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Estupro é crime doloso: a culpa é do estuprador. Brasil

América do Sul/Brasil/11-08-2020/Autor e Fonte: sinasefe.org.br

Em primeiro lugar, A CULPA DO ESTUPRO É DO ESTUPRADOR.

Fotos, roupas ou comportamentos NÃO são convites. Sexo sem o consentimento de todos os envolvidos é estupro. Menores de quatorze anos, pessoas que não tem o necessário discernimento para a prática do ato, devido à enfermidade ou deficiência mental (ou que por algum motivo não possam se defender), inconscientes e/ou sob influencia de álcool ou outras drogas: não estão em condições de consentir. Portanto, uma relação sexual com pessoas nessas condições é ESTUPRO, é CRIME. Estupro sem intenção não existe.

Nesta sociedade brasileira, machista, racista (e que elegeu Bolsonaro mesmo após todas as barbaridades por ele proferidas) infelizmente não é surpresa que um homem branco, hétero, rico e influente tenha sido absolvido do estupro que cometeu. É triste, injusto e uma derrota para todas as mulheres, mas não é surpresa. Se o estuprador fosse preto e pobre, provavelmente teria sido preso antes mesmo do julgamento.

Com raras exceções, mulheres sempre são as julgadas, questionadas, taxadas de loucas e desacreditadas, mesmo quando vítimas. Quando têm coragem de denunciar alguma violência, as perguntas feitas na maioria das vezes na delegacia são sobre a mulher, onde estava, o que estava vestindo, o que estava fazendo e muitas vezes desencorajadas a seguir com a denúncia e processo.

Neste país em que mulheres são tratadas como pedaços de carne, propriedade dos homens, em que é comum vermos notícias de mulheres mortas ou espancadas todos os dias, seja por companheiros ou ex, que não aceitam a separação, que não aceitam que a mulher tenha uma vida própria e seja independente.

Neste país em que, segundo divulgado pela Agência Brasil, em 2018 foram em média 180 mulheres estupradas por dia (casos reportados, estima-se que sejam apenas 10% do real), a maioria meninas de até 13 anos, e na maioria das vezes o estuprador é algum conhecido ou familiar da vítima (pai, padrasto, tio, avô, primo, vizinho), as mulheres é que são questionadas:

O que a mãe estava fazendo que não estava cuidando da criança? Porque a mãe colocou um homem desse dentro de casa?” Menina com 10, 12 anos “já sabe o que está fazendo”, enquanto homens adultos são tratados como meninos que não sabem o que fazem. E sempre tem um “cidadão de bem, defensor da moral e bons costumes” que diz que se a mulher estava bêbada ou na rua a noite a culpa é dela, será que o referido “cidadão de bem” pensaria o mesmo se ele fosse estuprado por outro homem quando estivesse bêbado? E nem pensar em abortar caso acabe grávida, a vida do bebê é sagrada. A da mulher? F***-se

Talvez seja novidade pra alguns, mas um dos direitos fundamentais é o direito de ir e vir, estar se deslocando de um ponto a outro não é motivo pra uma pessoa sofrer violência. E homem nenhum vem com rótulo ou se diz violento/abusador no início de um relacionamento.

Isso sem falar em trabalho e entrevistas de emprego, que via de regra as mulheres são preteridas em favor dos homens. Exemplos não faltam de entrevistas de emprego em que mulheres são questionadas sobre quem fica com os filhos quando ela vai trabalhar, quem leva os filhos pro hospital/consultas médicas e quando finalmente conseguem o emprego, normalmente ganham menos que homens que exercem o mesmo cargo/função, e muitas vezes ainda são demitidas por não aceitarem assédio de superiores.

Agora um recado aos homens, principalmente aos que se dizem feministas, não basta não ser violento e/ou manipulador, respeitar as mulheres e dividir as tarefas de casa, isso é o mínimo. Se você entra em alguma discussão com o argumento, “mas nem todo homem” volte duas casas e reveja seus atos; você cobra, denuncia ou chama a atenção de seus amigos, colegas, vizinhos ou familiares quando algum deles deixa de pagar ou atrasa a pensão dos filhos? Quando passa a mão em uma mulher? Quando faz algum “elogio” a qualquer mulher que passe por perto? Quando repassa pornografia? Quando faz uma piada machista?

Antes de querer discutir ou ensinar uma mulher sobre feminismo, faça sua parte por um mundo menos machista, cobrando dos homens com quem convive.

Coordenação de Políticas para Mulheres do SINASEFE

SER MULHER
Se for jovem é imatura
Se for idosa, ultrapassada
Se for feia é repelida
Se for bonita, assediada
Se for magra é anoréxica
Se for gorda é relaxada
Se for tímida é careta
Se for extrovertida é escrachada
Se for independente é feminista
Se for do lar, acomodada
Se beber, quer ser homem
Se não, é morgada
Se casar é iludida
Se solteira é encalhada
Se for negra é agredida
Se for branquela é zoada
Se tiver filhos, perdeu a vida
Se não tiver é perturbada
Se for ignorante é ofendida
Se for inteligente é invejada
Se gostar de viver é denegrida
Se for deprimida é desprezada
Ser mulher é estar na luta para manter-se EQUILIBRADA…

Alethea Neves Cavalcanti (Professora municipal em Recife-PE)

Fonte e imagem: https://sinasefe.org.br/site/estupro-e-crime-doloso-a-culpa-e-do-estuprador/

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Cimarronaje y juventud

Por:  Tahira Vargas García

El colonialismo ha dejado muchas huellas en nuestra cultura, una de ellas es el manejo del cimarrón como violento, salvaje dejando de lado lo que fue en realidad el cimarronaje, el enfrentamiento de la esclavitud, la expresión de libertad.

El mes de octubre se promueve desde movimientos latinoamericanos como una fecha de reconocimiento a la resistencia indígena y africana en contraposición con la imposición neocolonizante y europeizante que lo excluye.

En nuestro país, en los últimos años se ha forjado un proceso de conexión con las raíces afrocaribeñas y visibilización del cimarronaje en términos históricos y su aporte a nuestra identidad cultural.

La presencia de un movimiento que resalta la presencia del cimarronaje en nuestra cultura supone romper con los prejuicios y estigmas en los que se ha manejado esta categoría en nuestra sociedad. El colonialismo ha dejado muchas huellas en nuestra cultura, una de ellas es el manejo del cimarrón como violento, salvaje dejando de lado lo que fue en realidad el cimarronaje, el enfrentamiento de la esclavitud, la expresión de libertad.

Nuestro sistema educativo ha estado históricamente de espalda a nuestra identidad cultural afrocaribeña.

Durante varias semanas en este mes de octubre se han desarrollado distintas actividades culturales virtuales en las que se redimensiona el cimarronaje en su sentido original fortaleciendo la connotación de libertad que ofrece el reconocimiento de la negritud.

Cada año este movimiento de reconocimiento del cimarronaje en las expresiones de nuestra identidad cultural se incrementa y se agregan a él nuevas organizaciones y sujetos sociales. Este proceso cuenta con una proporción importante de jóvenes que reconocen sus raíces afrocaribeñas.

La presencia juvenil en este movimiento es significativa. Encontrar en las nuevas generaciones una población adolescente y joven que cuestiona el racismo y se empodera desde sus raíces afrocaribeñas resulta de vital importancia para los procesos de cambio cultural que necesita nuestra sociedad. A pesar de que la discriminación racial se mantiene con las estigmatizaciones hacia el pelo de origen afrodescendiente en el ambiente laboral, vecinal y educativo, una proporción significativa de jóvenes manifiestan una contracultura en la que se promueve el uso del pelo crespo en su forma natural y los rasgos afrodescendientes en su apariencia física.

El ocultamiento y negación de la negritud como componente fundamental de nuestra identidad cultural ha tenido una fuerte resistencia a través de nuestra historia en la vida cotidiana de los sectores populares.  La cultura afrodescendiente y proveniente del cimarronaje se ha expandido a través de los años sostenida en la religiosidad popular, la música, la danza, hábitos alimenticios y prácticas de interacción social en la cotidianidad. En la actualidad se fortalece con el reconocimiento de nuevas generaciones que reclaman su visibilidad y su difusión.

