores licenciados de outras disciplinas: Biologia, Língua Portuguesa, História etc. O prejudicado é sempre aquele aluno que ainda tem interesse em aprender.
Segundo uma reportagem na Folha de São Paulo por meio do acesso a informação, no Estado de São Paulo, o mais rico da Federação, cada professor da rede pública registra, em média, trinta dias de ausência no ano. Isso significa que dos 200 dias letivos obrigatórios, 30 dias está sem professor ou com um professor eventual que, nem sempre, está apto e preparado para assumir às aulas. O principal motivo é o volume de licenças médicas, que representam, na média, 60% dos dias de ausência na rede estadual e na rede municipal da capital paulista.
Diante dessa realidade cruel, cabe ao Estado assumir a sua responsabilidade com a educação e com a escola e, sobretudo, valorizar o professor, equipar a escola com uma série de ingredientes materiais e humanos indispensáveis à manutenção da ordem e de uma convivência possível para que aprendizagem, em todos os sentidos, possam fluir rumo a uma sociedade decente, através do estímulo e a potencialização da criatividade dos educandos.
Ser professor se tornou uma escolha de poucos. Os baixos salários, a excessiva carga horária de trabalho, a desvalorização social, as condições de trabalho e a falta de plano de carreira afastam as novas gerações da profissão.
Peço aos leitores que perdoe a crueza com que uso as palavras, mas é por necessidade de atenção para estes eventos comuns, mas ignorados e banalizados, para que, pela forma, provoquem reflexões.
Aqueles que ensinam crianças e adolescentes que passam necessidades materiais, que foram ou são violentadas ou estupradas por um Estado ineficiente merecem toda a nossa atenção. Aquele que ensina o outro que não tem perspectivas de futuro numa sociedade cínica, corrupta e cruel mas, mesmo assim, não deixam de acreditar num mundo melhor e possível. A lição mais importante de um educador é fomentar que é possível a humanidade chegar a um nível de consciência e respeito ao outro e ao meio ambiente que até então são utópicas para todos nós.
Fuente: http://jornalggn.com.br/blog/luiz-claudio-tonchis/os-professores-estao-doentes-o-quanto-esta-a-educacao-no-brasil-por-luiz-claudio-tonchis