Este artículo fue publicado originalmente en el periódico HOY

Fuente: https://acento.com.do/opinion/cimarronaje-y-juventud-8878807.html
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Quién decide si somos guapas

Reseñas/Noviembre 2020/elpais.com

El ideal de belleza empieza a ser más diverso. Pero aún queda mucho por hacer. La escritora Desirée Bela-Lobedde, la cantante Nía Correia, la actriz Eva Llorach y la piloto Ana Carrasco reflexionan sobre la necesidad de un canon más inclusivo.

DESIRÉE BELA-LOBEDDE, barcelone­sa de 41 años, entra en el estudio fotográfico y su primer reflejo es el de dar dos besos, pero se detiene antes y con un tímido “¡hola!” debajo de la mascarilla saluda al equipo. Autora de Ser mujer negra en España (Plan B, 2018), Desirée irrumpió en el mundo del activismo estético de forma accidental. “Ocurrió en el momento en que comencé a entender por qué la mayoría de mujeres negras sentimos que debemos cambiar la naturaleza de nuestro cabello por uno más liso para encajar en el ideal de belleza blanco”.

Entonces decidió acabar de golpe con 15 años de sometimiento autoinfligido. Y de un tijeretazo dijo adiós al estigma del pelo afro. “Fui a mi salón y dije: ‘Corta todo el alisado’. Entendí que mi cabello es bello, que eso de que es feo, informal o poco higiénico es falso. Me di cuenta de que el pelo es parte de tu identidad”. Ese fue su primer acercamiento al activismo estético, que busca desafiar y ampliar unos estrechos cánones de belleza aceptados y celebrados durante décadas, y que, para más inri, suelen ser racistas porque casi siempre representan a una mujer occidental, delgada y blanca.

Nía lleva el corrector para el rostro Touche Éclat High Cover, de Yves Saint Laurent Beauté; vestido de Numero Ventuno, jersey y zapatos, ambos de Bally. Desirée, falda y jersey, ambos de Uterqüe, y zapatos de Salvatore Ferragamo. Eva, camisa, falda y zapatos, todo de Prada; top de Fátima Miñana, y anillo y pulsera, ambos de Cartier.
Nía lleva el corrector para el rostro Touche Éclat High Cover, de Yves Saint Laurent Beauté; vestido de Numero Ventuno, jersey y zapatos, ambos de Bally. Desirée, falda y jersey, ambos de Uterqüe, y zapatos de Salvatore Ferragamo. Eva, camisa, falda y zapatos, todo de Prada; top de Fátima Miñana, y anillo y pulsera, ambos de Cartier. FOTOGRAFÍA: SERGI PONS / ESTILISMO: BERTA ÁLVAREZ

Un concepto más diverso de belleza va ganando terreno. Pero aún queda un largo camino por recorrer. Así lo confirma el ensayo The Idea of Beauty Is Always Shifting. Today, It’s More Inclusive Than Ever (La idea de la belleza siempre está cambiando. Hoy es más inclusiva que nunca) publicado en enero de este año por Robin ­Givha, crítica de moda, periodista y ganadora de un Pulitzer en 2006. En él expone que el mundo se dirige hacia una cultura más inclusiva que abarca diferentes tipos de belleza. “A paso lento, pero en la última década hemos presenciado una corriente que exige que todas seamos aceptadas”.

Durante la sesión que ilustra este reportaje, la escritora comparte encuadre con la actriz Eva Llorach, la cantante Nía Correia y la piloto de motociclismo Ana Carrasco. Las cuatro tienen algo en común más allá del éxito profesional: quieren trascender los estereotipos.

Eva (izquierda), con vestido de Acne Studios y pendientes de Es Fascinante; y la cantante Nía Correia, con abrigo y mallas, ambos de Salvatore Ferragamo, y pendientes y anillo de Alexander McQueen.
Eva (izquierda), con vestido de Acne Studios y pendientes de Es Fascinante; y la cantante Nía Correia, con abrigo y mallas, ambos de Salvatore Ferragamo, y pendientes y anillo de Alexander McQueen. FOTOGRAFÍA: SERGI PONS / ESTILISMO: BERTA ÁLVAREZ

Al igual que Bela-Lobedde, la actriz Eva Llorach (Murcia, 1979) también creció con la imagen de una belleza “codificada y comercializada” y casi siempre inalcanzable. “Desde que eres pequeñita escuchas conversaciones que giran en torno al físico, que si estás delgada, que si estás gorda. Te vas dando cuenta de que, para ser admitida, de alguna manera debes estar bella. Es una carga que tenemos en el cerebro las mujeres. Y es muy difícil apagar ese ruido”, reconoce la ganadora de un Goya a mejor actriz revelación por su papel como Violeta en Quién te cantará.

Durante generaciones —tal y como recoge el ensayo de Givha— se ha considerado que para ser bonita se debe tener una complexión delgada, pero con un busto generoso y una cintura estrecha; una mandíbula definida, los pómulos altos; la nariz angulosa; los labios carnosos; los ojos grandes e idealmente azules o verdes. El cabello largo y liso. Poco a poco, este concepto de belleza se está transformando, ensanchando. Y lo hace de la mano de dos motores sociales que, a veces, interseccionan. Por un lado, el feminismo; que ha ganado masa y fuerza a partir de movimientos como el #MeToo, donde la reflexión sobre la objetualización de la mujer y su cuerpo ha sido sustancial. Y, por otro, unas nuevas generaciones que se muestran más abiertas e inclusivas en la búsqueda de referentes que las representen y en los que reflejarse: desde la cantante Billie Eilish, abanderada de la lucha contra el bodyshame (humillar a alguien por su aspecto físico), hasta Rihanna, que, a través de los desfiles de su firma de lencería Fenty, reivindica la normalización de todo tipo de cuerpos.

De izquierda a derecha, Desirée Bela-Lobedde lleva americana de Purificación García, camisa de Marina Rinaldi, pantalón de Uterqüe y zapatos de Salvatore Ferragamo; Eva Llorach (sentada), jersey y falda, ambos de Hermès, y sandalias de Jimmy Choo; Ana Carrasco, traje de Givenchy y camisa de Christian Dior, y Nía Correia, vestido de Loewe.
De izquierda a derecha, Desirée Bela-Lobedde lleva americana de Purificación García, camisa de Marina Rinaldi, pantalón de Uterqüe y zapatos de Salvatore Ferragamo; Eva Llorach (sentada), jersey y falda, ambos de Hermès, y sandalias de Jimmy Choo; Ana Carrasco, traje de Givenchy y camisa de Christian Dior, y Nía Correia, vestido de Loewe. FOTOGRAFÍA: SERGI PONS / ESTILISMO: BERTA ÁLVAREZ

Las llamadas modelos de tallas grandes o con físicos no normativos empiezan a ser cada vez más frecuentes en las pasarelas. De Versace a Chanel, pasando por Max Mara. Pero aún se trata de algo anecdótico y sorprendente. Que mujeres con una talla superior a la 34 o con más de 50 años sean imagen de una marca o protagonistas de un editorial de moda en una revista aún es noticia (y reclamo de marketing). Y, eso, por sí solo, habla de cuánto queda aún por recorrer en la normalización de un canon inclusivo.

Nía Correia —que encajaría en el ideal de belleza dominante— forma parte de esa nueva generación que quiere acabar con estereotipos excluyentes. La ganadora de Operación Triunfo, de 26 años, tiene claro que su influencia sobre sus fans conlleva una gran responsabilidad. “Al final la riqueza está en la diversidad y no solo en lo físico. Para mí, la belleza está en tus ojos. Tú eres la que le das belleza a las cosas y a las personas”, explica.

Ana lleva crema de rostro y sérum Light Up de la línea Pure Shots, de Yves Saint Laurent Beauté; traje de Tommy Hilfiger Collection, top de Fátima Miñana y botines Unisa. Nía, blusa y falda, ambas de Stella McCartney, y sandalias de Manolo Blahnik.
Ana lleva crema de rostro y sérum Light Up de la línea Pure Shots, de Yves Saint Laurent Beauté; traje de Tommy Hilfiger Collection, top de Fátima Miñana y botines Unisa. Nía, blusa y falda, ambas de Stella McCartney, y sandalias de Manolo Blahnik. FOTOGRAFÍA: SERGI PONS / ESTILISMO: BERTA ÁLVAREZ

Con solo 23 años, Ana Carrasco sabe bien lo que es combatir prejuicios ligados al género. Es la primera mujer que ha ganado un mundial de velocidad de motociclismo. Posar no es lo suyo y no lo oculta. Su respuesta a la presión social para encajar en un canon normativo pasa por reescribir la definición de belleza como algo que sobrepasa un concepto estético. “El fin es que no existan los estereotipos. Ese día, habremos vencido”.

Todas coinciden en que plataformas como Instagram o Twitter no solo han evidenciado la discriminación sutil y cotidiana que sufren quienes no cumplen con los cánones, sino que además han amplificado las voces del público que exige una concepción de belleza más democrática. Aun así, hace falta algo más poderoso que un tuit para cambiar el rumbo de la industria de la moda y la cosmética: el dinero. Robin ­Givha desarrolla esta idea en su ensayo, donde apunta que la evolución de los modelos de belleza se debe en gran medida a que el mercado se ha percatado por fin de que existen mujeres adultas, de tallas grandes y de diferentes culturas que tienen la capacidad económica de pagar por sus productos. Un nicho que han estado ignorando y desaprovechando hasta ahora. Un botón: solo en Estados Unidos, las ventas de prendas de la talla 44 en adelante ascienden a cerca de 18.000 millones de euros anuales, según un informe de la asesoría NPD Group.

Cuando termina la sesión, parece como si Desirée, Ana, Nía y Eva se conocieran de toda la vida aunque solo han pasado cinco horas desde que se presentaron. Han hecho clic al instante. “Conocerlas ha sido maravilloso”. Los ojos de Desirée han visto la belleza.

Nía Correia (cantante): “Quiero que las niñas que sufren racismo se sientan orgullosas de cómo son”.

Nía lleva máscara de pestañas Volume Effet Faux Cils Radical en tono negro, de Yves Saint Laurent Beauté, vestido de Bottega Veneta y pendientes de Suarez.
Nía lleva máscara de pestañas Volume Effet Faux Cils Radical en tono negro, de Yves Saint Laurent Beauté, vestido de Bottega Veneta y pendientes de Suarez. FOTOGRAFÍA: SERGI PONS / ESTILISMO: BERTA ÁLVAREZ

— Nía Correia halló su vocación jugando. Tenía nueve años y sus abuelos notaron que la niña apuntaba maneras. “Me inscribieron en clases de canto y allí comenzó todo”, recuerda con una gran sonrisa, la misma
que parece acompañarla todo el tiempo. “Supe que mi voz tenía algo
por cómo me sentía al cantar”, suelta esta joven de 26 años, originaria
de Gran Canaria.
— Si de algo estaba segura era de que quería vivir de la música, ya fuera interpretándola o bailándola, y va encaminada a cumplir su sueño. Este año se consagró como la ganadora de Operación Triunfo, donde no solo consiguió el respeto de sus profesores y colegas, sino además el cariño del público.
— El registro de su voz da para todo. Desde boleros hasta rhythm and blues. Por eso, dice, no le gustaría “quedar encasillada” en un estilo. “Para mí cantar es soltar todo lo que llevo dentro, desde la alegría hasta la rabia. Es mi manera de desahogarme”, explica.
— Antes de conquistar la televisión dio sus primeros pasos en el teatro. A los 18 años llegó a Madrid para formar parte del elenco del musical de El rey león. Después, trabajó cantando en hoteles de Dubái e Ibiza. Su fama es, sostiene, fruto de su esfuerzo. “No concibo el éxito de otra forma que no sea trabajando. Soy muy autoexigente y perfeccionista. Lo que más me cuesta cuando estoy cantando es dejar la mente en blanco. Me gusta controlarlo todo”, cuenta la artista, que estrena este mes su primer sencillo, Malayerba.
— Pero más allá de la Nía mediática, está Estefanía, la mujer orgullosa de sus antepasados africanos —su padre es de Guinea-Bisáu—, y que habla en primera persona del racismo. “De pequeña puede que tuviera ciertos miedos por ser negra, pero a medida que crecí desaparecieron. A mí me educaron con valores como el respeto a los demás y también a mis orígenes, por eso cuando a veces en el cole me decían cosas como que era adoptada [su familia materna es blanca] no le prestaba atención, pronto entendí que era ignorancia”, remarca.
— “No me quiero dar por vencida con el racismo y la discriminación de ningún tipo. Me gustaría convertirme en un referente para esas niñas que se sienten inseguras porque han vivido episodios racistas en su vida. Quiero que abran sus ojos y se sientan orgullosas de lo que son y de cómo son”.
— Quizá por eso decidió llevar su melena rizada en la final de OT, era una forma de reivindicar la belleza natural de las mujeres negras. Su decisión provocó algunos comentarios negativos en las redes sociales. “Cuando vi los tuits en los que hablaban de mi pelo, no le di importancia porque yo estoy muy orgullosa de él”, señala.
— Aspira a que las nuevas generaciones no tengan la presión de cumplir con estereotipos, y eso que sostiene que a ella nunca se le ha exigido encajar en ningún canon de belleza. Cree que sentirse empoderada no debería estar relacionado con ser bella, “pero sí que es verdad que si un día estás de bajón y de pronto te pones un labial rojo te da un subidón”, confiesa entre carcajadas.

Eva Llorach (actriz): “A partir de los 40 nos empezamos a convertir en personajes secundarios”.

Eva lleva base de maquillaje Le Teint Touche Éclat, de Yves Saint Laurent Beauté; americana y jersey, ambos de Boss, pantalón de Alexander McQueen y pendientes de Malababa.
Eva lleva base de maquillaje Le Teint Touche Éclat, de Yves Saint Laurent Beauté; americana y jersey, ambos de Boss, pantalón de Alexander McQueen y pendientes de Malababa. FOTOGRAFÍA: SERGI PONS / ESTILISMO: BERTA ÁLVAREZ

— Eva Llorach tiene ganas. Tiene ganas de hacer comedia; tiene ganas de que el cine no sentencie a las mujeres de más de 40 a papeles secundarios; tiene ganas de trabajar con las directoras Alice Rohrwacher (Lazzaro feliz) o Maren Ade (Toni Erdmann); pero sobre todo quiere contar historias. Así lo expresan sus palabras, sus gestos y su sonrisa al hablar.
— Esta murciana de 41 años descubrió que era actriz por azares del destino. Tenía 30, una licenciatura en Psicología y un trabajo en una empresa familiar, cuando la actuación tocó a su puerta.
— “Leí que se abría la convocatoria para la primera edición del festival de cortos Notodofilmfest. Entonces le propuse a mi expareja hacer algo. Él aceptó con la condición de que yo fuera la protagonista. Y cuando estuve frente a la cámara sentí cosas: fue como una revelación. Mi cuerpo reaccionó de manera brutal y pensé: ‘Quiero esto para mi vida”, recuerda aún con ilusión.
— Desde entonces no se ha alejado de la cámara. El director Carlos Vermut apareció en su vida y, con él, la oportunidad de interpretar papeles densos y complejos, como el de Violeta en Quién te cantará, personaje que la hizo merecedora en 2019 de premios como el Goya a la mejor actriz revelación, un Feroz y un Forqué. Eva se coronaba así como el gran descubrimiento del año.
— “Un Goya no te garantiza nada, sobre todo a partir de cierta edad”, reconoce la actriz, que acaba de finalizar el rodaje de La casa de tiza, de Ignacio Tatay.
— “En el cine a partir de los 40 las mujeres nos empezamos a convertir en personajes secundarios. Es muy curioso, en España se dejan de hacer papeles protagonistas o se hacen muy contados. Es como si a partir de esa edad ya no fuéramos personas interesantes”, critica.
— “Hace poco me llegó un guion que decía: ‘Señora de 40 años’. Yo tengo más de 40 y no soy una señora. Cada mujer es un mundo y, sin embargo, no paramos de construir clichés alrededor de la edad”. Para derribarlo ella tiene una idea entre manos. “Hay muchas historias de mujeres que no se están contando y que yo quisiera ver. Así que me he propuesto empezar a hacerlas. Quiero reunir a un grupo de mujeres, que escribamos cosas y que comencemos a relatarlas”, señala.
— En su batalla por promover películas en las que se representen mujeres de todas las edades, nacionalidades, estratos sociales y tallas, también está la de conseguir que los estándares de belleza dejen de definir y sentenciar la autoestima. “Tú te puedes sentir guapa y segura y salir a la calle sin maquillaje, pero si alguien que al verte te pregunta si estás bien, y dice que se te ve mal, evidentemente te afecta. Tenemos instalado en el cerebro que las mujeres se tienen que arreglar para verse bien. Si no lo haces, te juzgan”.
— Confiesa que ahora se preocupa más por sentirse bien con ella y por aceptarse tal cual es y está.
— Termina este impredecible año rodando la cuarta temporada de la serie de Netflix Élite, donde se pone en la piel de Sandra, una poderosa narcotraficante. “Me queda por estrenar el corto El club del silencio, de Irene Albanel, y Errante corazón, una cinta de Leonardo Brzezicki [en la que comparte reparto con Leonardo Sbaraglia]”.

Ana Carrasco (piloto de motos): “En el deporte lo que manda son los resultados. Si ganas, todos te respetan”.

Ana lleva colorete Couture Blush en el tono N5 Nude Blouse y labial The Slim Illicit Nudes, ambos de Yves Saint Laurent Beauté; mono de Off-White y pendientes de Loewe.
Ana lleva colorete Couture Blush en el tono N5 Nude Blouse y labial The Slim Illicit Nudes, ambos de Yves Saint Laurent Beauté; mono de Off-White y pendientes de Loewe. FOTOGRAFÍA: SERGI PONS / ESTILISMO: BERTA ÁLVAREZ

— El 30 de septiembre de 2018, Ana Carrasco hizo historia. Se convirtió en la primera mujer del mundo en ganar un mundial de motociclismo a título individual. “Era el sueño de mi vida. Había trabajado mucho para conseguirlo”, reconoce la piloto, que lleva dos décadas pisando la pista.
— Con tres años la mayoría de los niños juegan a mantener el equilibrio en una bicicleta, ni siquiera se animan a pedalear y no caerse es todo un logro, pero Ana ya competía en campeonatos con una minibike que ni siquiera era suya. De hecho su padre, motero de corazón y mecánico con experiencia en carreras, se la había comprado a su hermana mayor, pero aquella niña de pelo rizado y mirada pilla la cogió y ya no la soltó nunca.
— La historia de Ana se cuenta en récords. Fue la mujer más joven en competir en una prueba de campeonato del mundo en su debut en Moto3 y también la primera española en puntuar. Apenas tenía 16 años. Con 20 se convertía en la primera mujer en ganar una prueba del Campeonato Mundial de Superbikes y con 21 completaba este circuito histórico proclamándose campeona del mundo de Supersport 300.
— “¿Que qué supone ser la primera mujer en ganar un mundial de motociclismo? No sé, es que para mí era un sueño, pero más como piloto que como mujer. Aunque viéndolo con perspectiva, creo que ha supuesto un cambio dentro de mi deporte, que en general había sido muy masculino. Creo que a partir de ese momento se están dando más oportunidades, no solo a mí, que ya he demostrado que puedo estar allí, sino también a las que vienen después”.
— Aunque creció rodeada de hombres —es la única mujer que compite en el mundial—, nunca se ha sentido marginada. “En el deporte lo que manda son los resultados. Si ganas, todos te respetan. La verdad es que no sé si siempre he sido aceptada, pero lo que sí sé es que no he hecho nada para encajar. Al final yo sé cómo soy y estoy orgullosa de ello”. Y se nota.
— Asegura que la ropa deportiva y los vaqueros son sus prendas favoritas y que de rituales de belleza sabe lo justo. “Creo que el mundo está girando hacia un punto en el que nosotras establecemos nuestras propias normas sobre lo que es ser bello, pero esto no quiere decir que le pase a todos. Al final, es algo que depende de cada una. Si tienes confianza en ti, lo que digan los demás te importa poco, pero si tienes dudas o eres insegura, posiblemente te afectará más”.
— Cuando no está compitiendo, entrena una media de ocho horas diarias y en su tiempo libre estudia Derecho en la Universidad Católica de Murcia. Ansía volver a coronarse con el título de campeona del mundo, pero su meta tendrá que esperar. El pasado 10 de septiembre sufrió un grave accidente durante un test en Portugal que le provocó la fractura de dos vértebras. Tras la operación, está en proceso de rehabilitación.
— Este solo es un bache más para la piloto de Kawasaki, que sigue teniendo como objetivo llegar a competir en la categoría MotoGP.

Desirée Bela-Lobedde (escritora): “El ideal de belleza blanca ha sido la norma. Y hemos querido asimilarla”.

Desirée lleva lápiz de ojos Dessin du Regard, de Yves Saint Laurent Beauté; vestido de Fátima Miñana, pendientes de Es Fascinante y zapatos de Salvatore Ferragamo.
Desirée lleva lápiz de ojos Dessin du Regard, de Yves Saint Laurent Beauté; vestido de Fátima Miñana, pendientes de Es Fascinante y zapatos de Salvatore Ferragamo. FOTOGRAFÍA: SERGI PONS / ESTILISMO: BERTA ÁLVAREZ

— “Soy de aquí, vivo aquí, pero no me siento de aquí porque no me permiten serlo”. Así señala Desirée Bela-Lobedde (Barcelona, 1978) la necesidad de mantener un debate sobre el racismo en España.
— Ensayista, activista y escritora, Bela-Lobedde lleva exponiendo desde 2011 los comportamientos xenófobos que brotan en el día a día. “El problema es la construcción conceptual que tenemos del racismo. La gente lo comprende como insultos, agresiones físicas, cosas obvias como el Ku Klux Klan… Pero estos actos son solo la punta del iceberg. Debajo hay frases sutiles y legitimadas que son racismo, pero que no se entienden como tal”, explica. “Esta manera de pensar tapa todas esas actitudes que pasan inadvertidas por cotidianas, preguntas como ‘¿cuánto tiempo llevas aquí?’, ‘¿por qué hablas tan bien español?’, ‘¿de dónde es una belleza tan exótica como tú?’. Y si respondo que soy de aquí, entonces repreguntan: ‘Pero ¿y tu familia de dónde es?”.
— Durante años, la escritora afrodescendiente —su familia es originaria de Guinea Ecuatorial— dio explicaciones de por qué es española y a la vez negra hasta que se aburrió. “A mis 41 años escojo mejor mis batallas”, suelta resignada.
— Fue precisamente esa sensación “de ser pero no ser” la que la llevó a escribir Ser mujer negra en España (Plan B, 2018), el título en el que relata qué significó ser niña, adolescente y, después, mujer en su país.
— La autora ilustra ese racismo oculto en el patriarcado, en el sexismo y en la belleza. Si rememora su adolescencia, recuerda que, en esa época, había pocas referencias de mujeres negras en la televisión. Y que las que había tampoco la representaban. “No se parecían a mí, quizá solo en el color de piel, pero no eran como yo. Era el tiempo de Naomi Campbell, Tyra Banks, Paula Abdul, todas con sus rasgos finos y cabellos lisos…”.
— El pelo es el hilo conductor de su empoderamiento. Su melena afro no fue solo su yugo, también fue su liberación, su bandera en la lucha contra el racismo y un símbolo de resistencia.
— “Durante generaciones el ideal de belleza blanca ha sido la norma, entonces quienes no somos así nos queremos asimilar, y dentro de ese proceso está alisarse el cabello”, detalla quien durante 15 años se sometió a esta “tiranía”, hasta que se convirtió en madre y decidió que no quería que sus hijas vivieran lo mismo. Así, se sumergió en lo que llama el activismo estético. “En mi caso es aprender y conseguir las herramientas tanto para entender por qué se da el fenómeno de asimilación como para superarlo”.
— Deshacerse de los estereotipos no ha sido sencillo. “Lo que tenemos que hacer es buscar nuestros cánones. Esas personas a las que nos parecemos y que no tienen por qué ser modelos”. Desirée sigue sin tener claro si alguna vez se ha sentido aceptada, menos aún si sus esfuerzos por serlo han surtido efecto, pero no le importa. Lo que sí sabe es que su relación con la belleza ha cambiado, dijo adiós al estigma de su afro y ahora disfruta de momentos de autocuidados, en los que lo importante es su bienestar y no una imagen de lo que debería ser.

Fuente e imagen tomadas de: https://elpais.com/elpais/2020/10/23/eps/1603444869_858410.html

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Crisis en universidades compromete la formación de médicos y enfermeros

La desigualdad y el racismo reflejados en los índices de pobreza y de baja escolaridad, son dos los elementos que caracterizan la realidad de la población afrodescendiente en Latinoamérica, una región que ha tenido avances en el tema pero a la que le hacen falta políticas fuertes.

Así lo señala el informe “Afrodescendientes y la matriz de la desigualdad social en América Latina: retos para la inclusión”, que fue presentado en el marco del trigésimo octavo periodo de sesiones de la Comisión Económica para América Latina (Cepal), que se lleva a cabo de manera virtual, con Costa Rica como anfitrión.

¿Cómo evito que se adueñen de la vivienda que quiero alquilar?

La secretaria ejecutiva de la Cepal, Alicia Bárcena, dijo en la presentación del informe, elaborado en conjunto con el Fondo de Población de la ONU, que en Latinoamérica viven 134 millones de afrodescendientes, que corresponden al 21% de la población de la región.

“El racismo es parte central de la cultura del privilegio. Las desigualdades raciales son estructurales, afectan todos los derechos y se traducen en pobreza, privaciones de acceso al agua, al saneamiento, a la electricidad, a internet, particularmente en zonas rurales”, explicó.

Una de las principales deficiencias de la región es la falta de estadísticas precisas y actualizadas acerca de la población afrodescendiente, por lo que el informe pide a los países incluir en sus censos datos específicos para esta población, ya que sólo Brasil, Perú, Uruguay, Ecuador, Colombia y Panamá lo han hecho.

En cuanto a pobreza, en Brasil alcanza al 25.5% de la población afrodescendiente, mientras que en la no afrodescendiente es de 11.5%, situación similar a la de Ecuador, donde las cifras son de 31.5% y 19.4%, respectivamente; Colombia con 40.8% y 27.8%; y Perú con 19.6% y 9.9%.

El informe resalta el caso de Uruguay, donde a pesar de que el índice de pobreza es el más bajo de la región, en el caso de los afrodescendientes es tres veces mayor que en los no afrodescendientes: 7.5% contra 2.7%.

Panamá es el único país en el que se invierten los papeles pues la pobreza en los no afrodescendientes es de 15% y en los afrodescendientes del 10.5%.

El informe también alerta de que un tercio de esta población está en riesgo de caer en la pobreza.

Bárcena detalló que el estudio establece que la población afrodescendiente tiene índices más elevados de pobreza, desempleo, mortalidad infantil y materna, de embarazo adolescente, entre otros.

Además, las poblaciones afrodescendientes han elevado en los últimos años su acceso a sistemas educativos y los años de escolaridad, pero aún persisten altas tasas de rezago y de abandono en primaria y secundaria.

Entre los avances señalados por Bárcena se destacan que las constituciones políticas de trece países condenan la discriminación racial, cinco hacen referencia específica a las personas afrodescendientes y tres reconocen a los afrodescendientes como pueblo.

En 16 países de la región hay leyes contra la discriminación y lo tipifican como delito, y poco a poco se ha ido incorporando en las normativas de la región el reconocimiento a la propiedad colectiva sobre territorios ancestrales.

Entre los desafíos que cada vez han tomado más relieve en la región está el de la migración intrarregional, ante lo que la secretaria ejecutiva de la Cepal subrayó que algunos países han incorporado la perspectiva étnica y racial en sus normas migratorias.

La vicepresidenta de Costa Rica, Epsy Campbell, la primera mujer afrodescendiente en llegar a ese cargo, hizo énfasis en que las brechas de desigualdad son “históricas” y que se han agravado con la pandemia del COVID-19, y señaló una de las conclusiones del informe que pide políticas afirmativas y universales.

“La estructura de la discriminación y el racismo tiene techos de hierro que parece que no se pueden romper. Son necesarias acciones afirmativas y políticas universales con perspectivas de diversidad. No vamos a acabar con la pobreza y la exclusión si no miramos la realidad de los afrodescendientes, los indígenas y otros pueblos excluidos”, declaró.

Fuente: https://gestion.pe/mundo/internacional/desigualdad-y-racismo-la-realidad-de-los-afrodescendientes-en-latinoamerica-noticia/?ref=gesr

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¿Por qué volvió a ganar el MAS? Lecturas de las elecciones bolivianas

Por: Fernando Molina, Julio Córdova Villazón, Pablo Ortiz,Verónica Rocha Fuentes


Contra todos los pronósticos, el Movimiento al Socialismo (MAS) se impuso en las elecciones bolivianas con más del 50% según todos los conteos rápidos. ¿Qué explica este resultado a solo un año de la caída de Evo Morales?


El triunfo del binomio Luis Arce-David Choquehuanca en primera vuelta, con más de 50% de los votos, acabó abruptamente con muchos de los análisis vertidos durante toda la campaña y le permite al Movimiento al Socialismo (MAS) volver al poder a solo un año de haber sido ejecutado por unas movilizaciones combinadas con un motín policial y, finalmente, el aval de las Fuerzas Armadas.

¿Qué explica está victoria y el fracaso de la candidatura de centroderecha de Carlos Mesa? ¿Qué nos dice este proceso electoral, que logró desarrollarse en orden y con un rápido reconocimiento de los resultados, aún preliminares, por parte de todas las fuerzas políticas? Para responder a estas preguntas, Nueva Sociedad pidió la opinión de analistas e investigadores sociales, que proyectan sus miradas más allá y más acá de las elecciones del pasado 18 de octubre.

Pablo Ortiz (periodista)

Un año después de su caída, el MAS vuelve a ser el partido hegemónico de la política boliviana. Es el único realmente estructurado, con una militancia y un voto fidelizado, que resiste incluso la salida del escenario político de su máximo líder y fundador: Evo Morales.

La elección general de 2020 es la primera elección sin Evo Morales desde 1997 y es la primera votación que cumple con el referendo del 21 de febrero de 2016, que le dijo a Morales que no podía aspirar a una nueva reelección. Durante toda la campaña se había hablado del siguiente quinquenio presidencial como un ejercicio de transición antes de llegar al posmasismo, pero las urnas decidieron contradecir a los pronosticadores de la política y dictaron sentencia: no era el proyecto del MAS el que estaba agotado, sino el mando único, la repetición sin fin de la figura de Morales como presidente.

Luis Arce Catacora concluirá primero cuando se termine de contar los votos y habrá logrado entre seis y diez puntos más que Morales en las elecciones fallidas de 2019. Para eso necesitó algunas herramientas que lo llevaron a un triunfo con una ventaja insospechada.

La primera fue la estrategia correcta. Mientras que Carlos Mesa, Luis Fernando Camacho y otras fuerzas menores apostaron al clivaje MAS/anti-MAS (todos se presentaban como la mejor opción para que el anterior partido de gobierno jamás volviera), el MAS puso el acento en la crisis económica y la estabilidad como ejes de discurso y apostó a consolidar su voto duro como objetivo público número uno. El MAS desarrolló una campaña en los márgenes de las ciudades, con caminatas y concentraciones pequeñas, mezclando reuniones sindicales con conferencias académicas para alejarse de la imagen que predominó en la última campaña de Morales.

Arce y sus estrategas apostaron por las barrios alejados, por los pobres y los empobrecidos del coronavirus; por quienes pasaron de la pobreza a la clase media durante los 14 años de gobierno de Morales y volvieron a caer en la pobreza por el coronavirus; por la nostalgia que el agravamiento de la crisis (a principios de mayo, 3,2 millones de bolivianos no tenían lo suficiente para comprar alimentos, por culpa de la pandemia y la cuarentena) creó de los años de bonanza del MAS.

Para eso tuvo aliados involuntarios, ambos llegados desde el Oriente boliviano, las regiones del país que siempre se le resistieron a Morales. La primera «ayuda» fue la del gobierno de transición. El gobierno de Jeanine Áñez era leído como la continuación de la llamada «revolución de las pititas», la revuelta ciudadana que precedió al motín policial y la «sugerencia» de renuncia de la Fuerzas Armadas a Evo Morales. La presidenta, surfeando sobre los 100 días de luna de miel, se animó a lanzar su candidatura en enero pasado para unas elecciones que debían ser en mayo, y con ello destruyó las bases de su gobierno: un pacto no escrito entre todas las figuras del antievismo para asegurar una transición que finalizara con un partido distinto del MAS en el poder, y la colaboración de los dos tercios de diputados y senadores del MAS en la Asamblea Legislativa, que entendían que colaborando con Áñez llegarían antes a unas elecciones que los devolverían al poder.

Con el inicio de la campaña, cayó el coronavirus. Al tiempo que familiares y ministros de Áñez comenzaban a disfrutar de las ventajas del poder (aviones, fiestas), sus aliados de retiraban dejando un reguero de hechos de corrupción que destruyeron uno de los primeros mitos fundacionales del antievismo: ellos eran capaces de cometer los mismos actos de corrupción y abuso de poder que el MAS. El tiro de gracia a la popularidad de Áñez llegó en plena cuarentena: se compraron más de 100 respiradores de origen español que no solo se pagaron cuatro veces más de su precio de lista, sino que no servían para terapia intensiva. Así, los reemplazantes de los supuestos corruptos y fraudulentos no solo eran corruptos, sino también altamente ineficientes. En pocos meses, y en medio de la pandemia, cayó un ministro de Salud tras otro.

Pero hubo una «ayuda» más. De las calles surgió un liderazgo potente y que prometía victoria: Luis Fernando Camacho, el hombre que había liderado la «revolución de las pititas» e incluso había forzado a Morales a abandonar Bolivia (tras la renuncia del presidente, él mismo anunció que estaban buscándolo para arrestarlo, lo cual precipitó la evacuación hacia México), se postuló para presidente aprovechando su gran popularidad en Santa Cruz.

El MAS y Arce aún eran hegemónicos en La Paz y Cochabamba, pero necesitaban que la renuente Santa Cruz, la segunda región con mayor cantidad de votantes de Bolivia e históricamente antimasista, no se inclinara por Mesa, el candidato que más cerca estaba de Arce. En 2019 se había dado un escenario parecido. Morales lideraba las encuestas y Santa Cruz estaba controlada por Óscar Ortiz, candidato local que aspiraba a ser presidente, pero en la última semana la estrategia de «voto útil» de Mesa le dio 47% de los votos cruceños y lo acercó lo suficiente a Morales como para discutir si había ganado en primera vuelta o no.

Esta vez, Camacho no sufrió el mismo efecto de desgaste. Surgido de las calles, religioso y con un discurso que exuda testosterona, tiene una impronta más emocional que propositiva y se planteó a sí mismo como el garante de que Morales no volvería al país. Pero esa no fue la clave para que se impusiera ante la estrategia del voto útil de Mesa, sino que logró exacerbar el orgullo identitario del cruceño y convertirlo en voto. A diferencia de Ortiz, Camacho no trató de «nacionalizarse» para conquistar votos, sino que apostó por convertir al resto de los bolivianos en cruceños. Eso, sumado a la juventud del votante cruceño, convirtieron a Camacho en una fuerza local e irreductible que cerró el territorio de Santa Cruz a Mesa y polarizó el voto con Arce, lo que le permitió a este una victoria más holgada.

Eso sí, nadie se esperaba que Arce, que no es caudillo sino tecnócrata, superara el 50% de los votos. Para ello tuvo que hacer algunas jugadas finales, que lo acercan a priori a ser el primer presidente del posevismo antes que la continuidad de Morales. Lo primero fue tener la capacidad de criticar la gestión de Morales y cuestionar el entorno con el que gobernó el «primer presidente indígena». Arce ha prometido un gobierno de jóvenes, de nuevas figuras. Lo segundo fue alejar del votante boliviano esa idea de que el MAS viene a eternizarse en el poder. Arce ha prometido gobernar solo cinco años y «reencaminar el proceso de cambio». Y la tercera promesa fue desterrar la idea de que con el MAS volverían las persecuciones políticas y el revanchismo. Arce ha prometido también que no perseguirá a policías ni a militares involucrados en la renuncia de Morales.

Así, el tecnócrata logró resetear el proceso de cambio y podrá gobernar con mayoría absoluta en ambas cámaras de la Asamblea Legislativa. Sin embargo, para saber si de verdad el MAS entró en la era posevista, habrá que ver cuál será el rol de Morales cuando regrese a Bolivia. De ello no solo dependerá la autoridad que podrá ejercer Arce sobre su bancada y sobre el país, sino también su estabilidad política. Para ganar, para cerrar el territorio cruceño a Mesa, el MAS hizo crecer a golpes a Camacho. Ahora, con todo el poder territorial conseguido en el Oriente, este será el único opositor con capacidad de movilización con el que tendrán que lidiar.

Julio Córdova Villazón (sociólogo, investigador sobre movimientos religiosos y cultura política)

Según los conteos rápidos no oficiales, el MAS obtuvo una contundente victoria en primera vuelta con 52% de los votos. ¿Por qué el desempeño electoral del MAS fue tan exitoso, excediendo las expectativas, incluso de los más optimistas? Por tres razones principales.

Primero, por la emergencia de un «voto de resistencia» de sectores urbano-populares y campesinos. Estos sectores fueron objeto de varias violencias en los últimos meses: a) la violencia electoral: su voto por el MAS en 2019 fue escamoteado a raíz de una falsa denuncia de fraude avalada por la Organización de Estados Americanos (OEA); b) la violencia simbólica: hubo constantes descalificaciones desde el Estado y en las redes sociales pobladas por sectores conservadores de clases medias, se difundió la imagen de «hordas de violentos e ignorantes» en referencia a estos sectores populares, y en noviembre de 2019 algunos policías quemaron la wiphala (bandera indígena reconocida constitucionalmente); c) la violencia militar-policial, concretada principalmente en las masacres de Sacaba (en los valles) y de Senkata (en el Altiplano); d) la violencia económica: las medidas de cuarentena frente al covid-19 fueron tomadas en desmedro del sector informal de la economía.

Segundo, por la rearticulación de las organizaciones sindicales y campesinas. En los últimos años estas organizaciones resultaron debilitadas por su propia relación clientelar con el gobierno de Evo Morales. Después de la renuncia del presidente en noviembre de 2019, estas organizaciones lograron rearticularse rápidamente, en un tejido social vigoroso, que mostró su musculatura paralizando Bolivia a principios de agosto de este año para impedir el prorroguismo del gobierno de transición. Este tejido organizacional fue la base de un renovado apoyo electoral al MAS.

Tercero, por la propia debilidad política y electoral de los competidores de derecha del MAS, fragmentados y enfrentados entre sí. El candidato de centroderecha Carlos Mesa no logró articular un proyecto de país ni un discurso electoral capaz de seducir a los indecisos del Occidente boliviano. El candidato de la derecha empresarial, Fernando Camacho, tampoco logró convencer a los indecisos del Oriente del país. Hasta una semana antes de las elecciones, en el bastión electoral de Camacho, en el departamento de Santa Cruz, había 28% de indecisos, que representan 7,5% del padrón electoral total. Son personas de sectores pobres que fueron excluidos por los empresarios a los que representa el líder cruceño, y que fueron violentadas en las movilizaciones que lideró este empresario contra Evo Morales hace un año. En la elección del 18 de octubre, estos indecisos de tierras bajas optaron por el MAS, en rechazo a una elite empresarial incapaz de incluirlos en su «modelo de desarrollo». Por eso el MAS obtuvo 35% de los votos en esa región.

El próximo gobierno del MAS, con Arce a la cabeza, estará signado por la crisis económica, el conflicto social y la emergencia sanitaria por el covid-19. El apoyo de 52% del electorado no significa una sólida base social necesariamente. El MAS no logrará controlar los dos tercios de la Asamblea Legislativa como lo hizo en los últimos años. La coyuntura política requiere de una cultura democrática de construcción de acuerdos con otros actores políticos. Y tal cultura es muy débil, casi inexistente, en un MAS acostumbrado a un tipo de hegemonía política que ya no existe en Bolivia.

Verónica Rocha Fuentes (comunicadora social)

Durante toda la campaña para las elecciones del 18 de octubre se evidenció la existencia de una categoría de voto que había tenido poca relevancia en otras elecciones anteriores, aquella que se denominó «voto oculto». Esa categoría de votos, junto con la de «voto indeciso», fue determinante para establecer una diferencia que, según todas las proyecciones, es de más de 20 puntos en favor de Luis Arce Catacora. Los múltiples estudios de opinión que se presentaron durante el periodo de campaña electoral habían logrado detectar la existencia de ese voto con una prevalencia mucho mayor a los datos históricos. Lo que no lograron las instituciones de estudios de opinión fue detectar a dónde se iba a dirigir esa votación. En las primeras horas de conocerse esta tendencia, todo parece indicar que fueron esas categorías de voto las que terminaron definiendo la amplia victoria del MAS en primera vuelta.

Un voto que se llamó oculto durante el periodo de campaña y que, tras la jornada electoral, bien podría apellidarse «paciente» podría ser útil para graficar no solo el inesperado virtual resultado, sino además el proceso electoral más largo y difícil de la reciente historia democrática de Bolivia. El voto oculto y paciente no habría sido otro fenómeno distinto de aquel que durante el periodo de la democracia pactada y neoliberal se conocía como el de la «Bolivia profunda». La misma que, habiendo «salido a la superficie» en los últimos años –proceso constituyente de por medio– casi desapareció por completo durante el año de gobierno transitorio en el que se desarrolló el proceso electoral de 2020, y cuya presencia se extinguió en la maquinaria simbólica, institucional, mediática y empresarial que suele establecer las narrativas en pugna política. Tras un año de cotidiana y sistemática estigmatización del «masismo» (o cualquiera que «pareciera» pertenecer o adherir al MAS), todo apunta a que sus partidarios optaron por ocultarse y esperar las urnas. Ocultarse por miedo, ocultarse por vergüenza o quizá hasta ocultarse por estrategia.

Voto oculto sí, pero también inusitadamente paciente. Ese voto que terminó definiendo una virtual pero amplia e indiscutible victoria en primera vuelta tuvo que atravesar una crisis institucional, un gobierno transitorio, una pandemia, un inicio de crisis económica, cuatro cambios de fecha de votación, una jornada electoral bajo amenazas del gobierno, cambios en los planes del Tribunal Supremo Electoral de ultimísima hora, votar bajo un país militarizado y no contar con ningún resultado durante la jornada electoral para, finalmente, con una paciencia que varias veces rozó el límite pero no cedió, aferrarse a lo último que le quedaba a Bolivia antes del precipicio: las urnas.

Así, en menos de un año, bajo la narrativa de un fraude electoral, Bolivia ha transitado abruptos, forzados y violentos reacomodos de su tejido político, institucional y mediático; todo esto a la sombra de un complejo tejido social que, aunque dañado, pareciera haber mantenido sus estructuras en pie. Y que, oculta y pacientemente solo, parecía esperar la oportunidad legítima para volver a dejarse ver. Al menos, ese pareciera, por ahora, el principal resultado de las recientes elecciones que, sin duda, van mucho más allá de una virtual victoria del MAS, pues establecen los mínimos sobre los cuales tocará establecer un urgente proceso de reconciliación nacional.

Fernando Molina (periodista y escritor)

No cabe duda de que los adversarios del MAS subestimaron el potencial electoral de este partido y de su candidato Luis Arce. Por un lado, las encuestas –que no detectaron la verdadera intención de quienes se presentaban como indecisos– los despistaron. Por el otro lado, esta subestimación se debió a la incapacidad de estos grupos políticos, que representan a las elites tradicionales, de reconocer al MAS como una expresión genuina de los sectores sociales menos pudientes y más indígenas del país. En cambio, normalmente han visto al MAS como «marioneta del chavismo», «organización delincuencial», «grupo de narcoterroristas» y han considerado la adhesión que despierta como un fenómeno puramente clientelar.

En esta miopía existe una fuerte carga de racismo. Desde siempre, los sectores tradicionalmente dominantes del país han concebido la politización de los subalternos –que socava los pilares meritocráticos y hereditarios de su poder– como una irrupción de la irracionalidad y la codicia. Esto viene desde el siglo XIX, cuando los representantes de la oligarquía de la época, los septembristas, se quejaban por «tener que descender» a la actividad política a causa de la invasión de esta por el «cholaje belzista» (por los seguidores de Isidoro Belzu), que era tanto como decir la «barbarie».

La subestimación de la que hablamos estuvo presente en el candidato Carlos Mesa, que fue incapaz de construir un partido con incidencia en el mundo indígena. También estuvo presente en el gobierno interino de Jeanine Áñez, que gobernó con la mente puesta en las clases sociales más elevadas, las cuales querían vengarse del MAS y estaban acostumbradas a ver a los indígenas exclusivamente como empleados o incordios sociales.

Las elites se han revelado incapaces de analizar por qué Evo Morales les ganó en 2005, las razones del predominio político de este durante tantos años y las causas por las que el MAS no se hizo trizas después de su caída en noviembre de 2019. Bolivia no es censitaria desde 1952, pero la mentalidad de sus elites tradicionales sigue siéndolo.

De este modo, pese a que estas triunfaron sobre Morales el año pasado y tenían posibilidades de construir una hegemonía –contaban con el apoyo de la parte más educada y económicamente acomodada de la población, así como con un respaldo «intenso» de las Fuerzas Armadas y la Policía–, perdieron el poder que tanto anhelaban solo un año después de haberse hecho de él.

Unas elites oligárquicas y racistas gobernaron el país de 1825, fecha de su nacimiento, hasta 1952, año de la Revolución Nacional. Lo hicieron sobre la base de la imposición ciega y violenta de su voluntad sobre una mayoría ignorante y a menudo silenciosa. Las condiciones de este dominio fueron desapareciendo en el último medio siglo, pero la elite misma solo cambió superficialmente. Hasta hoy sigue siendo «tradicional» y con tendencias a oligarquizarse. Esta es la «paradoja señorial» de la que hablaba René Zavaleta.

La transformación más importante en las condiciones de dominio se dio cuando los sectores subalternos encontraron la forma de crear su propia expresión político-electoral: el MAS. Desde ese momento, la acción electoral ha resultado manifiestamente adversa a los partidos de las elites tradicionales. Teóricamente hablando, la forma en que estas podrían recuperar el poder de una manera algo más durable sería por medio de la fuerza bruta, como en los años 60 y 70, pero esta vía es imposible hoy por las características «epocales».

Por otra parte, una reforma de las elites tradicionales parece imposible. Si no aprendieron la lección después de que Morales se aprovechara de sus errores, abusos y excesos durante el neoliberalismo para derrotarlas, es difícil pensar que aprenderán alguna vez. En efecto, apenas tuvieron una oportunidad de prevalecer nuevamente, desnudaron los mismos vicios y la misma miopía que tenían en los años 90, o unos vicios y una miopía peores aún, porque en este tiempo no impera el neoliberalismo sino una forma particularmente perversa del conservadurismo, el populismo de derecha.

Al mismo tiempo, el MAS haría mal si también menospreciara a sus adversarios en el futuro. Aunque esta no parece capaz de generar un proyecto sostenible de poder en un país insumiso y mayoritariamente indígena como Bolivia, de todas formas está furiosa, resentida, acumula gran parte del capital económico y casi todo el capital cultural y, como demostró en el último año, tiene fuerza suficiente, en alianza con las clases medias militares y policiales, para destrozar las bases de sustentación del proyecto antagónico. Puede salirse del marco democrático cuando esto le sea posible.

Las elites tradicionales pueden aprovechar las deficiencias y fallas del bloque popular (como hizo con el narcisismo de Morales y la corrupción de su gobierno) y atacar justo cuando este pierda pie, se equivoque, se confunda y entonces deje de ser 50% más uno del pueblo boliviano.

Fuente e imagen: https://nuso.org./articulo/Bolivia-Luis-Arce-Evo-Morales/

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La Guatemala del eterno abuso a los pueblos originarios

 Por: Ilka Oliva Corado


Guatemala, país de desigualdades eternas y racismo enraizado hasta en el azúcar del café. País de clasistas muertos de hambre. En esa Guatemala que se desborda de poesía y memoria en los huipiles de las mujeres indígenas y; de sacrificio y trabajo milenario en sus manos y espaldas, la exclusión la ponen los mestizos que desde siempre se han creído superiores por etnia y clase social.

En esa Guatemala de indígenas masacrados y desaparecidos en masa, en la Guatemala de la desmemoria colectiva, del abuso gubernamental, de la deforestación, de  los ecocidios, de la migración forzada, de las parvadas de clicas criminales saqueando el Estado. Esa Guatemala de mestizos jactándose de tener niñas indígenas de empleadas domésticas en sus casas. De indígenas rajándose el lomo cargando los bultos de los mestizos en el mercado La Terminal. De mestizos muertos de hambre.

Guatemala, donde se vivió uno de los genocidios más atroces de la historia latinoamericana que buscaba exterminar a los pueblos originarios. Poco ha cambiado desde entonces, los indígenas siguen siendo humillados, excluidos y explotados. Sus tierras siguen siendo robadas por oligarquías a las que el Estado solapa, las aguas de los ríos contaminadas dejando a comunidades enteras sin sustento. Porque en la Guatemala de las eternas desigualdades y el racismo los pueblos originarios son los más maltratados, pero también los más dignos. Lloran solos a sus muertos, como si la muerte de un indígena no valiera lo mismo que la de un mestizo, como si masacrar indígenas fuera como atacar plagas.

Se cuidan entre ellos, se abrigan entre ellos porque solo se tienen a ellos mismos, los indígenas en Guatemala como parte de la sociedad y la población solo existen para ser explotados. Guatemala está parada sobre sus lomos, resuella el país gracias a las remesas que envían miles de migrantes indocumentados, esos migrantes son en su mayoría indígenas que han tenido que abandonar sus pueblos para irse a buscar la vida a otro país. Entonces también, a pesar de ser discriminados por sus propios connacionales ellos los mantienen a flote con sus remesas. Guatemala no subsiste gracias los mestizos, logra medio respirar gracias a las remesas de miles de indígenas. Los mismos indígenas que probado está que en tiempo de crisis dan a manos llenas, se quitan el bocado de la boca para darlo a quien tenga necesidad sin detenerse a pensar en etnias.

Y esto se ve también en las luchas por la defensa del medio ambiente, son los indígenas los que ponen el pecho, los que defienden el agua de los ríos, los que defienden los bosques, los derechos humanos de sus pueblos. Y cuando atacan, violentan o asesinan a uno de ellos, son ellos los únicos que salen a denunciar. Está patente el caso de las mujeres ixiles que denunciaron haber sido violadas por miembros del ejército en tiempos de dictadura, en el juicio por genocidio en el 2013. La sociedad las dejó solas, no solo las acusó de mentirosas también las discriminó por su etnia.

Está el ejemplo de la Masacre de Alaska, el 4 de octubre de 2012 en donde 7 personas indígenas fueron masacradas   por soldados del ejército en el kilómetro 169, en la Cumbre de Alaska cuando se manifestaban pacíficamente junto  a otros cientos, en defensa de la educación y por el alza a la energía eléctrica.  Hasta la fecha los familiares de esas víctimas siguen luchando por justicia en la Guatemala de la eterna impunidad. La sociedad también los dejó solos, eran indígenas que los mestizos no reconocen como personas. Las poblaciones que en Petén, frontera con México son sacadas de sus casas por docenas de policías y soldados, para entregarles las tierras a finqueros. ¿Qué sociedad por ellas?

Cuando detienen y violentan a periodistas indígenas comunitarios solo los pueblos originarios con ellos.   Y como un ejemplo también reciente, la detención de la periodista comunitaria Anastasia Mejía Tiriquiz, directora de la estación de radio Xol Abaj Radio  y Xol Abaj Tv, en el municipio de Joyabaj, Quiché. A la que se le acusa de sedición, atentado agravado, incendio provocado y robo agravado, porque documentó e informó sobre irregularidades de gestión y manejo del alcalde de Joyabaj, Francisco Carrascosa y las manifestaciones de la población en su contra. Es decir, a las autoridades de turno no les gustó que la periodista documentara con video y audio las imágenes de la población manifestando su rechazo a su gestión en la alcaldía y de ahí su detención no solo para amedrentarla pero también para callar la expresión y denuncia.

Estas detenciones a periodistas comunitarios se dan con regularidad en un país donde la impunidad socaba toda lucha por la justicia, periodistas que son discriminados por parte del gremio, donde abundan los mestizos, clasistas y racistas que los denigran por sus etnias, pero también porque estos comunicadores no cuentan con el título universitario que los acredite. En el caso de la periodista Anastasia Mejía Tiriquiz se ha visto muy claro el racismo y el clasismo del gremio periodístico del país que cuando tocan a uno de los suyos brincan con uñas y dientes, pero no vaya a ser un indígena porque entonces que se defienda solo. Lo que no sorprende, porque en un país donde el racismo y el clasismo está hasta en las moscas del plato de comida, raro sería que el gremio actuara con solidaridad y por consecuencia humana; que ninguna de las dos la dan los cartones universitarios y vaya que si de eso sabrán los pueblos originarios más que nadie.

Con qué gran sacrificio los periodistas comunitarios escriben sus artículos de opinión, realizan sus videos, sus notas de audio, toman sus fotografías, denunciando lo que sucede en sus comunidades, pues no cuentan con los recursos materiales ni con el financiamiento de nada, es de su propia bolsa, no trabajan para ningún medio donde les paguen un salario, lo hacen por la necesidad de informar a sus comunidades. Para que encima de todo el abuso gubernamental, el racismo y el clasismo propios del país el gremio no se solidarice con ellos y los ignore con esto colocándolos en posiciones más vulnerables todavía contra el abuso. Pero ni falta que hacen, los pueblos originarios se han defendido solos desde siempre y lo seguirán haciendo.

Los pueblos originarios de Guatemala exigen la libertad inmediata de la periodista comunitaria Anastasia Mejía Tiriquiz. Y junto a ellos quienes creemos en el derecho a la libertad de expresión y en que un título universitario, una etnia o clase social no le da las agallas ni la dignidad a nadie, ni se las quita.

Fuente: URL: https://cronicasdeunainquilina.com

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Esencialismo y negacionismo racista

Por: Leonardo Díaz

El racismo no solo alude a una ideología segregacionista explícita o legitimada jurídicamente en una sociedad. También existen otros racismos implícitos no legalmente establecidos, pero culturalmente aceptados e incorporados a la vida cotidiana.

En el coloquio virtual, celebrado la pasada semana, “Los fundamentos filosóficos del racismo”, pude percibir dos actitudes entre algunos integrantes del público.

La primera puede ser denominada como actitud esencialista. Desde esta perspectiva es difícil concebir los conceptos como cambiantes y determinados por los contextos donde se aplican. A ciertas personas se les dificulta comprender que el concepto de racismo, como cualquier otro término que aluda a un fenómeno social, puede tener distintos significados y distintas expresiones. Por ejemplo, el racismo no solo alude a una ideología segregacionista explícita o legitimada jurídicamente en una sociedad. También existen otros racismos implícitos no legalmente establecidos, pero culturalmente aceptados e incorporados a la vida cotidiana.

La segunda actitud es el negacionismo. Ya sea por motivos emocionales o ideológicos, algunas personas niegan la existencia de prácticas racistas en la sociedad dominicana.

En algunos casos, no se perciben las diferentes actitudes, conductas, discursos y simbologías cargadas de un imaginario racista; en otros casos, se minimizan relativizándolas dentro de otros enfrentamientos como son los conflictos entre clases sociales.

Piensen, por ejemplo, en el fenómeno de la publicidad. ¿Cuál es el fenotipo predominante en nuestros comerciales? ¿Qué roles sociales se les asignan de modo consistente a las personas negras en los mismos?

Las actitudes señaladas también pueden constituir un mecanismo de defensa discursiva de quienes han asumido posturas xenófobas vinculadas al racismo más rancio.

En todo caso, el esencialismo y el negacionismo en el tema racial obscurece el abordaje del problema y no contribuye a la búsqueda de sus soluciones.

Fuente: https://acento.com.do/opinion/esencialismo-y-negacionismo-racista-8864343.html

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